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15 de Setembro, 2005 Ricardo Alves

Declaração religiosa considerada inconstitucional nos EUA

Um tribunal distrital da Califórnia (EUA) reiterou na quarta-feira a inconstitucionalidade da «promessa de lealdade» (pledge of allegiance) que é recitada nas escolas públicas (ler a decisão judicial em pdf). Em causa, estão as palavras «sob Deus», que foram inseridas nessa declaração em 1954.

A decisão judicial apoia-se numa decisão anterior (no mesmo sentido) obtida pelo ateu Michael Newdow em 2002 num tribunal de apelação, decisão essa sobre a qual o Tribunal Supremo decidira, em Junho de 2004, não se pronunciar, devido ao detalhe (exclusivamente técnico) de Michael Newdow não ter a tutela parental da filha.

Este novo caso foi aberto por Michael Newdow com a ajuda de outras famílias ateias que não abdicam de lutar por uma escola pública laica (notícia na Humanist Network News), e poderá levar este assunto, mais uma vez, até ao Tribunal Supremo.

15 de Setembro, 2005 pfontela

O problema do mal

O problema do mal é talvez um dos maiores obstáculos a qualquer crença razoável num deus omnipotente e bom. Para o efeito deste artigo não é necessário definir o «mal» enquanto conceito, vamos assumir apenas os pontos em que todos podemos concordar: desastres (sejam de origem natural ou humana), injustiças (como a discriminação sem causa) entre outras coisas são algo que todos nós dispensávamos. Para o ateu trata-se de simples factos da vida aos quais ele reage de acordo com a filosofia que escolhe para guiar a sua vida. Para o teísta típico a situação aqui torna-se muito complicada.

Claro que ao longo de milénios muitas organizações religiosas tentaram arranjar justificações para tais «acidentes» mas realmente nenhuma das desculpas pegou. As religiões do livro ao abandonarem as perspectivas teleológicas pré-clássicas e clássicas (quer se trate do caso babilónico em que todos os males são vistos como insatisfação divina – sendo que a morte era apenas um prolongamento da vida, incluindo o sofrimento – ou do caso grego em que se remete o mal para o acaso, o destino e os caprichos da natureza divina e humana – a morte neste caso é uniforme sendo que a todos espera o negrume do Hades onde se encontrarão num eterno estado de espera num mundo de sombras e cinza onde não se sofre mas onde também não se existe prazer) criaram uma impossibilidade lógica – o deus que é bom mas deixa sofrer as criaturas que supostamente ama.

Muito sofisma e retórica têm sido tecidos pelo clero à volta desta questão. De facto ela encontra-se tão mal explicada intelectualmente que regra geral remete os crentes para explicações simplistas mas obviamente insuficientes (os desígnios misteriosos do senhor, o evento em questão faz parte de um plano cósmico mais vasto – a tentativa clara, e frustrada acrescente-se, de dar sentido à morte ou ao sofrimento). As palavras do enigma de Epicuro continuam tão válidas como no dia em que fora escritas:

Deus quer acabar com o mal mas não é capaz?
Então não é omnipotente
É capaz mas não o quer fazer?
Então é malévolo
É capaz e quer fazê-lo?
Então de onde surge o mal?
Não é capaz nem quer fazê-lo?
Então porquê chamar-lhe Deus?

O cristianismo explica o mal através de duas ideias falsas mas que à primeira vista parecem resolver o enigma. Primeiro advogam a suposta queda do Homem de um estado de graça devido ao pecado original. Não é universal entre os crentes (aqueles que conhecem a sua religião – uma minoria com toda a certeza) o que é que esse pecado original realmente envolveria. Existe a versão da usurpação por parte do homem do conhecimento que só a Deus pertence enquanto outros falam de um afastamento do divino (com claros laivos de anti-laicidade à mistura). E em segundo lugar criaram a figura do livre arbítrio em que a vontade própria da criatura é a fonte do mal.

Nenhuma destas tentativas de «racionalização» da questão resolvem o problema. A omnipotência e Omnisciência excluem qualquer hipótese de erro divino, se o Homem falha é porque Deus assim o quis. A liberdade humana por essa perspectiva nada mais é que uma ilusão, a carne é fraca e o Homem está destinado a falhar e cair nas condenações infernais sádicas que povoam as realidades e os infernos dos monoteísmos violentos (o sadismo presente nessas visões resulta da sublimação de desejos reprimidos por um código (i)moral opressivo, e como tal é bastante frequente que as visões artísticas e populares do inferno ao longo do tempo reflictam esses impulsos que anseiam por ser satisfeitos e aproveitam todas as oportunidades para se manifestarem – a isso junta-se é claro o desejo de ver todos os que não se auto-flagelam como «os escolhidos de Deus» serem castigados pela felicidade e prazer que gozam).

