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Categoria: Seitas

24 de Fevereiro, 2012 Carlos Esperança

E os impostos, Senhor ?

Os membros da Opus Dei “controlam mais de 17 entidades, que possuem dezenas de imóveis. E receberam uma herança avaliada em 41,8 milhões de euros”, revela a Sábado.

Uma doação realizada em 1984 por “uma milionária divorciada, infeliz e solitária”, uma “das maiores alguma vez recebidas em todo o mundo pela instituição fundada em 1928 por S. Josemaría Escrivá”, permitiu à Opus Dei ficar com “mais de 18 prédios espalhados por Lisboa, 25 jóias no cofre da residência [de Maria Antónia Barreira, a milionária], 21 depósitos a prazo em cinco bancos e ainda títulos do tesouro que a deviam compensar pela nacionalização do BPA, de que era accionista”, escreve a Sábado.

23 de Janeiro, 2012 João Vasco Gama

Curas pela Fé

Alguns charlatães enriquecem à custa da Fé das pessoas, e usam entre outras ferramentas de persuasão as «curas pela Fé».

James Randi desmascara o célebre Peter Popoff:

E aqui Derren Brown explica alguns dos truques que são utilizados:

19 de Outubro, 2011 Raul Pereira

O conselho do pastor

Conselho do Pastor



Só por mera curiosidade, alguém no Brasil me pode dizer se já conhecia este conselho pertinaz? E o pastor em causa, será este? É que, a avaliar pela amostra, não me admiraria nada…

25 de Setembro, 2011 Carlos Esperança

Opus Dei e a santidade

Dois membros do grupo católico conservador Opus Dei vão hoje a julgamento num tribunal de Paris, acusados de forçar uma jovem a trabalhar ao longo de mais de uma década sem lhe pagarem ou a pagarem-lhe quantidades irrisórias. Leia mais…

12 de Setembro, 2011 Eduardo Patriota

Procurador denuncia Edir Macedo por evasão de divisas

Contem-me alguma novidade…

O bispo Edir Macedo Bezerra, líder religioso da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd), e outras três pessoas foram denunciadas pelo Ministério Público Federal (MPF) por lavagem dinheiro e evasão de divisas, formação de quadrilha, falsidade ideológica e estelionato contra fiéis para a obtenção de recursos para a Iurd.

Os três dirigentes da igreja denunciados são o ex-deputado federal João Batista Ramos da Silva, o bispo Paulo Roberto Gomes da Conceição, e a diretora financeira Alba Maria Silva da Costa. Eles são acusados de pertencer a uma quadrilha usada para lavar dinheiro da Iurd, remetido ilegalmente do Brasil para os Estados Unidos por meio de uma casa de câmbio paulista, entre 1999 e 2005.

Segundo a denúncia, do procurador da República Sílvio Luís Martins de Oliveira, o dinheiro era obtido por meio de estelionato contra fiéis da Iurd, por meio do “oferecimento de falsas promessas e ameaças de que o socorro espiritual e econômico somente alcançaria aqueles que se sacrificassem economicamente pela Igreja“.

10 de Setembro, 2011 José Moreira

Deus está em toda a parte

Eu costumo dizer que é mais fácil fundar uma “igreja” (leia-se religião) do que abrir um hospital. Ou uma escola. Ao que parece, tenho razão. Aliás, há escolas a fechar, hospitais a abrir falência, mas as igrejas resistem sempre.

Ora, em complemento das igrejas de vão-de-escada surgem, agora, as igrejas de sob-as-árvores. Pelos vistos, porém, os deuses é que nem sempre estão de acordo, daí que vão mandando sinais a manifestar isso mesmo. Por exemplo, em Janeiro mandaram um raio que fulminou oito fiéis.

Não haveria hipótese de instalarem um pára-raios num dos ramos mais altos da árvore? Assim como se faz nas igrejas de pedra-e-cal?

19 de Agosto, 2011 Eduardo Patriota

Rede TV! e igreja processados por declaração contra ateus

Lá vem os religiosos pregando um pouco mais do seu ódio contra todos aqueles que não lhes pagam dízimos, ou melhor, contra aqueles vacinados contra religião que não acreditam em deuses. Mas desta vez, eles pagarão por suas línguas que salivam preconceito.

O Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo moveu ação civil pública contra a emissora Rede TV! e a Igreja Internacional da Graça de Deus pela veiculação de mensagens ofensivas contra pessoas ateias. Nela, o órgão pediu que ambas se retratem no programa de onde partiu as declarações, bem como esclareçam à população sobre a diversidade religiosa e liberdade de crença no Brasil durante o dobro do tempo usado nas supostas ofensas.

Durante a edição do programa O Profeta da Nação de 10 de março, o apresentador disse: “Só quem acredita em Deus pode chegar pra frente. Quem não acredita em Deus pode ir pra bem longe de mim, porque a pessoa chega pra esse lado, a pessoa que não acredita em Deus, ela é perigosa. Ela mata, rouba e destrói. O ser humano que não acredita em Deus atrapalha qualquer um. Mas quem acredita em Deus está perto da felicidade.

29 de Julho, 2011 Ricardo Alves

O terrorista de Oslo (2)

(continuação)Na terceira parte do «compêndio» de Anders Breivik surge a solução global para as suas angústias: a «revolução conservadora». Ele define cuidadosamente «traidores de categoria A, B ou C». Que incluem todos os «marxistas da linha dura», «marxistas culturais», «humanistas suicidários» e «capitalistas globalistas». Os traidores «A e B» estão condenados à morte pelo «Tribunal Criminal» neo-templário por auxiliarem o «genocídio cultural» da Europa (são os líderes de partidos, mediocratas, conferencistas, deputados, etc). E é a obsessão recorrente com os «traidores multiculturalistas» que explica que Breivik não tenha atacado uma mesquita, mas sim um acampamento de jovens trabalhistas. Apenas após executar os «traidores» se iniciaria a «Cruzada» anti-islâmica que era o seu objectivo derradeiro. (Apocalíptico como qualquer al-qaedista, o senhor Breivik…)

Muitos bytes têm sido escritos sobre se Breivik deve ser considerado, ou não, um «fundamentalista cristão». É verdade que não será, a acreditar no seu texto, uma pessoa profundamente religiosa (apesar de rezar numa ocasião, e escrever que, numa situação como aquela em que se encontrou em  Utoya, pensaria em «Deus»). Mas os seus objectivos eram religiosos, no sentido «cultural» e «identitário». A viragem na vida de Anders Breivik, de militante de partido populista e anti-imigração para terrorista, parece ter sido o apoio da UE aos muçulmanos do Cosovo, que entendeu como uma traição à «cristandade» (que lhe interessa mais do que o cristianismo). A sua obsessão com as cruzadas sublinha a importância que a «Igreja» (pré-reforma) tem para ele como bandeira, muito mais do que como doutrina. Aliás, as suas opiniões em matéria de doutrina são guiadas pelas suas obsessões geoestratégicas: defende que os protestantes sejam mais como os católicos porque vê a ICAR como mais próxima da tradição, e mais centrada na autoridade (papal) do que nos textos (bíblicos). Chega a recuperar, num exercício (voluntariamente?) semelhante ao dos al-qaedistas, as justificações dos papas medievais para as Cruzadas (pag. 1325), e as da Bíblia para a violência (pp 1329-1335).

Na página 1112 do seu «compêndio», explica o que dirá em tribunal depois da sua condenação. Que o «multiculturalismo» é uma «ideologia de ódio», «concebida para exterminar a cultura, as tradições e a nossa identidade europeias». Que só executou «traidores A e B», e que eles «facilitam a islamização e a guerra demográfica islâmica». E mais: que agiu «em autodefesa através de um ataque preventivo», com a autoridade maior da Europa: o «Tribunal Militar e Criminal – Cavaleiros Templários». O seu objectivo, explica a seguir, é matar «traidores» para depois expulsar muçulmanos. Nas páginas seguintes, fala várias vezes em proteger a Europa do Islão. O uso que faz da religião é instrumental (ou oportunista). Interessam-lhe a cristandade e os cruzados enquanto bandeiras guerreiras, e não enquanto espiritualidade. Do mesmo modo que alguns conservadores, mesmo que agnósticos (ou ateus) defendem a ICAR porque ela garante a ordem social e cultural que desejam manter. Breivik é um «cristão identitário» mas não um cristão (profundamente) espiritual.

Em resumo: um fanático e não um louco; um conservador e não um fascista; e um homem que actuou não movido pela religião, mas por objectivos religiosos. Nesse sentido (o sentido identitário e político), pode ser considerado um «terrorista cristão».

