O mimetismo islâmico
A violência do mais implacável monoteísmo, agravada pela agonia da civilização árabe, parece contaminar o protestantismo evangélico e, num desafio ao Papa mais tolerante e humanista depois de João XXIII, o próprio catolicismo romano de Francisco.
Em El Salvador, Teodora Vásquez, condenada a 30 anos de prisão, por aborto, foi solta, depois de 10 anos e 6 meses de prisão, graças à comutação da pena, por enorme pressão de ONG, ativistas de todo o mundo e sucessivas críticas da ONU, porque “a prova científica não permite determinar nenhuma ação voluntária que conduzisse à morte da criatura em gestação”. A simples suspeita de ter sido deliberado o aborto desta mulher, agora com 34 anos, foi suficiente para uma pena de 30 anos de prisão.
El Salvador tem um clero reacionário, cúmplice do poder, que se opõe à IVG com violência e o aborto mantém-se proibido em todas as situações e sujeito a duras penas que nem o risco de vida da mãe, as malformações fetais ou a violação atenuam.
Na Polónia, a tentativa de criminalizar de novo a IVG acompanha limitações drásticas dos direitos humanos, com o regime a resvalar para um autoritarismo onde o Governo submete o poder judicial ao seu controlo, sem lhe faltar o apoio da hierarquia católica.
Nas Filipinas, onde a demência da fé exige sacrifícios humanos que levam devotos a crucificar-se, na Páscoa, perante a complacência da hierarquia católica, foi eleito como PR Rodrigo Duterte um assassino popular, por incitar à execução sumária de prováveis drogados, traficantes e contrabandistas.
Não tardou que a Igreja católica se juntasse às manifestações contra a droga, o tráfico e o contrabando, em apoio do biltre, acrescentando a luta contra o aborto.
Este atentado contra as mulheres, em coerência com a doutrina habitual, atinge já uma violência que rivaliza com o Islão político numa postura de intimidação e cruzada digna da Idade Média. A Espanha, aqui ao lado, já tentou reverter a legislação atual da IVG.
O insano apelo do cardeal Clemente à abstinência sexual aos cônjuges recasados foi só ridículo, mas o Dr. Gentil Martins, ex-bastonário da OM e cirurgião pediátrico, exaltado católico, estarreceu o País, ao lamentar na TV, há anos, que as ecografias e a legalização da IVG impedissem o treino de cirurgiões, para separar gémeos siameses pela ausência do seu nascimento em Portugal, após a separação com êxito de dois irmãos africanos que lhe foram enviados e cujas sequelas futuras eram imprevisíveis.
Não há avanços civilizacionais definitivos, nem democracias eternas.
Médicos desenvolvem tratamento para disfunção genética que pode gerar lágrimas de sangue
Por ZAP – 24 Fevereiro, 2018
Um grupo de cientistas encontrou a causa genética de um mal que atinge os vasos sanguíneos e faz pacientes terem hemorragias fatais e derrames.
Um grupo de cientistas do Instituto de Saúde Infantil da University College London e do Hospital Great Ormond Street, no Reino Unido, que realizaram o estudo publicado no Journal of Clinical Investigation a 20 de fevereiro, consideram a descoberta um “enorme passo” rumo à compreensão e ao tratamento de malformações arterio-venosas (AVM).
Por ONOFRE VARELA (in Gazeta Ateísta)
O senhor Clemente, titular do cargo de cardeal patriarca na Igreja Católica, sugeriu que os casais católicos com união matrimonial celebrada na Igreja e depois divorciados, se quisessem casar novamente pela Igreja não deveriam ter relações sexuais. Quer isto dizer que homem e mulher recasar-se-iam com as competências de casal reduzidas. Apenas fariam refeições conjuntas e assistiriam às missinhas de mãos dadas. Na cama, dormiriam em leitos separados ou de costas voltadas, e… provavelmente… cada qual procuraria, fora do casamento, parceiro para satisfazer as suas necessidades sexuais!
