Loading
28 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Os bispos portugueses e a democracia

É injusto comparar o cardeal Tolentino de Mendonça, agora em vias de reabilitação pelo Governo Regional da Madeira, depois do sólido ódio que Alberto João Jardim lhe devotou, pela sua postura cívica e progressista, com o cardeal de Lisboa.

O bispo de Viseu que resignou voluntariamente em 2018, Ilídio Pinto Leandro, clérigo humanista e tolerante, era diferente do atual bispo do Porto, reacionário e provocador.

A Igreja católica não é monolítica e, neste momento, o Vaticano é uma referência para a paz e concórdia, quando os nacionalismos e as religiões se dão as mãos numa sangrenta aliança, islamismo, judaísmo, catolicismo, hinduísmo, protestantismo evangélico e, até, o budismo, que, não sendo um teísmo, acaba por ser referência espiritual.

Comparar o Papa Francisco com João Paulo II, amigo de todos os ditadores de direita, é erro clamoroso e uma injustiça que o atual pontífice não merece. Francisco não faz mais credível a crença, mas torna-a mais respeitável e respeitada.

Há nos bispos das duas maiores cidades portuguesas uma aparente nostalgia da ditadura e a gana belicista contra a democracia, que se revelam em mensagens e entrevistas com que se dirigem ao país.

Na guerra dos colégios privados coube a liderança ao cardeal Clemente que investiu de colete amarelo contra o Governo legítimo, que apenas lhe moderou a gula com que quis ir ao pote do Orçamento de Estado, para benefício dos seus estabelecimentos de ensino, esquecido do escândalo que representam as isenções fiscais e privilégios obscenos que a Concordata e a falta de coragem de sucessivos governos consentem à sua Igreja.

Em 24 de dezembro, nas quatro páginas que o Público lhe concedeu para uma entrevista (pg. 2/5), foi o bispo do Porto que disparou contra a democracia, parecendo um Cruzado, não um sucessor do honrado bispo Ferreira Gomes, que a ditadura exilou.

Manuel Linda, bispo criado por Bento 16, considerou o fim dos contratos de associação com os colégios da Igreja “das coisas mais dramáticas que aconteceram desde 1834”, num indisfarçável ódio ao liberalismo, ao comparar a contenção na úbere teta do Estado com a extinção das ordens religiosas em Portugal, implícita na data. É preciso topete!

“O Estado [ler ‘atual Governo’] não é pessoa fiável”, como se o fosse o ex-comandante dos católicos fardados com estrelas de general. Queixa-se de que a Igreja “pode receber [dinheiro] para fazer obras de remodelação em alguns monumentos, porque o Estado se apropriou deles, quer na altura do liberalismo, dos bens que eram das ordens religiosas, das igrejas concretamente, quer depois, em 1910. A Sé do Porto, teoricamente falando, é do Estado”. Na prática, é do bispo.

Não agradece o uso gratuito e a conservação, queixa-se de a Igreja estar a ser afastada, ao não lhe darem o indevido dinheiro do Estado, e acrescenta: “A nossa [da Igreja] carta fundacional, a nossa Constituição da República chama-se Evangelho”, como se o livro lhe outorgasse o direito aos dinheiros públicos e a lei, num país laico, o isentasse.

O posicionamento reacionário em relação à doutrina católica, é assunto que aos crentes diz respeito, mas os ataques à democracia e a volúpia pelos dinheiros públicos são um caso de vigilância perante um bispo em rota de colisão com a democracia.

Não há paciência para aturar primatas paramentados, mais próximos da Hungria e da Polónia do que do Vaticano.

27 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Ateu, graças a Deus

Há quem por graciosidade ou provocação goste de dizer aos que elegem a consciência como única fonte de valores, que são «ateus, graças a Deus».

E não é que têm razão? Deus é uma explicação por defeito para todas as dúvidas, uma boia para todos os naufrágios, um arrimo para todos os medos – especialmente, para a mãe de todos os medos –, o medo da morte.

Não fora a invenção desse ser imaginário, à semelhança dos homens que o criaram, não haveria necessidade do contraditório. Não há antítese sem tese, nem síntese sem ambas.

Os ateus não têm o direito de perseguir os crentes, tal como a estes não assiste o direito de molestar aqueles. Diferente é o combate de ideias, batalha que cabe aos crentes travar entre crenças ou contra o ateísmo e aos ateus contra as crenças.

É preciso ser destituído do mais leve resquício de humanismo para deixar sem combate a crença nas virgens que aguardam terroristas, os pregadores do ódio e os divulgadores da vontade divina que impõe normas de vestuário, tipos de alimentação e decapitações, por heresia, blasfémia ou apostasia.

