A 13 de maio… (música)
Anda a ICAR a promover a fraude pia, os padres que ainda restam a arregimentar créus para o centenário do embuste, as máquinas das dioceses a promover excursões no 13 de maio para verem o CEO da multinacional da fé,
… e, depois,
estragam tudo com o testemunho da Zita Seabra e de outras.
As instituições que operam à margem do escrutínio público e do controlo judicial, tornam-se incompatíveis com o Estado de Direito.
As instituições de direito canónico tanto podem permitir o poder arbitrário dos bispos como o exercício discricionário da madre superiora de um convento de freiras ou do superior de uma casa de reclusão de frades.
É impossível saber se as pessoas que numa determinada altura se comprometem à clausura e a outras regras de discutível legitimidade, permanecem eternamente de livre vontade, e se o que é exposto como renúncia voluntária a direitos inalienáveis não passa de cárcere privado.
Os conventos irlandeses foram os principais aceleradores do processo de secularização em curso, tal a dimensão dos escândalos, a prepotência sobre as vítimas e o sadismo que vieram a público.
Já conhecíamos o encerramento de conventos por ordem judicial e a libertação de freiras que os tribunais devolveram à vida normal depois de muitos anos de sofrimento e humilhações.
A descoberta de esqueletos de largas centenas crianças de tenra de idade saltam agora do armário do sigilo pio para vergonha das instituições religiosas e horror das pessoas normais.
É o começo de um filme de terror num antro da fé e da reclusão que certamente se multiplica pelos vários conventos de freiras da piedosa Irlanda.
O Papa Francisco não merecia que lhe servissem mais este pesadelo.
“As pessoas que querem compartilhar as visões religiosas delas com você, quase nunca querem que você compartilhe as suas com elas.”
(Luiz Fernando Veríssimo)
A islamofobia, à semelhança de qualquer outra fobia, é doença do foro psiquiátrico, que exige terapia adequada. O medo do Islão é um reflexo legítimo de conservação, face ao perigo da religião política e do proselitismo demencial da jihad estimulado pelo Corão. Urge compreender a diferença e tomar precauções.
A UE tem matriz judaico-cristã, mas foram a luta contra o poder clerical e a progressiva secularização que fizeram a síntese entre os direitos individuais e a solidariedade social, através de Estados democráticos. A Declaração Universal dos Direitos Humanos não nasceu nas sacristias, e o respeito pelos seus trinta artigos deve ser imposto a todos os que vivem dentro das fronteiras dos Estados democráticos, crentes ou não crentes.
A aceitação de muçulmanos, como, aliás, de praticantes de qualquer outra religião, culto ou filosofia não exige a aprovação das crenças. O respeito aos crentes não se estende às suas crenças. O combate ideológico ao Islão é tão essencial como o foi, no passado, ao catolicismo, ao calvinismo e a todas as crenças que não desistiam da conversão dos que as recusavam. E como pode voltar a ser!
A Alemanha, o único país europeu com um memorial às vítimas do nazismo, expiou a crença na raça superior e na bondade da eugenia e do antissemitismo. Hoje, é paladina da integração dos refugiados. Sob pena de renegarmos a civilização, temos o dever de os aceitar dentro das capacidades económicas e sociais da Europa para os integrar.
Ontem, as autoridades alemãs encerraram a mesquita salafista “Fussilet 33”, em Berlim, uma escola de terrorismo que produziu quadros para o Estado Islâmico e cuja interdição pecou por tardia. Aliás, não há qualquer justificação para que as religiões sejam tratadas de forma diferente de quaisquer outras associações. A monitorização policial e a repressão devem ser proporcionais à perigosidade, dentro dos limites do Estado de Direito.
Afirmar que todas as religiões são pacíficas é uma mentira hipócrita e cínica. Insistir na mentira e na hipocrisia é comprometer o futuro da civilização e desistir da democracia.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.