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29 de Março, 2005 Carlos Esperança

O bem-aventurado J. César das Neves

No rescaldo das libações pascais, João César das Neves (JCN) fez bem em não conduzir. Escreveu.
Foi já deliciado com o Momento Zen da Segunda-feira, da responsabilidade habitual da Palmira F. Silva, que fui ler «O dom de não ver» do teólogo laico JCN, no Diário de Notícias, escrito na euforia da ressurreição do seu Deus.

JCN raramente desilude. Apenas quando escreve sobre economia, nos decepciona. JCN tornou-se o autor mais apreciado no Diário Ateísta. Eu prefiro as suas citações da bíblia às divergências e incongruências dos quatro evangelhos que o imperador Constantino seleccionou como argumento de uma religião em fase de lançamento. O inefável JCN não convence mas é motivo de assombro que ele próprio acredite.

Ou a fé lhe tolda o entendimento ou a falta de entendimento lhe exacerba a fé. Umas vezes é o talibã romano que terça armas a favor da castidade, outras é o cordeiro de Deus que se imola no altar do ridículo, sempre em sintonia com o Vaticano onde julga que o sol nasce como os velhos comunistas pensavam que nascia no Kremlin. Debita a Bíblia como os mullahs recitam o Corão. Tenho por JCN o desvelo que merecem os espécimes em vias de extinção. É o meu sentido ecológico que deseja a sua preservação.

Num artigo notável de Salman Rushdie «O problema com a religião», publicado no DN, lê-se que « São poucos os europeus que hoje em dia se consideram, a si próprios, religiosos – apenas 21%, segundo um recente estudo de valores europeus, contra 59% de americanos, segundo o Pew Forum». É pois natural que JCN tenha fé a quintuplicar para que o velho continente finja ser cristão.

Se JCN, em vez de ter estudado a Bíblia, tivesse lido o Kama Sutra, hoje seria um animador sexual. Assim, converteu-se num prosélito da fé, num soldado de Cristo-Rei, num cruzado ao serviço da moral e dos bons costumes. Mas enquanto o bem-aventurado se afadiga a defender a fé que se dissolve entre as mentiras da religião e a devassidão dos seus padres, o ateísmo vai grassando indiferente aos martírios do seu Deus e à insanidade dos seus padres.

Da prédica da última segunda-feira respigo este pensamento lapidar: «Quem vê perde a capacidade de acreditar». Nós, os ateus, há muito que nos tínhamos dado conta de que só os cegos acreditam no catolicismo. Mas JCN confirma e acrescenta: «… um dos maiores dons que Deus nos deu (…) é precisamente o dom de não vermos». Isto é teologia, da melhor, não é um ensaio sobre a cegueira, sem o brilho nem a profundidade intelectual de Saramago.

Depois pergunta: «Qual o valor dos esposos [sic] fiéis quando estão juntos?», para responder que «manter esses propósitos na ausência (…) isso é verdadeiro amor», donde se conclui que para JCN a facadita matrimonial é uma inevitabilidade na ausência simultânea do «verdadeiro amor» e do cônjuge respectivo.

Depois, conclui que «A presença de Deus é evidente». É, aliás a única ameaça que pode levar um jornal a publicar tal prosa.

28 de Março, 2005 Carlos Esperança

O Papa e a bênção

No domingo, o Vaticano submeteu o Papa a uma ignóbil e sádica tortura. Exibiram-no à janela dos seus aposentos, após um diácono o ter anunciado, para dar a bênção e o perdão a todos os que se encontravam no local ou viam a cerimónia pela televisão. Não se duvida da ânsia com que a clientela aguardava a bênção e, muito menos, da necessidade que tinham de perdão. Cada um sabe o peso da sua consciência.

O que a Cúria devia saber é que não se submete um moribundo a trabalhos forçados, não se exibe o sofrimento como os mendigos profissionais que alugam deficientes para comoverem os transeuntes e aumentarem o óbolo, não se explora a dor para gáudio de uma multidão ensandecida pelo martírio do seu Deus. A bênção Urbi et Orbi, de grande efeito mediático e enorme regozijo para os créus, ficou por dar e as palavras por dizer.

