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Papa na ONU

O Papa discursou hoje na Assembleia-Geral das Nações Unidas. Aos Estados-membros da ONU, Bento XVI apelou a uma acção colectiva contra os problemas mundiais, lamentando que sejam ainda tomadas decisões com base na posição de “um pequeno número de países”.

O Sumo Pontífice considera que a noção de consenso multilateral está “em crise, por continuar a estar subordinado às decisões de um pequeno grupo, quando os problemas do mundo pedem intervenções na forma de uma acção colectiva pela comunidade internacional”. Esta é uma questão já levantada por vários Estados-membros da ONU, nomeadamente os países em desenvolvimento, que criticam os poderes detidos pelas grandes potências na gestão de assuntos mundiais, nomeadamente no seio do Conselho de Segurança.

“As questões de segurança, os objectivos de desenvolvimento, a redução de desigualdades, a protecção do ambiente, de recursos e do clima, requerem que todos os responsáveis ajam de forma concertada e estejam prontos a trabalhar com base na boa fé, no respeito do direito, para promover a solidariedade com as zonas mais frágeis do planeta”, sustentou Bento XVI.

No seu discurso, o Papa lembrou ainda que todos os Estados têm “o dever primordial de proteger a sua população contra as violações graves e repetidas dos direitos humanos”, numa aparente referência a casos como o conflito na região sudanesa do Darfur. “Se os Estados são incapazes de garantir essa protecção, a comunidade internacional deve intervir através de meios jurídicos fornecidos pela Carta das Nações Unidas e outros instrumentos internacionais”, continuou Bento XVI.

O Sumo Pontífice chamou aos direitos humanos, nomeadamente a liberdade religiosa, “a linguagem comum e substrato ético das relações internacionais”, acrescentando que “a promoção dos direitos humanos é a melhor estratégia para eliminar desigualdades entre países e grupos sociais”.

Fonte: Público, 18 de Abril de 2008.

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