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Categoria: Vaticano

12 de Março, 2013 Carlos Esperança

Momento zen de segunda_11_03_2013

João César das Neves (JCN) ensandeceu. Na homilia de ontem, no DN, sob o título «A crise terrível», atira-se à comunicação social como Maomé ao toucinho. Tudo o que se diga do bairro de 44 hectares, pejado de sotainas, que não agrade ao bem-aventurado, não passa de tese básica e simplismo habitual.

Para JCN, « A suposta “crise terrível” nunca passou de uma invenção de comentadores exaltados»  e «Por acaso a Igreja passa por uma fase particularmente feliz da sua longa história».  Não se adivinha onde JCN descobriu «uma sequência de papas santos e brilhantes, unidade do clero à volta do magistério (…) e enorme aumento de fiéis», que torna a Igreja «mais ágil, sólida e diligente»!

A crise terrível é inventada por «adversários assustados». O sucesso estrondoso das iniciativas de João Paulo II, durante 27 anos, e o sucesso igualmente espantoso de Bento XVI devem-se a «uma força poderosa que alimenta todos os papas, por serem papas».

O escândalo da pedofilia, lançado por jornais hostis, fizeram um precioso favor à Igreja – diz JCN –, porque eliminaram do seu seio criminosos horríveis. «O que assusta é só atenderem aos poucos casos de pedofilia dentro da Igreja, sem ligar aos de fora, que são a esmagadora maioria» –, diz o beato.

O devoto só não explica o papel dos papas no encobrimento dos «criminosos horríveis» nem o hábito dos bispos em transferirem os predadores para outro local de caça. Não explica a abdicação de B16, apenas afirma que «Consciente da missão central que lhe compete, salvar a humanidade neste momento tão difícil, achou que se deveria dedicar à tarefa fundamental, a oração diante de Deus, entregando a alguém mais jovem a condução dos assuntos operacionais». Pensará em alguma guerra santa?

Não sei se JCN acredita que as orações demovam Deus da indiferença a que se remeteu quanto aos negócios do Vaticano e nada diz sobre o branqueamento de capitais a que o pio Banco se dedica.

JCN acredita em qualquer papa e na bondade divina como um talibã nas profecias de Maomé. Para ele, a luta pelo poder não se desenrola no conclave que hoje começou. Os cardeais apreciam a beleza da Capela Cistina enquanto aguardam os sinais do Espírito Santo para elegerem um, alheio à vontade da Opus Dei e indiferente aos dinheiros do I.O.R.. Já esqueceu as sábias palavras do arcebispo Marcinkus que lembrou que a Igreja não se governa com terços mas com dinheiro. Parece que os documentos secretos roubados não mostram que há um poder acima dos cardeais a quem foram recusados. E esse poder não vem do Deus de JCN, mergulha fundo em séculos de cumplicidades e de relações suspeitas, na promiscuidade entre as máfias santas e as profanas.

11 de Março, 2013 Carlos Esperança

Glória a S. Josemaria Escrivá de Balaguer

Amanhã os cardeais vão entrar em reclusão para escolherem o sucessor de Bento XVI, o papa que perdeu a tiara, o anel e o camauro mas conservou a santidade e a vida.

Correu o boato de que antigamente era o Espírito Santo que iluminava os cardeais mas pelas asneiras que fizeram nas escolhas, a Opus Dei, uma seita recente, encarregou-se de substituir a pomba. Vale a pena esclarecer como foi criada a prelatura Opus Dei:

João Paulo II, emigrante polaco residente no Vaticano, solteiro, falecido aos 84 anos, papa católico de profissão, acumulou com a função de criar bispos e cardeais a obsessão de fabricar beatos e santos. Pelava-se por milagres e gratificava os autores sem prejuízo da fixação em Maria e uma adoração por virgens que a idade e o múnus exacerbaram.

Mas os santos da igreja católica lembram funcionários acomodados. Fazem um milagre para chegarem a beatos, outro para serem promovidos ao posto seguinte e abandonam o ramo. Só Santo Escrivá fez três, rubricados pelo Papa, em poucos anos de defunção.

Enquanto candidatos praticam a intercessão que lhes rogam mas desistem da vocação milagreira logo que abicham o lugar. E, quando se julgava que a intermediação tinha esgotado as vagas, João Paulo II rubricou alvarás de santo a largas centenas que se estabeleceram em nítida concorrência com os anteriores. Alguns destes fecharam a porta, que é como quem diz, foram apeados das peanhas onde enegreciam com o fumo das velas, se enchiam de fungos com a humidade ou se deixavam corroer pelo caruncho.