Os cardeais que exploram o negócio dizem que JP2 continua a dirigir a ICAR e que mantém intactas as faculdades intelectuais. Só quem crê na virgindade de Maria, na ressurreição e nos dogmas é que acredita na impostura e não vê a crueldade a que sujeitam o ancião.

A ICAR diz que é uma forma de afirmar ao mundo que respeita a velhice e a dignidade dos enfermos. Não é a hipocrisia que mais choca, é a insensibilidade e a barbárie que ferem. Todos vêem que não é o velho autocrata que decide, são os sinistros dignitários da Cúria romana que escrevem o guião de uma tragédia humana cujo objectivo é transmitirem a morte em directo.

Que gente, que bando de tartufos se esconde sob as vestes talares, que pessoas sem coração se prestam a escrever as cenas do último capítulo de uma vida que se esvai em inaudito sofrimento! Forçar as aparições públicas de JP2 não é uma prova de respeito, é uma requintada manifestação de malvadez.

28 de Março, 2005 fburnay

Em nome do Tabu

Quando vi na televisão o cardeal patriarca falar do facilitismo com que a sociedade olha para as questões da vida, deu-me vontade de rir. Aqueles que se preocupam realmente com a problemática do aborto e da eutanásia fazem-no sem esquecer que a vida é humana se for digna. Facilitismo, para mim, é reduzir toda a questão a um mistério divino, entregando o debate à exclusividade dos teólogos (prática habitual das religiões) e criar um tabu para aliviar a sociedade da carga do raciocínio e o clero do perigo do livre-pensamento. Frequentemente acusados de reducionismo biológico, os que olham para a eutanásia como último recurso para o fim do sofrimento de uma vida que quer terminar dignamente, são acusados por aqueles que, em nome de escrituras bolorentas e ideais tacanhos e medievais, reduzem a vida de um indivíduo indepentente e livre à propriedade intocável de um Deus desconhecido.

O que me indigna é ver aqueles que reclamam a minha vida e a dos outros para o seu Deus particular aceitarem tão bem manifestações de fé que resultam em auto-flagelações, umas mais violentas que outras, todas igualmente decadentes. Se o Papa se quer arrastar em sofrimento em nome da sua fé, acham muito bem. Se uma idosa se quer arrastar metros sem fim de joelhos, à entrada do seu templo, acham natural e louvável. Mas se uma pessoa amarrada a uma cama décadas seguidas, completamente dependente de terceiros para as necessidades que qualquer um de nós tem como adquiridas, pedir para pôr termo à sua vida de sofrimento e humilhação, indignam-se e protestam. Quando uma mulher se recusa a usar o preservativo, em fiel obediência à homilia da sua igreja, tendo contraído o vírus da Sida do seu marido seropositivo, consideram-na uma mártir, um exemplo. Já à mulher vítima de violação, sem meios para educar um filho que não desejou, estigmatizada para a vida, que pede para não ser mãe do filho daquele que a violentou, vejo muitos recusar tal escolha, em nome de tão misterioso mistério.

A falta de coerência, de facto, dá-me vontade de rir. A insistência do clero numa tese dogmática, provinciana, irrealista, que pretende impingir à sociedade que critica por esquecer os valores que gostaria que adoptasse, espanta-me. Disse o cardeal patriarca em entrevista à agência Ecclesia, a respeito do referendo ao aborto, que «Quem disser que sim tem uma responsabilidade tremenda, porque o primeiro dever que tem é esclarecer-se, é perceber que o que está em questão não é resolver problemas (até porque não os resolve imediatamente)». E quem disser não? Livra-se da responsabilidade? Sim, porque como se pode ler na mesma entrevista, quem não enfrenta as dificuldades é que legaliza o aborto e a eutanásia, é que minimiza o sofrimento. Lá que Igreja não nega o sofrimento, disso, não tenho a menor dúvida.

