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Categoria: Seitas

19 de Outubro, 2012 Carlos Esperança

O 10.º aniversário da canonização de Santo Escrivá

Não sei como pude esquecer o 10.º aniversário da canonização do bem-aventurado servo de Deus, monsenhor Escrivá de Balaguer, que, depois de percorrer os degraus de Venerável e Beato, chegou a Santo em 6 de Outubro de 2002, graças a dois milagres aprovados – o primeiro no campo da oncologia e o segundo do foro da dermatologia. Com 13 dias de atraso, aqui fica a reparação devida ao taumaturgo.

O apoio ao ditador Franco e a obsessão por dinheiro, poder e honrarias podem ter arredado o clérigo da bem-aventurança eterna mas não lhe tolheram a canonização.

O virtuoso bispo do Funchal, D. Teodoro de Faria e o impoluto ministro de Estado e da Defesa, Dr. Paulo Portas, destacaram-se então entre os portugueses bem formados, convidados a deslocar-se a Roma para a cerimónia. Não terão deixado de rezar para que se esquecessem as ligações da Prelatura ao mundo da alta finança e os inúmeros escândalos financeiros em que se viu envolvida no passado ( Rumasa, Matesa, Banco Ambrosiano, etc.) já que não iriam rezar pelos escândalos vindouros.

A tentativa de criar o governo teocrático universal sonhado por Paulo, a sua aliança com a Mafia internacional e a pseudo maçonaria financeira, ou o abuso indiscriminado do negócio milagreiro, documentados por Juan G. Atienza (Los Pecados de La Iglesia), são acusações esquecidas.

Os aspetos negativos da personalidade de Escrivá, referidos pela colaboradora e secretária de muitos anos, Maria del Carmen Tapia, no livro “Uma vida na Opus Dei”, e as denúncias de Robert Hutchison em “O Mundo Secreto do Opus Dei” desvanecem-se com o tempo.

Regozijemo-nos, pois, por ter sido Monsenhor Escrivá “o justo entre os justos mais rapidamente elevado aos altares em toda a história da Igreja”, 17 anos exatos após a sua morte ( Ob. citada de J. Atienza, Pág. 342).

Já então 1750 sacerdotes e 80 mil fiéis – um exército de prosélitos sob a omnímoda autoridade de um prelado que dispunha de amplos recursos financeiros e sólidos apoios políticos em todo o mundo – não deixaram de proclamar a santidade do “Pai”.

Dez anos e 13 dias depois da canonização, quem não puder beneficiar da graça divina por intercessão do poderoso santo, evite desafiar a ira da Prelatura. Os recursos financeiros e o poder político não deixaram de se multiplicar e globalizar.

10 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

João Paulo II, os serviços secretos e o Opus Dei

Aqueles que viram no rústico papa polaco um bom homem, talvez o último pontífice que acreditou em Deus, estão longe de avaliar a capacidade de intriga e a obsessão que o devorou na luta contra o comunismo.

Surpreenderam-se alguns que tenha manifestado publicamente a sua oposição à invasão do Iraque quando os seus mais fiéis seguidores forjaram as armas de destruição maciça. Esqueceram-se de que a duplicidade é apanágio da diplomacia do Vaticano. Dessa vez o Papa não recorreu à excomunhão dos agressores, limitou-se a anunciar que rezava pela paz com o ar característico de quem acredita na eficácia das orações.

Vale a pena recordar alguns factos históricos revelados pelo padre redentorista Antonio Hortelano que foi espião do Vaticano e da Mossad, reproduzidos pelo padre Anselmo Borges, no Diário de Notícias de 15 de Agosto de 2009.

“O Muro de Berlim caiu graças a João Paulo II, aliado com Reagan.” Mas censura Wojtyla pela troca de informações diárias com Reagan: “Todas as manhãs, Reagan mandava as suas informações ao Papa e este enviava-lhe a informação mais quente que recebia de todas as nunciaturas.” “Foi um grande erro.” Pior, porém, foi o escândalo do IOR, o Banco do Vaticano, e ter confiado as finanças da Igreja a monsenhor Marcinkus. “Foi o arcebispo de Baltimore que lho recomendou, mas já nos Estados Unidos Marcinkus estava relacionado com a Máfia. Por isso, quando se deu a queda do Banco Ambrosiano, que deixou um buraco no IOR de mais de mil milhões de dólares, Marcinkus quis tapá-lo negociando a dívida com a Máfia. No fim, depois de vários mortos, o Vaticano pediu aos religiosos que se encarregassem da dívida. Aceitaram, mas com a condição de ficarem com a gestão das finanças vaticanas. O Papa não quis e então apareceu o Opus Dei, que, através de Rumasa, tapou o buraco de Roma em troca da prelatura pessoal e da canonização do fundador da Obra.”

Desta vez o Vaticano preferiu o Opus Dei à Máfia. Ou optou por outra. Ou escolheu um intermediário. São insondáveis os segredos pios.