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]
24 de Julho, 2011 Ricardo Alves

O terrorista de Oslo (1)

O atentado de sexta-feira na Noruega é o maior em solo europeu desde Atocha (em 2004). Ser a obra (directa) de um único homem, que causou quase uma centena de vítimas mortais, lembra o atentado de Oklahoma, perpetrado por Timothy McVeigh.
As ideias de Anders Behring Breivik são de extrema direita, o que constitui uma viragem histórica no terrorismo global. A pouco mais de um mês do décimo aniversário dos atentados de Nova Iorque e Washington, pode ter começado uma nova vaga de atentados, em contra-corrente à campanha islamista que durou, na Europa, até 2006.
Dediquei algum tempo a ler (na diagonal, claro) o manifesto de mil e quinhentas páginas que Anders Breivik (ou «Andrew Berwick») difundiu pelos seus 7000 amigos do Facebook poucas horas antes de detonar explosivos no centro de Oslo («2083: a European Declaration of Independence»). Era esse o seu objectivo: que o estudássemos (na página 16, refere-se a uma «operação de marketing» que devem ser os atentados). Mas, dado que toda a extrema direita deve estar a ler esse manifesto neste momento, é melhor começar a responder-lhe.
A primeira parte do livro é uma longa diatribe contra o «marxismo cultural», o «politicamente correcto» e a «escola de Francoforte» que, através do «multiculturalismo» são a «raiz» para a «islamização» da Europa. O autor descreve-se repetidamente como «conservador», com variantes como «conservador cultural» ou «nacional conservador», e como um nostálgico da sociedade europeia dos anos 50, pervertida a partir dos anos 60 pelo «marxismo cultural». A narrativa é a habitual para um conservador: o feminismo, a banalização da homossexualidade e o anti-racismo destruíram a sociedade europeia tradicional. Algumas passagens desta parte parecem ter sido plagiadas, na íntegra, do manifesto do Unabomber. Mas o mais importante para Breivik/Brewick é a «revisão» da história e o «negacionismo» dos massacres e genocídios perpetrados pelo Islão. E que não se conte como as Cruzadas eram uma empresa benéfica, justa e necessária.

Na segunda parte do livro, Breivik mostra-se um adepto da tese da «Eurábia», segundo a qual existe um plano para islamizar a Europa através da imigração, de taxas de natalidade elevadas e da pressão política. Cita abundantemente blogues como o Brussels Journal, o Jihad Watch e o Gates of Vienna, em particular o bloguista Fjordman e Bat Ye´or, a grande popularizadora dos conceitos de «Eurábia» e «dimitude» (a submissão voluntária ao Islão). Em 2006, escrevi sobre esta corrente de pensamento no Diário Ateísta e no Esquerda Republicana. À época, afirmei que «atribuir à Al-Qaeda capacidade militar para conquistar a Europa, ou olhar para os imigrantes muçulmanos como a vanguarda de uma invasão programada, ou falar da Europa como um protectorado islâmico, são delírios paranóides que relevam de preconceitos racistas, da angústia demográfica, de entusiasmo deslocado pelas aventuras militares dos EUA e de Israel, ou da obsessão identitária com a “civilização ocidental e cristã”». E acrescentei que «nos anos 20 e 30 do século passado, a extrema direita afirmou-se na Europa, manipulando [o] anti-semitismo (…) hoje, o mesmo sector político tem interesse em conjugar os sentimentos islamófobos, o apoio a guerras de conquista e o apelo identitário-conservador cristão».

A corrente de pensamento «civilizacionista» em que Anders Breivik se insere é também a de Melanie Phillips ou Bruce Bawer. Politicamente, Geert Wilders ou a English Defence League. Referências explicitadas por Anders Breivik no seu livro, embora lhes critique o «pacifismo». A passagem à violência não é óbvia. Aliás, Breivik distancia-se do nazismo e afirma-se «anti-jihadista», «anti-marxista» e até, a dado ponto, «anti-fascista». Prefere os «nacional-conservadores» alemães ao nazismo.

Na terceira parte do livro, Breivik anuncia que pertence, desde 2002, a uma organização de novos «Cruzados» (!), simultaneamente ordem militar e tribunal: os Cavaleiros Templários Justiceiros (!!). Ele próprio será apenas uma «célula» desta organização de «Resistência Europeia», liderada por um criminoso de guerra sérvio refugiado na Libéria (!!!).

(continua)

[Esquerda Republicana/Diário Ateísta]