Esta atitude cardinalícia não mereceria mais do que o entendimento da anedota que é, se não configurasse outra coisa mais grave, que é a Igreja meter o nariz no sexo dos crentes.
A Igreja Católica, milenarmente fornicadora das mulheres dos outros, tem, perante o sexo, uma atitude de inimizade mortal. Incapaz de usar da Humanidade que hipocritamente apregoa, a Igreja não entende o sexo como coisa natural, porque para ela nada é natural. Tudo é obra de um deus inexistente e a Igreja será o fiscal das leis que ela própria dita, apregoando-as como sendo sagradas e indicadas por um tal espírito santo travestido de pombinha, que a Igreja também inventou (e que não é banqueiro), atribuindo-lhe a confirmação da legislação que os cardeais decretam e fazem circular como tendo sido recebidas do tal inexistente deus que não passa de um conceito inventado pelo Homem do Paleolítico.
Se esta bodega não passasse de um conto da carochinha, tudo estaria bem… mas apregoar estas atoardas como sendo uma vontade divina, para que todos cumpram sem pestanejar nem pensar, pode, no extremo, configurar atitude criminosa (assim actuam, contra a mulher, os malfeitores do Islão extremista). O sexo é o grande pecado que diabolizou a mulher, e os sacerdotes que aferem a sugestão do cardeal, serão os continuadores dessa atitude de entender o sexo como “pecado”, esquecendo a importância que ele tem na Natureza e nas relações humanas. O sexo, para além de reprodutor da vida, no Ser Humano tem outras funções igualmente importantes. É um indutor de calma, e um destruidor de stresse e carregador de energias. Uma vida saudável conta com actividade sexual regular sem intuito de procriar, mas apenas pelo prazer que a relação sexual dá. Este prazer é o maior pecado para a Igreja que impede os seus sacerdotes de o usufruir com legalidade eclesiástica. A Igreja considera a prática sexual como diabólica e que, por isso mesmo, todos nós nascemos com um défice de confiança perante o deus, pelo que estamos obrigados a conquistar as graças divinas assistindo às missas, para limparmos a nódoa com que os nossos pais nos conspurcaram pelo facto de nos terem concebido através da cópula!… Esta ideia é de uma idiotice chapada! Só um sádico imbecil é capaz de a afirmar… e o senhor Clemente anda a precisar de experimentar deitar-se com uma mulher que ame, e que por ela seja amado.
(O autor não obedece ao último Acordo Ortográfico)
Foi já no estertor do cavaquismo (julgávamos nós, a memória foi curta), mas no auge da prepotência, que foi atribuído à Igreja católica o segundo canal privado, sem um projeto coerente, sem um caderno de encargos credível, sem viabilidade, mas a render homilias favoráveis ao PSD nas missas dominicais, contra um projeto mais elaborado e credível, em pia arbitrariedade governamental.
Do início nebuloso, que celebrizou o mais indigente dos programas, “A amiga Olga”, já não há memória. Durou a telemadrassa enquanto os crentes não se cansaram de acorrer aos aumentos de capital, desistindo das “boas ações” e do Paraíso, mais pela despesa do que por ausência de fé.
Do aborto informativo gerado no ventre do patriarcado de Lisboa, arrancado a ferros e com ventosa, pelo PM, diria mais tarde o pioneiro da crítica televisiva e seu excecional expoente, Mário Castrim, «nasceu na sacristia e desaguou na sarjeta».
À míngua de óbolos e orações, a TVI (‘I’ de Independente e de Igreja) mirrou e emigrou para o capital laico, onde a programação deixou de ser anunciada em missas dominicais, enquanto o Patriarcado garantiu missas, tempos de antena e mensagens cardinalícias no canal público, em flagrante atropelo à laicidade do Estado.
Deste projeto megalómano da Igreja católica e da cedência vergonhosa do Estado não se fala no 25.º aniversário em que muitos recordarão mais os programas escabrosos do que os negócios e as lutas políticas travadas no seu seio.
