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Categoria: Vaticano

7 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Empório do Vaticano

Os números do poder eEconómico do Vaticano

Estima-se que o Vaticano seja o dono de cerca de 20% a 30% dos imóveis da Itália – incluindo igrejas, escolas, hospitais, clínicas e até hotéis
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Vista aérea de Roma e da Cidade do Vaticano

Vista aérea de Roma: Bento XVI vai deixar de ser chefe de Estado que tem pouco mais de 800 moradores e menos de 0,5 quilômetro quadrado

São Paulo – No final de fevereiro, o papa Bento XVI deixará o cargo. Assim, ele deixa de ser chefe do Estado da cidade do Vaticano, o menor Estado do mundo em tamanho e um dos menores em população.

2 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A «Bula Ineffabilis Deus»

Cumprindo uma obra de misericórdia «ensinar os ignorantes», deixo aqui no Diário de uns Ateus, para consumo dos devotos, uma oportuna referência à Bula de Pio IX que, em 8 de Dezembro de 1854, declarou solenemente, fazendo apelo à autoridade suprema do seu magistério, a definição dogmática da Imaculada Conceição,:

«A doutrina segundo a qual a Bem-aventurada Virgem Maria, no primeiro instante da sua conceição, foi por especial privilégio de Deus Omnipotente, com vista aos méritos de Jesus Cristo, Salvador do género humano, preservada imune de toda a mácula do pecado original, é revelada por Deus e deve por isso ser acreditada por todos os fiéis, firmemente e com constância». (Bula Ineffabilis Deus — 08-12-1854).

Depois disto cessaram as discussões ginecológicas sobre a Virgem Maria.

1 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A homofobia pia

Os homossexuais católicos vão pedir ao Vaticano uma “mudança urgente” de atitude que promova o seu acolhimento e integração nas comunidades e paróquias, disse à agência Lusa José Leote, da associação Rumos Novo – Homossexuais Católicos.

A propósito do I Congresso Mundial das Associações Homossexuais Católicas, que decorre no próximo fim de semana em Portimão, José Leote defendeu, em declarações à agência Lusa, “a necessidade urgente de uma mudança de atitude por parte da hierarquia católica no sentido de que haja um verdadeiro acolhimento […] que passe pela integração [dos homossexuais] nas suas comunidades paroquiais”. Este será um dos pontos principais de um documento será elaborado no congresso.

http://www.dnoticias.pt/actualidade/pais/472186-homossexuais-catolicos-pedem-ao-vaticano-integracao-nas-paroquias

 

29 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

A indústria dos milagres não entra em crise

Não me revejo no entusiasmo místico com que os cruzados degolavam infiéis, na euforia com que a Inquisição incinerava bruxas, ímpios e judeus, no dever cristão de delatar pais, irmãos ou filhos, suspeitos de heresia, nem a saltitar de gozo com a combustão de livros.

Não aprendi a gozar jejuns, a deliciar-me com cilícios ou a extasiar-me com a castidade. Sou um caso falhado para a vida eterna e um problema para o qual a democracia e os hábitos atuais não têm solução.

Não discuto o valor nutritivo da eucaristia, o interesse terapêutico da missa, a qualidade da confissão, como detergente, nem o valor da oração para adquirir um lugar no Paraíso.

Duvido, sim, da influência das novenas na pluviosidade, da capacidade de santa Bárbara a amainar trovoadas, da autonomia de voo da Virgem Maria para poisar nas azinheiras de Fátima, dos anjos de duas, quatro e seis asas e de toda a fauna celeste cuja existência embevece os crentes.

Abomino o hábito de vergastar pessoas para agradar a Maomé, de decepar membros para cumprir o Corão, de lapidar mulheres para punir o adultério, de decapitar infiéis para satisfazer Alá e os suicidas obcecados por virgens e rios de mel.

Troco Moisés por Voltaire, Cristo por Pasteur e Maomé por Rousseau. À fé prefiro a dúvida e aos milagres a verdade. Desprezo Deus e a sua vontade e substituo qualquer encíclica por um livro de Saramago.

E não sei o que dizer da onda de beatificações e canonizações com que o papa Francisco continua a produção industrial da santidade.

Anteontem foi a vez de ser beatificado o sucessor do santo franquista Josemaria Escrivà. Álvaro del Portillo foi elevado a beato depois de lhe ter sido adjudicado um milagre.

