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Categoria: Religiões

5 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Um regime medieval e teocrático

O bloqueio a Cuba e a hipocrisia

A argumentação dos EUA para o bloqueio a Cuba, exigência dos exilados do Miami e republicanos mais exaltados tem uma razão de peso: Cuba não é uma democracia. E não é. Falta-lhe o pluralismo democrático e a alternância do poder que se exige.

Felizmente, a Arábia Saudita é uma democracia. Assim se compreende a relação terna entre a maior potência mundial e a maior produtora de petróleo.

Desde o início do ano, 60 pessoas foram executadas no país, onde o Estado atua como guardião do islamismo sunita e até crimes religiosos são passíveis de puniç
OPOVO.COM.BR
3 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

CARRO-BOMBA MATA 12 PESSOAS EM BAGDÁ

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Um carro-bomba cujo alvo eram peregrinos xiitas matou 12 pessoas em Bagdá neste domingo, 2, informaram fontes da polícia e do hospital; Iraque está se prevendo para mais ataques contra xiitas, que estão se preparando para o festival religioso de Ashura, um evento que define o xiismo e seu rompimento com o islamismo sunita; nível de violência este ano pode ser especialmente alto por causa da presença de militantes do Estado Islâmico no Iraque. O grupo ultrarradical acredita que os xiitas são infiéis e que merecem ser mortos

2 DE NOVEMBRO DE 2014 ÀS 11:29

2 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

Costumes…

Conferência de Imprensa no Líbano

Conferência de Imprensa no Líbano

Conferência de Imprensa no Líbano

1 de Novembro, 2014 Carlos Esperança

O milagre de Cafarnaum (Crónica)

Naquele tempo, Jesus, farto da serventia que dava ao putativo pai na exígua carpintaria de Nazaré e ignorando as lides agrícolas, juntou-se aos pescadores. Os galileus eram considerados broncos pelos outros judeus mas a subsistência era mais fácil na Galileia, por chover aí e não ser a terra árida e rochosa como outras da região. Produzia cereais, azeite, vinho, frutas e mel.

Havia profissões que os filhos herdavam dos pais: ferreiros, oleiros, tecelões, pedreiros, marceneiros e curtidores, os últimos a trabalhar fora dos povoados por causa do cheiro. A estas profissões não podia Jesus aspirar.

Farto da carpintaria e inábil para outro ofício, dirigiu-se desalentado em direção ao mar. A pesca era-lhe desconhecida. Foi observando a faina e, um dia, emergindo de um dos longos silêncios, disse aos pescadores: “lançai as redes ao mar”, e foi obedecido. Quis o acaso que fosse boa a pescaria e logo os marítimos lhe pediram para os aconselhar.

Jesus pensou em seu pensamento que à primeira qualquer um tem sorte mas não se deve desafiá-la de novo. Para fugir ao assédio, dirigiu-se para Betsaida a norte do Mar da Galileia, também chamado Tiberíades ou lago de Genesaré. Receando ser reconhecido pela família de Simão Pedro prosseguiu a jornada e foi pedir abrigo a um primo que morava em Corazim. Passou por Cafarnaum, sem se demorar, e chegou a casa do primo onde ficou em meditação, durante quarenta dias. O primo, também pobre, disse-lhe que devia procurar trabalho e ganhar o sustento.

Durante a falta, os pescadores, de boa fé, puseram a correr o boato de que Jesus tinha ido para o deserto. Era o destino procurado ou invocado por quem abraçava o ramo da pregação e dos milagres, dois ofícios que, tal como hoje os de pastor e endireita, soía andarem associados.

Quando saiu de casa do primo levou merenda e alguns talentos oferecidos, guardados em um nó da túnica, e voltou para os pescadores, que o receberam em júbilo. Queriam que os guiasse a deitar redes ao mar e Jesus, em vez de tentar o palpite, começou a falar por parábolas. Ignorando a pesca, disse que não era pescador de peixes mas de almas. Fosse lá isso o que fosse, começaram a tratá-lo por Mestre e houve quem o seguisse.

Uma antiga superstição profetizava a vinda de um messias. Era a obsessão generalizada, ilusão que os judeus ainda hoje alimentam. Entre eles, previa-se o fim do mundo e que o rei do fim dos tempos seria enviado por Deus. Esse messias venceria os romanos e renovaria a glória de Israel. A ansiedade era tanta que muitos viandantes eram como tal identificados. Jesus foi o único com êxito, sem o saber, porque morreu cedo, antes de se tornar na estrela da cisão bem conseguida do judaísmo, cisão que trouxe a semente da globalização, abolindo o exclusivo de um deus para um povo eleito. Paulo de Tarso foi o obreiro bem sucedido desse golpe de sorte.

Seis séculos depois, outras tribos nómadas, igualmente crédulas, viram num pastor de camelos o profeta predito. Repetiu o sucesso. A tragédia consumou-se com a suposição de que as tolices que debitava, uma cópia grosseira do cristianismo, seita feita religião do Imperio Romano, por Constantino, eram ditadas pelo arcanjo Gabriel, anjo de quatro asas a quem atribuíram procuração divina e a Maomé a qualidade de último e definitivo porta-voz de deus, criando um monoteísta implacável de vocação belicista.

