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30 de Outubro, 2004 Ricardo Alves

Novo avanço criacionista nos EUA

No dia 19 de Outubro, o conselho de área escolar do distrito de Dover (Pensilvânia, EUA) votou favoravelmente por 6-3 a inclusão do «plano inteligente» (intelligent design) no currículo das escolas da zona. O currículo agora aprovado inclui a formulação seguinte:
«Será dado conhecimento aos estudantes dos hiatos/problemas na teoria de Darwin, e de outras teorias incluindo, mas não apenas, plano inteligente. Nota: as origens da vida não serão ensinadas».

A designação «plano inteligente» é o mais recente disfarce pseudo-científico do criacionismo bíblico. Os seus proponentes tentam fazer avançar, através da escola, o mito de que as alterações evolutivas foram feitas por uma inteligência sobrenatural, e a sua nova táctica é exigir o contraditório entre ambos os pontos de vista, científico e religioso. Segundo o CSICOP (Committee for the Scientific Investigation of Claims of the Paranormal) é a primeira vez que os obscurantistas bíblicos conseguem que seja concedido tempo igual ao ensino da evolução e à propaganda da crença na existência de um «plano inteligente» para o Universo.
30 de Outubro, 2004 Palmira Silva

Tolerância religiosa

Um dos meus locais favoritos na World Wide Web é a página mantida pela organização Ontario Consultants on Religious Tolerance, que inclui nos seus membros ateus, agnósticos, cristãos, budistas zen e Wiccas. Uma página muito informativa, com mais de 2 500 ensaios sobre temas religiosos e onde são analisados de forma objectiva e desapaixonada os assuntos mais relevantes sobre religião. Os objectivos da organização são a promoção da liberdade religiosa, tolerância e diversidade.

Tudo isto a propósito da confusão que alguns dos nossos leitores fazem entre intolerância em relação às religiões e posts onde se denunciam acções, passadas ou presentes, que consideramos danosas dos direitos humanos, dos valores éticos de uma sociedade que se quer de facto no século XXI e do laicismo. Os ateístas que escrevem neste blog são tolerantes em relação a qualquer ideia ou moral individual e defendem a total liberdade religiosa. Somos quiçá intolerantes em relação a práticas religiosas que culminem em discriminação, seja ela de credo, sexo, orientação sexual ou cor da epiderme. Ou em relação às tentativas de qualquer religião para impor aos demais os seus dogmas e limitar a liberdade religiosa.

Num mundo cada vez mais global em que urge a coexistência pacífica, especialmente de credos (ou inexistência deles), qualquer grupo que pretenda ser o detentor intolerante da verdade e moral absolutas, que se arrogue divina e superiormente justificado para impor a sua forma de ver e estar na vida é uma ameaça à paz e à justiça. Todos nós somos testemunhas do perigo dos fundamentalismos religiosos. Os que têm curiosidade em investigar a História sabem que nada de bom adveio do absolutismo religioso em termos do que deveriam ser os valores universais, independentes dos deuses por que cada um jura, nomeadamente o respeito pelo outro.

A paz, a justiça, os direitos e a própria sobrevivência do homem só serão de facto possíveis quando as religiões se remeterem para o foro privado, que deveria ser o seu papel, sem tentativas de imiscuição na vida pública. Sem julgamentos de valor sobre a qualidade moral dos que não subscrevem a respectiva religião porque os preconceitos e o sentimento de superioridade moral resultantes justificam (e justificaram) as acções mais ignóbeis de que a Humanidade foi vítima. E é urgente que o não esqueçamos! Por isso o recordamos frequentemente…

30 de Outubro, 2004 Carlos Esperança

Sequestrados em nome de Deus

Em numerosos países há casas sombrias, de débil transparência, habitadas por criaturas de um único sexo, com actividades e costumes suspeitos. A singularidade sexual e o aspecto soturno distingue-as dos bares de alterne, com muito maior transparência e alegria. Refiro-me aos conventos. Uns, são de freiras, vestidas com uma espécie de burkas brancas ou azuis; outros, habitam-nos os frades, com trajes aligeirados, preferindo a cor castanha e o burel. Todos têm como autoridade suprema o bispo da diocese, excepção feita ao Opus Dei, cujas actividades clandestinas reportam apenas ao Papa. A todos são exigidos directores espirituais, que orientam os reclusos no caminho da salvação, celebram a santa missa, ouvem os pecados, impõem penitências e aterrorizam com o Inferno.

