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Categoria: Vaticano

1 de Março, 2012 Carlos Esperança

Ociosidade pia

A terceira manhã de exercícios espirituais para a Quaresma, no Vaticano, tratou do delicado tema da ruptura da comunhão com Deus, em particular dentro da Igreja.

O autor das meditações, o Cardeal-arcebispo de Kinshasa, Laurent Monsengwo Pasinya, propôs nesta quarta-feira a Bento XVI a aos membros da Cúria Romana – reunidos na Capela Redemptoris Mater da residência apostólica – duas reflexões intituladas “o amor pelo mundo” e “Os anticristos ou a falta de fé em Jesus, o Cristo”.

29 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

Fim dos feriados religiosos pode ser adiado para 2013

Fim dos feriados religiosos pode ser adiado para 2013.

Porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa diz que o processo acarreta morosidade

Enquanto o 5 de Outubro e o 1.º de Dezembro desaparecem do calendário dos feriados, o fim dos feriados religiosos pode ser adiado para 2013 por este Governo, que está de joelhos perante as sotainas, desprezando a laicidade a que é obrigado e traindo o regime – a República –, cuja data emblemática é o 5 de Outubro.

A laicidade é uma conquista republicana que defende a liberdade religiosa e a paz.

Enquanto os judeus ortodoxos se agarram à Tora e à faixa de Gaza, os muçulmanos debitam o Corão e se viram para Meca e os cristãos evangélicos dos EUA ameaçam a laicidade e a teoria evolucionista, os conflitos religiosos e o terrorismo assustam a Europa.

A emancipação do Estado face à religião iniciou-se em 1648, após a guerra dos 30 anos, com a Paz da Vestfália e ampliou-se com as leis de separação dos séc. XIX e XX, sendo paradigmática a lei de 1905, em França, que instituiu a laicidade do Estado.

A libertação social e cultural do controle das instituições e símbolos religiosos foi um processo lento e traumático que se afirmou no séc. XIX e conferiu à modernidade ocidental a sua identidade.

A secularização libertou a sociedade do clericalismo e fez emergir direitos, liberdades e garantias individuais que são apanágio da democracia. A autonomia do Estado garantiu a liberdade religiosa, a tolerância e a paz civil.

Não há religiões eternas nem sociedades seculares perpétuas. As três religiões do livro, ou abraâmicas, facilmente se radicalizam. O proselitismo nasce na cabeça do clero e medra no coração dos crentes.

Os devotos creem na origem divina dos livros sagrados e na verdade literal das páginas vertidas da tradição oral, com a crueza das épocas em que foram impressas.

Os fanáticos recusam a separação da Igreja e do Estado, impõem dogmas à sociedade e perseguem os hereges. Odeiam os crentes das outras religiões, os menos fervorosos da sua e os sectores laicos da sociedade.

Em 1979, a vitória do ayatollah Khomeni, no Irão, deu início a um movimento radical de reislamização que contagiou Estados árabes, largas camadas sociais do Médio Oriente e sectores árabes e não árabes de países democráticos.

Por sua vez o judaísmo, numa atitude simétrica, viu os movimentos ultraortodoxos ganharem dinamismo, influência e armas, empenhando-se numa luta que tanto visa os palestinianos como os sectores laicos.

O termo «fundamentalismo» teve origem no protestantismo evangélico norte-americano do início do séc. XX. Exprimiu o proselitismo, recusa da distinção entre o sagrado e o profano, a difusão do deus apocalíptico, cruel, intolerante e avesso à modernidade, saído da exegese bíblica mais reacionária. Esse radicalismo não parou de expandir-se e já contamina o aparelho de Estado dos EUA.

O catolicismo, desacreditado pela cumplicidade com regimes obsoletos (monarquias absolutas, fascismo, ditaduras várias), debilitou-se na Europa e facilitou a secularização. O autoritarismo e a ortodoxia regressaram com João Paulo II (JP2) e Bento XVI (B16), que enterraram o concílio Vaticano II e recuperaram o Vaticano I e o de Trento.

Os dois últimos pontífices transformaram a Igreja católica num instrumento de luta contra a modernidade, o espírito liberal e a tolerância das modernas democracias. Tem sido particularmente feroz na América latina e autoritária e agressiva nos Estados onde o poder do Vaticano ainda conta, através de movimentos sectários de que Bento XVI foi herdeiro e protetor, ou esteve na sua génese.

A passagem pelo poder de líderes políticos que explicitaram publicamente a sua fé, em países com fortes tradições democráticas (EUA e Reino Unido), foi um estímulo para os clérigos e um perigo para a laicidade do Estado. Por outro lado deram um mau exemplo aos países saídos de velhas ditaduras (Portugal, Espanha, Polónia, Grécia, Croácia), facilmente disponíveis para novas sujeições.

A interferência da religião no Estado deve ser vista, tal como a intromissão militar, a influência tribal ou as oligarquias – uma forma de despotismo que urge erradicar.

A competição religiosa voltou à Europa. As sotainas regressam. Os pregadores do ódio sobem aos púlpitos. A guerra religiosa é uma possibilidade a que os Estados laicos têm de negar a oportunidade. Só o aprofundamento da laicidade nos pode valer.

E Portugal vai por mau caminho.

27 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

Vaticano – um sítio mal frequentado

TEIAS DE CONSPIRAÇÃO

Desde o início do ano, a imprensa italiana tem publicado documentos secretos que dão conta de casos de corrupção, lavagem de dinheiro e até da intenção de afastar Bento XVI, por resignação ou morte.

21 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

Corrupção na teocracia católica

O cardeal português D. José Saraiva Martins, que é membro da Comissão para o Governo do Estado do Vaticano, confirmou, em declarações exclusivas ao Correio da Manhã, que os casos de corrupção mencionados nas cartas enviadas ao Papa pelo arcebispo Carlo Maria Viganò e que foram tornadas públicas “são verdadeiros”.

Em causa estão contratos para obras no Vaticano, envolvendo bancários e figuras da Igreja e que terão lesado o Estado do Vaticano em quase oito milhões de euros.

20 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

A indústria da santidade continua em alta

Bento XVI anunciou hoje no Vaticano a canonização de sete novos santos, no próximo dia 21 de outubro, entre os quais a primeira beata indígena norte-americana, Kateri Tekakwitha, nascida em 1656 e falecida em 1680, no Canadá.

A decisão foi anunciada após o Consistório para a criação de 22 novos cardeais, incluindo o português D. Manuel Monteiro de Castro, e para a canonização de sete beatos, numa cerimónia em latim.

20 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

O português é língua oficial no Paraíso

(…)

Após a homilia, vai haver um momento de oração em português, pedindo que “pela intercessão do Apóstolo Pedro, todos os membros do povo de Deus se comprometam no anúncio missionário do Evangelho e no testemunho da caridade”.

Nota: Valeu ao deus do Papa ter frequentado as «Novas Oportunidades» pois só entendia o latim.