10 de Outubro, 2013 Ricardo Alves
A luta pela educação, contra o islamismo
Gözde Kansu foi demitida por emissora turca por exibir ‘decote exagerado’ (V/ foto), após a reclamação do partido do primeiro-ministro, um «islamita moderado». Imagine-se se fosse radical. A Turquia vai a caminho da sharia.
Hoje empalidecem os avanços da ciência, por mais destacados e promissores que sejam; esmorece o entusiasmo pelo Nobel da Literatura a uma escritora seguramente notável; olvidam-se os mortos que a fome condena, os náufragos que a miséria devora e as tragédias que assolam o mundo.
A frágil adolescente, com a coragem de que só uma grande mulher é capaz, enfrentou séculos de fé e estupidez, tradições de violência e misoginia, hábitos tribais envoltos em direitos patriarcais. Uma jovem que nem a tiro renunciou ao direito à educação, para si e para todas as mulheres do mundo, não é apenas um exemplo de coragem, é a síntese de todas as mulheres sacrificadas pelos preconceitos, humilhadas pelo género e despertadas para a luta pela audácia que escondia.
Malala Yousafzai, de 16 anos, venceu o Prémio Sakharov, que o Parlamento Europeu (PE) atribui anualmente, em nome da defesa dos direitos humanos e da liberdade de pensamento. Ela fez mais pela libertação da mulher, pelo progresso da humanidade e pela condenação do fascismo islâmico do que os manifestos em defesa dos princípios pelos quais enfrentou a morte.
A igualdade de género não é um direito adquirido, é uma exigência ética e um dever que a civilização consagra, mas que precisa do corpo frágil de uma adolescente para receber as balas de quem se lhe opõe.
Para Malala, nossa irmã, filha e mulher, vai hoje o pensamento e a admiração de todos os que defendem uma sociedade liberta de dogmas, superstições e medos. Ela deu-nos, com o seu sacrifício, a mais bela das lições e o mais heroico dos exemplos.
O Conselho da Europa equiparou a circuncisão à ablação do clitóris, duas mutilações rituais que ocorrem em âmbito religioso, respetivamente judaico e islâmico, podendo, no caso da primeira, ser acauteladas as indicações médicas que a aconselhem.
No caso da ablação do clitóris, não sendo uma perversão obrigatória do Corão, acontece sempre em contexto islâmico e não tem qualquer justificação a crueldade que a tradição e a fé impõem.
Estas mutilações tornam censuráveis as religiões que as praticam. São cerimónias cruéis que a superstição e a tradição mantêm. O esclavagismo, a pena de morte e a tortura são tradições herdadas do Antigo Testamento, um conjunto de livros abomináveis da Idade do Bronze mas, nem por isso, são defensáveis. Caem, aliás, sob a alçada do Código Penal dos países civilizados.
Não há ignomínia que a tradição não justifique. É justo que os herdeiros do Iluminismo repudiem os manuais terroristas que alimentam a crueldade e servem de ganha-pão aos funcionários de Deus.
O Conselho da Europa, definindo a circuncisão como «violação da integridade física dos meninos» acaba de condenar a barbárie com cinco milénios de tradição, ainda que possa haver benefícios terapêuticos que aconselhem a intervenção cirúrgica numa idade mais avançada.
A crueldade de Deus não pode sobrepor-se e ao humanismo. O CE tomou uma decisão que o honra. A civilização venceu a tradição.
José Saramago, um Nobel para a língua portuguesa
No dia de hoje, há quinze anos, José Saramago, o maior ficcionista português do século XX, foi laureado com o prémio Nobel da Literatura, o Nobel do nosso contentamento.
Para trás ficou o ressentimento de Sousa Lara, censor de um Governo de Cavaco Silva, que lhe vetou “O Evangelho Segundo Jesus Cristo” para concurso a um prémio literário. Esquecida está já a avaliação da sua obra por uma figura grotesca, de quem o presidente da Câmara do Porto, recentemente eleito, é admirador, que o chamou «senil» e definiu a obra como «uma ganda [sic] merda», confessando nunca ter lido qualquer livro seu – o Sr. Duarte Pio.
Foi superado o rancor do Vaticano à atribuição do Nobel a um comunista, decisão que o papa de turno, anticomunista primário que aguarda agora a canonização, não digeriu.
Esvaem-se as invejas, os ressentimentos e as desilusões de quem usa o fígado em vez da inteligência e, para a posteridade, fica a obra ímpar de um escritor singular que honrou a língua portuguesa e a levou, no esplendor da sua criatividade, a viajar pelo mundo culto.
O prémio Nobel da Física parasitado pelas religiões
François Englert (Université Libre de Bruxelle) e Peter Higgs (Universidade de Edimburgo), foram reconhecidos «pela descoberta teórica de um mecanismo que contribui para a compreensão da origem da massa das partículas subatómicas, e cuja existência foi recentemente confirmada com através da descoberta da partícula fundamental prevista, pelas experiências ATLAS e CMS do LHC do CERN», anunciou em Estocolmo o Comité Nobel.
A propaganda religiosa insiste em designar o bosão de Higgs por «partícula de Deus».
Por
João Pedro Moura
O Velho Testamento bíblico é a história das aventuras, venturas e desventuras do povo hebraico.
Em toda a obra perpassa um deus que orienta e protege tal povo, o seu povo, mas também o castiga, se for caso disso.
Em toda a obra decorre um deus que é propriedade dum povo, os hebreus, que lhe prestam culto.
Por isso, não é possível a qualquer um aderir ao judaísmo, pois que os judeus são aqueles que remontam à época bíblica e seus descendentes até hoje, e possuem um deus só para eles, o vetusto e sanguinário colosso do Velho Testamento, e, portanto, uma religião que é seu apanágio.