Sabe-se que faz parte da vida parasitária dedicarem-se à contemplação mística, à oração, aos jejuns e a receber visitas esporádicas da fauna celeste. A Lúcia, por exemplo, foi visitada várias vezes pela senhora de Fátima, num tempo em que os transportes eram baratos, e uma vez pelo próprio Cristo, cansado do Céu e da coroa de espinhos.

Se os países se regessem por sãos princípios da laicidade, na defesa dos direitos, liberdades e garantias, certamente que assistentes sociais, autoridades policiais, psiquiatras e psicólogos, além de agentes responsáveis pela higiene e sanidade, visitariam esses antros, onde há fundadas suspeitas do exercício de cárcere privado, fenómenos de coacção psicológica e vítimas de depressões profundas. No entanto, a influência política da ICAR e de outras religiões ainda menos recomendáveis, impedem que as autoridades zelem pela defesa dos direitos humanos na totalidade do território dos diversos países onde as vítimas se encontram. Em nome de Deus, há sofrimentos que o sadismo religioso cultiva por maldade, entre os enclausurados, sob o alibi de interpretar a vontade de Deus e de realizar vocações.

Uma investigação independente às restrições de direitos, liberdades e garantias de que são espoliados os frades e as freiras, bem como às eventuais sevícias e às precárias condições de higiene a que estão sujeitos, é uma necessidade urgente. Em nome da democracia, da liberdade e da dignidade humanas.

30 de Outubro, 2004 André Esteves

O Ateísmo, a linguagem, a religião, a biologia, a tolerância e os macaquinhos… Parte I

(Esta é uma reedição. A II Parte será publicada na semana que vem)

O caminho que tomamos ao afirmarmo-nos ateus não é fácil. Ao desmontarmos toda a «canga» que uma cultura religiosa nos impõe, somos obrigados a rever e a analisar com profundidade as bases éticas e causas da nossa moral, da nossa visão do mundo, das nossas emoções e da nossa razão.

Não é fácil. Nunca é fácil para cada um de nós. E se fosse fácil, não valeria a pena…

O crescimento pessoal, a liberdade mental e a solidez dos valores que obtemos são demasiado importantes para serem menosprezados. Mas o caminho de um ateu será sempre pessoal e único. Partilhá-lo é a nossa maneira de nos reconhecermos uns aos outros. De nos juntarmos à volta da fogueira, e hoje, à frente de um monitor, tentar saltar o espaço entre as nossas mentes, contando histórias…

Esta é uma história…

As religiões do livro (e em certa medida o marxismo através do conceito hegeliano do progresso) criaram uma dualidade entre o homem e a criação1. O homem é um ser especial. Criado com objectivos diferentes do resto da natureza.

Génesis 1:2

25 Deus, pois, fez os animais selvagens segundo as suas espécies, e os animais domésticos segundo as suas espécies, e todos os répteis da terra segundo as suas espécies. E viu Deus que isso era bom.

26 E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; domine ele sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre os animais domésticos, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se arrasta sobre a terra.

27 Criou, pois, Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.

A partir desta visão do mundo, criou-se um duplo sistema de valores. Um para o homem e outro para a criação. A natureza à nossa volta era uma realidade biológica separada. O domínio e usufruto da natureza tinha-nos sido dado por deus. Como seres à imagem e semelhança de deus éramos superiores e com nada em comum com o mundo à nossa volta.

