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10 de Setembro, 2005 Mariana de Oliveira

Devido perdão

Na sequência do discurso de Anselmo Borges, Teresa Martinho Toldy, professora universitária e teóloga, disse ontem, no congresso Deus no Século XXI e o Futuro do Cristianismo, que discurso actual do catolicismo sobre as mulheres é pautado «mais por omissões do que por afirmações danosas», tendo ficado a faltar a inclusão das mulheres nos pedidos de perdão feitos pelo Papa João Paulo II.

Referindo-se ao discurso da ICAR no passado, citou Geoffroy de Vendôme (século XI), que dizia mal desse «sexo no qual não existe nem temor, nem bondade, nem amizade e que deve ser mais temido quando é amado do que quando é odiado». Segundo a teóloga, actualmente esse discurso é feito mais de «declarações mitigadas do que explícitas» de condenação das mulheres e «frequentemente» transfere «as afirmações negativas sobre as mulheres para as reservas face aos movimentos feministas».

Sobre o acesso das mulheres ao sacerdócio, Teresa Martinho Toldy diz que se ele reproduzir o modelo actual do sacerdócio masculino, «não vale a pena». Para além disso, a Igreja tem que decidir o que é mais importante: se garantir a celebração da eucaristia ou perpetuar a masculinidade do sacerdócio. «Se Deus é masculino, então o homem é Deus; se entendermos que ontologicamente Deus é pai, então não há lugar para as mulheres na Igreja», afirmou ainda.

A professora terminou referindo a figura de Maria Madalena, «metáfora» do modo da Igreja olhar as mulheres: de «apóstola dos apóstolos», como era considerada nos primeiros séculos, Madalena passou a ser, em virtudes de leituras bíblicas deturpadas, uma prostituta que precisa de ser redimida.

É pena que teólogos como Teresa Martinho Toldy e Anselmo Borges, que até têm pontos de vista equilibrados e sensatos, sejam uma minoria na hierarquia da ICAR e que, mais cedo ou mais tarde, sejam considerados párias pelos seus pares conservadores.

10 de Setembro, 2005 Carlos Esperança

A demência da fé

A Al-Qaeda congratulou-se com tragédia de Nova Orleães, provocada pelo furacão Katrina.

Só o fanatismo permite manifestações de ódio assim. Apenas a fé num Deus, à imagem e semelhança dos patifes que o adoram, consente o regozijo pelo sofrimento humano que atribuem ao algoz da sua devoção.

A ausência de sentimentos não é exclusiva dos que se ajoelham, mas é apanágio dos que passam a vida a rezar e, nos intervalos, a matar os infiéis, faltando-lhes tempo para pensar.

Repare-se nesta enormidade: «A cólera do Todo-Poderoso abateu-se sobre os tiranos. As suas perdas já se traduzem em milhares de vítimas humanas e milhões de dólares. Se os muçulmanos não podem seguir livremente a sua religião, então Deus pune os opressores».

O Deus que enviou o furacão sobre o delta do Mississipi é o mesmo que mata à fome os infelizes crentes das teocracias do Médio Oriente, que lhes destrói as cidades com tremores de terra, que envia os maremotos e sepulta centenas de milhares de vítimas que acreditam no poder de Alá e nos ensinamentos de um rude e analfabeto nómada que tomaram por profeta.

Não há ódios que consigam competir com os da fé.

10 de Setembro, 2005 Palmira Silva

Religião e política

De todo o mundo nos chegam exemplos da mistura explosiva, por vezes sangrenta, que resulta da imiscuição da religião na política. No entanto, também em todo o mundo, assistimos a um eclodir de movimentos fundamentalistas de religiões sortidas que, como requisito de todos os fundamentalismos caracterizados pela sua oposição visceral à laicidade do estado, querem subordinar a esfera pública aos seus ditames anacrónicos. Fundamentalismo a que a Igreja Católica, como há muito denunciamos no Diário Ateísta, não está imune, muito pelo contrário, como indicam claramente os recentes desenvolvimentos da eleição de Ratzinger. Desenvolvimentos em que se incluem, por exemplo, o apontar da laicidade como «inimigo da liberdade», a reconciliação, que também previmos, com o integrismo católico de Marcel Lefebvre e a escalada de negação do concílio Vaticano II.