Até aos dias de hoje o problema do mal é o mais flagrante exemplo de impossibilidade do deus do bem, aquele que é pessoal e guia o crente, o deus dos incautos. O problema em si mesmo não tem solução. Para negar a constatação que daqui resulta: «não há justiça» o crente refugia-se na crença no deus que tem que existir porque ele quer, porque precisa de um sentido exterior (devido à sua incapacidade de projecção directa da sua vontade pessoal). Para muitos crentes deus existe porque deveria existir. O argumento, por razões óbvias, não tem muitos adeptos nos círculos mais sérios.

O crente tenta vender ao ateu o seu maravilhoso mundo encantado em que a ilusão se sobrepõe à realidade, realidade essa que, em termos de atracção, jamais poderá competir com as fantasias que o Homem constrói. Cabe a cada um decidir se prefere permanecer lógico e sério ou se quer deixar-se intoxicar pelo ópio da irracionalidade. A realidade é sempre preferível a qualquer sonho por muito agradável que seja.

15 de Setembro, 2005 Carlos Esperança

O negócio exorcista

Andavam os créus mais tranquilos depois da abolição do Inferno pelo Papa JP2, quiçá convencidos de que sem inferno não há diabos pois até o demo tem direito a domicílio, fogueira e combustíveis, além das almas que o exército de parasitas de Deus entende que lhe devem ser reservadas.

Agora o Papa Bento 16 entusiasma os exorcistas a não esmorecerem no santo ministério sob a vigilância atenta dos bispos.

Da residência de verão em Castelgandolfo, B16 dirigiu-se ao Vaticano para a habitual audiência pública das quartas-feiras onde o aguardavam cerca de 20.000 mirones, incluindo os participantes no congresso de Exorcistas Italianos que teve lugar nestes últimos dias.

Segundo B16 os exorcismos têm de ser realizados no mínimo por sacerdotes em estreita dependência do bispo da diocese. Fica assim arredada a possibilidade de um diácono se dedicar ao ramo e, muito menos, um sacristão. A profissão exige saber, água bem benzida, um crucifixo em bom estado de conservação e, em caso de perigo, um báculo para partir os cornos ao diabo. Daí a necessidade do bispo.

JP2 realizou 3 exorcismos durante os 27 anos de pontificado, sendo dois já conhecidos.

O padre Gabriele Amorth, um dos mais prestigiados exorcistas italianos declarou em 2003 que, dois anos antes, JP2 realizou na Praça de «S.» Pedro um exorcismo para tirar o diabo do corpo duma rapariga endemoninhada que participava numa audiência geral.

Em 1982 JP2 expulsou o diabo do corpo de uma mulher italiana, Francesca, que o então bispo de Spoleto (centro de Itália) monsenhor Alberti, levou ao seu apartamento. Este exorcismo foi confirmado em 1993 pelo cardeal Jacques Martin, ex-prefeito da Casa Pontifícia.

Fonte: El Periódico, 14-09-2005

15 de Setembro, 2005 Palmira Silva

Exorcismos na Santa Sé

Em pleno século XXI quando a ciência desvenda as razões fisíco-químicas associadas a comportamentos considerados anormais, a Igreja Católica ainda tenta vender possessões diabólicas e quejandos e treina os seus sacerdotes naquilo que é chamado de «exorcismo real», um mambo jambo de 27 páginas que envolve o uso de litros de água-benta, encantamentos e orações sortidas q.b., incensos, imposição de relíquias ou símbolos cristãos como a cruz, para expulsar os «espíritos malignos» que supostamente possuem o desgraçado que lhes cai nas mãos.

O primeiro curso de caçadores de demónios, realizado no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, teve aparentemente tanto sucesso e o Demo é uma invenção tão conveniente para justificar as mais abjectas práticas, dirigidas, claro, não a pessoas mas a servos do Demo, que o Vaticano decidiu reeditar em Outubro o seu curso sobre «Exorcismo e oração de libertação».

