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Categoria: Vaticano

26 de Junho, 2015 Carlos Esperança

A garantida canonização de Pio XII

A garantida canonização de Pio XII

Mesmo com o atual Papa de que a ICAR teve necessidade, como as nódoas de benzina, depois de dois pontífices que perderam clientela, os milagres continuam a fazer parte do arsenal de produtos pios para o exercício ilegal da medicina por cadáveres com muitos anos de defunção.

Os santos continuam a nascer como cogumelos em noite de orvalho e Pio 12 parece ser dos que estão bem colocados no concurso e nos milagres.

Pio 12 não foi um celerado que arrancasse olhos aos sérvios, um carrasco que estivesse nos campos de concentração a assassinar judeus, um biltre que usasse as próprias mãos para despachar hereges a caminho do Inferno.

Pio 12 foi apenas um Papa católico, amigo da ordem e da paz, antissemita como os seus pios antecessores e anticomunista como os sucessores. Foi com muita mágoa – dizem os panegiristas de serviço –, que assistiu em silêncio ao extermínio dos judeus e, depois da guerra, para compensar, converteu conventos e seminários em refúgios nazis, enquanto a diplomacia do Vaticano arranjava passaportes para a América do sul.

Não se pode condenar Pio 12 pelo antissemitismo. É um dever que o Novo Testamento impõe, é o culto de uma tradição que alimentou as fogueiras do santo Ofício e um preito de gratidão a todos os santos que perseguiram judeus, moiros e hereges e dilataram a fé.

Pio 12 apenas queria celebrar concordatas com os Estados fascistas, proteger as famílias cristãs dos malefícios do divórcio e assegurar às crianças o ensino obrigatório da sua fé. Haverá odor que mais agrade a Deus do que o de um herege a ser queimado? Ou maior delícia do que a tortura de quem siga uma religião falsa?

Claro que Pio 12 deve ser canonizado. Quantos biltres o não foram já? O problema que lhe complica a vida é não ser incluído em levas de centenas e, na sua singularidade, ter ainda quem se lembre de que o Vaticano foi um antro de conivência com o fascismo a que deve o Estado em que se transformou.

Mas não aconteceu o mesmo com JP2, um papa que fazia milagres em vida, apesar de só os mortos terem alvará para o negócio?

Ora, canonize-se o cadáver. Com os anos que já leva de morto, há muito que não fede.

12 de Junho, 2015 Carlos Esperança

É natural que até o Papa se envergonhe

Papa indica posição sobre ‘aparições’ de Nossa Senhora em cidade bósnia

Durante missa, Papa criticou fiéis ‘sempre em busca de novidades’.
Após estudo, Vaticano deve anunciar em breve decisão formal sobre tema.

Da Reuters

O papa Francisco deu uma indicação nesta terça-feira (9) sobre a sua posição a respeito das supostas aparições de Nossa Senhora na cidade bósnia de Medjugorje, antes de uma decisão formal do Vaticano esperada para breve.

Na homilia de sua missa diária no Vaticano, o papa pareceu se referir às alegadas aparições, que têm dividido a Igreja Católica, quando criticou os fiéis que “estão sempre em busca de novidade em suas identidades cristãs”.

Ele criticou aqueles que dizem: “Onde estão aqueles visionários que nos dizem hoje sobre a carta que Nossa Senhora irá enviar às 4 da tarde?”.

“Esta não é a identidade cristã”, disse Francisco.

Seis crianças relataram pela primeira vez visões da Virgem Maria na cidade em 1981. Desde então, a cidade se tornou um importante local de peregrinação, dando a muitos um novo senso de espiritualidade e a moradores uma fonte estável de receita.

Alguns dos supostos visionários, agora adultos, dizem que ainda vivenciam aparições todos os dias e que a Nossa Senhora contou-lhes segredos.

Muitas pessoas acreditam que as visões são uma farsa.

O papa disse a repórteres que retornavam de uma viagem para a Bósnia no último sábado que o Vaticano estava próximo de anunciar a sua decisão formal sobre as alegadas aparições. Ele disse que havia recebido um longo estudo realizado por uma comissão do Vaticano.

3 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Mais um milagre no ramo da medicina

Milagre de Padre Victor é reconhecido no Vaticano e beatificação fica perto
Milagre reconhecido seria cura de um morador de Três Pontas, onde viveu.
Processo seguirá para o Papa Francisco, que poderá torná-lo Beato.

Cardeais aprovaram nesta terça-feira (2) no Vaticano, por unanimidade, um milagre atribuído a Padre Victor, religioso que viveu em Três Pontas (MG). O milagre que foi reconhecido seria a cura de um morador da cidade. A cura inexplicável já havia sido reconhecida anteriormente por médicos do Vaticano e por uma comissão de teólogos.

Agora, o processo seguirá para o Papa Francisco, que deverá decretar a aprovação da beatificação de Padre Victor. Após essa assinatura, o bispo da Diocese de Campanha, Dom Diamantino, poderá marcar a cerimônia de beatificação.

