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4 de Setembro, 2004 Mariana de Oliveira

Hoje é dia de ENA

Vivemos num Estado de Direito Democrático e, no entanto, temos uma Concordata com a Santa Sé.

Nas nossas escolas públicas existe uma disciplina denominada Religião e Moral, leccionada por mulheres e homens muito pios e pagos com o dinheiro dos nossos impostos.

Nas cerimónias públicas, bispos, cardeais e outros postos da hierarquia da Igreja ocupam um lugar de destaque no protocolo.

As novas obras públicas são benzidas, na sua inauguração, com água benta.

Vemos decisões governamentais e legislativas tomadas tendo por base conceitos morais, pertencentes a um grupo restrito de pessoas.

Todos os dias somos confrontados com ingerências da religião na esfera pública, que

devia ser alheia a essas questões, que apenas dizem respeito a cada cidadão.

O nosso país é visto pelos nossos pares europeus como um pedaço de terra retrógrado, atrasado e conservador.

Mas o problema da religião não se fica pelo nosso pequeno pedaço de terra à beira-mar plantado. No mundo vemos, todos os dias, o que a religião pode fazer se se transformar num centro de poder e de influência: os terroristas islâmicos, o sistema de castas indiano, a condenação do divórcio, dos métodos contraceptivos, da pesquisa científica em determinados casos, a manutenção de desigualdades por motivos de sexo, a discriminação dos homossexuais.

É por estes motivos que é importante lutar contra o conformismo instalado na sociedade. É imperativo demonstrar que nem todos somos iguais. Por isso é que este segundo Encontro Nacional de Ateus adquire um profundo significado, porque nos negamos a seguir o rebanho, porque queremos que a religião deixe de justificar atrocidades, porque queremos Estados laicos que respeitem todos, independentemente do credo.

Post Scriptum: infelizmente não pude estar presente neste segundo Encontro Nacional de Ateus. No entanto, espero que tenha sido frutuoso e que a ideia da criação de uma associação tenha conhecido progressos.

4 de Setembro, 2004 Mariana de Oliveira

ENA2 na imprensa I

Ateus tentam criar associação nacional

Contra o ensino da religião nas escolas públicas, mas também contra a Concordata, um grupo de ateus reúne-se hoje em Lisboa naquele que é o segundo encontro nacional e do qual poderá sair uma associação ateísta portuguesa.

Segundo Ricardo Alves, um dos responsáveis e membro fundador da Associação República e Laicidade (ARL), o encontro, que reunirá cerca de 27 pessoas, foi organizado «por um grupo de cidadãos preocupados com a necessidade de união entre ateus».

Para Ricardo Alves, durante este encontro poderão surgir as bases para uma associação nacional de ateus, uma questão que já tinha sido discutida no primeiro encontro, em Dezembro passado, em Coimbra. «Em Portugal deverão existir pelo menos 250 mil ateus», explicou o fundador da ARL, tendo como base os censos de 2001, quando foi esse o número de pessoas que se declarou sem religião.

Além da possível constituição de uma associação, os ateus vão debater a Concordata, um documento que regula as relações entre o Estado português e a Santa Sé, e com o qual discordam frontalmente. «A Concordata é uma subtracção de direitos do jogo democrático», referiu Ricardo Alves, salientando que aquele acordo entre a Santa Sé e o Estado concede «privilégios» à Igreja Católica.

Igualmente contra a educação moral e religiosa nas escolas públicas, os ateus explicam a sua posição por não acreditarem em qualquer tipo de Deus. «Os deuses são criações da imaginação dos homens como quaisquer outras abstracções», frisou Ricardo Alves.

O ateísmo junta pessoas que partilham ideias como o cepticismo, o agnosticismo ou o laicismo, todas elas valorizando a humanidade e a vida na Terra como um bem natural, sem qualquer intervenção divina. Os ateus não acreditam que Deus existe. «Simplesmente não encontramos motivos para crer», dizem.

in Diário de Notícias, 04 de Setembro de 2004

4 de Setembro, 2004 jvasco

Excelente ENA2!

