27 de Junho, 2018 Carlos Esperança
Culturas
Tão próximas na areia que as juntou e tão distantes na liberdade que as separa.
Tão próximas na areia que as juntou e tão distantes na liberdade que as separa.
Há 43 anos faleceu monsenhor Josemaria Escrivá, indefetível apoiante do genocida Francisco Franco e fundador do Opus Dei, apoiante dos negócios políticos de João Paulo II, que levaram à falência fraudulenta do banco Ambrosiano e à criação de centenas de santos em Espanha, todos mártires do mesmo lado da guerra civil.
Teve uma vida ao serviço de Deus e do fascismo, acompanhou as tropas sediciosas a Madrid, e os seus devotos, a quem indicou o caminho, levaram à falência os impérios Matesa e Rumasa, para maior glória da prelatura e benefício dos desígnios do Monsenhor.
Mal refeito da defunção, fez três milagres, mais um do que era necessário para a santidade. O primeiro foi no ramo da oncologia, a uma freira, prima de um ministro de Franco, que morreu curada. Está nos altares e deixou um exército de prosélitos, apto a enfrentar o Islamismo e a subsidiar o Vaticano, onde, depois de dois pontífices amigos, o Espírito Santo iluminou mal os cardeais do consistório e lhes negou o terceiro.
Fundador de uma das mais reacionárias seitas católicas, usava o cilício como prova de amor ao deus que defendeu o generalíssimo, a monarquia, o catolicismo e o garrote, em Espanha.
O 25 de Abril, em Portugal, abalou-o na fé e na saúde. As eleições livres de 1975 só o deixaram viver mais dois meses. Também Franco, ditador até ao último sacramento, morreria menos de 5 meses depois do ora santo, bem confessado, melhor comungado e excelentemente ungido e cerimoniado, com o povo de rastos e a cumprir de joelhos as suas últimas vontades, quanto ao regime de Espanha e ao destino do cadáver.
Se Deus existisse, teria muitas contas a prestar.
Religião em aforismos
O substantivo “aforismo” designa um preceito moral, sentença ou máxima, popularmente designada por rifão ou adágio.
Os aforismos são frases sábias que desconcertam pela sua assertividade. As religiões assumem-se protectoras de valores morais… e muitas vezes praticam imoralidades.
A propósito desta realidade, o físico Steven Weinberg, disse: “Com ou sem religião, sempre haverá gente boa fazendo coisas boas e gente má fazendo coisas más. Mas, para que gente boa faça coisas más faz falta a religião”.
Eis alguns aforismos e ditos de pessoas célebres, sobre religião.
– Desde a origem da Humanidade surgiram tantas religiões como idiomas, umas 100.000, todas elas únicas e verdadeiras.
– A física quântica não é uma religião porque se baseia em leis fundamentais da Natureza, não pretende regular o comportamento humano.
– A religião é um placebo existencial. Funciona como aspirina da alma.
– Uma crença religiosa sempre se deixa confirmar por uma realidade, mas nunca se deixa desmentir por uma realidade.
– Toda a teologia contém uma contradição intrínseca: o estudo racional do irracional.
– A literalidade é a interpretação mais inquietante de todas as interpretações bíblicas.
– A religião é uma colecção insustentável de absurdos.
– Em religião existe o mistério e ninguém espera que deixe de sê-lo. Em ciência também existe o mistério, mas todos esperam resolvê-lo.
– A liberdade religiosa nasceu, cresceu e triunfou longe da religião.
– Deus é o único ser que, para reinar, nem precisa de existir (Boudelair).
– os homens da Igreja não pensam. Continuam a dizer aos 81 anos o mesmo que diziam aos 18 (Óscar Wild).
– Crer em milagres é crer que Deus, para fazer-se crível, manipula as leis que ele mesmo criou (Baruch Espinoza).
– Se por um deus se entender um conjunto de leis da física que regem o Universo, então esse deus existe… mas é emocionalmente insatisfatório… não faz sentido rezar à lei da gravidade (Carl Sagan).
– Sou contra a religião porque ela nos ensina a contentarmo-nos com a nossa incompreensão do mundo (Richard Dawkins).