3 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Um padre de Lamego estragou-lhe a carreira

D. Carlos nomeado para Comissão Pontifícia de Arqueologia do Vaticano

Bispo português nomeado para a Comissão Pontifícia de Arqueologia Sacra. Foto: DR

A conservação do património é cara e por vezes é necessário recorrer ao mecenato. Actualmente é um Estado muçulmano que está a subsidiar a recuperação da catacumba de São Pedro e Marcelino.
29 de Maio, 2015 Carlos Esperança

A ICAR julga-se a Humanidade

Vaticano lamenta decisão da Irlanda

Publicação: 2015-05-28 00:00:00

São Paulo (AE) – A permissão para que os homossexuais se casem na Irlanda, aprovada em referendo no fim de semana, foi classificada como uma “derrota para a humanidade” pelo secretário de Estado do Vaticano, o cardeal italiano Pietro Parolin, em declaração dada terça-feira à noite para jornalistas. O cargo que Parolin ocupa é considerado o segundo mais importante da hierarquia católica. O cardeal disse que ficou pessoalmente triste com o fato de que, em um país predominantemente católico como a Irlanda, 62% dos votos tenham sido favoráveis ao casamento gay, apesar de a doutrina da igreja defender que o casamento só pode se dar entre um homem e uma mulher.
28 de Maio, 2015 Carlos Esperança

A Irlanda e o casamento gay

A Irlanda foi, até há duas décadas, feudo do Vaticano. A IVG era interdita, mesmo em casos de violação, malformação do feto ou risco de vida da mãe. Em 1986, a proposta de eliminar a proibição constitucional do divórcio foi submetida a referendo e rejeitada. Só em 1995, uma emenda removeu a proibição, mas com restrições.

Só quando duvidou da virtude dos seus padres descreu do martírio do seu Deus.

A violência dos conventos, cárceres privados para a defesa da integridade de heranças e punição de mães solteiras cujos filhos eram retirados para adoção, associada à hipocrisia do clero, aceleraram o processo de secularização do País que a religião mantivera unido.

A pedofilia eclesiástica alastrou como nódoa imparável, sob a ocultação das dioceses e o silêncio receoso dos pais. Vários bispos defendiam os padres pedófilos e um, apoiante do celibato do clero, protegeu, com dinheiros da diocese, a filha que ocultava.

No dia 22 de maio de 2015, 22 anos depois da despenalização da homossexualidade, o casamento gay foi referendado por mais de 60% de eleitores num país onde a influência da Igreja católica, embora em declínio, parecia forte. Foi aprovado em força (62%). O direito à diferença impôs-se à discriminação e ao preconceito. Venceu a modernidade e a Irlanda foi o primeiro país a abrir as portas aos casamentos gay pela via referendária.

Segundo os exegetas, o Cânone 1331 do Direito Canónico – o Código Penal das Almas –, determina que «não podem casar, batizar-se e nem poderão ter um funeral religioso», os que votaram SIM, mas L’Osservatore Romano – o Correio da Manha do Vaticano –, disse que “Não há anátemas, mas antes um desafio a superar por parte de toda a Igreja”, e o Vaticano e o papa não reagiram oficialmente ao resultado do referendo irlandês.

Desta vez não houve imagens de virgens a chorar lágrimas de sangue, como sucedeu em Oleiros, no primeiro referendo sobre o aborto, em Portugal. O próprio bispo da Diocese de Portalegre-Castelo Branco disse que as lágrimas não eram humanas. E não eram, um bispo não mente. Frei Edmundo pôs a imagem da Virgem a chorar lágrimas de sangue… de pomba. Foi apanhado em flagrante. Tomou raticida mas não morreu. O raticida não mata ratos de sacristia.

Acabaram as romarias e oferendas. Frei Edmundo, reincidente em milagres, acabou no Hospital de Sobral Cid, em Coimbra.

 

25 de Maio, 2015 Carlos Esperança

A beatificação do bispo salvadorenho Óscar Romero

O Papa Francisco, ao beatificar, sem recorrer à invenção de um milagre, Óscar Romero, assassinado durante a missa por um esquadrão de extrema-direita, tomou uma corajosa decisão e fez justiça a um defensor dos direitos humanos, mártir da liberdade.

Corre riscos, tal como Óscar Romero, mas a sua decisão ficará na História para redimir o passado do Vaticano, cúmplice das ditaduras e com posições do lado errado da vida e da História.

Ao honrar um defensor dos direitos humanos não prova a existência de Deus mas demonstra a enorme coragem de que um homem de bem é capaz.

Óscar Romero deu a vida pelos pobres na luta pelos direitos humanos. O bispo ostracizado por João Paulo II, amigo de todos os ditadores de direita, é agora homenageado a título póstumo. É pena que tenha a companhia de madre Teresa de Calcutá mas a multinacional da fé precisa de satisfazer várias clientelas.

20 de Maio, 2015 Carlos Esperança

A Igreja católica e o nazismo

A frequência com que os devotos propagandeiam as virtudes do Vaticano e desafiam que provemos a mais leve nódoa caída no pano pontifício, indicia que são grandes os pecados que os apoquentam e é pesada a penitência que os espera.

Desde Constantino que o Vaticano é um alfobre de pecados, um antro onde se praticam crimes inomináveis, um centro de conspiração política internacional e, desde os acordos de Latrão, negociados com o amigo Mussolini, um Estado cujo perigo varia na razão inversa da dimensão territorial.

Compreendo os amigos do Papa e da missa e o efeito deletério que a falsificação do pão ázimo, com sinais cabalísticos, pode induzir na perceção da realidade. Quem sabe se a bênção não transforma em alcaloides as moléculas de farinha!

Começa a ultrapassar o limite razoável o reiterado desafio feito por um ou mais devotos, com diversos heterónimos, a insistir em provas tantas vezes apresentadas, da conivência da ICAR com o nazi/fascismo e do seu antissemitismo genético:

Aqui ficam alguns livros para quem tenha outras curiosidades intelectuais para além da leitura do breviário e encíclicas papais, algumas a fazer corar de vergonha os crentes:

– O Papa de Hitler, John Cornwel – Ed. Terramar
– O Vigário, Rolf Hochhuth
– A Igreja católica e o Holocausto – Uma dívida moral, Daniel Jonah Goldhagen – Ed. Notícias
– Los pecados de la Iglésia, Juan G. Atienza – Ed. Martinez Roca