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Categoria: Vaticano

25 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

Escândalo do Vaticano mostra a ponta do icebergue

Julgamento de ex-mordomo do papa expõe «VaticanLeaks»

Há seis anos, todos os dias, antes do amanhecer e depois do anoitecer, Paolo Gabriele, de 46 anos, casado e pai de três filhos, percorria a pé a distância entre a sua residência e o apartamento de Bento XVI. Na ida e na volta, o mordomo do papa passava junto a um caixa automático muito peculiar. O fundo do ecrã reproduz «A Criação de Adão», o fresco pintado por Michelangelo no tecto da Capela Sistina, e entre as línguas que o convidam a introduzir o cartão e retirar euros está o latim: «Inserito scidulam quaeso ut faciundam cognoscas rationem» (que pode ser traduzido como: «Coloque o seu cartão para realizar as suas operações»).

Há quatro meses Paolo Gabriele deixou de passar junto do caixa do Banco do Vaticano. Em 23 de Maio, a polícia deteve-o sob a acusação de roubar e divulgar para a imprensa a correspondência particular de Joseph Ratzinger. Gabriele, também conhecido como Paoletto, afirmou que a sua única intenção foi ajudar a Igreja e o papa, revelando as intrigas palacianas.

O julgamento, que começa no próximo sábado, na Cidade do Vaticano, deverá esclarecer se, como no caixa, a religião, a arte e o latim só serviam de envoltório para um motivo muito mais terreno.

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20 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

Já há problemas de sobra

Vaticano quer colocar questão de Deus no «mundo digital»

Presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais antecipa atenção que vai ser dada ao tema no próximo Sínodo

O presidente do Conselho Pontifício para as Comunicações Sociais (CPCS) defendeu hoje que a nova evangelização, tema do próximo Sínodo dos Bispos, deve passar pelo debate sobre Deus no “mundo digital”.

13 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

As orações não se perdem, perde-se o tempo

O Papa explicou ontem no Vaticano alguns dos símbolos do livro bíblico do Apocalipse, tendo vincado que não há preces desnecessárias e que os católicos devem evitar o derrotismo e não faltar à missa de domingo.

Os fiéis devem estar certos de que “não há orações supérfluas, inúteis” e que “nenhuma se perde”, apesar dos seus “limites, cansaço, pobreza, aridez” e “imperfeições”, sublinhou Bento XVI na catequese a que a Agência ECCLESIA teve acesso.

11 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

Chile. Evocação de um crime

Faz hoje 39 anos, um obscuro general derrubou o Presidente eleito do Chile, Salvador Allende, e deu início a uma longa e sinistra ditadura que permanece como paradigma da crueldade, do arbítrio e da barbárie.

Em homenagem aos muitos milhares de desaparecidos, torturados, presos e assassinados o Diário de uns Ateus publica a foto do frio torcionário Augusto Pinochet e do chefe da Igreja que o apoiou.

Para que não se esqueçam os algozes.

Amigo do peito e da hóstia

10 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

João Paulo II, os serviços secretos e o Opus Dei

Aqueles que viram no rústico papa polaco um bom homem, talvez o último pontífice que acreditou em Deus, estão longe de avaliar a capacidade de intriga e a obsessão que o devorou na luta contra o comunismo.

Surpreenderam-se alguns que tenha manifestado publicamente a sua oposição à invasão do Iraque quando os seus mais fiéis seguidores forjaram as armas de destruição maciça. Esqueceram-se de que a duplicidade é apanágio da diplomacia do Vaticano. Dessa vez o Papa não recorreu à excomunhão dos agressores, limitou-se a anunciar que rezava pela paz com o ar característico de quem acredita na eficácia das orações.

Vale a pena recordar alguns factos históricos revelados pelo padre redentorista Antonio Hortelano que foi espião do Vaticano e da Mossad, reproduzidos pelo padre Anselmo Borges, no Diário de Notícias de 15 de Agosto de 2009.

“O Muro de Berlim caiu graças a João Paulo II, aliado com Reagan.” Mas censura Wojtyla pela troca de informações diárias com Reagan: “Todas as manhãs, Reagan mandava as suas informações ao Papa e este enviava-lhe a informação mais quente que recebia de todas as nunciaturas.” “Foi um grande erro.” Pior, porém, foi o escândalo do IOR, o Banco do Vaticano, e ter confiado as finanças da Igreja a monsenhor Marcinkus. “Foi o arcebispo de Baltimore que lho recomendou, mas já nos Estados Unidos Marcinkus estava relacionado com a Máfia. Por isso, quando se deu a queda do Banco Ambrosiano, que deixou um buraco no IOR de mais de mil milhões de dólares, Marcinkus quis tapá-lo negociando a dívida com a Máfia. No fim, depois de vários mortos, o Vaticano pediu aos religiosos que se encarregassem da dívida. Aceitaram, mas com a condição de ficarem com a gestão das finanças vaticanas. O Papa não quis e então apareceu o Opus Dei, que, através de Rumasa, tapou o buraco de Roma em troca da prelatura pessoal e da canonização do fundador da Obra.”

Desta vez o Vaticano preferiu o Opus Dei à Máfia. Ou optou por outra. Ou escolheu um intermediário. São insondáveis os segredos pios.

No que se refere à espionagem é impossível averiguar os crimes cometidos no ambiente opaco do Vaticano.

Os acordos de Latrão criaram um Estado totalitário, herança do fascismo, sem coragem para canonizar Benito Mussolini mas determinado a resistir à Justiça italiana.

 

7 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

Eliminando ou castrando o clero ?

O promotor de Justiça da Congregação para a Doutrina da Fé, organismo da Santa Sé, afirmou que o Vaticano tem uma vontade “clara” de resolver os problemas gerados pelos casos de abusos sexuais do clero.

Monsenhor Charles Scicluna refere à Rádio Vaticano que a liderança de Bento XVI, neste campo, se tem traduzido numa “palavra límpida, clara, e que é teologicamente fundamentada, bem como de grande inspiração para todos”.