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Categoria: Vaticano

25 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Um filme sobre uma mulher notável

Título: A Papisa Joana (Digital) Título Original: Die Päpstin

Poster de «A Papisa Joana (Digital)»
  • Drama

Duração: 149m

Sinopse

No ano 853 A.C., após ter-se tornado um estudioso, curandeiro e professor de renome, João Anglicuse ascendeu à posição mais elevada da terra: Papa da Igreja Católica. Dois anos depois, foi apedrejado até à morte por um segredo que se tornaria uma lenda. João Anglicus era, na verdade, uma mulher – a única mulher alguma vez ordenada Papa, o único Papa que alguma vez concebeu um filho.

19 de Setembro, 2010 Carlos Esperança

Milagres, parábolas e outras imposturas (Crónica dominical)

No tempo em que as comunidades hebraicas viviam do sector primário, aventuravam-se alguns no ramo dos milagres e da pregação. Uns foram bem sucedidos e fizeram escola, outros limitaram-se a sobreviver.

Transformar a água em vinho foi um milagre que resultou e ainda hoje se pratica com truques conhecidos e sob a apertada vigilância das autoridades sanitárias. Já a cura da lepra se tornou obsoleta, com os antibióticos e as sulfonamidas, e a multiplicação dos peixes caiu em desuso. A ressurreição dos mortos é uma promessa adiada para o dia do Juízo Final, cada vez com menos crentes, e resta na mitologia religiosa a de Lázaro que, apesar do cheiro que exalava, voltou ao convívio das irmãs em estado calamitoso.

Hoje, os milagres são uma joint venture do Vaticano com as dioceses e contam com legiões de voluntários para os anunciar e de médicos para os confirmar. Não constam dos milagres certificados o crescimento de algum membro amputado ou a cura de cegos, por mais rezas que façam ou maior que seja a fé.

Apesar da literatura pia com que a ICAR resolveu distinguir apenas quatro escribas e negar muitos outros, os milagres passaram a ser de origem duvidosa e a encavacar os crentes. Fazem-se milagres para manter a fé dos simples e arrecadar emolumentos na repartição do Vaticano que trata do negócio.

Os quatro evangelistas aprovados pela ICAR foram os responsáveis pelo marketing da seita num tempo em que o sucesso era duvidoso e, como muitas outras, se arriscava a ficar pelo caminho. Foram profissionais competentes e a eles se deve a multinacional da fé que ainda hoje, já impedida de usar métodos violentos, continua a laborar.

Mateus foi o evangelista encarregado de convencer os judeus de que o valioso currículo de Jesus no ramo dos milagres fazia dele o Messias anunciado nas profecias do A.T.. Marcos foi o responsável do marketing junto dos romanos, enquanto Lucas chamou a si os gentios (não-judeus) tentando convencer sobretudo os pobres de que podiam aspirar ao totoloto depois da morte. João procurou doutrinar principalmente os convertidos e combater as heresias, que fazem pior à fé do que a filoxera às videiras, não admitindo que alguém negasse a encarnação de Cristo, um logro difícil de aceitar.

Longe vão os tempos em que à beira do lago Tiberíades, Cristo e os ajudantes, armavam a tenda e faziam milagres para a assistência. Hoje é maior o recato e são menos vistosos os prodígios.

15 de Setembro, 2010 Fernandes

Santos Papas

São mais de 300 páginas com centenas de histórias pouco santas sobre a vida sexual dos Papas da Igreja Católica. O livro do jornalista peruano Eric Frattini, recém-chegado às livrarias portuguesas e editado pela Bertrand, percorre, ao longo dos séculos, a intimidade secreta de papas e antipapas, mas não pretende causar “escândalo”. Apenas “promover uma reflexão sobre a necessária reforma da Igreja ao longo dos tempos”.

Alguns morreram assassinados pelos maridos das amantes em pleno acto sexual. Outros foram depostos do cargo, julgados pelas suas bizarrias sexuais e banidos da história da Igreja. Outros morreram com sífilis, como o Papa Júlio II, eleito em 1503, que ficou na história por ter inventado o primeiro bordel gay de que há memória.

Nos conventos rezava-se para que morresse. João XII era bissexual e obrigava jovens a ter sexo à frente de toda a gente. Gozava ao ver cães e burros atacar jovens prostitutas. Organizou um bordel e cometeu incesto com a meia-irmã de 14 anos. Raptava peregrinas no caminho para lugares sagrados e ordenou um bispo num estábulo. Quando um cardeal o recriminou, mandou-o castrar. Um grupo de prelados italianos, alemães e franceses julgaram-no por sodomia com a própria mãe e por ter um pacto com o diabo para ser seu representante na Terra. Foi considerado culpado de incesto e adultério e deposto do cargo, em 964. Foi assassinado – esfaqueado e à martelada – em pleno acto sexual pelo marido de uma das suas várias amantes.

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