4 de Outubro, 2020 Carlos Esperança
O problema das religiões
O problema das religiões não está nas fábulas que contam ou na liturgia que praticam, o problema insolúvel, a tragédia da sua existência, reside na fanatização que incita os crentes para a ação.
Não prejudica ninguém que um católico acredite na virgindade de Maria* ou no voo de Jesus para o Paraíso, a desgraça está no proselitismo para persuadir disso a concorrência e anatematizar os que desprezam a sua fé.
Que os muçulmanos detestem a carne de porco, como eu abomino cebola crua, não traz qualquer problema à humanidade, mas quando o opúsculo terrorista os convence de que devem matar os infiéis, isso já é problema grave e um crime contra a Humanidade.
Os judeus das trancinhas podem descansar ao Sábado e pensarem o que entenderem do Messias que aguardam, mas a gravidade do que pensam está toda no sionismo.
A fé não passaria de uma treta inofensiva se os crentes não se achassem na obrigação de converter incréus, de acossar outras crenças e de intoxicar crianças com as suas.
Deus podia ter sido uma criação interessante, como as deusas gregas ou as sereias, mas tornou-se um detonador do ódio e está na origem de guerras e interditos.
«A doutrina segundo a qual a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por especial privilégio de Deus Omnipotente, com vista aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mácula do pecado original, é revelada por Deus e deve por isso ser acreditada por todos os fiéis, firmemente e com constância». (Pio IX, in Bula Ineffabilis Deus — 08-12-1854).*
**Depois disto cessaram as discussões ginecológicas sobre a Virgem Maria.