A apostasia é um direito inalienável, seja em relação a um partido político, a uma crença religiosa ou a uma doutrina filosófica. Com que direito poderia um ateu perseguir quem, depois de o ter sido, optasse por ir a pé a Fátima, andar de rastos à volta de um ícone, ou intoxicar-se com incenso?

A blasfémia, que permanece no Código Penal português, é um anacronismo que não faz sentido. Um islamita não tolera uma caricatura de Maomé, ouvir um trecho de música ou ver Alá desprezado? Conforme-se, tal como os ateus quando escutam um cardeal a considerar o ateísmo como a maior tragédia da Humanidade.

Idiota, tolice grossa, é animar uma maratona pia, uma peregrinação a Fátima “contra o ateísmo”, a peregrinação de 13 de maio de 2008, chefiada pelo cardeal Saraiva Martins. Tinha esse direito, porque a peregrinação não foi contra os ateus, que são pessoas, foi contra uma ideia – o ateísmo –, mas revela um carácter belicista a lembrar as Cruzadas.

O livre-pensamento e a liberdade de expressão são mais importantes do que as crenças particulares. Ao Estado, cuja neutralidade é uma exigência democrática, cabe apenas defender a livre expressão de todas as crenças, por mais idiotas que sejam, desde vacas sagradas à transubstanciação das hóstias em corpo e sangue de um judeu defunto, sob o efeito de sinais cabalísticos executados por um clérigo ungido e com alvará.

Mais importante do que qualquer crença é a confiança na Humanidade e na capacidade desta para se transformar e melhorar. Nessa tarefa podem ateus e crentes dar-se as mãos.

26 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Maçonaria e Opus Dei – PAN, Teresa Leal Coelho e ASJP

O PAN vai apresentar um projeto em que os titulares de cargos políticos e altos cargos públicos declarem a “filiação ou ligação a organizações ou associações de caráter discreto [como a Maçonaria e a Opus Dei] em sede de obrigações declarativas”. (Lusa, 14-12-2019)

Teresa Leal Coelho, vereadora do PSD, exige a quem exerce funções de poder “que se exponha na sua integralidade no que respeita aos compromissos e fidelidades a que está vinculado, através de um registo de interesses detalhado”. (Expresso, 21-12-2019)

A Associação Sindical de Juízes Portugueses (ASJP) aprovou, há cerca de uma década, um compromisso ético em que defendeu que “o juiz não deve integrar organizações que exijam aos aderentes a prestação de promessas de fidelidade ou que, pelo seu secretismo, não assegurem a plena transparência sobre a participação dos associados”.

O PAN, sem consistência ideológica, para além da defesa meritória dos animais, propõe apenas que quem queira declarar a sua pertença a uma associação “de carácter discreto” o possa fazer, como se estivesse vedado a alguém fazê-lo. Enfim, prova de existência!

Teresa Leal Coelho, com outras responsabilidades, depois de aludir ao contributo que a maçonaria prestou em ditadura, apesar de proibida, quer que cada membro declare a sua filiação em organizações legais (Maçonaria ou Opus Dei), surpreendendo que exclua as Igrejas e outras associações de carácter social, desportivo ou cultural.

A ASJP, que muitos temem mais do que o Opus Dei ou a Maçonaria, e sem que os seus associados se obriguem a declarar pertencer-lhe, quer que os membros das associações legais, ao contrário das dúvidas que levanta uma associação sindical de membros de um órgão da soberania, divulguem a sua inscrição.

O PAN, TLC e ASJP ignoram que o Estado não pode fazer tal pergunta e mostram que, tal como a ditadura, não respeitam a liberdade de consciência que o Art.º 141 da CRP garante.

Delirante foi a declaração do presidente da ASJP, Mouraz Lopes, em 2009, ao defender que “os juízes que pertencem à maçonaria devem comunicá-lo ao Conselho Superior da Magistratura e pedir escusa em causas que envolvam maçons”. Ignora-se como um juiz pode saber se o arguido é ou não maçon, estranha-se que apenas o mova a perseguição à maçonaria e teme-se que o sindicalista pense numa polícia para informar quem é maçon aos juízes maçons.

Urge desconfiar da falta de isenção de um juiz católico para julgar um arguido católico, de um sportinguista para mandar para a cadeia um pedófilo ou traficante do seu clube, de um budista para julgar outro, ou, pior, do risco que corre um muçulmano julgado por um juiz hindu, de um adepto do FCP a ser julgado por um benfiquista, ou de um juiz do Opus Dei a poder decidir sobre a liberdade de um maçon?

O O. D., legal e pouco recomendável, reagiu dizendo que a Maçonaria foi excomungada por um Papa, sendo pecado pertencer-lhe, e a Obra tinha aceitação papal e estava ao seu serviço, isto é, de uma potência estranha à UE, e ao abrigo da Concordata.