No que se refere à espionagem é impossível averiguar os crimes cometidos no ambiente opaco do Vaticano.

Os acordos de Latrão criaram um Estado totalitário, herança do fascismo, sem coragem para canonizar Benito Mussolini mas determinado a resistir à Justiça italiana.

 

6 de Setembro, 2012 Carlos Esperança

A Espanha, o PP e o Opus Dei

O atual governo espanhol procura subverter a lei que impede a discriminação de sexos para financiar colégios da pouco recomendável instituição onde só aceitam alunos de um dos sexos. A coeducação – um avanço na igualdade de género – é, no Opus Dei, um ódio de estimação semelhante ao de Maomé pelo presunto.

Apesar do acórdão que impede o financiamento, em tais circunstâncias, o ministro da tutela pretende transferir avultadas quantias do debilitado tesouro espanhol para os padres do Opus Dei. Há favores eleitorais a pagar. É preciso contornar a jurisprudência.

A propaganda dos êxitos escolares dos colégios do Opus Dei disfarça a intolerância e a discriminação. É a publicidade escondida com o rabo do preconceito de fora.

Os membros do Opus Dei, uma instituição extremista da Igreja católica, fundada por um admirador de Hitler e incondicional de Franco, santo em troca do apoio financeiro ao Vaticano, após a falência fraudulenta do Banco Ambrosiano, exigem dinheiro do Estado em troca do apoio eleitoral ao PP.

Os alunos são escolhidos para os seus colégios, apesar da alegada tolerância para com as convicções religiosas dos pais, depois do escrutínio da vida familiar e religiosa dos progenitores.

Para os colégios femininos só contratam professores do sexo feminino, exceto os padres para a direção espiritual, pois as mulheres, mesmo as do Opus Dei, não estão isentas do pecado original e, por isso, estão impedidas de ser membros do clero e de ministrar os sacramentos, salvo o batismo in articulo mortis.

Para o Opus Dei só há um Deus verdadeiro – o seu. Para todos os radicalismos só existe uma verdade – a sua.

Não é difícil adivinhar o que entendem por moral as mulheres dedicadas à oração, às flagelações e ao ensino, para encherem os cofres da Obra. Basta uma frase para se perceber a intolerância para com as mulheres divorciadas:

«Por exemplo, se uma professora é recasada, dificilmente conseguirá passar a mensagem de que o casamento é indissolúvel».

Só surpreende que um estado laico alimente estes preconceitos à custa do orçamento.

24 de Agosto, 2012 Carlos Esperança

O ruim defunto arranja empregos

Favores obtidos pela intercessão de São Josemaria Escriva

Agora está muito contente e parece outra

A minha filha andava há vários anos saindo do emprego para o desemprego uma e outra vez. Porém, a última vez que encontrou um lugar de trabalho, este não lhe convinha devido às suas habilitações, pelo que voltou ao desemprego durante 3 ou 4 meses. Comecei a notar nela sintomas de depressão e falta de confiança em si própria, como tinha acontecido em épocas de desemprego anteriores. Rezei duas vezes a novena do trabalho a S. Josemaria. Conseguiu, então, um emprego, onde trabalha actualmente.

21 de Agosto, 2012 Carlos Esperança

Milagres do Opus Dei

Favores obtidos pela intercessão de São Josemaria Escriva

Pequenas alegrias diárias

No dia da festa de S. Josemaria um amigo, pelo qual rezava há tempo, conseguiu tirar acarta de condução.
Sinto a intercessão de S. Josemaria no dia-a-dia, em “pequenas alegrias diárias”. Todos os dias leio algum texto, especialmente a Novena do trabalho ou Caminho, dá-me muita paz e faz-me ver e apreciar os “milagres” contínuos que ocorrem nas nossas vidas, e dar graças com o trabalho oferecido, na relação com os outros, em tudo o que faço.

Diário de uns Ateus – Em vida foi cúmplice de Franco, depois de morto dedica-se a facilitar cartas de condução.

8 de Agosto, 2012 Carlos Esperança

Terrorismo católico e paraíso pentecostal

Ver quinto parágrafo:

A Obra entra em cena

Era preciso curar as feridas da economia católica, revidar contra a Teologia da Libertação e sua influência pela opção preferencial pelos pobres. Foi então que o fundador da Opus Dei, José María Balaguer, aparece com o milagre da multiplicação do dinheiro. Aliado de Francisco Franco e influente nos bancos e universidades espanholas, Balaguer tinha notoriedade e respeito financeiro. A Opus Dei paga a conta do Vaticano (a dívida tinha sido instituída na organização do concílio Vaticano II) e em contrapartida o papa canoniza Balaguer (morto em 2000) num período curto, dizem os vaticanistas, sem o advogado do diabo. João Paulo II faz então uma investida conservadora na América Latina para acabar com a igreja popular.