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Categoria: Vaticano

21 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Vaticano, Opus Dei, Berlusconi e moral

(…)

Otro apoyo fundamental del Gobierno es el intelectual de cámara católico Vittorio Messori, asiduo del programa Porta a Porta de Bruno Vespa y miembro del Opus Dei, que hoy, en una entrevista publicada en Il Giornale con el vaticanista del diario, Andrea Tornielli, de CL, exculpa a Berlusconi y culpa a los fiscales de perseguir políticamente al primer ministro. “Mejor un putero que hace buenas leyes que un notable catolicísimo que hace normas contrarias a la Iglesia”.

Fonte: El País

19 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Vaticano – Cúmplice de crimes

Uma carta do Vaticano, escrita em 1997, pedia aos bispos católicos da Irlanda para não denunciarem à Polícia os casos de suspeita de abuso sexual contra crianças.

Uma carta, obtida pela emissora irlandesa RTE e fornecida à agência de notícias Associated Press (AP), documenta a rejeição do Vaticano a uma iniciativa da Igreja irlandesa para ajudar a Polícia a identificar os padres pedófilos.

A carta, citada pelo jornal britânico “The Guardian” enfraquece, assim, as persistentes afirmações do Vaticano de que a Igreja nunca instruiu os bispos para ocultarem evidências ou suspeitas de crimes de abuso sexual. (Continua… )

Nota: Compreende-se a pressa de P2 fazer um milagre.

17 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

JP2 – o santo

Nem ele nem o seu núncio em Espanha levantaram a voz quando a Conferencia Episcopal, reunida casualmente em 23 de Fevereiro de 1981, em vez de condenarem a tentativa de golpe de Estado do coronel Tejero Molina recomendou aos espanhóis o piedoso exercício da reza.

17 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O negócio dos milagres

Beatificação alegra Igreja e fiéis católicos

“Todos os que o conheceram, todos os que tinham por ele estima e admiração, não podem deixar de se regozijar com a Igreja por este momento.” Falando ontem da sua janela virada para a Praça de São Pedro, no Vaticano, na bênção de domingo, Bento XVI não quis perder a oportunidade para demonstrar a alegria da Igreja pela beatificação de João Paulo II, a 1 de Maio.

16 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

JP2 – Papa obsoleto no antro do Vaticano

Agora que JP2 começou a fazer milagres, permito-me recordar um texto escrito após o seu passamento:

«A morte de JP2 relembra a dor e sofrimento que atingiu a URSS quando o pai da Pátria, José Stalin, exalou o último suspiro e recorda o histerismo demente que rodeou a morte do ayatola Khomeini em todo o mundo árabe, particularmente no Irão. Em comparação, a morte de Salazar foi chorada de forma contida, mas os déspotas produzem emoções mais fortes do que os democratas.

O absolutismo papal, restaurado com o apoio entusiástico do Opus Dei, da Comunhão e Libertação e de outros movimentos integristas, fez de JP2 o Papa da «Contra-Reforma», anti-modernista, infalível e retrógrado, que substituiu os anacrónicos autos de fé pela comunicação social e pela diplomacia.

O Papa da Paz, como os sequazes o alcunharam, apoiou a Eslovénia e a Croácia (maioritariamente católicas) e a Bósnia e o Kosovo, nações muçulmanas, contra a Sérvia cuja obediência à Igreja Ortodoxa constituía um entrave ao proselitismo papal que tem nos ortodoxos a principal barreira ao avanço do catolicismo para leste.
A protecção aos padres que participaram activamente no genocídio no Ruanda é mais um desmentido do boato sobre o alegado espírito de paz e justiça que o animava.

A intervenção de JP2 a favor da libertação de Pinochet, quando foi detido em Londres, é coerente com a beatificação de Pio IX, do cardeal Schuster, apoiante de Mussolini e do arcebispo pró-nazi Stepinac. O auge da ignomínia foi a meteórica canonização do admirador de Franco e fundador do Opus Dei, Josemaria Escrivá de Balaguer.

JP2, ele próprio profundamente supersticioso e obscurantista, chega a ser obsceno na forma como inventou milagres para 448 santos e 1338 beatos cujos emolumentos contribuíram para o equilíbrio financeiro da Santa Sé e para o delírio místico dos fiéis fanatizados.
Da prática do exorcismo à exploração de indulgências, da recuperação dos anjos à aceitação dos estigmas como sinal divino (canonizou o padre Pio), tudo lhe serviu para alimentar uma fé de sabor medieval e uma moral de conteúdo reaccionário.

O horror que nutria pela contracepção, o aborto, a homossexualidade e o divórcio são do domínio da psicanálise. O planeamento familiar era para o déspota medieval um crime. A SIDA era considerada um castigo do seu Deus e, por isso, combateu o preservativo, tendo o Vaticano recorrido à mentira, afirmando que era poroso ao vírus (2003).
O carácter misógino, o horror à emancipação da mulher, a crença no seu carácter impuro, foram compensados pelo culto doentio da Virgem, recuperado da tradição tridentina.