28 de Março, 2005 Mariana de Oliveira

O humano

Na homilia de domingo, o cardeal-patriarca de Lisboa, José Policarpo, criticou a «moda» da redução da figura de Jesus Cristo à sua condição humana e defendeu que essa leitura, contrária aos Evangelhos, «destrói a fé» católica. Para Policarpo, «Jesus Cristo voltou a estar na moda na literatura, na arte, nos media, que procuram apresentá-lo apenas como um homem, extraordinário porventura, mas sujeito aos limites da raça humana», moda esta que é o resultado de um contexto cultural «que dificilmente aceita a dimensão transcendente da vida».

A divulgação de uma outra perspectiva, mais humana e mais próxima do cidadão comum, põe em causa um dos dogmas mais importantes do cristianismo: o da divindade de Cristo. Este estatuto foi decidido no primeiro concílio de Niceia, convocado por Constantino em 325, que definiu este credo ou símbolo de Niceia e, assim, negou o Arianismo. Esta doutrina defendia que Cristo não era verdadeiramente divino, mas um ser criado. De acordo com Arius, apenas o Pai é imutável e existente por si mesmo e o Filho é apenas uma criatura com um princípio. Pelo contrário, o concílio de Niceia condenou Arius e declarou que o Filho tem a mesma substância que o Pai.

Talvez por ter sido uma das questões fracturantes do início da cristandade seja ainda difícil a alguns membros da hierarquia católica lidarem com uma perspectiva que aproxime Jesus Cristo ao cidadão comum, assim, o torne num homem com virtudes e defeitos como qualquer um.

28 de Março, 2005 Palmira Silva

Farinha do mesmo saco: mais um caso de blasfémia!

Os organizadores de uma exposição de arte no Museu Sakharov intitulada «Cuidado! Religião» foram condenados por blasfémia por um tribunal de Moscovo.

A exibição de Janeiro de 2003 tinha sido condenada pela Igreja Ortodoxa Russa e vandalizada por seis fundamentalistas ortodoxos que destruíram as obras de arte em exposição e que não foram julgados por este acto de vandalismo.

As peças que tanto indignaram a hierarquia da Igreja Ortodoxa que considerou criminosa a exposição acrescentando que «encoraja o extremismo e a intolerância» são simplesmente um ícone com um buraco onde os visitantes podiam inserir as respectivas caras, um logótipo com uma garrafa de Coca-Cola ao lado de uma efígie do mítico fundador da seita com os dizeres «Isto é o meu sangue» e a escultura de uma Igreja feita de garrafas de vodka.

Claro que a vandalização do museu que honra um dos mais conhecidos defensores dos direitos humanos na era soviética não mereceu tais epítetos, não sendo nem criminosa nem extremista ou intolerante, mesmo quando o mural em honra de Sakharov foi conspurcado com slogans obscenos e anti-semitas.

Mistifica-me que os crentes não se apercebam do absurdo que é acusar outrem de intolerância por não consentir na sua verdade absoluta, totalitária e intolerante! Ou seja, considerarem que quem não acredita na religião deles e o manifesta é intolerante! e que a sua religião que é por definição intolerante para quem não crê (como o comprovam estes casos de blasfémia) é o expoente máximo da tolerância!

28 de Março, 2005 Palmira Silva

Momento Zen de Segunda

Vanitas vanitatum, et omnia vanitas

Com o habitual frémito de segunda abri as páginas virtuais do Diário de Notícias (DN) em busca da opinação que me proporciona o meu momento zen semanal. E esta semana vale mesmo a pena, já que o Prof. João César das Neves se excedeu. Usando como inspiração o mito de Tomé, e num texto que parece dirigido aos ateístas, J.C. das Neves desdobra-se nas falácias que caracterizam o seu estilo inigualável mas que desta vez, de tão contraditórias, têm um efeito contraproducente.

