Vaticano reconhece segundo milagre de João Paulo II
«Em abril, os médicos do Vaticano reconheceram a cura inexplicável de uma mulher.»
Julgava-se que, com o papa Francisco, chegara ao Vaticano uma pessoa normal, que não podendo evitar o lóbi gay e a corrupção que o aguardavam, poderia ainda suspender os milagres já preparados para a indústria da santidade.
É um truísmo banal afirmar que «o que pode ser afirmado sem provas, pode igualmente negar-se sem provas», mas surpreende que no século atual ainda se inventem milagres para alimentar o comércio da fé.
Quando «a cura inexplicável de uma mulher» se transforma em milagre e se descobre logo o autor, há uma boa dose de superstição ou uma deliberada encenação do embuste.
Esqueçamos o Papa que perseguiu os teólogos da libertação, que os reduziu ao silêncio e que deixou à solta a Opus Dei, o negócio dos milagres e o encobrimento dos casos de pedofilia. Fica ainda a cumplicidade com Reagan e a proteção a Pinochet, cujos crimes silenciou ao contrário dos esforços para lhe evitar o julgamento. Não houve ditador sul-americano católico que não tivesse a sua bênção e ações contra o comunismo que não tivessem a sua subvenção pia sem escrúpulos sobre a origem do dinheiro.
A proteção ao arcebispo Marcinkus, cuja extradição impediu, para evitar o julgamento e a condenação que esclareceria a lavagem de dinheiro no Vaticano e a falência do banco Ambrosiano, era suficiente para manchar o pontificado de João Paulo II.
Quem protegeu os mais reacionários movimentos católicos, Opus Dei, Legionários de Cristo e Comunhão e Libertação, grandes contribuintes dos cofres do Vaticano, todos envolvidos em escândalos à escala planetária, apenas porque lutou contra o comunismo, não merece que lhe adjudiquem um milagre para o colocarem nas peanhas das igrejas e nos santinhos que distribuem pelos garotos do Terceiro Mundo.
Afinal, o Papa Francisco apenas continua o negócio por outros meios. A santidade é o estado civil e a profissão do velho celibatário, à semelhança dos seus antecessores.
Perfil de Autor
- Ex-Presidente da Direcção da Associação Ateísta Portuguesa
- Sócio fundador da Associação República e laicidade;
- Sócio da Associação 25 de Abril
- Vice-Presidente da Direcção da Delegação Centro da A25A;
- Sócio dos Bombeiros Voluntários de Almeida
- Blogger:
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- Avenida da Liberdade http://avenidadaliberdade.org/home#
- Colaborador do Jornal do Fundão;
- Colunista do mensário de Almeida «Praça Alta»
- Colunista do semanário «O Despertar» - Coimbra:
- Autor do livro «Pedras Soltas» e de diversos textos em jornais, revistas, brochuras e catálogos;
- Sócio N.º 1177 da Associação Portuguesa de Escritores
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