Um destes dias seremos de novo obrigados a declaração semelhante à 27.003, “Declaro por minha honra que estou integrado/a nos preconceitos do PAN, da Dr.ª Leal Coelho e da ASJP, com ativo repúdio de todas ideias que os citados considerem subversivas, com ativo repúdio da Maçonaria, do Opus Dei e de outras associações discretas».

25 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Natal

A primeira notícia era falsa, mas se tivesse acontecido ser menina a misoginia não persistiria e teria sido menos dolorosa a caminhada da mulher para a igualdade…

…mas hoje não haveria bacalhau e filetes de polvo em muitos lares portugueses.

22 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Desejo a tod@s um Feliz Solstício de Inverno – 22 de dezembro de 2019 – 04H19

Quando os deuses e deusas foram criados à medida dos anseios e medos humanos, eram bem mais variados nas formas e na substância com que eram idealizados em diferentes latitudes e culturas.

Na Idade de Bronze, os patriarcas de tribos nómadas inventaram o deus único para todas as angústias e medos, sonhos e pesadelos, amores e ódios, criado à sua imagem e semelhança, a exigir imolações bárbaras, para acabar resignado às orações e aos óbolos necessários para alimentar a multidão de funcionários que lhe preservaram a memória e a moldaram ao longo da História e ao sabor dos costumes.

Há dois mil e vinte e seis anos, em data ignorada e local diferente do que lhe atribuíram, foi registado na Palestina o único deus verdadeiro, à semelhança de deuses mais antigos, parido de mãe virgem, no solstício de inverno, judeu circuncidado, hábil em pregações e milagres.

A primeira cisão do judaísmo, nascida do golpe de génio de Paulo de Tarso e tornada consistente pela necessidade de Constantino unificar o Império Romano, criou um deus universal, o mais benigno e terno ícone monoteísta. Tornam-se irrelevantes a genealogia do novo deus, os milagres que obrou e as parábolas que lhe adjudicaram.

Na data que lhe deram para o nascimento, é noite de esquecer as tragédias e lembrar, no milagre do parto, o prodígio da vida, e fazer da alegria do ágape a festa da família, e do primeiro dia do ano, no calendário gregoriano, o Dia da Fraternidade Universal.

Feliz Solstício de Inverno e Bom Ano de 2020, car@s amig@s, e exonerem a santidade da ceia de todos os pecados, votos que estendo a tod@s @s crentes de deuses nascidos a 25 de dezembro ou em quaisquer outros dias, e aos que descreem de todos. Deixo ainda as minhas saudações republicanas, ateístas e democráticas.

P. S. – Façam como eu, não agradeçam, vão para dentro e agasalhem-se. No rescaldo do Temporal Carlos e da Depressão Elsa, vem aí o moderado Fabien, mas as pneumonias espreitam. Em cada solstício de inverno, há outro, de verão, no hemisfério oposto, e variam ao ritmo do movimento de translação da Terra.

19 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

Boas-festas

Desejo a todos os crentes em deuses nascidos a 25 de dezembro saudações natalícias. Aos outros, desejo igualmente uma festa de família feliz, com saudações republicanas, laicas e democráticas.

18 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

A canonização de madre Teresa de Calcutá

Madre Teresa de Calcutá a caminho da canonização

A notícia de que o papa Francisco reconheceu a cura de um homem que sofria de tumores cerebrais provocou imenso júbilo nos devotos do costume.

Soube-se em 18 de Dezembro do Ano da Graça de 2015, que o homem curado por Madre Teresa é um brasileiro que esteve em fase terminal e recuperou, em 2008, na diocese de Santos, no litoral de São Paulo.

Segundo as notícias, «Parentes rezaram e pediram ajuda à Madre Tereza, e o homem recuperou, deixando os médicos sem explicações». Não se percebeu se foi o homem que abandonou os médicos, sem explicações, ou estes que não as souberam dar, mas, para o milagre, foi igual.

Foi mais um milagre na área clínica, vocação dos defuntos católicos que jamais entram no campo da economia, da física quântica ou da nanotecnologia.

Madre Teresa, adversária do preservativo e fervorosa auxiliar do Papa João Paulo II na teologia do látex, pensava que era na dor que os pecadores encontravam a redenção e, por isso, contrariava o uso de analgésicos em doentes terminais.

Após recente defunção (F. 1997), aprovada nas provas para ‘beata’, em 2003, defendeu a canonização em 4 de setembro de 2016, com tese já aceite e dispensada de comparência, 19 anos após a sua morte.

A beatificação tinha sido defendida com um milagre reconhecido em 2002, adjudicado a madre Teresa, cura de uma mulher de 30 anos, de Bangladesh, Monika Besra, que sofria de um tumor abdominal.