Entretanto decorre em Roma, no meio do secretismo necessário à profissão, a convenção dos exorcistas católicos, saudados hoje por Bento XVI em pessoa, certamente depois de no Catecismo da Igreja que afirma: «Quando a Igreja exige publicamente e com autoridade, em nome de Jesus Cristo, que uma pessoa ou objecto sejam protegidos contra a influência do maligno e subtraídos ao seu domínio, fala-se em exorcismo».

Quiçá esta autoridade da Igreja em identificar a obra do Demo não seja suficientemente reconhecida, nomeadamente na Venezuela. De facto, o governo venezuelano não reconheceu qualquer necessidade de aceitar a piedosa oferta do Cardeal Rosalio Castillo Lara de exorcizar Hugo Chávez, certamente possuído pelo próprio Belzebu para cortar o financiamento à «santa» Igreja venezuelana.

Esta descrença na existência do princípe das trevas tem sido tão prejudicial aos cofres ensinamentos da Igreja Católica que, para além desta abundância de cursos na arte de bem exorcizar qualquer mafarrico, o Vaticano se viu na necessidade de actualizar o esquecido ritual de exorcismo, formalizado no ano da Graça de 1614.

Falando agora em demónios modernos no seio da Santa Sé relembro que o Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, onde decorrerão os cursos para charlatães exorcistas, é uma instituição, dita universitária, privada, sustentada pelos Legionários de Cristo e pela Regnum Christi, fundadas pelo padre mexicano Marcial Maciel Degollado, uma «máquina» de angariação de fundos para a Igreja de Roma, sobre o qual pendem há décadas inúmeras acusações de abuso sexual de menores. Todas elas ignoradas pelo Vaticano, que não quer hostilizar uma das suas mais bem conseguidas fontes de rendimento. Estas e outras histórias «edificantes» sobre o patrono dos exorcistas podem ser lidas no «Vows of Silence: The Abuse of Power in the Papacy of John Paul II», de Jason Berry e Gerald Renner ou na análise do livro no National Catholic Reporter.

14 de Setembro, 2005 Cristiane Pacheco

A IURD no Brasil (1)

É uma experiência realmente assustadora passar em frente à chamada Catedral Mundial da Fé, o templo principal da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no Brasil. Localizada no subúrbio carioca de Del Castilho, a poucos quilómetros do Centro, a edificação monumental (e medonha) atesta a riqueza desta seita neopentecostal surgida há pouco mais de duas décadas. Em formato de meia lua, com mais de 63 mil metros quadrados de área construída, tem os muros de sua fachada revestidos com 10 mil metros quadrados de pedras trazidas de Israel. Nas reuniões de culto, os pastores despejam suas charlatanices aos mais de 10 mil crentes que se acomodam em modernas e confortáveis poltronas dispostas em degraus, como numa arena. Pelos programas da rede de televisão da IURD, a Record, vemos essas pobres criaturas entregando de boa fé seus salários, anéis, colares, relógios e até mesmo óculos aos abutres que insistem que elas atestem sua fé doando a Cristo seus bens materiais. Só assim Deus as fará cada vez mais prósperas.

Além do dízimo e das doações de milhões de fiéis em todo o território nacional, o cofre da IURD se locupleta de outras fontes de renda. Um dos maiores representantes da IURD no Congresso Nacional, o bispo Rodrigues, renunciou ao mandato de deputado federal nesta última segunda-feira (12/9), para evitar sua provável cassação. Estava envolvido num amplo esquema de corrupção. Em outro episódio envolvendo a IURD, em Julho deste ano, a Polícia Federal encontrou com o bispo e deputado federal João Batista Ramos e mais seis pessoas, sete malas contendo cerca de 10 milhões de reais. Apesar da IURD afirmar que o dinheiro era proveniente do dízimo arrecadado, a presença de notas seriadas e a dificuldade em explicar a origem do dinheiro fazem com que a polícia não acredite muito na história. Suspeita-se de lavagem de dinheiro advindo da corrupção. O mesmo João Batista Ramos já respondia a processo no Supremo Tribunal Federal por crimes de falsidade ideológica e contra a ordem tributária. O bispo e senador Marcelo Crivella também responde ao mesmo processo, entre outras coisas por ser sócio-proprietário de uma TV mesmo exercendo um cargo político.

Essa corja está em Brasília para legislar pela causa de Deus e tentar impor à sociedade leis condizentes com as suas crenças lamentáveis, mas também, e sobretudo, para enriquecer ainda mais a igreja do bispo Edir Macedo.

