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9 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Fugas de Verão

Um dos clérigos islâmicos sobre quem pendia a possibilidade de uma acusação de traição, o Sheikh Omar Bakri Mohammed, saiu de Inglaterra para o Líbano no sábado informou ao Channel 4 News o seu braço direito Anjem Choudary.

“O que ele fez foi fazer a hirja (procurar santuário religioso) para outro lugar porque sentiu que era incapaz de praticar a sua religião.»

O que, dadas as novas medidas de prevenção do terrorismo a implementar no Outono pelo governo de Tony Blair é verdade. De facto, considerando que para Omar Bakri Mohammed praticar a sua religião significava apelar à jihad contra os infiéis, matando tantos quanto possível já que «O texto divino é claro quanto à necessidade de provocar ‘o máximo dano possível’. O operacional tem portanto de certificar-se de que mata o maior número de pessoas que pode matar. Se não o fizer, espera-o o fogo do Inferno.» não será mais possível praticar impunemente a sua religião no Reino Unido.

Choudary revelou ainda que «Ele acredita que foi declarada guerra aos muçulmanos neste país.» o que no caso de Bakri também é verdade se relembrarmos que o Ocidente declarou guerra aos terroristas e Bakri considera que ser terrorista é indissociável de ser muçulmano: «Eu sou um terrorista. Como muçulmano claro que sou um terrorista».

9 de Agosto, 2005 Mariana de Oliveira

Fuga ao fisco

Vigora no Paraguai, há seis meses, uma nova lei fiscal que obriga que todas as instituições não governamentais, incluindo profissionais independentes, apresentem mensalmente declarações contendo as receitas e as despesas para que, posteriormente, possam ser alvo de tributação a 10%. De acordo com Ignacio Gogorza, tesoureiro da Conferência Episcopal Paraguaia, o governo tinha estabelecido um prazo até Outubro próximo para que as Igrejas contratem um contabilista e comecem a manter os seus livros correctamente.

O mesmo Ignacio Gogorza disse que «os representantes da Igreja Católica e de outras Igrejas cristãs evangélicas, reuniram-se (…) com o ministro da Economia, Ernest Bergen, e com o vice-ministro da Tributação para reiterar a nossa posição de que as actividades religiosas não são comerciais», reiterando, assim, a sua pretensão de continuarem a cumprir as suas actividades sem pagar impostos.

O tesoureiro da Conferência Episcopal do Paraguai acrescentou também que «as igrejas lidam com doações e colaborações anónimas dos fieis pelo que as paróquias pequenas que subsistem com um rendimento mínimo graças aos donativos não têm a oportunidade de organizar-se como uma empresa comercial».

Estranhamente, muitos dos profissionais independentes não têm a oportunidade de organizar-se como uma empresa comercial e, no entanto, têm de manter a sua contabilidade organizada por motivos fiscais. Para além disso, muitas empresas comerciais não têm o volume de receitas que têm algumas paróquias e, no entanto, não é por isso que todas as empresas comerciais estão isentas do pagamento de imposto.

Quanto à natureza não comercial das actividades das Igrejas, tal é discutível. Todos aqueles ritos a que o crente se submete desde o nascimento até à sua morte poderão ser considerados como prestações de serviços comparáveis – embora de utilidade altamente duvidosa – com uma consulta médica. Além disso, há que considerar a venda de velas, terços, postais, marcadores de livros, rifas, estatuetas, amuletos e «recuerdos» diversos que não deixam de constituir receitas por terem mais ou menos símbolos religiosos.

8 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Leituras de Verão


Acabei de ler e recomendo: «Imprimatur, O segredo do Papa» de Rita Monaldi, especialista em História das Religiões e professora na Università della Sapienza, em Roma, e na Staatuniversitat, em Viena, e Francesco Sorti, especialista em música do século XVII. Recomendo especialmente a leitura do apêndice (ou notas) que, sem deixar sombra para dúvidas, atestam a «santidade» de mais um beato (este de Pio XII) candidato a «santo»: o papa Inocêncio IX, originalmente Benedetto Odescalchi.

8 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

Exorcismo político

O Diário Ateísta que desconhecia maus exorcismos tomou conhecimento de que o cardeal venezuelano, Rosalio Castiio Lara, receita um bom exorcismo para resolver todos os problemas nacionais e acabar com a maldade do presidente Hugo Chávez a quem atribui poderes diabólicos.

Um exorcismo feito com a experiência da Santa Madre Igreja, católica, apostólica, romana e com o ódio que o cardeal nutre pelo presidente Chávez, podia expulsar o Maligno, que possui o presidente, e convertê-lo num anjo.

O cardeal incita a população à assuada, ao pronunciamento, ao motim, à insurreição e ao pontapé no cu, por serem métodos mais limpos e baratos do que o golpe de Estado.

Graças aos ritos da ICAR e à água benta, fórmulas exclusivas da ICAR, é possível um bom exorcismo que conduza a um Governo da sua confiança.

