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Etiqueta: Direitos Humanos

30 de Agosto, 2021 João Monteiro

Comunicado – Direitos Humanos no Afeganistão

Associação Ateísta Portuguesa preocupada com o desrespeito pelos Direitos Humanos no Afeganistão

A Associação Ateísta Portuguesa, perante os últimos desenvolvimentos políticos no Afeganistão, vem demonstrar a sua preocupação com uma governação por Talibans e das consequências sociais que daí poderão advir.

A Associação Ateísta Portuguesa defende e promove valores que crê universais, como os direitos humanos, o livre-pensamento, a democracia, a laicidade ou a igualdade de género.

Estes valores poderão estar em causa no Afeganistão com a chegada ao poder de um regime conhecido por aplicar a sharia, ou lei islâmica baseada no Corão, representando por isso mesmo um atentado à laicidade que consagra a separação da religião do Estado. Recordamos que se o governo Taliban instituir um Estado de inspiração islâmica com a adoção da sharia, as outras religiões serão perseguidas e os ateus poderão ser executados, sendo essas atitudes uma afronta ao Humanismo Secular.

Também nos preocupa o retrocesso de direitos que irão afetar as raparigas e as mulheres afegãs, nomeadamente no acesso à educação, ao trabalho e à sua presença enquanto agentes na sociedade. Quando os Talibans governaram o país no passado, as raparigas eram impedidas de estudar, as mulheres de trabalhar e os seus direitos e liberdades estavam limitados.

Perante isto, a Associação Ateísta Portuguesa apela às instituições políticas nacionais e internacionais que tomem ações políticas que minimizem ou revertam algumas dessas ações, como por exemplo:

a)      Reconhecimento do governo apenas com a garantia do respeito pelos Direitos Humanos e do investimento na educação das raparigas e de iguais oportunidades profissionais para homens e mulheres;

b)     Estabelecer ligações diplomáticas e realizar trocas comerciais apenas se estiver garantido o respeito pelos Direitos Humanos;

c)      Acolher os refugiados que procurem asilo no Ocidente.

Bem sabemos que a situação histórica e política no Afeganistão nas últimas décadas é complexa e que não pode ser reduzida a simplificações. Também sabemos que a manutenção das forças militares dos Estados Unidos da América em território afegão era de duração limitada e que deveria haver uma passagem gradual para uma autonomia afegã. Porém, sendo pragmáticos e face à situação atual, há que estar atentos aos desenvolvimentos políticos naquele país e exigir, junto das instituições políticas nacionais e internacionais, o respeito pelos Direitos Humanos e pela dignidade de todos os cidadãos.

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Imagem de Amber Clay por Pixabay
14 de Julho, 2020 João Monteiro

Liberdade de Pensamento

No dia 14 de Julho assinala-se o Dia Mundial da Liberdade de Pensamento, uma data importante para todos os Humanistas, como nós. Esta efeméride remete-nos para a Declaração Universal dos Direitos Humanos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, a 10 de Dezembro de 1948, como uma norma comum a ser alcançada por todos os povos e nações.

A este respeito, importa-nos considerar em particular o artigo 18º da DUDH, que dita o seguinte:

Toda a pessoa tem direito à liberdade de pensamento, de consciência e de religião; este direito implica a liberdade de mudar de religião ou de convicção, assim como a liberdade de manifestar a religião ou convicção, sozinho ou em comum, tanto em público como em privado, pelo ensino, pela prática, pelo culto e pelos ritos.

O direito à liberdade de pensamento seria um direito incompleto se não estivesse contemplado o direito à liberdade de expressão. Por isso mesmo, segue-se o artigo 19º, que indica o seguinte:

Todo o indivíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.

Lamentamos que, apesar dos avanços civilizacionais feitos no mundo, estes dois direitos, o da liberdade de pensamento e da liberdade de expressão, ainda não possam ser desfrutados por um número considerável de cidadãos no nosso planeta. De facto, ainda hoje, Humanistas e Ateus são perseguidos pela defesa das suas ideias, como tem vindo a ser denunciado por diversas organizações.

Sendo este um tema muito caro aos membros da nossa Associação, voltaremos a ele num futuro próximo.