Um dos últimos exemplos das tentativas de controle da política por grupos religiosos (ultra)fundamentalistas chega-nos da Nova Zelândia onde um secto cristão, a Irmandade Exclusiva (Exclusive Brethen), que no ano passado gastou mais de meio milhão de dólares em anúncios de jornais apoiando a reeleição de G. W. Bush, se empenha em fazer chegar o Partido Nacional ao governo neo-zelandês através de outra campanha milionária dirigida contra o Partido Trabalhista e os Verdes, um provável parceiro de coligação com os primeiros. Campanha em defesa dos «valores morais» cristãos (que incluem denegrir quem não os defende, claro) e com as já habituais acusações de destruição da família «tradicional». Um dos luxuosos panfletos distribuídos pessoalmente pelos membros da seita afirma mesmo que a agenda política dos trabalhistas e verdes pretende a «abominação» de «ver homens em vestidos e travestis nas casas de banho de mulheres».

Esperemos que a campanha difamatória da seita cristã tenha um efeito contraproducente nas eleições de 17 de Setembro, que as últimas projecções indicam estarem empatadas entre o Partido Nacional e os trabalhistas (com cerca de 40% cada). Num país em que no Census de 2001 26% da população se declarou ateísta e 17,2% simplesmente não indicou religião, uma campanha com estes contornos não terá certamente o sucesso da sua congénere nos Estados Unidos!

9 de Setembro, 2005 Cristiane Pacheco

Só Cristo salva (já que Bush não o fez)

Após a demora inexplicável da Casa Branca e dos governos estadual e municipal na assistência às vítimas do Katrina, que destruiu uma das regiões mais pobres dos EUA, o presidente Bush instituiu a próxima sexta-feira (16/9) como dia nacional de oração pelas vítimas do furacão.

Será que os cristãos norte-americanos acreditam que o descaso vergonhoso do governo com milhares de pessoas isoladas sem água e sem comida, a inacção e a preocupação maior com os saques do que com as vidas humanas serão desculpados com meia dúzia de pai-nossos e ave-marias? Rezará George W. Bush pelos negros mortos no Sul? Chegarão as orações aos ouvidos de Deus?

E o que pensa, afinal, um cristão a respeito de catástrofes desse tipo? Deus as envia para punir os infiéis e pecadores, como diz a Bíblia? Mas se assim é, que Deus é esse que leva a reboque de sua vingança centenas de vidas de pequenos inocentes ainda sem máculas. Ou Deus não interfere em questões mundanas e os furacões são fenómenos naturais regidos por leis naturais ou pelo acaso? Se assim for, Deus é de fato omnipotente?

Velhas perguntas que poucos crentes, infelizmente, hão-de fazer quando estiverem rezando no próximo dia 16.

9 de Setembro, 2005 Mariana de Oliveira

Padre revolucionário

Anselmo Borges, padre, teólogo e professor de Filosofia na Universidade de Coimbra, propôs, na abertura do congresso sobre o futuro do cristianismo, «uma nova atitude» a adoptar pela Igreja em relação a temas como a contracepção ou o aborto, de dar «guarida» aos direitos humanos também no seu interior, de descentralizar as suas estruturas de decisão e participação e de dialogar com uma Europa «onde cresce a indiferença».

«Não se pode continuar a falar de Adão e Eva ou do pecado original como se não houvesse Darwin e a evolução», é preciso colocar em diálogo a razão e a fé, como se deve «dar atenção a uma educação para a autonomia moral responsável, concretamente no domínio sexual e conjugal». Neste último ponto, Anselmo Borges exemplificou com a contracepção, o aborto, «cuja descriminalização não significa aprovação e, ainda menos, recomendação» e com «a situação dos católicos divorciados que voltam a casar e querem dignamente participar nos sacramentos».