Se não vejamos:

«A cada momento, e de múltiplas formas, muitas pessoas querem justificar-se por não aderirem ao grande movimento civilizacional que nasceu do acontecimento pascal, o maior processo global que o mundo jamais viu. E essa justificação é, simplesmente, porque não vêem nada. Vivemos num tempo científico, objectivo, realista…»

Neste parágrafo o professor admoesta-nos condescendentemente com um Argumentum ad Antiquitatem/Ad Numerum e lamenta o efeito pernicioso do pensamento científico no florescer da fé. Como já o tinha feito na sua homilia em que menoriza um dos cientistas nacionais de maior prestígio, António Damásio.

Seguidamente o professor mimoseia-nos com aquela que é talvez a pérola mais redonda da sua opinação de segunda:

«Tomé, tal como os nossos contemporâneos, não se dá conta da falta de lógica da sua posição. Se ele visse, não precisava de acreditar. Uma pessoa que observa reconhece, admite, aceita, mas já não consegue crer. Quem vê perde a possibilidade de acreditar.»

Misturar lógica num discurso construído à base de falácias é algo que não esperaria de um docente universitário, mas, como a sua elegia pretende mostrar, fé e razão são incompatíveis quiçá daí o deslize… de qualquer forma, neste parágrafo o Dr. das Neves adverte-nos dos perigos do método científico e da procura das evidências da existência do seu Deus. Mas estraga o ramalhete quando mais à frente nos indica essas mesmas «evidências», cuja procura (e inexistência), segundo o inenarrável opinador, é a fonte da céptica actualidade e contrária à fé: «A presença de Deus é evidente. A beleza magnífica da Criação, a grandeza paradoxal da Humanidade, a versatilidade inesperada da bondade».

Ou seja, para além de sugerir ser adepto do princípio antrópico e do desenho inteligente, o spin doctor de estimação do DN tenta desesperada e incipientemente mostrar que a saída do obscurantismo imposto pela mesma religião de que ele nos tenta impingir os dogmas é indesejável já que «A triste condição da Humanidade é a de ansiar sempre, por múltiplos modos e formas, à felicidade que só se pode ter na contemplação definitiva do Deus soberano». Mas como «um dos maiores dons que Deus nos deu, Ele que nos cumulou de mais graças do que podemos reconhecer, é precisamente o dom de não vermos» então «Temos mais mérito que Tomé», não obstante a reconhecida (e pleonástica) «grandeza do grande São Tomé».

O circunlóquio de êxtase místico, livre de qualquer contaminação de racionalidade, que é este «O dom de não ver» conclui que «essa terrível maldição» de procurar a felicidade que nos afasta de um salutar obsurantismo, pela graça d’«Ele, que até do mal tira o bem» por uma razão qualquer obscura e não explicitada pode transformar-se «no caminho de mérito e de participação na nossa própria salvação». Porque… «nós não vemos»?

27 de Março, 2005 Carlos Esperança

O estado de saúde do senhor Rainier do Mónaco

Tal como no bacalhau, onde a qualidade que se compra depende das bolsas, também nas bênçãos papais acontece o mesmo.
Nas grandes superfícies, além do normal e do especial, é possível comprar bacalhau miúdo, corrente e crescido. Do armazém da fé católica podem chegar bênçãos colectivas ou individuais, correntes ou especiais, particulares ou gerais.

O Príncipe Rainier, virtual soberano do Mónaco, um Estado a fingir, que tem uma concordata com outro Estado a fingir mas com imenso poder – o Vaticano -, recebeu ontem uma «particular bênção apostólica» de JP2 que mais valera reservá-la para si próprio. Aliás, estas bênçãos especiais costumam prenunciar o fim do destinatário. Ainda há pouco, no dia em que recebeu a bênção de JP2, acompanhada do desejo de melhoras, finou-se a Irmã Lúcia. O senhor Rainier III, após receber uma mensagem com a bênção especial do Papa, confiada à «intercessão» da Virgem Maria (factor de risco acrescido) não pode sobreviver muito tempo a tão agressivos cuidados.