Humbolt, Lamarck e tantos outros naturalistas, puseram a descoberto um novo mundo biológico, de variedade e propriedades até antes inimagináveis. E depois veio Darwin…

Darwin quebrou definitivamente esta mentira. Ao estabelecer a ligação entre todos os seres vivos, através da evolução, obrigou-nos a sacudir a arrogância de nos acharmos especiais perante os outros seres vivos…

Assim, hoje quando olhamos para nós próprios, devemos ver-nos como animais, um pouco mais habilidosos, um pouco mais comunicantes, com um pequeno sentido de história e do tempo. Estamos sempre presos pelas amarras do ADN, do nosso programa genético, dos instintos e capacidades que dele obtemos individualmente. A cultura é a preservação histórica, através do contacto dos vivos, das prácticas e do que escrevemos, no pouco que realmente conseguimos passar uns aos outros, do que vamos aprendendo como seres humanos.

Mas tal não é exclusivo do homem.

Num esforço3 para clarificar o nosso conhecimento do comportamento dos chimpanzés, foi realizado há 6 anos uma campanha bem planeada e coordenada de recolha de dados comportamentais de dezenas de comunidades de chimpanzés. Estes grupos separados por rios, montanhas, selva e centenas de quilômetros apresentavam comportamentos sociais característicos de cada grupo. Mais… Os comportamentos eram transmitidos de geração em geração, mudavam com o tempo e alguns eram transportados pelas jovens fêmeas que procuravam novos grupos…

CULTURA!!!

Só a cegueira e arrogância divinamente inspirada nos manteve cegos para as verdades da natureza…

Assim, a base do comportamento que nos define como humanidade está profundamente ligada à natureza, à realidade dos constrangimentos da reprodução, sobrevivência, e que está subjacente a qualquer sociedade, ideologia e cultura humanas. Podemos, por exemplo, perguntar-nos:

– Quais serão as bases biológicas da tolerância?

Na próxima parte do nosso artigo, iremos explorá-las nos nossos primos biológicos…

Referências:

1 – “As raízes históricas da nossa crise ecológica” por Lynn White

Lynn White, Jr. “The Historical Roots of Our Ecological Crisis” (Science 155(3767):1203-1207, 1967)

2 – Bíblia, várias dezenas de autores desconhecidos…

3 – “As culturas dos Chimpanzés” por Andrew Withen e Christophe Boesch

Withen, Andrew ; Boesch, Christophe “The cultures of Chimpanzees” (Scientific American:49-55 Janeiro 2001)

29 de Outubro, 2004 Mariana de Oliveira

O Tratado sem Deus

Há algumas horas foi assinado o Tratado que aprova a Constituição Europeia. Este é mais um passo para que a união dos Estados europeus, que começou como meramente económica, seja mais social e política.

Independentemente do que achemos do texto constitucional europeu e das suas disposições legislativas, todos nós, que defendemos a laicidade como veículo de união dos povos nas suas diferenças, devemos congratular a decisão do legislador de não incluir, no tratado, uma referência às raízes cristãs da Europa.

Apesar da grande pressão exercida pelo Vaticano e por alguns Estados assinantes, a República Portuguesa incluída, das petições assinadas e da insistência de vários deputados para a inclusão de uma tal referência venceu a concepção de uma Europa laicista, que não baixa a cabeça em nome de nenhuma religião. Ao contrário do que afirma Ribeiro e Castro, um dos mais fervorosos adeptos de tal empresa inclusiva, não se instala uma intolerância contra o Cristianismo. Antes pelo contrário, ao não dar relevância a qualquer religião os cristãos podem estar certos que receberão um tratamento igual, independentemente das suas convicções religiosas.

Uma referência a uma determinada crença numa lei fundamental, para além de altamente discriminatória, ignora uma cada vez maior diversidade cultural e religiosa, o que só iria contribuir para a geração de conflitos entre as diversas crenças que fazem parte do substrato social europeu.

A Lei, para que seja verdadeiramente justa, não pode olhar o Homem de acordo com o Deus que adora ou que não adora. A Lei, para que seja verdadeiramente justa, tem de tratá-lo como é, imperfeito num mundo não menos imperfeito.