Mas voltemos a Jesus. Alguns pescadores seguiram-no e os letrados antecipavam-se nas aldeias da Galileia, Judeia, Samaria e Idumeia, anunciando em pergaminhos a chegada em aramaico e hebraico, sendo Jesus falante do primeiro, idioma em que pregava.

Quando chegava a um povoado armava uma mesa, punha a mala em cima e começava a pregar. As pessoas estavam ávidos de milagres e havia sempre um coxo que tropeçava. Logo a multidão gritava, milagre! Os discípulos estendiam as túnicas, recolhiam alguns dinheiros e a fama dos milagres espalhava-se entre Tiberíades e Jerusalém.

As pessoas recebiam Jesus em suas casas e davam-lhe de comer e aos seus ajudantes, que passaram a designar-se por discípulos.

A fama das pregações aumentava quanto menos o compreendiam. Numa aldeia que só entendia hebraico tomaram como língua divina o aramaico e correu que um corcunda da tribo de Manassé foi curado e se transformou no homem mais esbelto entre selêucidas, asmoneus e romanos. Depois vieram as curas de leprosos, cegos e até a ressurreição de Lázaro cuja existência é duvidosa e indiscutível o milagre.

Certo dia, em Cafarnaum, Jesus, exausto, depois de três dias a pregar e obrar milagres, após ter atuado em Caná e Magdala, mandou Judas em busca de frangos para a ceia e o discípulo vendeu uma perna de cada um com o que aforrou alguns talentos. Tendo o Mestre estranhado a falta da perna em todos os frangos logo Judas, que tinha aprendido alguns truques com os milagres, jurou que eram assim os frangos de Cafarnaum. Depois da ceia, quis provar a mentira ao Mestre. Levou-o, com os outros discípulos, à capoeira donde os trouxera e os que ficaram dormiam sobre uma perna. E todos se assombraram.

Jesus disse: são insondáveis os desígnios do Senhor e, com o ruído, logo despertaram os frangos e a pata recolhida agarrou-se ao poleiro, enquanto esvoaçavam, ficando à vista as duas patas que a Lua cheia, que subia do Lago Tiberíades, iluminava.

O Mestre, com os outros discípulos maravilhados, olhou Judas com severidade, mas ele não se atrapalhou e disse.

– Mestre, com um milagrão destes!

31 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A demência islâmica

Estado Islâmico executa 220 membros de tribo opositora no Iraque

Corpos de homens de 18 a 55 anos foram encontrados em duas valas.
Maior parte das vítimas era da polícia ou da milícia Sahwa, anti-EI

Da Reuters

Militantes do Estado Islâmico executaram pelo menos 220 iraquianos em retaliação a uma tribo que se opôs ao seu avanço sobre territórios a oeste da capital Bagdá, disseram fontes de segurança e testemunhas.

Duas valas comuns foram encontradas nesta quinta-feira (30) com alguns dos 300 membros da tribo sunita Albu Nimr, que o Estado Islâmico rendeu nesta semana. Os prisioneiros, de idades entre 18 e 55 anos, foram executados à queima-roupa, afirmaram as testemunhas.

Os cadáveres de mais de 70 homens da tribo Albu Nimr foram desovados perto da cidade de Hit, na província de Anbar, bastião sunita noIraque, de acordo com as testemunhas, segundo as quais a maioria das vítimas era membro da polícia ou da milícia anti-Estado Islâmico chamada de Sahwa (Despertar).

30 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

Momento zen de quarta_ 29_10_2014

O inefável João César das Neves (JCN), na última homilia, «Exterminador Implacável», foi buscar um dos pecados mortais – o orgulho –, considerado por Evágrio Pôntico, um monge escritor e asceta do séc. IV, era vulgar, como muito ruim.

JCN não refere o autor pio nem o método usado para medir o orgulho e a sua gravidade relativa, mas segue-o na severidade que atribui a tão grave pecado, capaz de despachar a alma do orgulhoso, em grande velocidade, para as profundezas do Inferno.

Na sua exegese, o orgulho é «maleita muito pior do que o ébola, o cancro ou diarreia». Comparar a diarreia ao ébola é porque teme a primeira, apesar de ser nele frequente, e não faz ideia do que é o segundo, mas em pecados o especialista é JCN.

O devoto perora sobre os 7 pecados capitais, que algum papa recente já passou a 8, com a desenvoltura com que debita orações ou aperta o cilício, e recorre a santos doutores na defesa da gravidade do ‘orgulho’ cuja cultura pia lhe permite chamar também ‘soberba’. Depois de referir que «Na tradição cristã (…) é este o pecado de Satanás e também de Adão e Eva», arrasa os céticos com esta demolidora citação:

«São Tomás de Aquino explica: “A soberba encerra a gravidade máxima, pois nos outros pecados o homem afasta-se de Deus por ignorância, fraqueza ou busca de outro bem, enquanto a soberba se afasta de Deus precisamente por não se querer submeter a Ele e à sua lei (…)” (Summa Theologiae II-II 162, 6)».