14 de Setembro, 2005 Carlos Esperança

Um bairro de marginais


Que interditos e medos sobrevivem de modo a calar qualquer crítica à ICAR? Serão temores antigos do braço secular, desconfiança dos incontáveis esbirros do Santo Ofício ou terror das obscuras ligações do Vaticano e das suas seitas mais ou menos secretas?

B16 é o velho inquisidor de cuja biografia se apagou a passagem pela juventude nazi antes de ingressar nas forças armadas donde desertaria, na iminência da derrota, em 1944.

Há neste filho de um polícia alemão, de facto, uma adolescência difícil. Não o podemos condenar pela juventude que o fez autoritário, com horror à sociedade plural, mórbida homofobia e patologia misógina. Certamente não esquece as noites frias do seminário, obrigado a dormir com as mãos fora dos cobertores para evitar as tentações da carne e o castigo do preceptor.

O ataque desferido, num documento de 2000, contra anglicanos, luteranos e protestantes em geral, afirmando que a Igreja Católica é o único caminho para a salvação, mostra o seu conceito de tolerância e ecumenismo.

A condenação sistemática dos movimentos feministas, a relutância em aceitar mulheres a cantar nos coros das missas e a afirmação de que «gays e lésbicas até poderiam ser aceites na Igreja, se concordassem viver em castidade», mostra o carácter misógino e homofóbico de quem foi «eleito» Papa com o aplauso extasiado do Opus Dei.

Este homem, hoje regedor de um bairro mal frequentado, foi nomeado Papa por 115 cardeais onde apenas ele e um outro não foram criados por JP2 de acordo com a sua indicação e forte influência.

O teólogo que sabe que a existência de Deus não se pode provar é o autocrata que dirige a pesada máquina que vive do charlatanismo e da mentira. Desistiu de ser humano e é o déspota que envelhece e envilece na defesa anacrónica dos preconceitos da sua igreja.

Se Bento 16 tivesse um dia conhecido as delícias do amor, se tivesse encontrado um corpo que se fundisse com o seu, uma boca que se abrisse à sua, um coração que batesse ao mesmo ritmo, não seria o beato moralista que confunde prazer e pecado, nem viveria a doentia obsessão contra o sexo.

Os pios leitores do Diário Ateísta não se dão conta do antro onde se cruzam cardeais, freiras, monges, arcebispos e outros parasitas da fé e se processam informações sobre tudo o que interessa à ICAR, oriundas dos centros de espionagem que começam num confessionário recôndito e acabam no Vaticano. É neste bairro mal frequentado que reina como monarca absoluto e vitalício o último ditador europeu – Bento 16.

14 de Setembro, 2005 Palmira Silva

Holocausto

No rescaldo dos atentados em Londres as tentativas do governo britânico em conter o extremismo islâmico envolveram a formação de uma comissão de conselheiros muçulmanos que supostamente deveriam aconselhar Tony Blair no combate ao fundamentalismo terrorista.

Pela amostra dos conselhos e opinações dos conselheiros parece que estes estão menos preocupados em resolver o problema real no seio da respectiva comunidade e mais interessados em utilizar a posição a que foram promovidos para «retaliar» politicamente contra os «inimigos» do Islão. Principalmente os odiados judeus. Mas os maçons não escapam às diatribes destes conselheiros como indicam as ruminações de Ahmad Thomson, membro da associação de advogados islâmicos, que considera que Tony Blair decidiu participar na invasão do Iraque aconselhado por um grupo «sinistro» de judeus e maçons. Este grupo sinistro, que de acordo com o «presciente» conselheiro manobra na sombra os governos europeus e americano para instituir uma nova Ordem Mundial, pretendia controlar o Médio Oriente com o ataque a Saddam Hussein (aparentemente os tais sinistros manipuladores são igualmente pouco inteligentes porque o ataque ao Iraque foi completamente contraproducente para tais objectivos também porque o Iraque era o único governo laico da região e como tal só ameaçava com o seu exemplo as teocracias locais).

Outros conselheiros para a melhor forma de eliminar o terrorismo islâmico, nos quais se inclui Sir Iqbal Sacranie, o secretário-geral do Conselho Muçulmano de Inglaterra, pretendem que Tony Blair acabe com o Jewish Holocaust Memorial Day, que consideram ofensivo para os muçulmanos. Quiçá por considerarem, como o conselheiro Ahmad Thomson, que chama ao Holocausto a «grande mentira», que este foi muito exagerado pelos judeus. Entretanto Tony Blair fez saber ontem que não aceita a proposta!