28 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

O Papa Francisco pode esquecer-se de respirar

26/09/2014 18h00 – Atualizado em 26/09/2014 18h11

Ex-núncio tinha 100 mil arquivos com pornografia infantil, diz jornal

O polonês Josef Wesolowski foi preso nesta terça no Vaticano.
Vaticano julga pela 1ª vez um religioso por abusos sexuais contra menores.

Foto de arquivo de 12 de agosto de 2011 mostra Jozef Wesolowski, núncio do Vaticano, em Santo Domingo (Foto: Erika Santelices/ Arquivo AFP)Foto de arquivo de 12 de agosto de 2011 mostra

Jozef Wesolowski, ex- núncio do Vaticano em Santo
Domingo (Foto: Erika Santelices/ Arquivo AFP)

A polícia do Vaticano encontrou mais de 100 mil arquivos de fotos e vídeos com pornografia infantil no computador do ex-núncio do Vaticano na República Dominicana Josef Wesolowski, preso nesta terça-feira sob acusação de pedofilia, publicou o jornal “Corriere Della Sera” nesta sexta-feira (26).

De acordo com o jornal, os arquivos contêm imagens e filmes baixados da internet, além de fotos “que as próprias vítimas tinham sido forçadas a tirar”. As crianças nas imagens têm idade entre 13 e 17 anos, são filmadas nuas e forçadas a ter relações sexuais entre si e com adultos, diz o jornal. Seriam 130 vídeos e mais de 86 mil fotografias. Outras 46 mil imagens teriam sido apagadas.

O periódico ainda afirma que a investigação criminal, que procura possíveis cúmplices de Wesolowski, suspeita de que o ex-núncio possa estar ligado a uma rede internacional de pedofilia.

A análise de e-mails e arquivos salvos no computador pode revelar a identidade das pessoas com quem ele se comunicou. A investigação considera todos os países por onde o ex-núncio apostólico (embaixador do Papa) passou antes de chegar a Santo Domingo, na República Dominicana.

Prisão domiciliar
Pela primeira vez, o Vaticano se dispõe a julgar penalmente um religioso, por abusos sexuais contra menores e posse de pornografia infantil.

26 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

O Vaticano e o papa Francisco

O papa Francisco, com as suas decisões, não prova a existência de Deus mas revela o seu carácter.

A prisão inédita de um núncio, um arcebispo à espera do barrete cardinalício, é um ato de extrema coragem ou uma habilidade para o subtrair ao julgamento dos países onde delinquiu. Admito que seja a primeira razão.

Depois de ter condenado a Máfia, antiga aliada do Vaticano, e de excomungar os seus membros, ainda que a excomunhão seja um placebo; depois de ter transformado o IOR num banco normal e impedido a continuação da lavandaria de dinheiro sujo, mesmo que fosse pela pressão internacional, revela um homem diferente dos seus dois antecessores, igualmente santos e infalíveis.

Francisco corre o risco de morte súbita e de ir precocemente apresentar-se ao patrão.

20 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

O Vaticano sob ameaça

A segurança da Basílica de S. Pedro foi reforçada na sequência da ameaça de um ataque terrorista e o embaixador do Iraque comunicou à Imprensa italiana que os jihadistas querem matar o Papa.

Os jihadistas são assaz chanfrados para tentarem eliminar a concorrência e não restam dúvidas de que o Papa era um troféu simbólico importante para a corja, mas ficaria mal visto o Vaticano se as bênçãos de sucessivos papas não tivessem o poder de esconjurar tão diabólicas intenções num local repleto de santidade.

Uma teocracia, a transbordar de água benta e incenso, não pode deixar que demonífugos secularmente usados com eficácia se transformem em placebos.

Há, pois, um duplo receio na ameaça, a concretização de um crime e o desprestígio para a parafernália pia com que se invoca a proteção divina.

Esperemos que a cruz, capaz de repelir demónios, afaste os criminosos que deviam estar no manicómio ou na prisão.

2 de Setembro, 2014 Carlos Esperança

Pio XII – o Papa de Hitler

(Perdi o autor do texto mas os factos são factos)

Pio XII – o Papa de Hitler

Quando Franco venceu a sua santa “Crujada”, o papa Pio XII (1939-1958) lhe enviou um telegrama felicitando-o por sua “vitória católica”. O divórcio tornou-se ilegal, o adultério se tornou uma ofensa criminal, a educação religiosa católica foi tornada obrigatória com a Igreja passando a controlar os livros didáticos. Os nomes de registro das crianças tinham que conter pelo menos um nome com conotação religiosa. Cerca de 25.000 casamentos civis foram declarados inválidos. Na Espanha, um acordo com o Vaticano em 1953, tornou ilegal a publicação de obras de religião ou filosofia, sem a aprovação da Igreja Católica Romana.

