Sem Rodeios: A vida sexual de um padre
Estava hoje entregue a um dos meus passatempos preferidos, zapping aos telejornais nacionais, quando deparo com um apontamento muito interessante, num canal à partida insuspeito: a TVI.
Versava o programa sobre a vida de um padre, transcrita no livro que dá título ao post, no original «Sin tapujos: La vida sexual de un cura», obra que esgotou em dois dias e abriu um debate sobre o celibato na Argentina. No programa da TVI o Padre José Guillermo «Quito» Mariani, prestes a ser julgado por um tribunal eclesiástico pelas páginas que escreveu, admite que por uma questão de coerência não acata a ordem de “silêncio absoluto” imposta pelo arcebispo de Córdoba, Carlos Ñañez, e continua a dar entrevistas e a colaborar num canal local de televisão. Onde transmite não só a sua posição sem dogmas em relação ao sexo como também entra em rota de colisão com o catolicismo instituido em relação a outros assuntos de cariz social, nomeadamente no que respeita à colaboração entre a Igreja Católica e as ditaduras que se viveram na Argentina (e não só).
O sacerdote, com uma anterior incursão poética, Poemas de Confissão e Denúncia, confessa no livro duas relações sexuais que manteve com mulheres e uma tentativa com um homem. Acrescenta que «No Vaticano vi coisas que me chocaram: os negócios, as rivalidades por cargos, as vendas pelo cardeal Ottaviani das fotos da agonia de Pio XII para o Washington Post. Ali todos sabiam que havia, em pleno Vaticano, prostituição masculina e feminina».
Numa entrevista ao periódico argentino Rio Negro o padre afirma que «Todo o tipo de literatura, ensaios, investigação histórica, etc., que denuncie o dogmatismo e o espírito acrítico com que se move há séculos a hierarquia eclesiástica, é considerado, dentro da Igreja, como uma obra de genética satânica…»
Acho que este padre (católico), idolatrado pelos seus paroquianos, concordaria com a maioria dos posts do Diário Ateísta…