Na procissão da «Sexta-Feira Santa», uma deambulação litúrgica que faz parte dos hábitos católicos, os monegascos participantes rezaram pelo príncipe o que augura os piores prognósticos. Assim, a declaração do luto nacional* está para breve.

* Chama-se luto nacional porque os residentes no Mónaco julgam que o principado é uma nação. Os trabalhadores costumam pernoitar no estrangeiro. Dormem em França. Obs.: O Vaticano e o Mónaco são dois Paraísos… fiscais, mais santo o primeiro.

27 de Março, 2005 Carlos Esperança

A ICAR nos EUA e a pena de morte

Hoje não é a fábula de Deus que me inspira, é a identidade de uma posição dos bispos católicos dos EUA com as minhas convicções e os meus desejos mais profundos. Deus não passa a existir por isso, a religião não se torna menos perniciosa, mas os bispos da ICAR, nos EUA, passam a defender uma atitude justa, digna e de grande humanismo – a luta contra a pena de morte.

Num país onde o fundamentalismo metodista atinge desvarios intoleráveis, onde o ódio e a violência contra a civilização trazem a marca genética de um cristianismo arcaico e rancoroso, a condenação da pena de morte, lançada pelos bispos católicos, é uma lufada de ar fresco que os ateus saúdam e aplaudem.

Sabemos dos erros judiciários que levaram inúmeras vítimas à cadeira eléctrica, estamos convictos da falsidade do carácter dissuasor da pena de morte em relação ao crime, aflige-nos a crueldade das execuções e o espírito vingativo subjacente. Uma campanha contra a pena de morte, venha donde vier, é um acto de profundo humanismo contra uma prática bárbara que urge erradicar.

Ao solidarizar-me com os bispos americanos, manifesto os melhores votos no êxito dos seus esforços e espero que a maldade de Deus deixe de repercutir-se nos que andam pelo mundo a espalhar a fábula e a promover o pior desse indivíduo que os homens criaram quando o atraso, a ignorância e a crueldade eram apanágio da época.

27 de Março, 2005 Mariana de Oliveira

Momento de humor

Num autocarro, um padre senta-se ao lado de um sujeito completamente bêbado, que tenta, com muita dificuldade, ler o jornal.
Logo, com uma voz empastada, o bêbado pergunta ao padre:
– O senhor sabe o que é a artrite?

Irritado, o pároco respondeu:
– É uma doença provocada pela vida pecaminosa e desregrada: Mulheres, promiscuidade, farras, excesso do consumo de álcool e outras coisas que nem digo!

O bêbado calou-se e continuou com os olhos fixos no jornal. Alguns minutos depois, achando que tinha sido muito duro com o bêbado, o padre tenta amenizar a situação dizendo:
– Há quanto tempo o senhor está com artrite?
– Eu? Eu não tenho artrite! Segundo este jornal, quem tem é o Papa…

26 de Março, 2005 Mariana de Oliveira

Vícios privados

José Policarpo, cardeal-patriarca de Lisboa, disse que «cada um na intimidade da sua consciência» deve examinar a sua capacidade para receber a comunhão. No entanto, nos casos em que «a situação de pecado é pública, tornando-se então o acesso à eucaristia numa profanação pública da santidade desse sacramento», a comunhão não deve ser dada aos crentes. Aqui, «compete à Igreja defender, também publicamente, a santidade da eucaristia, não admitindo à comunhão eucarística aqueles que se mantêm publicamente numa situação moral, claramente definida nas normas morais, incompatível com a santidade deste sacramento».

Portanto, depreendemos que, para aquele membro da jerarquia da ICAR, uma pessoa pode levar uma existência o mais debochada possível desde que isso não transpareça para o público em geral. É, no mínimo, uma atitude hipócrita mas nada a que não estejamos habituados.