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Categoria: Vaticano

21 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Dados de pouca confiança

O número de católicos aumentou de 17,33% para 17,40% da população mundial de 2007 para 2008, diz o Anuário Pontifício, apresentado neste sábado ao Papa Bento XVI. Segundo o documento, também cresceu a quantidade de bispos e padres, mas o número de freiras caiu 7,8% em 2008 ante 2000.

17 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

A “peregrinação” irlandesa…

Por

E – Pá

Bento XVI chamou os bispos irlandeses a Roma (alguns, dos sobreviventes…) para tentar pôr fim ao escândalo de pedofilia que varre a ICAR.

Esta hipócrita tentativa de procurar “limpar” práticas repugnantes no seio de uma instituição milenar, não surtirá o efeito desejado. Isto é, não conduzem ao seu esquecimento, nem justificam qualquer perdão.

As causas remotas das práticas pedófilas persistem incólumes no seio da ICAR. E não serão actos de contrição, ou desculpas públicas, ou privadas, que as redimirão, ou eliminarão…

Declarações solenes podem estar entranhadas nos rituais da Igreja, mas não constituem a solução para um vasto e indigno problema que atinge a ICAR, não só na Irlanda, mas que se espalhou pelas quatro partidas do Mundo.

Quando Bento XVI diz: “Partilho da indignação, da traição e da vergonha do povo irlandês”, para além de estar a debitar meras formalidades no sentido de encobrir as suas elevadas responsabilidades morais (esta é uma área predilecta de actuação da ICAR…), por execráveis actos praticados por membros da sua igreja, tenta fazer-nos esquecer que é o responsável pelo arquivamento – nas catacumbas do secretismo reinante no Vaticano – das acusações que, há longos anos, iam chegando a Roma, enquanto foi “perfeito” da Congregação para a Doutrina da Fé.

Na verdade, a Igreja continua fechada sobre os seus fantasmas. Prefere toda a espécie de exorcismos engendrados debaixo de vetustos painéis dos apóstolos, suplicando piedade, do que expor-se abertamente ao Mundo e reconhecer que, na prática, não consegue manter a superioridade moral que apregoa. A romagem dos bispos irlandeses ao Vaticano transforma-se assim numa farsa, ou se quisermos, num arremedo de “arrependimento”, eivado de uma imensa hipocrisia.
O que a Igreja desejava era poder tratar destes problemas no silêncio e na sombra do Vaticano.

Mas a hipocrisia de Bento XVI não acaba aqui. O papa – e os bispos responsáveis pela Igreja irlandesa – não se mostram disponíveis para aplicar, aos clérigos prevaricadores e responsáveis “primários” pelos abusos, os justos e necessários castigos (exemplares), que são reclamados pelas vítimas e famílias atingidas.
Um dos castigos que é publicamente reclamado pelos católicos irlandeses criou o problema conhecido pela “questão dos afastamentos”. A ICAR rejeita esta via de resolução, como em tempos procurar evitar o seu julgamento em Tribunais. E o argumento da rejeição é quase tão ignóbil como os crimes praticados: “a Igreja nunca recorre a esses métodos”.
Prefere pagar para “lavar” a honra, irremediavelmente, perdida. Um método muito próximo das práticas de qualquer “honorabile societá”…

De facto, a ICAR, depois de deixar assentar a poeira continuará a defender que, por exemplo, nos colégios católicos, na Irlanda e no Mundo, continuem a ser estas “raposas” (de sotaina) a guardar galinheiros… (passe a imagem em relação às crianças abusadas).

Finalmente, as causas remotas destes escândalos necessitam de ser dissecadas profundamente. Mas enquanto a ICAR não se mostrar aberta para uma discussão franca e honesta, sem evocações de matérias sobrenaturais (os abusados são seres vivos e não espíritos sobrenaturais) deve, por medida cautelar, ser afastada da área do Ensino… na Irlanda e nas “quatro partidas do Mundo”!

E, depois, logo se verá…

16 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Papa defende a pena de morte

A pena de morte é uma barbaridade ancestral que a civilização progressivamente tem vindo a condenar e a abolir, quer pela ineficácia, quer pelo humanismo que informa as sociedades modernas.

As religiões monoteístas, presas às tradições e à violência do Antigo Testamento, têm dificuldade em adaptar-se aos valores e ao direito que vigoram nos países que estão na vanguarda da civilização e do humanismo.

A Igreja católica, pressionada pela jurisprudência europeia, decidiu condenar a pena de morte, embora com restrições, na última edição do seu catecismo. A privação do poder temporal exonerou-a de continuar a defender a pena capital contra adúlteros , apóstatas, hereges, blasfemos, etc., que viram a heresia, a apostasia e outros pecados, reconhecidos como direitos inalienáveis. Só no mais implacável dos monoteísmos – o Islão –, a fúria sanguinária se mantém para gozo de Maomé, mas o Vaticano, um bairro de 44 hectares de sotainas, teve de condescender com a civilização que o rodeia.

Os crimes de pedofilia, cometidos por padres, têm uma eco mediático enorme, devido à alegada superioridade moral de que o Vaticano se arroga e calcula-se quanto prejudicam o negócio da fé, sabendo-se que um povo que desconfia da virtude dos padres acaba por duvidar da bondade do seu deus.

Os abusos sexuais cometidos contra crianças por sacerdotes irlandeses, acobertados pela hierarquia da Igreja, na época, foram “actos particularmente odiosos”, como reconheceu o número dois do Vaticano, Tarcisio Bertone, durante a recepção aos bispos irlandeses, antes da audiência com o Papa.

O que não se esperava deste Papa obsoleto era a defesa da pena de morte, mesmo para o crime que mais envergonha a sua Igreja e o que mais rombos tem causado à fé.

Os que escandalizam as crianças merecem que lhes coloquem uma mó de moinho ao pescoço e os atirem ao mar“. Foi com a citação atribuída a Jesus Cristo que, na semana passada, na reunião do Conselho Pontifício para a Família, Bento XVI condenou, os recentes casos de pedofilia na Igreja Católica.

Tal como em Ratisbona, em relação aos muçulmanos, Bento XVI, gosta de comunicar através de citações mas não deixa dúvidas sobre o seu pensamento e carácter.

13 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Uma Igreja democrática é um paradoxo

Igreja não pode ser democrática, diz secretário do Vaticano

Para o cardeal Tarcisio Bertone, o poder dentro da Igreja e não pode nunca ser dividido ou partilhado

VATICANO – O secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone, afirmou que, na estrutura da Igreja Católica, o poder é “indivisível”, motivo pelo qual as decisões não podem ser tomadas pela regra da maioria.

Comentário: Bastava que respeitasse as democracias.

13 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Indústria das canonizações e milagres em alta

O Papa Bento XVI convocou um Consistório Ordinário Público para a Canonização de seis Beatos. A data será marcada pela celebração da Hora Sexta na Sala do Consistório do Palácio Apostólico Vaticano, na próxima sexta-feira, 19, às 11h.

Em seus quase cinco anos de Pontificado, Bento XVI proclamou 28 santos e quase 600 beatos, em sua maioria espanhóis. Até agora, o Papa celebrou sete cerimônias de Canonização, seis no Vaticano e uma no Brasil, em maio de 2007.

Comentário: Os prémios saíram à casa: 2 clérigos e 4 virgens praticantes.