Adoraria estar presente no segundo encontro nacional de ateus. Infelizmente não vou poder comparecer porque (felizmente) estou quase do outro lado do planeta. Tenho estado estes dias na Australia, de férias, as quais têm sido adoráveis. Por outro lado é por essa razão que não tenho escrito artigos, já tenho a minha caixa de correio electrónico cheia, e não tenho participado no fórum de discussão.

Mas não queria deixar passar a oportunidade de desejar um excelente ENA a todos aqueles que decidirem participar. Que seja interessante, agradável e frutuoso.

4 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

Mensagem para o II Encontro Nacional de Ateus

Não há democracia sem pluralismo, condição difícil onde a religião influencia o aparelho de Estado e impossível onde dele se apropria. A teocracia é o mais deplorável e cruel exemplo.

As religiões, TODAS, reivindicam para o seu Deus, único verdadeiro, o monopólio do transporte das almas para o Paraíso. Os crentes são prosélitos a quem cabe corrigir os erros (pensamento diferente) e evangelizar os infiéis (submeter os outros), aos ditames dos seus próprios preconceitos.

A fé é sempre intolerante. Transforma diferenças em divergências, opiniões em erros e livre-pensamento em heresia.

Os princípios religiosos chamam-se mandamentos e a sua origem é atribuída à revelação divina. Ora, havendo conceitos diferentes entre as várias religiões, ou dentro de cada uma delas, os fanáticos dispõem-se a erradicar os erros alheios. Conforme as condições, castigam o réprobo ou amaldiçoam o ímpio. Se tiverem força, convertem o herege.

Matar não é delito, se for um acto de piedade para purificar o mundo e agradar a Deus. Qualquer crime cometido com motivações religiosas, por mais hediondo que seja, é um acto de devoção, favor com que se agradece o privilégio da verdade incontestável.

Quando a religião extravasa o domínio do privado, compromete a liberdade. O cristianismo, que o Papa tanto exalta, foi durante muitos séculos o algoz dos povos que converteu, «numa das mãos a espada, na outra a cruz». Com a ferocidade de quem tem a certeza da verdade, com o arrojo de quem se julgava ungido pelo único Deus genuíno, com a boçalidade de quem conhecia mal o mundo mas sabia de cor a bíblia, os missionários perseguiram, torturaram e aniquilaram os que não tinham a sua religião.

O cristianismo medieval foi, por acaso, mais benevolente do que o islão radical, que lança hoje os crentes no martírio, na piedade e no crime? Abominou a escravatura, as fogueiras e a tortura?

Os papas, veja-se o actual, são substancialmente diferentes dos talibãs? Alguém diz ao último ditador europeu que não tem procuração de Cristo, não é detentor da verdade absoluta e, sobretudo, não lhe assiste o direito de impor os seus preconceitos para além da comunidade que lidera?

Ninguém convence os hierarcas religiosos de que a discriminação da mulher é um crime, mas, se essa é a vontade de Deus, não há outro remédio senão contrariar-lhe a vontade e os preconceitos e corrigir os desvarios divinos. E como Deus não tem feito prova de vida, é aos seus mandatários que o respeito pelos princípios humanistas, direitos do Homem, igualdade dos sexos, pluralismo e liberdade têm de ser impostos.

Na Grécia, a obrigatoriedade de os Bilhetes de Identidade mencionarem a religião manteve-se até 2001, B.I. que, dado o carácter vitalício, continuarão a exibir a religião dos respectivos titulares ainda por muitos anos. A obrigatoriedade do baptizado e casamento religioso só foi abolida em 1983, pelo governo socialista, o que se coadunava com a Constituição, outorgada «em nome da Indivisível e Santíssima Trindade».

Em Espanha, sob o Governo de Aznar, o ensino da religião nas escolas públicas permaneceu obrigatório. E a crispação eclesiástica faz-se sentir contra as medidas de laicização em curso.