O jornalista Josep Pernau sugere que o exorcismo podia ser programado para um canal televisivo e comentado por um especialista da linha do Papa Rätzinger, tornando-se o primeiro televisionado.

Só aqui é que o jornalista falhou. Em Portugal o padre Humberto Gama já fez um exorcismo em directo para a TVI, a partir de Bragança, expulsando demónios poderosos que apoquentavam uma paroquiana.

Fonte: «UN EXORCISMO PARA EL POSESO CHÁVEZ» – El Periódico, de hoje, artigo de Josep Pernau (site indisponível).

8 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Dentro dos movimentos de ódio

Na edição de ontem do diário britânico The Times são apresentados os resultados da investigação promovida por um repórter que durante dois meses infiltrou a organização The Sect, aparentemente dirigida por Abu Uzair mas que, tal como a congénere Al Ghurabaa de Abu Izzadeen, é na realidade uma nova face da vigiada Al-Muhajiroun do Ayatollah de Tottenham, Omar Bakri Mohammed, que afirma que «a vida de um descrente não tem qualquer valor».

Recomendo vivamente a leitura do artigo não obstante ser absolutamente estarrecedor ler o que a equipa da Insight decobriu! Ler que os quatro bombistas que semearam o terror em Londres no dia 7 de Julho são referidos como os «quatro fantásticos», que Bakri afirmou, para uma audiência de influenciáveis jovens, ser imperativo aos muçulmanos «instalar o terror nos corações dos kuffar (infiéis)» acrescentando «Eu sou um terrorista. Como muçulmano claro que sou um terrorista». Ou saber que para Bakri apenas os muçulmanos são inocentes e portanto quando afirmou publicamente que condenava o assassínio de civis inocentes se estava de facto a referir apenas aos muçulmanos, uma vez que um kuffar nunca pode ser inocente já que não segue estritamente as leis islâmicas ou Sharia.

Ficamos igualmente a saber que é um dever dos membros destas organizações, que pretendem instalar um estado islâmico no Reino Unido ( e no resto do mundo), não contribuir de alguma forma para o odiado estado britânico. Assim não devem ter emprego nem sequer pagar seguro automóvel, que contribuiriam para o sistema kuffar. Devem viver de subsídios estatais tal como o profeta Maomé que vivia às custas do estado ao mesmo tempo que o atacava.

As provas compiladas pelos repórteres do The Times, que incluem muitas horas de gravações, serão certamente usadas pelas autoridades para apresentar as hoje anunciadas acusações de traição contra os três clérigos Omar Bakri Mohammed, Abu Izzadeen e Abu Uzair.

Acusações possíveis também pela descoberta prévia pelo The Times de um «chatroom» que era utilizado por Omar Bakri Mohammed para proselitar ao domicílio os seus seguidores. E em que numa dessas conversas afirmou que o Reino Unido era «uma terra de guerra» e que o pacto de segurança, que evitava ataques de muçulmanos britânicos a Inglaterra, tinha acabado e que era obrigação dos muçulmanos lutar a jihad e juntarem-se à Al Qaeda. Ou pela conferência organizada em 2003 pela sua organização al Muhajiroun intitulada «Os 13 magníficos» em honra aos terroristas suicidas do 11 de Setembro. E pelas recentes declarações de Abu Izzadeen e Abu Uzair ao programa Newsnight da BBC2!

7 de Agosto, 2005 Carlos Esperança

Santo Ofício


Imagem do piedoso divertimento católico conhecido por «auto de fé».

6 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Tolerância

Os argumentos dos fundamentalistas religiosos das duas maiores confissões do livro parecem passar nos últimos dias por comparações absurdas com o nazismo.

Depois dos dislates de Dobson referidos no post precedente foi a vez de Mohammad Naseem, o presidente da mesquita central de Birmingham que questionou o envolvimento de muçulmanos nos ataques de 7 de Julho e negou a existência da Al Qaeda. Hoje, em declarações ao programa Today da BBC Radio 4, Naseem comparou a intenção de Blair de deportar estrangeiros que preguem o ódio e encerrar locais de oração onde se louve o terrorismo à demonização dos judeus feita pelo regime nazi!

O deputado por Birmingham Khalid Mahmood já pediu a demissão de Naseem, pedido que o último repudiou dizendo ter os votos de 4000 muçulmanos em contrário.