O professor espera que «a promoção dos direitos humanos no interior da Igreja, o que implica», nomeadamente, «pôr termo à discriminação da mulher» e salvaguardar a «liberdade de investigação e ensino».

O primeiro desafio, anterior a todos os outros, é a questão de Deus, que deve ser discutida por crentes e não-crentes. Não tanto «por causa de Deus como por causa do homem». O padre questiona: «O que mudaria na vida de cada um se Deus existisse mesmo ou se, pelo contrário, se pudesse demonstrar que não há Deus? O que é que se quer dizer quando se diz que se acredita em Deus? O que é que se quer dizer quando se diz que não se acredita em Deus?»

Com estes pontos de vista progressistas, é possível que, mais cedo ou mais tarde, Anselmo Borges seja convidado a manter as suas opiniões para si.

9 de Setembro, 2005 Mariana de Oliveira

Sharia canadiana

O Ontário, no Canadá, prepara-se para a instituição de tribunais arbitrais com base na Sharia com competência para dirimirem questões familiares, como o divórcio e a regulação do poder paternal.

Segundo o «Judeóscope», os apoiantes desta iniciativa são a «inteligentsia» liberal e sensata do país. E a comunicação social canadiana apelidam os opositores dos tribunais da Sharia de cruzados e anunciadores do Apocalipse. Pelo contrário, Fatima Houda-Pépin, deputada pelo Québec – que rejeitou unanimemente esta iniciativa -, avisou a Assembleia Nacional que «a aplicação da Sharia no Canadá faz parte da mesma estratégia que pretende isolar a comunidade muçulmana por forma a submetê-la a uma visão arcaica do Islão».

Syed Mumtaz Ali, promotor do projecto, entende que o Islão providencia um conjunto de leis a que todos os muçulmanos devem obedecer. Quanto aos que escolherem seguir a lei do Canadá, serão considerados apóstatas… o que implica a pena de morte, de acordo com a Sharia. Mumtaz Ali espera que a Carta de Direitos e Liberdades do Canadiana considere a punição de muçulmanos apóstatas.

Nenhum Estado de Direito Democrático pode permitir que, dentro do seu ordenamento jurídico, vigore um outro ordenamento jurídico, diferente do daquele que foi legitimado pelo Povo, e que tenha por base o confessionalismo. A introdução de tribunais que aplicam a lei de qualquer religião é uma quebra do princípio da igualdade e do princípio da laicidade. Já para não falar que é uma «lei» que impõe comportamentos muito interesantes para as mulheres, como a importância das tarefas domésticas, um código de vestuário estrito e a sua submissão aos homens, tudo acompanhado de uma vasta gama de penas para os prevaricadores.

Para mais informações, podem consultar a página da Campanha Internacional Contra o Tribunal da Sharia no Canadá.

7 de Setembro, 2005 Ricardo Alves

Mais alguns dados sobre os lefebvristas

Escrevi já dois artigos sobre o encontro entre o Papa B16 e o líder da Fraternidade Sacerdotal São Pio X (FSSPX, lefebvristas). No entanto, não mencionei ainda vários factos interessantes sobre esta organização.