Os hebreus tinham uma caraterística feroz: resolviam, frequentemente, os seus problemas internos, ou com os seus vizinhos, a fio de espada. Matavam-se e matavam por simples querelas de deuses ou de mulheres, sob a bênção do Senhor, seu deus…
Ao herdarem o Velho Testamento e ao assumirem-no como a história dos seus antepassados e do seu deus, os cristãos assumem também toda a demência sanguinária, crudelíssima e minacíssima dum deus tresloucado que, em vez de pacificar os povos desavindos, ou, melhor ainda, em vez de tornar bondosos todos os habitantes da região médio-oriental (para só falar nesta…) lançou campanhas de extermínio dos outros que, por um qualquer motivo desprezado por Deus, não eram considerados “filhos” dele, embora fossem humanos como o “povo eleito”…
Vá-se lá entender isto!!!
E o que aconteceu é o que está abaixo, em vários capítulos e obras…
“Então disse Saul: Assim direis a David: O rei não tem necessidade de dote, senão de cem prepúcios de filisteus, para se tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a David pela mão dos filisteus.
E anunciaram os seus servos estas palavras a David, e este negócio pareceu bem aos olhos de David, de que fosse genro do rei; porém ainda os dias não se haviam cumprido.
E David se pôs em campanha e saiu com os seus homens. Matou duzentos homens dos filisteus, tirou-lhes os prepúcios e os trouxe a Saul, para tornar seu genro. Então Saul lhe deu por mulher sua filha Micol.”
1 Samuel 18:25-27
Vejam bem esta cena para arranjar um dote: David ataca e mata 100 filisteus; amputa-lhes o prepúcio e dá-los como dote a Saul, que lhe dá a filha como esposa…
Edificante, não é?
“E Israel deteve-se em Sitim e o povo começou a prostituir-se com as filhas dos moabitas.
Elas convidaram o povo aos sacrifícios dos seus deuses; e o povo comeu, e inclinou-se aos seus deuses.
Juntando-se, pois, Israel a Baal-peor, a ira do Senhor se acendeu contra Israel.
Iahwew disse a Moisés: Toma todos os chefes do povo. Empala-os em face do sol, para Iahwew: então a ira ardente de Iahwew se afastará de Israel.
Então Moisés disse aos juízes de Israel: Cada um mate os seus homens que se juntaram a Baal-peor.”
Números 25:1-5
Temos, agora, um número de empalamento dos homens, que se afastaram de Javé, para cultuarem um tal Baal…
Palpita-me que o clero cristão, medievo e moderno, se inspirou nestas cenas totalitárias e terríficas, para manter o rebanho no aprisco eclesial…
“E falou o Senhor a Moisés, dizendo:
Vinga os filhos de Israel dos midianitas; depois recolhido serás ao teu povo.
Falou, pois, Moisés ao povo, dizendo: Armem-se alguns de vós para a guerra, e saiam contra os midianitas, para fazerem a vingança do Senhor contra eles.
Mil de cada tribo, entre todas as tribos de Israel, enviareis à guerra.
Assim foram dados, dos milhares de Israel, mil de cada tribo; doze mil armados para a peleja.
E Moisés os mandou à guerra, mil de cada tribo, e com eles Finéias, filho de Eleazar, o sacerdote, com os vasos do santuário, e com as trombetas do alarido na sua mão.
E pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés; e mataram a todos os homens.
Mataram também, além dos que já haviam sido mortos, os reis dos midianitas: a Evi, e a Requém, e a Zur, e a Hur, e a Reba, cinco reis dos midianitas; também a Balaão, filho de Beor, mataram à espada.
Porém, os filhos de Israel levaram presas as mulheres dos midianitas e as suas crianças; também levaram todos os seus animais e todo o seu gado, e todos os seus bens.
E queimaram a fogo todas as suas cidades com todas as suas habitações e todos os seus acampamentos.”
Números 31:1-10
Mais um genocídio abjeto dum povo, os midianitas, pela corja hebraica, incitada pelo seu deus. Mataram todos os homens midianitas, sem que se saiba porquê? Provavelmente, cruzaram-se com os hebreus nas mesmas estradas…
“E indignou-se Moisés grandemente contra os oficiais do exército, capitães dos milhares e capitães das centenas, que vinham do serviço da guerra.
E Moisés disse-lhes: Deixastes viver todas as mulheres?
Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o Senhor no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a congregação do Senhor.
Agora, pois, matai todo o homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele.
Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós.”
Números 31:14-18
Deixastes viver todas as mulheres? Perguntou o genocida Moisés, indignado com a poupança feminina. Não pode ser. Então, toca a matar todas as mulheres, que se deitaram com um homem, e todos os rapazinhos, por assim serem e futuros soldados…
Está resolvido o problema. Homens, mulheres “que conheceram algum homem” e crianças tenrinhas com pilinha. Tudo exterminado pela justiça hebraica, sob o patrocínio de Moisés e o alto patrocínio do vetusto, sanguinário e amoroso deus… israelita…
… Sem que se saiba porquê…
Santuário de Fátima escapa a multa por obras ilegais no Centro Pastoral Paulo VI
O Santuário de Fátima já não vai pagar qualquer multa pelas obras ilegais feitas no Centro Pastoral Paulo VI. A Câmara de Ourém voltou atrás com a sua decisão de aplicar a coima prevista na lei pelo facto do Centro Pastoral estar a funcionar sem a respectiva licença de utilização.
Segundo o vereador com o pelouro de Fátima, Nazareno do Carmo (PS), os técnicos da autarquia chegaram a um entendimento com os técnicos do Santuário por forma a repor a legalidade.
Uma jovem mãe de dois filhos foi condenado à morte no Paquistão por possuir um telefone celular .
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.