A Igreja romana teve um tempo um pouco menos fácil com a Alemanha nazista, mas ainda assim, não encontrou muita dificuldade nesse relacionamento. Em 1933 os bispos católicos romanos na Alemanha, numa conferência em Fulda, votaram contra uma resolução crítica do nazismo. Em vez disso, emitiram uma carta pastoral expressando gratidão a Hitler por sua postura moral, suas ideias de moralidade e por se preocupar com questões como planeamento familiar e banho misto *. Como muitos outros líderes cristãos, o Cardeal Faulhaber, arcebispo da diocese de Munique, declarou que Hitler estava no caminho para ser um bom cristão, embora tivesse dúvidas sobre alguns de seus “companheiros”.

Em geral, a Igreja Romana adotou uma atitude positiva para com o regime de Hitler. Assim que ele chegou ao poder em 1933, o Vaticano informou que não haveria de sua parte uma política de oposição. Um acordo entre a Alemanha nazi e o Vaticano, que foi concluído no mesmo ano, tranquilizou os católicos romanos de que o estado alemão era legítimo e aceitável. O Papa Pio XI teve pouca dificuldade em negociar seu acordo com a Alemanha nazi. Como anteriormente, seguiu-se um acordo no modelo estabelecido com governos autoritários dos tratados de Latrão .

Explicitamente documentada, a relação de parceria entre a Igreja romana e o estado nazi, os uniu na forma tradicional. No Artigo 16 do acordo, por exemplo, incluiu um juramento dos bispos católicos de lealdade ao estado nazi, e no artigo 30 uma oração para o Terceiro Reich *.

Como um católico assumido, Hitler tomou decisões fundamentais relativas à Igreja Católica Romana, pessoalmente deixando as Igrejas protestantes em segundo plano. Vale salientar que nenhuma igreja evangélica fez oposição séria contra Hitler aliás, muitos evangélicos o apoiaram, alguns até o consideravam como um redentor novo, enviado por Deus. Em 1936, Hitler advertiu o Cardeal Faulhaber de que:.. “como o nacional-socialismo (nazismo) era melhor que o comunismo, tudo na Europa seria favorável ao cristianismo e a Igreja” .

Hitler tinha sido criado como um católico romano, e teria absorvido o antissemitismo desde seus primeiros anos. Em um discurso feito em abril de 1922 ele havia falado sobre seus próprios sentimentos Cristãos , e disse que não era apenas possível para um cristão ser antissemita, mas na verdade era necessário . Mais uma vez, ele escreveu em sua autobiografia Mein Kampf:
“… Eu acredito que estou agindo de acordo com a vontade do Criador Todo-Poderoso: defendendo-me contra os judeus, estou lutando para afirmar a palavra do Senhor”.
Idéias nazis sobre os judeus e as medidas contra eles não foram uma invenção da mente contemporânea, elas eram o que a Igreja católica vinha dizendo e fazendo há séculos. Não havia nada de novo no antissemitismo nazi. Era simplesmente a nova embalagem do tradicional antissemitismo cristão. No estatuto da Ordem dos Jesuítas, era proibido qualquer membro que não conseguisse provar que ele não tinha “sangue judeu” dentro de cinco gerações. Este facto foi citado em 1930 por ambos, nazis e fascistas, como base de apoio para suas ideias antissemitas.

As intenções de Hitler não eram secretas. Ele prometeu a aniquilação dos judeus, por exemplo, em um discurso bem documentado em 30 de janeiro de 1939. A filosofia de Hitler na perseguição aos judeus foi fundamentada em precedentes cristãos. As diretrizes que Hitler revelou em Nuremberga, em 1935, tinham sido modeladas em parte, nos decretos dos Papas Inocêncio III e Paulo IV.

Na Alemanha nazi, os judeus foram novamente privados de direitos civis, e o casamento entre cristãos e judeus alemães foi novamente proibido. Quando os nazistas confinaram os judeus em distritos específicos, conscientemente chamados de guetos, para manter a respeitabilidade diante da população, enfatizavam que o que eles estavam fazendo era exatamente o que a Igreja Romana tinha feito. A referência foi explícita. Antes da guerra, Hitler havia dito ao Bispo de Osnabrück Berning que ele não faria nada que a Igreja não tinha feito ao longo dos últimos 1.500 anos .