Comecemos pelo início. Em 1988, Marcel Lefebvre desafiou a ICAR de JP2 ao nomear quatro bispos: Richard Williamson, Tissier de Mallerais, Alfonso de Galarreta e Bernard Fellay. Desses quatro, Bernard Fellay é o líder actual da FSSPX e foi recebido por Joseph Ratzinger no dia 30 de Agosto, e Richard Williamson é autor de textos absolutamente deliciosos. Entre eles, encontra-se um que defende que «As calças femininas são um ataque à feminilidade das mulheres» (um excerto: «as calças numa mulher são piores do que a mini-saia, porque enquanto a mini-saia é sensual e ataca os sentidos, as calças são ideológicas e atacam a mente»; portanto, as senhoras católicas devem evitar usar calças e a «ideologia» anexa!). No entanto, Williamson não é apenas cómico, é também um anti-semita sinistro, que considera o Holocausto uma «invenção dos judeus» e que nega que as câmaras de gás tenham existido (ler uma selecção dos textos anti-semitas do bispo Williamson). Mais, Williamson acredita na existência de um complô judaico-maçónico para destruir a ICAR, no qual os comunistas e os ateus estarão também envolvidos, embora ele não seja muito específico quanto à forma da coligação entre estes grupos…

Poderá julgar-se que este fascista engajado, que considera os EUA um «país comunista» (sic), será um caso isolado na FSSPX. No entanto, as suas convicções são partilhadas por pelo menos mais um bispo lefebvrista, Tissier de Mallerais, que já escreveu que os judeus são «odiosos» e que «trabalham activamente para a vinda do anticristo». Não é portanto surpreendente que em vários países os padres da FSSPX surjam associados a membros de partidos neonazis, a negacionistas do Holocausto e a racistas, ou que sejam cada uma destas coisas mais ou menos abertamente.

As publicações da FSSPX são um manancial para quem quiser encontrar um tipo de pensamento tão ultra-católico que faz César das Neves parecer um ateu laicista e tolerante. Evidentemente, há criacionismo do mais extremo, explicações de como a pena de morte é um ensinamento tradicional da ICAR, mas também… um artigo intitulado «Defesa da Inquisição», onde se explica que «a Inquisição era um tribunal honesto, que tentava converter os hereges em vez de os punir, e que condenou relativamente poucas pessoas às chamas, e que só usou a tortura em casos excepcionais», e que a liberdade religiosa, o princípio à luz do qual se condena a Inquisição, está «em ruptura com a tradição da [ICAR]», que é de «dever de intolerância para com as falsas religiões» (eu concordo com esta última parte…). O artigo referido defende abertamente que a Inquisição «salvou a Espanha» e que se deve «reabilitar» esta instituição, e termina afirmando que «os católicos não têm nada de que se envergonhar nos trabalhos passados deste santo tribunal».

Enfim, é na direcção desta gente muitíssimo católica mas pouco recomendável que o Vaticano, segundo a expressão da BBC, se está a «movimentar».
7 de Setembro, 2005 Mariana de Oliveira

Boas intenções

Na Intenção Geral do Santo Padre para o Apostolado da Oração de Setembro, pede-se «que o direito à liberdade religiosa seja reconhecido pelos governantes de todos os povos». No entanto, este direito não poderá ser garantido através do laicismo.

O texto que a Agência Ecclesia disponibiliza é deveras interessante. O primeiro ponto começa com esta frase: «o laicismo, inimigo da liberdade». Para o autor, o laicismo «pretende mudar a sociedade e os valores que a regem a partir das opções de uma “vanguarda” pretensamente ilustrada e única capaz de libertar a sociedade das amarras que a prendem a um passado dito de ignorância e opressão. Fá-lo ao arrepio de qualquer consenso socialmente estabelecido, em nome de uma auto-atribuída superioridade “progressista”». Se algumas das mudanças que se fizeram na história da humanidade fossem feitas apenas quando existe um consenso social, ainda estaríamos algures na Idade Média uma vez que o cidadão médio, infelizmente, só fica descontente com o que tem quando acaba «o pão e o circo».

A laicidade é «visceralmente anti-religiosa, empenha-se em expulsar a religião da praça pública, pretendendo que aquela se limite ao âmbito estritamente privado dos cidadãos, tratados como indivíduos e não como pessoas. Deste modo, acaba por negar na prática a liberdade religiosa que formalmente diz respeitar – pois a liberdade religiosa inclui o direito a manifestar e viver em público a fé. E como o respeito pela liberdade religiosa é a pedra de toque de toda a verdadeira liberdade, a ideologia laicista revela-se inimiga da liberdade e, portanto, da verdadeira democracia». Só que «a minha liberdade acaba quando começa a liberdade do outro». A minha liberdade concede-me o direito de, na praça pública, não ser obrigada a aturar evangelizações.