– A ideia de Deus é um conceito antropológico que eu não consigo levar a sério (Albert Einsten).
– Se as pessoas são boas por temerem punição ou esperarem recompensa divina, então somos uma espécie lamentável (Albert Einsten).
(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)
Onofre Varela in Gazeta de Paços de Ferreira
Francisco Javier Martínez, arzobispo de Granada, España, ofreció consejos a las mujeres creyentes para que practiquen el sexo oral a sus parejas sin que “caigan en pecado”.
El prelado desató la polémica con su sugerencia vertida en el también polémico libro “Cásate y sé sumisa”, lanzado en diciembre pasado en Europa.
“Mujer, practicarás felaciones a tu marido siempre que te lo ordene. Pero cuando lo hagas, piensa en Jesús. Recuerda, no eres una pervertida”.
No es la primera vez que el Arzobispo causa controversia. En 2007 fue condenado por el Juzgado de lo Penal número 5 de Granada al pago de una multa de 3 mil 750 euros por un delito de coacciones (intimidación) que ejerció contra el sacerdote Javier Martínez Medina para que paralizara la publicación de un libro sobre la catedral de Granada.
En 2009, comparó el aborto con un “genocidio silencioso” en una homilía. Dijo que la nueva ley española sitúa a los profesionales sanitarios en situaciones “muy similares” a las de los oficiales de los campos de concentración nazi.
En relación con las violaciones, para el arzobispo granadino, “matar a un niño indefenso” y que lo haga su madre da a los varones “licencia absoluta” para abusar del cuerpo de la mujer.
También generó polémica cuando criticó la mentalidad de “pueblo subsidiado” de los españoles. El libro tiene la intención de convertirse en el “instrumento pastoral” con el que superar “la pérdida de la fe en la sociedad contemporánea”, el sexo matrimonial también es obra del Señor, y como tal, siempre se ha regido por las directrices de La Iglesia.
Texto completo en: https://www.lahaine.org/arzobispo-de-granada-el-sexo
Texto de Anthony de Mello (El canto del pájaro)
São cada vez mais os mortos que povoam os cemitérios e menos os vivos que ficam. Os jovens saíram pelas estradas que invadiram o seu habitat. Fugiram das courelas que irmãos disputavam à sacholada e à facada, dos regatos que secaram a caminho das hortas, da humidade que penetrava as casas e os ossos e da pobreza que os consumia.
Não há estímulo para permanecer. Não se percebe que as penedias tivessem custado vidas na disputa da fronteira, que homens se tivessem agarrado aos sítios e enchido de filhos as mulheres que lhes suportavam o vinho, a rudeza e os maus tratos.
Os tempos mudaram e os campos, abandonados, são pasto de chamas que lhe devoram a vegetação, no estio, e os entregam à erosão, no Inverno.
Os funerais são o momento de fazer o recenseamento dos que resistem. Nas missas, os padres, em via de extinção, debitam com ar sofrido a homilia, com pressa de passar à paróquia seguinte e sem coragem para falar do Inferno. Ora, sem medo, sem ameaças e sem convicção não há fé que resista ao ar lúgubre de uma igreja, ao frio do lajedo e às imagens que substituíram as antigas, que rumaram aos antiquários.
Falar de castidade a quem a idade condenou à abstinência, dos malefícios do aborto a quem passou há décadas a menopausa e na obrigação de aceitar os filhos que Deus mandar a quem já não é capaz de os gerar, é persistir em rotinas que a desatenção e a demência cultivam.
Vou frequentemente à Beira onde nasci. São poucas as pessoas que permanecem. O País inclina-se perigosamente para o mar com o interior despovoado, a caminhar para o deserto. Outrora, aquela zona foi um alfobre de gente; hoje é um cemitério de recordações, em vias de extinção.
A nossa incúria vai reduzindo Portugal a uma estreita faixa com mar à vista. Até o Presidente da República diz que devemos virar-nos para o mar. É uma forma de nos afogarmos de frente.
Publicado no JF em 21-09-2006
In Pedras Sousas – Ed. 2006 (esgotada)
Era assim em 2013, e hoje?
Em Portugal nem sequer nos dizem.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.