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Categoria: Vaticano

3 de Maio, 2013 Carlos Esperança

F-1 e B-16 – União de facto?

Com a chegada de B16 ao Vaticano vivem 2 Papas no bairro de 44 hectares.

É a primeira vez, depois de 600 anos, que o bairro suporta dois papas, igualmente infalíveis, embora o primeiro tenha perdido o alvará.

29 de Abril, 2013 Carlos Esperança

Marketing da ICAR

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Isto não é um ato de humildade, é exibição de discutível higiene

 

17 de Abril, 2013 Carlos Esperança

A tradição, a laicidade e a traição

A Igreja católica goza de privilégios incompatíveis com a laicidade a que o Estado está obrigado. Há situações bem piores, e trágicas, onde as teocracias se mantêm instaladas, mas isso não exonera o Estado português da obrigação de defender a igualdade entre os cidadãos e de se declarar incompetente em questões de fé.

A ausência de sentido de Estado e de respeito pela Constituição permitiu ao atual PR ter sido presidente da Comissão de Honra da canonização de Nun’Álvares Pereira, a cuja intercessão se deve a cura do olho esquerdo de uma cozinheira que o queimou com óleo fervente de fritar peixe. Não descubro como o economista de Boliqueime soube que foi D. Nuno e não Afonso Costa, por exemplo, o autor do milagre.

É um abuso de qualquer religião a interferência na esfera pública, tal como a ingerência do Estado nas religiões.

A neutralidade do Estado é condição sine qua non para evitar conflitos religiosos. A própria Espanha, onde a Igreja conta com um Governo amigo do peito e da hóstia, já se encontra em litígio por causa das leis da família. O cardeal Rouco deseja o regresso ao franquismo e Rajoy pretende manter um módico de sentido de Estado.

Sabemos o que custou à Europa a liberdade religiosa. Só após a Guerra dos 30 Anos, graças à paz de Vestefália, foi possível viver sem acreditar ou crer de forma diferente do Papa. A Igreja católica só aceitou a liberdade religiosa durante o concílio Vaticano II, reconhecimento que Bento XVI aceitou com azedume e ranger de dentes antes da sua jubilação. Do papa Francisco ainda não conhecemos as intenções.

Não se percebe que em época de contenção salarial o Estado português continue a pagar o ensino religioso em escolas oficiais, a professores livremente nomeados e exonerados pelo bispo da diocese, ou a subsidiar escolas religiosas onde a coeducação é proibida e as leis da família, votadas livremente pelos portugueses, combatidas pelo proselitismo beato de quem cumpre a vontade divina sem prescindir da remuneração profana.

Em época de austeridade que sentido faz ter duas embaixadas em Roma, uma para Itália e outra para o vaticano, esta última certamente para proceder ao intercâmbio de bênçãos e de óbolos gerados em Fátima.

Invocar a tradição é apelar à traição. Só a laicidade garante a liberdade religiosa.

«O Estado também não pode ser ateu, deísta, livre-pensador; e não pode ser, pelo mesmo motivo porque não tem o direito de ser católico, protestante, budista. O Estado tem de ser céptico, ou melhor dizendo indiferentista» Sampaio Bruno, in «A Questão religiosa» (1907).

 

15 de Abril, 2013 Carlos Esperança

O Vaticano só não apoia ditaduras de esquerda

Vaticano minimizou crimes de Pinochet, segundo Wikileaks

ROMA — O Vaticano teria minimizado os relatórios sobre as mortes provocadas pelo ditador chileno Augusto Pinochet após o golpe de 1973 e manifestou sua compreensão e tolerância pelo derramamento de sangue depois do golpe de Estado no Chile, segundo revelações feitas pelo Wikileaks nesta segunda-feira.

“Como é natural, infelizmente, após um golpe de Estado é preciso admitir que houve derramamento de sangue nas operações de limpeza no Chile”, afirmou na época o monsenhor Giovanni Benelli, substituto da Secretaria de Estado, segundo os documentos consultados pela internet na página do Wikileaks e parcialmente divulgados pela revista italiana L’Espresso e pelo jornal La Repubblica, entre os meios de comunicação que assinaram a exclusiva.