Pessoalmente deploro os excessos securitários que o fanatismo islâmico está a despoletar. E considero que um dos objectivos dos terroristas já foi atingido: perturbar e alterar o nosso estilo de vida. Mas recordo mais uma vez o paradoxo da tolerância de Karl Popper, que já transcrevi parcialmente no post Delenda Carthago, com que concordo em absoluto:

«Tolerância ilimitada leva necessariamente ao desaparecimento da tolerância. Se formos de uma tolerância absoluta, mesmo com os intolerantes, e não defendermos a sociedade tolerante contra os seus assaltos, os tolerantes serão aniquilados e com eles a tolerância. Assim, devemos reinvidicar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar os intolerantes. Devemos reinvidicar que qualquer movimento que prega a intolerância se colocou a si próprio fora da lei e devemos considerar criminoso o incitamento à intolerância e perseguição, do mesmo modo que consideramos criminoso o incitamento ao assassínio ou rapto ou ao reviver do comércio de escravos.»
The Open Society and Its Enemies (1945)

Só espero que a vigilância da intolerância religiosa não se restrinja à islâmica…

6 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Mais terrorismo cristão

No programa de rádio da organização «Focus on the Family» do passado dia 3 de Agosto, dedicado à discussão da blasfema investigação em células estaminais, James C. Dobson, fundador e presidente da maior organização teocrata americana e uma das mais radicais, comparou a investigação em células estaminais embrionárias com as experiências nazis conduzidas com pacientes vivos, durante e antes do Holocausto. Dobson sugeriu ainda que as experiências nazis também poderiam resultar em descobertas que «beneficiariam a humanidade» quando igualou os defensores da investigação a médicos nazis:

«Sabe, aquilo que significa tanto para mim neste assunto é que as pessoas falam no potencial para o bem que vem da destruição destes pequenos embriões e como poderemos resolver o problema da diabetes juvenil (…) Mas eu tenho de perguntar: Na Segunda Guerra Mundial os nazis fizeram experiências em seres humanos de formas terríveis nos campos de concentração, e eu imagino, se quiser dispender o tempo para ler sobre isso, que poderiam ter ocorrido experiências que beneficiariam a humanidade».

Como é óbvio, as reacções de indignação pública às observações de puro terrorismo psicológico do «piedoso» pastor, ouvidas por cerca de 220 milhões de pessoas no mundo inteiro, não se fizeram esperar. Nomeadamente exigindo um pedido de desculpas público pela enormidade de comparar investigação numa célula, obtida a partir da junção de duas células, com experiências que torturaram e mataram de forma ignóbil incontáveis pessoas! Mais concretamente um pedido de desculpa aos sobreviventes do Holocausto, suas famílias e todos os que sintam ofendidos pela ignóbil comparação. Pedido de desculpas que Dobson se recusou a pronunciar, uma vez que para a «Focus on the Family», como diz a respectiva analista de assuntos éticos, Carrie Gordon Earll:

«A analogia com as experiências Nazis é correcta e apropriada. Se algumas desculpas são devidas, são os advogados da destruição de seres humanos embrionários que as deviam fazer».

Quanto a Dobson, depois de disponível para comentar as inúmeras críticas, tentou menorizar as suas afirmações, dizendo que tinham sido «exageradas pelos ultra-liberais que não se importam com a vida humana». Mas reafirmou os supostos «exageros» quando, embora concedendo que os embriões, ao contrário das vítimas nazis não sentem dor ou sofrimento, concluiu que as macabras experiências nazis e a investigação em células estaminais são «moralmente equivalentes uma à outra»! E continuou atacando especialmente o Senador Bill Frist, o líder da bancada Republicana no Senado, que num volte face inesperado para os teocratas que se consideram atraiçoados, se declarou a favor de um reforço no financiamento federal para a investigação em células estaminais.

Assim Dobson negou-se categoricamente a pedir quaisquer desculpas à comunidade judaica pelas suas afirmações. E Carrie Gordon Earll justificou esta recusa do seu presidente afirmando que a comunidade judaica «deveria ser sensível» às «atrocidades» da investigação.

Para azar dos piedosos cristãos, a religião judaica é a única das religiões do livro completamente a favor deste tipo de investigação. Pelo menos os judeus americanos, já que longe de se oporem, a Union of Orthodox Jewish Congregations of America assegurou o reforço do seu apoio à investigação em células estaminais embrionárias. Aliás uma carta da organização endereçada ao Senado assevera isso mesmo.

5 de Agosto, 2005 Palmira Silva

Blair e a guerra ao terrorismo

Antes de partir de férias, o primeiro ministro britânico Tony Blair anunciou hoje as novas medidas de combate ao terrorismo, a entrar em vigor após um mês de consultas sobre as formas de deportar e exluir do Reino Unido todos os que alimentam o ódio, advoguem a violência como forma de impor as respectivas crenças religiosas ou justifiquem essa violência. E avisou que «Não existam dúvidas que as regras do jogo estão a mudar».

As doze medidas a implementar incluem:

· Nova legislação anti terrorismo no Outono, que inclui a condenação de quem desculpar ou glorificar o terrorismo praticado em qualquer lugar, não apenas no Reino Unido;

· Recusa automática de asilo a alguém que tenha participado em actos de terrorismo ou que tenha algo a ver com terrorismo em qualquer ponto do globo;

· Adição das organizações islâmicas Hizb ut-Tahrir e al-Muhajiroun à lista dos grupos proíbidos

· A consulta sobre formas de ordenar o encerramento de um local de oração que seja usado como um centro para fomentar extremismo;

· Consulta com líderes muçulmanos para estabelecerem uma lista daqueles não adequados para pregar a religião que serão excluídos de Inglaterra.