Na Irlanda, sob a mais pia Constituição da União Europeia, aprovada «Em nome da Santíssima Trindade de Quem advém todo o poder e perante Quem todos nós, indivíduos e Estados, prestamos contas em última instância…», tem sido difícil e lenta a libertação do poder asfixiante da ICAR.

Na América do Sul, o acesso ao divórcio tem sido interdito ou dificultado, sob forte pressão da ICAR. A despenalização do aborto, mesmo face ao risco de vida da mãe, às malformações do feto ou na sequência de violações, tem encontrado a feroz oposição da Igreja. O pluralismo religioso é fortemente combatido pelo proselitismo católico, tendo apenas sido abertas algumas brechas, a favor de correntes protestantes, graças à hegemonia económica, política e cultural dos EUA.

Os chilenos só em Novembro próximo terão direito ao divórcio, direito que a ICAR combateu até ao limite das suas possibilidades.

Paulo VI, que desprezava as mulheres, embora tivesse particular carinho pelos homens, interditou a pílula às mulheres em 1968 na sua encíclica Humanae Vitae.

A perseguição aos homossexuais é outra das taras religiosas particularmente virulenta na ICAR, quiçá por razões que pertencem ao domínio da psicanálise.

A ICAR glorifica a dor, faz a apologia do martírio e apresenta o Papa como apóstolo da paz (que dirão as bósnias violadas, proibidas de abortar por JP2, ou as vítimas do genocídio ruandês), mas o último ditador europeu não disfarça a frieza brutal que é seu apanágio.

A liberdade de expressão, os direitos humanos ou a igualdade entre os sexos não constam do léxico papal. São outras obsessões que alimentam os seus delírios místicos – a virgindade e a castidade – únicas respostas que encontra para a bomba demográfica que ameaça a sobrevivência do planeta. O preservativo e a contracepção são os ódios de estimação para quem sabe que a miséria e o sofrimento são o húmus onde medra a fé e se desenvolve o poder eclesiástico.

A evangelização cristã foi um acto de colonialismo que destruiu culturas indígenas para as submeter à servidão da cruz. Não se distingue do proselitismo islâmico, que hoje raia a paranóia, desesperada reacção de uma civilização falhada, estertor violento da decadência árabe. Assemelha-se ao judaísmo ortodoxo que continua convencido de que a Tora lhe confere direitos territoriais sobre a Palestina. O Induísmo não consegue libertar-se do odioso regime de castas.

É ocioso prosseguir.

Não há religiões boas, há perversões de que abdicam sob pressão do humanismo, crimes de que desistem face à ânsia de liberdade e de igualdade que povoa o coração dos homens.

Em relação à fé é preciso combater a droga, não as vítimas, e erradicar a doença sem molestar os doentes. Os crentes são vítimas, angariados muitas vezes à nascença, para a lavagem cerebral que perpetua os valores ignóbeis dos parasitas de Deus.

O ateísmo recusa o proselitismo mas não renuncia ao combate pela liberdade nem à luta contra o obscurantismo.

Este encontro é a prova da nossa determinação.

4 de Setembro, 2004 pfontela

O Islão «soft»

Todos nós pensávamos que o Irão era uma teocracia conservadora, opressiva que está fechada ao mundo, mas estávamos errados. De facto, de acordo com um grupo islâmico extremista, o governo de Teerão é brando, está em vias de ser colonizado pelos EUA, Grã Bretanha e Israel e, como se isto não fosse suficiente, ainda incentiva à prostituição e ao desvio da única moral correcta, a do Alcorão. E tudo isto porque (horror dos horrores) algumas raparigas usam lenços coloridos. E muitas chegam mesmo à devassidão de usar jóias.

Estes são os mesmos senhores que, quando houve manifestações estudantis, foram vistos a agredir pessoas, mas, como é para defender os «bons costumes», não há problema. Esta é mais uma situação que quase grita a necessidade urgente de uma secularização nos paises islâmicos para que finalmente possam existir liberdade e progresso, para que saiam da idade das trevas em que se encontram mergulhados.