O rabi Israel Meir Lau em resposta à proposta de abolição do Dia do Holocausto sob o pretexto de que é ofensivo para os muçulmanos considera que os fundamentalistas radicais islâmicos se sentem incomodados com o Holocausto devido ao papel infame de alguns dos seus líderes durante a Segunda Guerra Mundial. Especialmente o Grand Mufti de Jerusálem, Haj Muhammed Amin al-Husseini, tio e mentor espiritual e político de Rahman Abdel-Raouf Arafat al-Qudwa al-Husseini, mais conhecido pelo seu nome de guerra Yasser Arafat.

O Mufti, que passou boa parte da Segunda Guerra em Berlim como convidado especial de Hitler, colaborou activamente com o Führer. Pretendendo como única recompensa que depois de Hitler vencer a guerra (e eliminado todos os judeus europeus) exterminasse todos os judeus da Palestina, recrutou na Bósnia para as SS as notórias (pela negativa) «Hanjar troopers» uma companhia especial das Waffen SS que massacraram 90% dos judeus na Bósnia. Estes muçulmanos bósnios rapidamente cairam nas boas graças de Heinrich Himmler, que estabeleceu uma escola especial, a Mullah Military, em Dresden.

Em Março de 1942, al-Husseini falou ao mundo árabe por uma rádio de Roma dizendo «Se, Alá proíba, América e os seus aliados ganharem esta guerra então o mundo será o Inferno, Alá proíba. Mas Alá é demasiado justo e compassionado para permitir a vitória desses assassinos violadores».

No julgamento de Nuremberga, Dieter Wisliceny um dos colaboradores de Eichmann e subsquentemente executado como criminoso de guerra testemunhou que:

«O Mufti foi um dos iniciadores do extermínio sistemático dos judeus europeus e foi um colaborador e conselheiro de Eichmann e Himmler na execução deste plano. (…) Ele era um dos melhores amigos de Eichmann e incitava-o constantemente a acelerar as medidas de extermínio. Ouvi-o dizer que tinha visitado incógnito, acompanhado por Eichmann, a câmara de gás de Auschwitz».

13 de Setembro, 2005 Carlos Esperança

Novos vendedores de Cristo

Como há cada vez menos pessoas a acreditar em Deus, há cada vez mais gente a vender Cristo por grosso e a retalho, em grandes superfícies e ao domicílio.

13 de Setembro, 2005 Palmira Silva

Testemunhas do Jeová em batalha legal

A empresa multi-bilionária Watch Tower Bible and Tract Society of Pennsylvania, Inc., a organização por trás da seita cristã vulgarmente conhecida por Testemunhas de Jeová, interpôs uma acção em Ontário, Canadá, contra um sítio da internet de um ex-membro da seita, Peter Mosier.

A página de Mosier é devotada à reprodução de citações de publicações antigas da Watch Tower o que, de acordo com a acção interposta, é «embaraçante» e tem causado danos às Testemunhas, nomeadamente abala a sua «reputação» e «boa vontade». De facto deve ser embaraçante ver a evolução dos dislates debitados pela Watch Tower ao longo dos anos, nomeadamente o falhanço das suas sucessivas previsões do fim do mundo ou as várias variantes (deliciosas!) de interpretação do «número da besta» ou 666.

Na realidade a página que a Watch Tower quer encerrar seria um tratado da estupidez humana em máximas hilariantes extraídas de publicações dos queixosos, que pretendem uma indemnização monetária para além do encerramento da página, não fora a consideração dos malefícios que estes alucinados infligiram ao longo dos anos nos pobres de espírito que seguiram os seus ensinamentos. A página contém colecções excelentemente documentadas de profecias falhadas, cronologias bíblicas em constante alteração, inversões radicais de doutrinas, conselhos médicos no mínimo bizarros, misoginia pura e dura, etc.

Não deixa de ser irónico que uma seita que é conhecida universalmente pela perseverança dos seus membros em tentar impingir a literatura da Watch Tower a todos os incautos que não lhes fechem imediatamente a porta na cara venha agora processar quem faz exactamente o mesmo. Claro que em relação a material «confidencial», ou seja apenas faz divulgação dos disparates das TJ que estas não querem ser do conhecimento geral.

Suponho que neste caso não há dúvidas de que podemos esperar mais uma decisão sensata proveniente de Ontário em relação a questões legais interpostas em nome da religião!