28 de Outubro, 2004 Carlos Esperança

O Imperador Constantino

O cristianismo nasceu para sustentar o poder totalitário do Imperador Constantino que, por oportunismo, o transformou em religião de Estado, um privilégio cuja nostalgia a ICAR não consegue disfarçar. Constantino deveu a unidade do seu Império ao cristianismo e este recebeu dele o poder que lhe permitiu a expansão e, quantas vezes, a destruição da concorrência. O concílio de Niceia foi convocado pelo próprio Imperador, depois da oportuna conversão, e aí fez aprovar dogmas que ainda hoje a ICAR explora.

Sabe-se que a conversão de Constantino foi uma farsa, pois nunca deixou de invocar o «Invencível Sol». Mas o que é a fé senão uma farsa que, à força de repetida, acaba por se acreditar nela?

Já quanto ao hábito de mandar supliciar e assassinar os seus inimigos políticos, hábito que manteve até à morte, pode ter-se tratado de uma genuína conversão ao cristianismo ou, pelo contrário, de uma prática própria que deixou como herança. De qualquer modo a ICAR, como reconhecimento, canonizou-o. Não foi o primeiro patife e, nos últimos tempos, o bando tem aumentado.

«… À vista destes factos, quais são as obras de Deus? Quais os seus homens? Quem manda ele para nos dirigir e resgatar? Inácio de Loiola, que ensinou à Humanidade a arte de sofrer e ser cadáver; Torquemada, que inaugurou a Inquisição da Espanha, encarcerando, degolando e queimando muitos milhares de cidadãos prestantes; Carlos 9º e Catarina de Médicis, que, em uma noite apenas, cobriram de sangue as ruas de Paris, matando e afogando cegamente o seu povo indefeso;»

«Tomás da Fonseca (Sermões da Montanha ‘extracto’)».

28 de Outubro, 2004 Ricardo Alves

A abolição dos juramentos religiosos

Decreto de 18 de Outubro de 1910


«O Governo Provisório da República Portuguesa faz saber que, em nome da República, se decretou, para valer como lei, o seguinte:
Artigo 1º É abolido o juramento com carácter religioso, qualquer que seja a sua fórmula.
Artigo 2º As pessoas que houverem de exercer acidental, temporária ou permanentemente quaisquer funções de carácter ou interesse público, para as quais se tem exigido até agora a prestação de juramento, somente são obrigadas e autorizadas a afirmar, empenhando a sua honra, que cumprirão com fidelidade as funções que lhes são conferidas.
Artigo 3º A fórmula desta afirmação será: Declaro pela minha honra que desempenharei fielmente as funções que me são confiadas.
Artigo 4º As testemunhas farão, antes do depoimento, a mesma declaração ao respectivo juiz, que poderá explicar-lhes, se o entender necessário, que ela as obriga a dizer a verdade e as sujeita, em caso de falta, às penas de testemunho falso.
(…)
Artigo 7º É dispensada toda e qualquer declaração aos estudantes que se matriculem em estabelecimentos de instrução.
Artigo 8º Em todos os casos não referidos neste diploma, em que as leis anteriores davam qualquer eficácia às afirmações sob juramento, este será substituído pela declaração sob palavra de honra.

(…)
Diário do Governo, nº12, 19/10/1910»
Quando um Estado laico faz um cidadão jurar, não pode obrigá-lo a afirmar uma fé, e avançando na laicização do Estado este decreto da República substituía os juramentos religiosos da monarquia por um compromisso de honra que não viola a consciência de ninguém (nem ateus, nem crentes). Anteriormente, era comum coagir cidadãos a fazer juramentos religiosos (a título de exemplo: para entrar na Universidade de Coimbra, era obrigatório jurar o dogma da «Imaculada Concepção de Maria»!). Abolir a coação religiosa e permitir que cada cidadão gozasse da sua liberdade de consciência foi considerado pela ICAR da época (e ainda o é hoje) uma «perseguição terrível feita ao catolicismo»…
28 de Outubro, 2004 André Esteves

Mais um antro-incômodo teológico…

Chega-nos a notícia da descoberta de um novo elemento da família homo. Foi baptizado de Homo Florinensis, com a alcunha de Hobbit. A criatura foi descoberta numa ilha das Flores do arquipélago Indonésio (é uma das ilhas na vizinhança de Timor Leste). Os esqueletos encontrados por arqueólogos australianos e indonésios, são em quase tudo idênticos aos humanos excepto num pequeno pormenor: medem cerca de um metro de altura.