3 de Setembro, 2004 André Esteves

Desatar o nó do luto



A familiaridade vem com a experiência. E a morte não foge a esse padrão.

Infelizmente, as sociedades moldadas pela religião cortejam a morte, esquecendo-se dos vivos. O luto, que não é mais do que aceitar as consequências da morte dos nossos entes queridos tornou-se um fenómeno esquecido e muito subestimado na sua capacidade de criar sofrimento e dor.

José Eduardo Rebelo é ateu e professor na Universidade de Aveiro, no Departamento de Biologia, sendo um investigador internacional na área da ictiologia (estudo de peixes).

Num terrível acidente de viação morreram-lhe esposa e filhas.

No posterior processo de luto, aprendeu o que pôde para lidar com a sua perda, inclusive frequentando um mestrado de psicologia e fundando um grupo de auto-ajuda que evoluiu para uma associação: a Apelo – Apoio da Pessoa em Luto que funciona tanto na Internet, como na região de Aveiro.

Este livro é um esforço pessoal de José Rebelo para resolver um problema: a inexistência de um livro onde se pudesse encontrar informação que permitisse compreender e resolver a evolução do processo de luto. É um guia útil e fonte de informação pessoal para aprender a lidar com os sentimentos de perda que acompanham a morte de um ente querido.

Poderá encontrá-lo na sua livraria, edição da Editorial Notícias.

O número de livro (ISBN) é o 972-46-1536-7.

Publicaremos no futuro uma pequena entrevista com José Eduardo Rebelo, iniciando uma nova série de artigos no Diário de uns Ateus, em que entrevistaremos ateus portugueses com iniciativa e papel social.

3 de Setembro, 2004 Carlos Esperança

Pilotos aviadores procuram protecção da Sr.ª do Loreto

Paulo Marques, em reportagem no Jornal do Fundão, de hoje, dá-nos conta da dívida que a aviação tem para com a Nossa Senhora do Loreto, padroeira universal da aviação, residente em Alcafozes, concelho de Idanha-a-Nova.

Na festa deste ano, estiveram, entre outros, representantes da Força Aérea, – general Moreira, natural do concelho de Idanha e o capelão daquele ramo das forças armadas padre António Oliveira – «num gesto de respeito pela imagem e de pedido de protecção para todos aqueles que enfrentam os céus, desde pilotos, tripulantes e passageiros».

Dos quatro dias de festa, a segunda-feira foi o mais importante «com a realização às 11 horas da missa campal celebrada pelo padre Adelino acompanhado pela guarda de honra da Força Aérea Portuguesa. Seguidamente teve lugar a procissão que foi sobrevoada por quatro aeronaves Alfa Jet da base n.º 11 de Beja» – informa o jornalista do JF.

« No final, como é tradição, foram lançadas milhares de pétalas sobre o andor, havendo também acrobacia aérea e lançamento de foguetes. Seguidamente, rezou-se a prece dos aviadores: (Ó Maria, rainha do céu, gloriosa padroeira da aviação, ergue-se até vós a nossa súplica? Em vós depositamos a nossa confiança? Sabemos a quantos perigos se expõe a nossa vida; velai por nós?)». O general Moreira, mostrou-se satisfeito com a festa: «a Força Aérea tem muito prazer em estar aqui e penso que continuará a honrar esta tradição», disse ao JF, salientando que a instituição faz-se representar há alguns anos a esta parte, desde os anos 50, pois pede protecção à virgem do Loreto.

Comentário: Com a Marinha de Guerra no alto mar, em defesa da moral e dos bons costumes, e a Aviação destacada para Alcafozes, a atirar pétalas ao andor da Sr.ª do Loreto, o casto ministro da Defesa vai percorrendo o caminho da beatificação, enquanto Portugal fica à mercê de contrabandistas e traficantes da droga. Mas, a alma está primeiro.

2 de Setembro, 2004 Palmira Silva

Pedofilia: Falência da ICAR nos US?