O segundo ponto intitula-se «Laicismo anticristão». A perseguição dos cristão não se consubstancia apenas na «rejeição do candidato a Comissário Europeu Rocco Buttiglione, no Parlamento Europeu» e em «certas leis que, no campo da educação, põem em causa o “estilo de vida” dos cristãos». Não senhor. Existe uma «difusão consciente e continuada de preconceitos e imagens distorcidas dos cristãos – ao ponto de a Santa Sé denunciar, numa conferência da Organização para a Cooperação e a Segurança na Europa, o anticristianismo cada vez mais activo em muitos países; e ter solicitado, na mesma conferência, que este anticristianismo seja colocado ao mesmo nível do anti-semitismo ou do anti-islamismo». Mais uma vez, temos a ICAR a vitimizar-se de forma ridícula.

No último ponto, apela-se à defesa da liberdade religiosa. «Reconhecer o direito à liberdade religiosa não é apenas uma questão de exarar na lei esse direito – isso até as ditaduras fazem. Implica também uma atitude de vigilância, por parte das sociedades, para que os crentes não sejam vítimas de preconceitos, sobretudo se promovidos pelo Estado, através de políticas enfermas de laicismo ignorante e intolerante». A ICAR tem uma estranha visão da liberdade religiosa que se esquece que esta tem duas dimensões: uma positiva e uma negativa. A positiva garante que qualquer cidadão possa, de acordo com a sua consciência e convicções, seguir a religião que bem entender; a negativa permite que o mesmo cidadão, se lhe aprouver, não seguir nenhuma confissão e não ser obrigado a suportar no espaço público – que também é dele – proselitismos.

6 de Setembro, 2005 Ricardo Alves

Uma sondagem curiosa

No passado dia 30 de Agosto, o jornal Le Monde publicou uma sondagem feita à população francesa de origem turca ou africana (em França, esta última é sobretudo magrebina). Alguns dos resultados da sondagem (ver em pdf) são muito curiosos.
  1. Cerca de 20% dos respondentes declaram-se «sem religião», uma percentagem que não anda longe dos 28% na população francesa em geral. Atribuindo a diferença às famílias francesas que já são ateias ou agnósticas por tradição, a percentagem de pessoas que abandonam o Islão será portanto muito semelhante à percentagem de pessoas que abandonam o catolicismo. É, sem dúvida, uma boa notícia.
  2. Entre aqueles que se declaram muçulmanos, 21% praticam regularmente (um mínimo de uma ou duas idas por mês à mesquita), uma percentagem que não andará muito longe da percentagem de franceses católicos praticantes.
  3. Ao nível dos preceitos individuais, 23% dos muçulmanos declarados assumem que bebem vinho (nem que seja «de vez em quando»…), 27% confessam que nunca rezam, e, embora 81% declarem querer fazer a peregrinação a Meca, apenas 2% a fizeram.
  4. Quanto ao casamento, mais de metade dos pais muçulmanos (57%) acha que os seus rapazes devem decidir com quem se casam, e 47% tem a mesma opinião para as filhas. A mistura pode avançar.
  5. Finalmente, a laicidade é um conceito «positivo» ou «muito positivo» para 82% dos muçulmanos franceses, 65% não estão de acordo com a frase «a laicidade é um obstáculo à liberdade religiosa», 82% estão de acordo com a frase «em França, é a laicidade que permite a pessoas de convicções diferentes viverem juntas» e 59% defendem que os símbolos religiosos não têm lugar na escola pública.

Pode portanto concluir-se que o processo de integração dos muçulmanos em França está a decorrer a bom ritmo. Existem sem dúvida fanáticos, mas são uma minoria.