13 de Abril, 2013 Carlos Esperança

Se é a sério, não anda cá muito tempo…

Do novo Papa esperam-se mudanças, muitas no interior do governo da Igreja, a Cúria Romana. Antes de se conhecerem os seus nomeados para os principais cargos, como a secretaria de Estado, Francisco criou um comité de oito cardeais para o aconselharem nas desejadas reformas no Vaticano.

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A correspondência, que retrata uma Cúria podre e entregue às lutas de poder de grupos adversários, tem muitos protagonistas, mas Bertone é figura central. Para além do funcionamento interno da Igreja, espera-se que Francisco imponha mudanças radicais no Instituto para as Obras da Religião (o banco do Vaticano), cujas transacções foram bloqueadas pelo Banco de Itália por falta de respeito das normas que visam impedir que os bancos sejam usados para lavar dinheiro.

13 de Abril, 2013 Carlos Esperança

A indústria dos milagres vai manter-se

Na ânsia de fabricar milagres, JP2 convocou centenas de defuntos, sepultados em zonas afetas à ICAR, para curarem uma criança aqui, uma freira acolá, um médico noutro sítio, enfim, uma quantidade enorme de doentes que Deus sadicamente tinha estropiado.

A boa vontade dos defuntos, em péssimo estado de conservação, aliviou alguns cristãos das moléstias enviadas pela divina e infinitamente bondosa providência.

O exercício da medicina é o passatempo desses bem-aventurados, há muito falecidos, cristãos com pecados apagados pelo tempo e virtudes avivadas pelo Papa.

No laboratório do Vaticano certificam-se milagres e criam-se novos beatos e santos que povoam a folha oficial do bairro de 44 hectares. Os milagres, em doses industriais e a respetiva criação de santos foi um lucrativo empreendimento lançado pela Opus Dei.

Antigamente era o próprio Cristo que se deslocava à Terra para ajudar a ganhar batalhas aos eleitos ou que aconselhava os cristãos sobre a forma de matarem os infiéis com mais eficácia.

Depois de alguns desaires, porque a idade e o reumático lhe limitaram as deslocações, Deus deixou ao Papa a tarefa de engendrar os milagres mais adequados à promoção da fé e à estupefação dos crentes. JP2 abandonou o método artesanal de fazer santos para se dedicar à industrialização. B16 seguiu-lhe as pisadas e o papa Francisco já ameaçou continuar.

As curas de cancros foram, em regra, as preferidas da Cúria romana. Problemas de ossos, moléstias da pele, diabetes, paralisias e outras doenças fazem parte do cardápio da santidade. Mas, com tanta clientela para elevar aos altares, o Vaticano já chegou ao ponto de deixar para um imperador (Carlos I da Áustria) a cura de varizes a uma freira.

Foi uma ofensa aos quatro filhos vivos que assistiram à beatificação. Se a um imperador reserva como milagre a cura de varizes, os papas, quando forem sólidos defuntos, terão de curar furúnculo ou verrugas, para chegarem a beatos.

Os medicamentos estragaram os milagres de grande efeito como a cura da lepra, por exemplo. E há milagres que o Vaticano não arrisca: hemorroidas e herpes vaginal por causa do sítio, sífilis, blenorragias e SIDA pela associação ao pecado.

Mas há erros que a ICAR há muito não comete: canonizar, por engano, um cão que julgava mártir ou uma parelha de mulas que morreram exaustas e que a ICAR pensou tratar-se de santas mulheres que sacrificaram a vida pelo divino mestre.

Os milagres são cada vez mais rascas mas a biografia dos bem-aventurados que os obram é progressivamente melhor escrutinada.

11 de Abril, 2013 Carlos Esperança

Quem quer saber do que o papa diz?

Uruguai aprova o casamento entre pessoas do mesmo sexo

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A Igreja católica uruguaia recordou esta semana as palavras do papa Francisco quando era arcebispo de Buenos Aires e o Governo argentino aprovou em 2010 a primeira lei sobre matrimónio igualitário na América latina: “Está em jogo a identidade e a sobrevivência da família: papá, mamã e filhos (…)”