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Categoria: Seitas

20 de Novembro, 2010 Carlos Esperança

Texto publicado in «As Beiras». Outubro/2002

O servo de Deus monsenhor Escrivá de Balaguer, depois de percorrer os degraus de Venerável e Beato chegou a Santo em 6 de Outubro graças a dois milagres aprovados – o primeiro no campo da oncologia e o segundo do foro da dermatologia.

O apoio ao ditador Franco e a obsessão por dinheiro, poder e honrarias podem ter arredado o taumaturgo da bem-aventurança eterna mas não lhe tolheram a canonização.

O virtuoso bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria e o impoluto ministro de Estado e da Defesa, Dr. Paulo Portas, destacaram-se entre os portugueses bem formados, convidados  a deslocar-se a Roma para a cerimónia. Não terão deixado de rezar para que se esqueçam as ligações da Prelatura ao mundo da alta finança e os inúmeros escândalos financeiros em que se viu envolvida no passado ( Rumasa, Matesa, Banco Ambrosiano, etc.).

A tentativa de criar o governo teocrático universal sonhado por Paulo, a sua aliança com a Mafia internacional e a pseudo maçonaria financeira, ou o abuso indiscriminado do negócio milagreiro, documentados por Juan G. Atienza (Los Pecados de La Iglesia), são acusações para esquecer.

Aspectos negativos da personalidade  de Escrivá, referidos pela colaboradora e secretária de muitos anos, Maria del Carmen Tapia, no livro “Uma vida na Opus Dei”, e as denúncias de Robert Hutchison em “O Mundo Secreto do Opus Dei” desvanecem-se com o tempo.

Regozijemo-nos, pois, por ter sido Monsenhor Escrivá “o justo entre os justos mais rapidamente elevado aos altares em toda a história da Igreja”, 17 anos exactos após a sua morte ( Ob. citada de J. Atienza, Pág. 342).

1750 sacerdotes e 80 mil fiéis – um exército de prosélitos  sob a omnímoda autoridade de um prelado que dispõe de amplos recursos financeiros e sólidos apoios políticos em todo o mundo – não deixarão de proclamar a santidade do “Pai”.

Nós, se não pudermos beneficiar da graça divina por intercessão do novo santo, ao menos não desafiemos a ira da Prelatura.

21 de Agosto, 2010 Carlos Esperança

O Vaticano está obsoleto

Juan G. Atienza acusa a Igreja de, com a colaboração do Opus Dei, tentar criar o governo teocrático universal sonhado por Paulo. A sua aberta aliança com a Mafia internacional e a pseudo-maçonaria financeira bem como o abuso indiscriminado do negócio milagreiro (Lourdes, Fátima, La Salette, Chestojowa, o sangue de S. Pantaleão, os milagres do padre Pio, etc., são outras acusações que o mesmo autor lhe faz e de que todas as pessoas se podem dar conta.

Em «Os pecados da Igreja» o Opus Dei aparece como o instrumento do confronto final entre o cristianismo e o islão fundamentalista.

Quem pensa que o estado-maior da ICAR esquece a guerra santa, quem julga que sob as sotainas se escondem apenas desejos reprimidos e votos de castidade, ignora o potencial de violência de que a fé, a repressão sexual e o desejo de martírio são capazes.

Numa carta apostólica sobre o Ano da Eucaristia, João Paulo II concedeu uma indulgência plenária aos católicos que «participaram numa missa, adoração eucarística ou procissão». Enganaram-se os que pensavam que a Igreja tinha mudado. Até na  promoção dos produtos repetiu os bónus que levaram à ruptura com Lutero.

Graças ao fabrico de beatos e santos, em série, JP2 passou a ICAR da época artesanal para a era industrial, com o negócio a ser continuado por B16.

Quem acredita na conversão da ICAR à modernidade?

26 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Opus Dei: o exército do papa (masoquista)

Imagine a sua mente sendo monitorada 24 horas por dia. Você está num lugar onde não é permitido ver televisão ou ir ao cinema. Até o jornal chega editado às suas mãos. Ninguém pode ter amigos do lado de fora e o contacto com a família é restrito.

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3 de Novembro, 2009 Carlos Esperança

Opus Dei – Colégios confessionais e intolerância

Esta notícia é um anúncio de publicidade escondida com o rabo da intolerância de fora. A propaganda dos êxitos escolares de um colégio do Opus Dei esconde a intolerância e a discriminação.

Os membros do Opus Dei, aquela instituição extremista da Igreja católica, fundada por um admirador de Hitler e incondicional de Franco, provavelmente santo em troca das contrapartidas ao apoio financeiro ao Vaticano, na sequência da falência fraudulenta do Banco Ambrosiano, não brincam em serviço.

Os alunos são escolhidos para os seus colégios, apesar da alegada tolerância para com as convicções religiosas dos pais, depois do escrutínio da vida familiar e religiosa dos progenitores.

Para o colégio feminino só contratam professoras. Claro que há algum padre para a direcção espiritual, pois as mulheres, mesmo as do Opus Dei, não estão isentas do pecado original e, por isso, estão impedidas de ser membros do clero e de ministrar os sacramentos, salvo o baptismo in articulo mortis, mas a notícia referida é omissa.

O proselitismo subentende-se na propaganda da instituição escolar o que não admira em quem está convencida de que o céu se ganha com a promoção do único deus verdadeiro. É nesta posição que eu estou de acordo com cada uma das religiões: são falsos todos os deuses das outras religiões. Só incluo mais um.

O que entendem por moral estas santas mulheres dedicadas á oração, às flagelações e ao ensino para encherem os cofres e o poder da Obra, não é difícil de adivinhar. Basta esta frase para se perceber a intolerância que as habita:

«Por exemplo, se uma professora é recasada, dificilmente conseguirá passar a mensagem de que o casamento é indissolúvel».

7 de Outubro, 2009 Carlos Esperança

Ainda canonizam a Amália

O que têm em comum Amália Rodrigues e Josemaría Escrivá? Á partida nada, mas.. quis o destino que o dia 6 de Outubro fosse comum aos dois.

Nesse dia de 1999 falecia em Lisboa, Amália Rodrigues, a grande fadista, admirada e seguida por portugueses e amantes do fado dispersos por todo o mundo, durante muitos anos e até aos dias de hoje.

Nessa mesma data, mas em 2002 era canonizado na Praça de S. Pedro em Roma o sacerdote espanhol São Josemaría Escrivá, fundador da Opus Dei (…)

in Spe Deus (Amália Rodrigues e S. Josemaria Escrivà)