Apesar do êxito da defunta na área da oncologia, em dois continentes diferentes, não se esperam outros milagres. Os defuntos depois de obrarem os milagres obrigatórios para a canonização, dão-se ao eterno ócio e fazem como os catedráticos que, após a homologação do concurso, nunca mais apresentam qualquer trabalho.

O Deus de Madre Teresa podia ter evitado ao miraculado os vários tumores cerebrais, mas impediria que madre Teresa, a pedido, lhos removesse em sepulcral telecirurgia.

Foi canonizada em 4 de setembro de 2016 pelo Papa Francisco.

17 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

As crenças, os crentes e a convivência pacífica

Há meia dúzia de anos fui convidado para um colóquio realizado sob os auspícios do «diálogo inter-religioso», circunstância que me fez refletir sobre a oportunidade da presença ateia num simpósio onde as conferências seriam proferidas por um budista, um judeu, um católico (padre), um protestante evangélico e um ateu.

Refletindo sobre o amável convite e, depois de ter pensado se a conferência de um ateu faria sentido, no âmbito de um diálogo inter-religioso, cheguei à conclusão de que, se alguém estaria a mais, seriam os crentes.

Lembrei-me do automobilista que ia em contramão na autoestrada e que, ao ouvir pela rádio que um condutor circulava do lado errado, pensou que eram todos. Acontece que no pensamento, tal como na condução, a verdade não se determina pelas maiorias. Não era por todos pensarem que o Sol girava à volta da Terra que Galileu estava errado ou a Terra interrompia o movimento de rotação.

Seja quem for que detém a verdade, aspeto que agora enjeito, pensei, e penso, que é mais fácil o diálogo entre quem não tem qualquer crença e mudará de opinião, se os factos ou a ciência o justificarem, do que entre os crentes, com verdades absolutas, irrevogáveis e eternas.

Os crentes estão cheios de certezas e os ateus crivados de dúvidas. Como método, parto do princípio de que todos podem ter razão ou de que esta não asiste a ninguém. Por isso entendo que a verdade não é passível de escrutínio. Esta postura serve-me no ateísmo e na política. A liberdade foi excomungada por Pio IX, o Islão julga-a obra de Satanás e os totalitarismos um furúnculo que corrói o poder absoluto.

Sem prejuízo das convicções profundas que me animam não abdico do contraditório. A intolerância nasce das verdades absolutas e da certezas eternas.

No fim desse colóquio, enquanto um dos crentes se furtou ao almoço, levando consigo o ódio, e outros crentes me olhavam com azedume, eu olhei-os com bonomia porque não combato crentes, apenas as crenças.

16 de Dezembro, 2019 Carlos Esperança

José de Anchieta, os milagres e a santidade

José de Anchieta, espanhol de famílias ricas, amigo de Inácio Loyola, depois de várias peripécias, acabou a evangelizar o Brasil, que é a forma com que se designava a conversão à força, naqueles tempos em que se levava em uma das mãos a cruz e na outra a espada.

O padre Anchieta ensinou latim aos índios, língua que não os fez eruditos, mas tornou-os cristãos. O padre José de Anchieta, com outros jesuítas, começou o difícil trabalho de conversão, catequese e educação com índios tapuias, pouco dados à cultura e à devoção, sobretudo devido aos assassinatos e pilhagem das suas aldeias, bem como às tentativas de escravização das tribos indígenas, ao longo da costa, pelos colonos portugueses.

José de Anchieta, em defunção desde 9 de junho de 1957, tornou-se padroeiro do Brasil e, dadas as funções, entendeu João Paulo II, quando agilizou a indústria da santidade, elevá-lo a beato, em 22 de junho de 1980.

Os brasileiros, isto é, o cardeal arcebispo de Aparecida, contente com a distinção, quer agora a canonização do ex-aluno do Real Colégio das Artes de Coimbra, ora património da Humanidade. O padroeiro popular do Brasil não pode ser menos do que o indefetível apoiante de Francisco Franco, Santo Escrivà e numerosos defuntos de duvidosa virtude. Nisso têm razão.

O processo de canonização do beato Anchieta, encalhado à espera de um milagre, acelerou há seis anos, após a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) ter mandado uma carta ao papa Francisco pedindo que o Apóstolo do Brasil seja declarado santo. Então foi, porque «O prefeito da Congregação para a Causa dos Santos, cardeal Angelo Amato, pediu que fosse encaminhada, no mais breve tempo possível, a Positio, texto com a biografia de Anchieta, a relação de prováveis milagres e provas de fama de santidade» – segundo a Tribuna do Norte, dessa altura.

Ora, fama de santidade era o que mais tinha. A santidade veio em 3 de abril de 2014 para compensar o défice de santos do Brasil.