Pode não se perceber a que propósito traz à colação os nomes de Merkel e Salgado, mas recorre à biologia para defender a gravidade do ‘orgulho’, «maleita tão virulenta, que chega a infectar através da própria vacina: muitos somos orgulhosos da falta de orgulho, gabando-nos da nossa enorme humildade» – afirma JCN em exaltação pia e autocrítica.

Seguindo as regras da melhor parenética, JCN execra a moléstia mas receita o antídoto: «Como o quinino na malária ou a insulina na diabetes, apenas uma droga pode controlar o orgulho: humildade». Embora esteja desatualizado meio século em relação ao quinino, prescreve o remédio salvador para o orgulho, que não aparece «nas formas habituais de xarope, comprimido ou vaporizador, mas em pastilhas (…) nas páginas de um livro: A Prática da Humildade (Paulus), escrito há cerca de 150 anos por Vincenzo – Cioacchino Pecci. A referida raridade do produto no circuito comercial explica-se, em parte, por o seu humilde autor ser mais conhecido como Papa do que como químico farmacêutico».

JCN termina em êxtase místico esta inspirada homilia, citando Leão XIII, São Pedro, o beato Pio IX e São João Paulo II, referindo leituras sacras, «grandes obras doutrinais e pastorais, como as encíclicas Aeterni Patris (1879) sobre a filosofia cristã e Rerum Novarum (1891)», sem esquecer o objetivo sagrado da homilia, este momento zen de quarta, «combater o terrível e peganhento muco da soberba». Esqueceu outros fluidos, tal como esqueceu o papa Francisco cuja santidade profissional o levará a esgotar o bicarbonato de todas as farmácias próximas da madraça de Palma de Cima.

29 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

O Islão é pacífico

Sede da Copa de 2022, Catar nega polémica envolvendo ‘Estado Islâmico’

  • 27 outubro 2014

member loyal to the Islamic State in Iraq and the Levant (ISIL) waves an ISIL flag in Raqqa June 29, 2014
Apoio financeiro do Catar a grupos rebeldes na Síria deu margem a suspeitas de que os fundos podem estar chegando a organizações radicais com o Estado Islâmico

Sede da Copa do Mundo de 2022, o Catar negou nesta segunda-feira que o país árabe esteja financiando as atividades na Síria de grupos extremistas como o Estado Islâmico.

De acordo com fontes ouvidas pela BBC, o emirado alega que seu apoio se restringe a grupos moderados e que atua sempre em coordenação com a Central Americana de Inteligência (CIA) e outros serviços de inteligência ocidentais e do mundo árabe.

Trata-se de uma nova controvérsia envolvendo o emirado, que nos últimos meses enfrentou críticas relacionadas à violações de direitos humanos no uso de trabalhadores imigrantes nas obras de construção de estádios e infra-estrutura para o Mundial de 2022.

28 de Outubro, 2014 Carlos Esperança

A tortura das mulheres e a fé

A mutilação genital feminina não é apenas uma crueldade inqualificável, é uma mistura de religião e tribalismo, um ato de demência religiosa que vê no prazer da mulher uma fonte de imoralidade.

No cristianismo a sexualidade feminina é uma abominação que Agostinho condenou quando a idade e o múnus o fizeram o casto. No islão é uma ofensa ao profeta, que os mullahs vigiam, e um perigo que as madraças e mesquitas se encarregam de erradicar.

No mundo muçulmano, onde a Idade Média floresce nas teocracias que embrutecem e constrangem socialmente, todas as sevícias e atos de crueldade contra as mulheres são formas de perpetuação do poder clerical e do carácter misógino do Corão.

Nos países cristãos a mesma demência, contida pela secularização, é uma herança da cultura judaico-cristã, a obsessão do clero e o desatino retrógrado dos dignitários.

Nos EUA o presidente Bush, em demência homofóbica, quis a revisão da Constituição para que os casamentos homossexuais fossem interditos.

No Vaticano, ínica teocracia europeia, o ditador resignatário ordenou aos sicários que lhe serviam de correia de transmissão, que defendessem a ortodoxia, que se opusessem à emancipação da mulher e lhe reprimissem a sexualidade, numa cruzada pela castidade e por aquilo que designava de bons costumes.

A ICAR levou o preconceito e a chantagem a qualquer lugar onde os direitos humanos fossem interpretados de igual forma para ambos os sexos. Nem o passado obsceno que guardam os muros do Vaticano morigeram os Papas.

O atual, conformado com a modernidade, pretende resgatar um passado que pode servir de mortalha à Igreja que dirige. Tem contra ele a máquina do Santo Ofício e o peso das mitras e sotainas, mas vai ser preciso mudar alguma coisa para que sobreviva a Igreja e ele próprio.