Para memória futura, ficam estes apontamentos que os cúmplices gostariam de ocultar e certamente empalideceriam os festejos de aniversário. Tudo se esquece e perdoa, longe do escrutínio de uma opinião pública esclarecida e participativa.
Por
Margarida Neiva: Júlio II, Cardeal aos 28 anos por cunha de um tio, foi um dos muitos malfeitores que se sentaram na cadeira papal. Ficou mais conhecido por guerreiro do que por padre da igreja, na medida em que se entreteve mais tempo a comandar os exércitos papais do que a evangelizar as gentes. Foi um prétransgressor das ideias de D. Manuel Clemente, porquanto deixou uma quantidade imensa de filhos bastardos, tendo uma sua filha casado com um Orsini, umas das riquíssimas famílias que, como os Medicis e outros formavam a riquíssima elite romana.Foi um grande construtor, ao mesmo tempo que contribui para uma das maiores selvajarias sobre o património histórico do Imperio Romano, que destruiu para com os seus elementos líticos construir as igrejas da Roma papal, chegando a concessionar uma parte do Coliseu como pedreira.
Foi o grande mecenas de Miguel Ângelo e Rafaello, tendo sido sob o seu reinado como papa que se construiu a Capela Sistina, uma homenagem a Sisto IV, que o antecedeu e o promoveu. Vendeu para se financiar tudo e mais alguma coisa, desde títulos de Cardeal a filhos imberbes das mais ricas famílias, até indulgências que serviam para perdoar todo o qualquer tipo de malfeitorias cometidas. Estas e outras atitudes estiveram na origem das 95 teses pregadas pelo monge Martinho Lutero na porta da igreja de Wurtembeg, em que denunciava aquilo que tinha como sendo, para usar linguagem popular, a grande falta de vergonha da Igreja, e do Papa. Sucedeu-lhe Leão X.
Depois do que foi dito, fica-nos esta contradição: O legado artístico que nos deixou terá valido a pena? Para quem usufrui dele hoje, certamente. E para os que suportaram todo o peso do que foi a violência do seu custo ?. Bem, quem o suportou não vai responder.
Por
Margarida Neiva
O jornal (The Trust) (A Verdade) publicava em Jerusalém no dia 3 de novembro de 1911, com o título (Roma e a Biblia) um artigo no qual ele atira a atenção sobre um documento que se encontrava na Biblioteca Nacional de Paris, e no qual os Cardeais davam ao futuro Júlio II conselhos que ele devia seguir para ser eleito Papa em 1550.
O documento dizia o seguinte:
De todos os conselhos reservados à Sua Santidade, nós temos guardado os mais essenciais até este momento.
No que diz respeito à leitura da Bíblia, nós devemos guardar nossos olhos bem abertos e intervir com todo o nosso poder.
É preciso dar o mínimo possível autorização de ler o Evangelho; sobretudo nas línguas modernas e nos países submissos à jurisdição; o que é dito em geral durante a missa deverá ser suficiente e ninguém deve ser autorizado a ler mais do que isso.
Os nossos interesses prosperarão enquanto o povo se contentar do pouco que lhe é dado, mas desde que o público pede mais, os nossos interesses estão em perigo, com esse livro que pode, mais do que qualquer outro provocar contra nós revoltas e tempestades, que quase nos perderiam.
Certamente se alguém estuda seriamente a Bíblia e a compara com o que se passa nas nossa Igrejas, encontrará rapidamente grandes contradições e verá mesmo que as nossas doutrinas se desviam para longe da Verdade e que a maior parte estão completamente opostas; e se o povo reconhece todas estas coisas, ele nos porá constantemente o desafio até que tudo seja desvendado. Então nós passaremos a ser objeto de falatórios e de ódio.
É indispensável derrubar a Bíblia, às vistas dos povos, mas com muita precaução para evitar todo tumulto.
A Bíblia é realmente um Livro muito perigoso para os “negócios” de Todas as religiões, porque Ela é verdadeiramente a Palavra de DEUS, e porque “DEUS não tem religião” !
D1A – Comentário deixado no meu mural do Faceboock.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.