Mais de uma dúzia de arquidioceses americanas consideram a declaração de falência na sequência de milhares de acusações de pedofilia perpetrada por padres e outros eclesiásticos da ICAR. Na realidade, um estudo realizado pelo John Jay College of Criminal Justice, em Nova Iorque, indica que pelo menos 4% dos padres em funções no período compreendido entre 1950 e 2002 foram acusados de abuso sexual de menores.

Em 1997 a arquidiocese de Dallas tinha ameaçado declarar falência na sequência de julgamentos em casos análogos. As vítimas deveriam receber 119 milhões de dólares mas, para evitar a falência dessa delegação da ICAR, contentaram-se com pouco mais de um sexto do valor estipulado pelos tribunais: 23 milhões de dólares.

A arquidiocese de Boston já tinha considerado o recurso à falência antes de decidir pagar 85 milhões de dólares às vítimas.

Menos sorte teve a delegação da ICAR em Portland, Oregão, que, para evitar ir a um julgamento com consequências desastrosas e sem hipótese de aligeiramento do montante a pagar, invocou há pouco mais de um mês o capítulo 11 da lei da falência americana. A arquidiocese de Tucson, Arizona, anunciou em Junho passado que está a considerar invocar o mesmo artigo para evitar o julgamento marcado para este mês e as previstas muito pesadas indemnizações. Mais uma falência ou uma tentativa de emular o que aconteceu em Dallas?

A arquidiocese de Los Angeles enfrenta processos que no total correspondem a um bilião e meio (americanos) de dólares de indemnizações. Outra falência à vista? Ou outra chantagem?

Sobre a invocação do capítulo 11 como fuga para a frente da ICAR ler:
The Risk of Bad-Faith and Noncooperative Church Bankruptcies
What happens when a church goes bankrupt?
Bankruptcy seen as dioceses’ shelter
Artigo de capa do periódico católico OSV: Should Boston go bust?
Q&A: Archdiocese bankruptcy

2 de Setembro, 2004 Palmira Silva

Notícias de África

Bébés concebidos por milagre

O evangélico Gilbert Deya, que dirije uma igreja londrina com ramificações em África, especializada em concepções miraculosas, foi acusado de tráfico de crianças quenianas. Quando da prisão as autoridades recuperaram 21 crianças, algumas com apenas algumas semanas. Os bébés produzidos através do milagre da oração vão agora ser sujeitos a testes de ADN.



Genocídio no Ruanda


Começa finalmente em Setembro o julgamento do padre católico Athanase Seromba no International Criminal Tribunal for Rwanda (ICTR) em Arusha, Tanzânia. O padre Seromba é um dos membros da ICAR envolvidos no genocídio que ocorreu há 10 anos no Ruanda. Genocídio de quasi um milhão de Tutsis e hutus moderados conduzido sob o olhar indiferente e muitas vezes colaborante da ICAR. O padre é acusado de ter promovido o assassínio de milhares de Tutsis que se tinham refugiado na sua igreja de Nyange, onde os trancou. A igreja foi depois arrasada por bulldozers com os refugiados lá dentro.

Duas freiras foram condenadas em 2001, por um tribunal belga, a 15 e 12 anos de prisão, Gertrude Mukangango e Maria Kisito, pelo seu envolvimento no massacre de 7000 Tutsis que se tinham refugiado no convento Sovu em Butare, no sul da Ruanda. Não obstante os protestos do Vaticano. O Papa João Paulo II, como precaução, escreveu uma carta em 1996 em que afirma que a Igreja não pode ser responsável pelo comportamento de alguns dos seus membros.

Membros como os padres Hormisdas Nsengimana, reitor do colégio Christ-Roi em Butare, e Emmanuel Rukundo, capelão do exército ruandês, ambos à espera de julgamento por crimes de genocídio.

Carta da African Rights ao Papa João Paulo II em relação ao envolvimento de eclesiásticos da ICAR no genocídio de 1994.