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Revolução no Vaticano

Foi divulgado há poucas horas um documento contendo as últimas vontades de Karol Wojtyla. Nesse texto, a que o «Diário Ateísta» teve acesso em primeira mão, o Papa delineou um programa para converter a ICAR numa mera associação da sociedade civil. O programa consiste em reconhecer a soberania da República italiana sobre o bairro do Vaticano, denunciar todas as Concordatas que a Santa Sé celebrou, decretar que a próxima eleição papal será feita por sufrágio universal entre todos os católicos comungantes, e anuncia ainda que a ICAR abdica, para o futuro, de qualquer forma de poder temporal, comprometendo-se a ocupar-se de assuntos puramente espirituais.
Instado a comentar este documento, José Policarpo declarou não estar surpreendido, e reiterou que ele contém «o verdadeiro e grandioso pensamento deste Papa». O Cardeal Patriarca acrescentou que se prepara para apoiar a campanha da Associação República e Laicidade pelo fim dos crucifixos na escola pública («a nossa religião só tem valor se for aceite livremente, e não quando é imposta», declarou) e prometeu que a ICAR portuguesa não irá interferir no próximo referendo sobre o aborto.
Não está confirmada a existência de um anexo a este documento em que Karol Wojtyla convidaria os sacerdotes católicos a deixarem de mentir sobre factos contraditos pela ciência e pela história.

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