Com séculos de pequenos e honestos milagres, habituados à pedinchice autóctone e às lamúrias, quase sempre ao serviço de modestas comunidades que atendiam nos limites do razoável, perderam a aura e a devoção, submersos no tropel de novos e afidalgados ícones com vocação mediática. Migraram para as sacristias, acumulando pó, a um canto, a delir a pintura e o préstimo, a corroer as vestes e o respeito, em santa resignação.

Na religião há uma tendência para o sector terciário. Arrotear a fé, pescar almas, são tarefas pouco gratificantes. Transacionar bulas para mastigar carne à sexta-feira, vender indulgências, trocar santinhos, comercializar bênçãos, é negócio do passado. JP2 substituiu-o pelo lucrativo sector milagreiro. Promover jubileus é também um sucesso garantido para escoar imagens do promotor e fomentar a divulgação dos promovidos.

Não sei quanto valerá um dente de S. Josemaria Escrivá de Balaguer, com certificado de origem. Há de andar por uma fortuna, a avaliar pelo êxtase que o primeiro a ser exibido provocou aos peregrinos durante as exéquias de canonização. Penso que o mercado já está sortido de outras relíquias, nada restando do magnífico taumaturgo para exumar.

Pudessem os piedosos colecionadores ter adivinhado o destino promissor post mortem deste servo de Deus e ter-lhe-iam recolhido em vida duas dezenas de unhas e trinta e dois dentes.

E a perda irreparável da primeira dentição! Quem sabe se a premonição materna não terá acautelado o primeiro incisivo transformando um desvelo num tesouro, através deste estranho processo alquímico – a canonização – segredo transmitido aos sucessores de Pedro e usado em doses industriais pelos dois últimos pontífices?!.

Pudesse Teodorico Raposo ter depositado no regaço de D. Patrocínio uma relíquia de Santo Escrivá, que nem ele, nem a tia, nem Eça sabiam que viria a existir, e a devota Senhora ter-lhe-ia perdoado as relaxações do tartufo, embevecida pelos eflúvios celestes que dimanam da raiz do canino de um santo assim.

Tivesse a premonição dos membros do Opus Dei adivinhado a santidade do fundador, que muito dinheiro e a longevidade papal lograram, e teriam hoje em armazém farto recheio de têxteis tingidos por flagelações ou impregnados de outros fluidos.

A onda de devassidão que grassa no clero amargura os papas – que fizeram do celibato dogma e da castidade virtude – sem que a providência os tenha poupado à corja imensa de pederastas, muitos deles pedófilos, que exornam as dioceses da Igreja romana.

É, pois, necessário que floresçam santos como S. Josemaria cujas relíquias hão de servir de terebentina para desencardir a alma dos que sucumbem às tentações da carne.

Glória a S. Josemaria Escrivá de Balaguer nas Alturas e o poder na Terra ao Opus Dei.

Para substituir o único papa saído vivo do múnus, nos últimos seis séculos, vai começar amanhã um consistório. Tal como nos dois últimos, o Espírito Santo, que gozava da fama de iluminar os cardeais, será substituído pelo Opus Dei. Glória a Santo Escrivá.

10 de Março, 2013 Carlos Esperança

O Vaticano e a violência contra as mulheres

O Vaticano, o Irão e a Rússia são alguns dos países que estão a tentar travar os esforços no combate à violência contra as mulheres, segundo responsáveis que participam na conferência das Nações Unidas sobre o tema.

Mais de 6.000 representantes da sociedade civil estão presentes na sessão anual da comissão da ONU sobre o estatuto da mulher, que se realiza em Nova Iorque.

Referência encontrada no blogue República e Laicidade. Post de Ricardo Alves

10 de Março, 2013 Carlos Esperança

Vídeo constrangedor – Papa Bento XVI

Apesar de os fiéis mais fervorosos não questionarem, um vídeo de 2011 está intrigando até os mais apaixonados. Na ocasião de um evento em Berlim, o Papa Bento XVI cumprimentou todos os representantes e cardeais que ali estavam.

Para surpresa do público, poucos cardeais estenderam a mão ao Papa.

Vários, ao verem que seriam cumprimentados, retiraram a mão deixando-o no vácuo.

Depois disso, alguém tem dúvidas de que ele não era bem-visto na cúpula do Vaticano?

Veja este vídeo …

…e tire suas próprias conclusões.

4 de Março, 2013 Carlos Esperança

Humor pio

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