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Categoria: Vaticano

4 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

Uns vão ao Zoo, outros ao Vaticano

Milhares de acólitos europeus com o Papa

Bento XVI sublinha ambiente de festa no Vaticano com a presença de 60 mil participantes em peregrinação internacional

Bento XVI manifestou esta Quarta-feira a sua “alegria” com a presença no Vaticano dos cerca de 60 mil participantes na peregrinação internacional de acólitos promovida pela associação Coetus Internationalis Ministrantium (CIM).

2 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

A feira dos milagres

Na ânsia de fabricar milagres, JP2 convocou centenas de defuntos, sepultados em zonas de confiança ideológica da ICAR, para curarem uma criança aqui, uma freira acolá, um médico noutro sítio, enfim, uma quantidade enorme de doentes que Deus sadicamente tinha estropiado. A boa vontade dos defuntos, em péssimo estado de conservação, aliviou alguns cristãos das moléstias enviadas pela divina providência, na sua infinita bondade.

O exercício da medicina foi o passatempo desses bem-aventurados, há muito desaparecidos, cristãos com pecados apagados pelo tempo e virtudes avivadas pelo Papa. No laboratório do Vaticano autenticaram-se certificados de garantia para os milagres e criaram-se novos beatos e santos que povoaram a folha oficial do bairro de 44 hectares.

Antigamente era o próprio Cristo que se deslocava à Terra para ajudar a ganhar batalhas aos seus eleitos ou que aconselhava os cristãos sobre a forma de matarem infiéis com mais eficácia. Depois de numerosos desaires, ou porque a idade e o reumático lhe limitaram as deslocações, Deus deixou ao Papa a tarefa de engendrar os milagres mais adequados à promoção da fé e estupefacção dos crentes. O pontificado de João Paulo 2 abandonou o método artesanal de fazer um santo aqui outro acolá, de acordo com os interesses políticos do Vaticano e as oferendas dos países beneficiários, para se dedicar à industrialização. Nasceu com JP2 a indústria dos milagres em série.

As curas de cancros foram, durante muito tempo, as preferidas da Cúria romana. Problemas de ossos, moléstias da pele, diabetes, paralisias e outras doenças fazem parte do cardápio da santidade. Mas, com tanta clientela para elevar aos altares, o Vaticano já chegou ao ponto de deixar para um imperador (Carlos I da  Áustria) a cura de varizes numa freira. Foi uma ofensa aos quatro filhos vivos que assistiram à beatificação. Se para um imperador sobra como milagre a cura de varizes, o Papa, quando for um sólido defunto, arrisca-se a não ter disponíveis mais do que dois furúnculos para curar, numa catequista da Polónia, se quiser chegar a beato.

Os medicamentos estragaram milagres de grande efeito, como a cura da lepra, por exemplo. Há milagres que o Vaticano não arrisca – hemorróidas, por causa do sítio, e a sífilis, a blenorragia, a SIDA e outras moléstias que associa ao pecado.

Mas há enganos que há muito deixou de cometer, canonizar por engano um cão que julgava mártir, ou uma parelha de mulas que morreram de exaustão e que a ICAR pensou tratar-se de santas mulheres que sacrificaram a vida pelo divino mestre.

Os milagres são cada vez mais rascas mas os dados biográficos dos que os obram são cada vez melhor escrutinados. B16 tem milagres parados por causa dos bem-aventurados esperados nos altares e que viram devassados os pecados na praça pública.

1 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

O passado da ICAR

Há santos gays? Para a história oficial da igreja, a pergunta soa como uma blasfêmia, uma vez que a religião condena a homossexualidade. Mas há teses de que a igreja teve, sim, santos que, no seu passado, tiveram relações com pessoas do mesmo sexo. O caso mais famoso é de São Sérgio e São Baco, que foram mártires no início do século 4.

31 de Julho, 2010 Carlos Esperança

Vaticano, pudor e ridículo

O Papa, santo por profissão e estado civil, infalível por conveniência e tradição, pudico por questão de imagem e interesse comercial, decidiu que as pessoas fossem impedidas de circular com ombros e pernas à mostra no Vaticano.

Certamente alguma catequista balzaquiana deixou escorregar a mantilha que lhe cobria os ombros e algum soldado americano, de férias do Iraque, mostrou os joelhos quando apreciavam, através do vidro à prova de bala, a Pietá que Miguel Ângelo esculpiu.

Terá assustado o Papa o desassossego das numerosas virgens que decoram a Basílica de S. Pedro, pintadas ou esculpidas, o sobressalto hormonal ou no rubor das faces, perante os joelhos tisnados de um mancebo em pausa na guerra contra os infiéis? Que pesadelos terá sentido com os ombros desnudos de mulheres capazes de excitarem os santos ou de fazerem estalar o mármore que esconde as partes pudendas de Cristos admiravelmente crucificados e escassamente vestidos?

Que fariam os monsenhores a espiarem os ombros nédios de uma catequista em busca de uma aspirina na farmácia, de um selo postal ou de vitualhas no supermercado papal? E se, em vez dos ombros de uma devota, os clérigos que povoam o bairro de sotainas desviassem o olhar lúbrico para os joelhos de um mancebo, a imaginar abominações e a esquecerem o breviário?

Que pensaria o Deus do Papa, no bairro que dele se reclama, perante a lascívia dos seus ministros e os pensamentos pecaminosos que os ombros e as pernas podem provocar em quem não conhece da anatomia outros pedaços mais suculentos e interessantes?

Para evitar tentações do demo, que o especialista em exorcismos descobriu no Vaticano, o Papa, ajudado na decisão pelo Espírito Santo, uma pomba que se julgava extraviada, estendeu as regras que impedem os turistas de entrarem na Basílica de S. Pedro com os ombros e as pernas ao léu aos outros locais da Cidade do Vaticano, como a farmácia, o supermercado e a agência dos correios.

29 de Julho, 2010 Carlos Esperança

A ICAR e a política

A lei sobre o aborto introduzida há pouco na Espanha é tão “insensata” quanto o primeiro-ministro do país, José Luis Rodríguez Zapatero, afirmou o presidente da Academia Pontifícia para a Vida, Ignacio Carrasco de Paula.

Comentário: O Vaticano é tão insensato como o Papa. Zapatero foi eleito pelo povo espanhol e não representa uma ditadura como o Sr. Ignacio de Paula. Todos sabemos que o sufrágio universal não é uma criação da única teocracia europeia, é um direito dos povos, que devem exigir respeito aos primatas tonsurados.

18 de Julho, 2010 Carlos Esperança

Triunfo do Direito Civil

Pedofilia: o Vaticano recorda a obrigação de se respeitar a lei civil

O Vaticano recordou neste sábado a obrigação que a Igreja católica tem de respeitar em todos os países em que está presente as leis civis locais sobre casos de pedofilia, além de obedecer as novas regras a respeito do assunto tornadas públicas há dois dias pela Santa Sé.

Comentário: O Vaticano, não sendo um Estado de Direito, acaba por ter de reconhecer a superioridade das democracias.

17 de Julho, 2010 Carlos Esperança

Quem não excomungou o nazismo ou o fascismo…

… prevê excomunhão para punir ordenação de mulheres

O Vaticano publicou na última quinta-feira normas que estabelecem que a tentativa de ordenação de mulheres como sacerdotes da Igreja é um delito grave e que pode ser punido com a excomunhão dos envolvidos.

As regras fazem parte da primeira modificação em nove anos da legislação canónica relacionada aos delitos “cometidos contra a moral ou na celebração dos sacramentos”, feita após uma revisão do papa Bento 16.