Como propagandista da fé, pressionou Estados, condicionou a política de numerosos países, ingeriu-se nos assuntos relativos ao aborto, à eutanásia e ao divórcio e acirrou populações contra governos democraticamente eleitos. Apoiou comandos anti-aborto, estimulou a desobediência cívica em nome dos preconceitos da ICAR, influenciou a redacção da Constituição Europeia, e chegou ao despautério de pedir aos advogados católicos que alegassem objecção de consciência e se negassem a patrocinar o divórcio.

O Papa da Paz condenou a atribuição do prémio Nobel da Literatura a José Saramago; envidou todos os esforços para obter o Nobel da Paz para si próprio, que justamente lhe foi negado; excomungou o teólogo do Sri Lanka, Tyssa Balasuriya por ter posto em causa a virgindade de Maria e defendido a ordenação de mulheres; perseguiu ou reduziu ao silêncio Bernard Häring, Hans Küng, Leonardo Boff, Alessandro Zanotelli e Jacques Gaillot; marginalizou Hélder da Câmara e Oscar Romero; combateu o comunismo e pactuou com as ditaduras fascistas. João Paulo II morreu uns dias depois de o Vaticano ter proibido a leitura ou a compra do «Código Da Vinci» do escritor Dan Brown e sem nunca ter censurado a fatwa que condenou à morte o escritor Salmon Rushdie.

O Papa que morreu, segundo a versão oficial, no dia 02-04-2005 (soma = 13), às 21h37 (soma = 13), curiosidades «assinaladas» pelo bispo de Leiria/Fátima, não pode ser o algoz da liberdade, o déspota persecutório, o autocrata medieval, o ditador supersticioso e beato que conhecemos. É capaz de ser outro papa o que consternou chefes de Estado e de Governo, que alimentou os noticiários de todo o mundo, que rendeu biliões de ave-marias e padre-nossos, que ocupou milhões de pessoas a rezar o terço, vestígio do Rosário da Contra-Reforma, que recuperou graças ao apoio da Virgem Maria que também o promoveu nas suas aparições na Terra.

O Papa que morreu era talvez uma pessoa de bem que, modestamente, ocultou tal virtude. Foi celebrado por dignitários políticos, religiosos e outros hipócritas que, na morte, lhe enalteceram as virtudes e calaram os defeitos. Foi o cadáver que milhares de abutres aguardavam para exibir e explorar numa derradeira campanha de promoção da fé católica.

É, todavia, o mesmo Papa que anatematizou os ateus, fez inúmeras declarações contra o laicismo, silenciou teólogos, beatificou fascistas e combateu o planeamento familiar. A sua obsessão era reduzir o mundo a um casto bando de beatos, tímidos e idiotas, sempre de mãos postas e de joelhos. O livre-pensamento, a modernidade , o prazer e a liberdade foram os seus inimigos figadais.»

15 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

Vamos contar mentiras

João Paulo II: Cardeal explica milagre

Responsável pela Congregação para as Causas dos Santos diz que a beatificação está acima de «quaisquer dúvidas».

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (CCS), cardeal Angelo Amato, revelou que a causa de beatificação de João Paulo II foi submetida a um “escrutínio particularmente apurado”, para a colocar acima de “qualquer dúvida”.

Nota: A grande nódoa do novo taumaturgo foi a ocultação dos crimes de pedofilia. De resto, curar uma doença de que não se viu livre em vida, é obra de defunto.

13 de Janeiro, 2011 Carlos Esperança

O Papa, o purgatório e o negócio pio

Bento XVI: Purgatório é «verdade fundamental» da fé

O Purgatório foi uma das mais lucrativas mercadorias da Igreja católica, partilhada por outras Igrejas cristãs. O marketing do Purgatório tem sofrido numerosas flutuações de acordo com as necessidades de exploração pia.

As caixas das alminhas do Purgatório ocupavam outrora um espaço nos templos e nas curvas dos caminhos à espera de esmolas que, convertidas em missas, antecipavam o transporte para o Paraíso. Foram desaparecendo à míngua de benfeitores e com excesso de predadores à cata do pecúlio. Demoram mais as almas carregadas de pecados veniais a fazerem o trajecto celestial.

Quem inventou o Purgatório foi um génio do marketing. O trintário, série de 30 mis­sas celebradas em dias seguidos por alma de um defunto, com promessa de rápido indulto, foi uma fonte de receitas que durou séculos e rendeu fortunas.

Quando os clientes pensavam que, à semelhança do Limbo, o Purgatório fora abolido, veio o Papa Ratzinger, reabri-lo à piedade e á exploração comercial. Disse a santidade de turno que o purgatório é “uma verdade fundamental da fé” que convida os católicos a “rezar pelos defuntos”. E deus, com o caderno de apontamentos, sempre á mão, lá vai registando as orações e fazendo as contas até enviar às almas penadas o transporte para o Céu.

B16 socorreu-se de Santa Catarina de Génova (1447-1510), consagrada especialista em questões de Purgatório, para reabrir o estabelecimento e explorar o negócio. Falta dizer quantos tempo diminui a pena por missa, óbolo ou peregrinação a Fátima.

O Paraíso, o mais refinado produto que as Igrejas abraâmicas comercializam, é difícil, mas não há bem celeste que os bens terrenos não comprem.