Com eles foram descobertos ferramentas de pedra. A datação destes vestígios dá-lhes uma idade de 18.000 anos, ou seja 13.000 anos antes dos tempos históricos, o que em tempo geológico quase se pode dizer ser o presente. O tamanho que apresentam não é surpreendente em termos evolucionários. É conhecido o efeito de miniturização que se dá a muitas espécies que ficam retidas em ilhas. Nas ilhas da Indonésia por exemplo existiram elefantes miniatura. E a criação de raças miniatura de cavalos, porcos e cães por seleção de cruzamentos é um fenómeno conhecido.

As questões que esta descoberta levanta são brutais. Afinal, necessitamos de um cérebro grande para sermos inteligentes (há animais chamados de irracionais que têm um cérebro maior que o florinensis e o cérebro do chimpanzé têm o mesmo tamanho). Será que somos os únicos sobreviventes do ramo homo?? Haverá uma raiz comum entre o homo florinensis e as histórias quase universais de Fadas e Duendes? A linhagem humana terá realmente começado a evoluir a partir de África, ou antes por populações dispersas com troca de genes?

E para as religiões? Quais as consequências? É mais uma machadada na mundivivência que coloca os humanos como seres únicos e especiais criados e dependentes de uma entidade divina.

Ainda mais surpreendente é o folclore local. Segundo a história oral das tribos da ilha, os «Hobbits» estiveram em contacto com humanos até ao século passado…

Se calhar ainda sobrevivem nas selvas tropicais da parte leste da ilha!

Perante estes factos, somos obrigados a rever o peso das nossas hipóteses e da nossa concepção do mundo. Mas é isso o que diferencia uma vida baseada na ciência e não na religião.

Nós vivemos da mudança das concepções do nosso mundo.

Os outros não mudam, no máximo mudam as aparências…

BBC [Inglês]

The Guardian [Inglês]

Nature [Inglês]

BBC [Português]

28 de Outubro, 2004 Palmira Silva

Bad Religion

NoamGreg Graffin, que se doutorou em Biologia pela Universidade de Cornell com a tese de título sugestivo «Monism, Atheism & The Naturalist World View Perspectives From Evolutionary Biology», talvez seja mais conhecido como o vocalista da banda Bad Religion, uma das mais emblemáticas bandas punk dos Estados Unidos.

Uma banda que durante a primeira guerra do golfo colaborou com Tim Yohanon, Maximum Rock’ n’ Roll, no álbum de protesto, “New World Order: War #1” com Noam Chomsky, contribuindo duas músicas, Fertile Crescent e Heaven Is Falling.

A condenação da 2ª guerra do Iraque, dita preventiva, da administração Bush e o crescente e assustador papel da religião na política americana inspiraram o mais recente álbum da banda, The Empire Strikes First, com temas muito críticos como o que dá nome ao álbum e «Let them eat war».

Mas o meu favorito é, claro, «Atheist Peace»:



Maybe it’s too late for an intellectual debate,

but a residue of confusion remains.

Changing with the times,

and developmentally tortured minds

are the average citizen’s sources of pain.

Tell me what we’re fighting for?

I don’t remember anymore,

only temporary reprieve

And the world might cease

if we fail to tame the beast

from the faith that you release

comes an atheist peace.

Atheist peace.

Political forces rent

bitter cold winds of discontent

and the modern age emerged triumphantly.

But now it seems we’ve stalled

And it’s time to de-evolve

and relive the dark chapters of history

Tell me what we’re fighting for?

No progress ever came from war,

only a false sense of increase

and the world won’t wait

for the truth upon a plate

but we’re ready now to feast on an atheist peace.

Atheist peace