Loading
  • 17 de Dezembro, 2009
  • Por Carlos Esperança
  • Política

A agressão a Berlusconi

A condenação de um acto bárbaro, gratuito e intolerável não admite evasivas. Repudiar a grotesca agressão de que foi vítima o primeiro-ministro italiano é um dever perante os silêncios sonsos e o gozo obsceno de muitos. A luta política não consente arruaças e pancadaria como métodos que se substituam ao debate de ideias.

As tensões sociais e a espessura da crise não podem ser agravadas com a displicência com que alguns encaram estes actos marginais, felizes por terem atingido quem já deu sobejas provas de não merecer o lugar que ocupa e de envergonhar as instituições do seu país. Até o vaticano, seu fiel apoiante, já o tinha censurado, apesar da autoridade que lhe falta.

Independentemente do lugar e da vítima, a agressão a dirigentes políticos tem uma carga mediática e um poder mimético capazes de atraírem novos incidentes e de promoverem a instabilidade em outros países.

Dito isto, e repudiado sem reservas o acontecimento, há ilações políticas a tirar. Para já não podemos impedir que diversas forças, quiçá de sinal contrário, se aproveitem do caso. Há, aliás, franjas políticas que têm como único programa a destabilização das instituições democráticas.

Este infeliz acontecimento travou o amplo movimento anti-Berlusconi cuja organização estava em marcha, bem demonstrada no “No Berlusconi Day” que poderia ser o embrião de uma vasta coligação democrática, muito mais ampla do que os partidos que a sustentam, capaz de arredar do poder a coligação populista e fascizante que governa a Itália e envergonha a Europa.

Transformar em vítima o mais desqualificado dirigente europeu foi um serviço prestado à direita italiana, capaz de impedir a alternância de que carece o Estado italiano, com o país desconfiado de uma esquerda incapaz de levar a estabilidade ao país que mais governos conheceu depois da Segunda Guerra.

Perfil de Autor

Website | + posts

- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa

- Sócio fundador da Associação República e laicidade;

- Sócio da Associação 25 de Abril

- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;

- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida

- Blogger:

- Diário Ateísta http://www.ateismo.net/

- Ponte Europa http://ponteeuropa.blogspot.com/

- Sorumbático http://sorumbatico.blogspot.com/

- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#

- Colaborador do Jornal do Fundão;

- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»

- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:

- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;

- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores

http://www.blogger.com/profile/17078847174833183365

http://avenidadaliberdade.org/index.php?content=165