Loading

Categoria: Religiões

9 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Fascismo islâmico

ESPANHA
10:41 – 07-07-2015
Uma mulher foi detida em Arrecife, em Lanzarote, Espanha, por alegadamente recrutar meninas e adolescentes, e facilitar a sua deslocação para zonas controladas pelo grupo Estado Islâmico.

A mulher, de nacionalidade espanhola, e convertida ao islamismo, mantinha contacto direto com células ativas do grupo jihadista na Síria, segundo informa o Ministério do Interior espanhol.

Com esta detenção já foram presas mais de 40 pessoas este ano, em Espanha, por alegada colaboração com o Estado Islâmico.

7 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A Concordata de 2004

A cerimónia de despedida do núncio apostólico em Lisboa, em 2002 deixou as piores apreensões sobre os bastidores das negociações da Concordata.

O então MNE, Martins da Cruz (foto), prometeu o que não podia nem devia, o reforço da influência da Igreja Católica Apostólica Romana (ICAR) no domínio «do ensino, da assistência social, da cultura, nos múltiplos domínios em que nos habituámos a ver uma Igreja ativa e empenhada em contribuir para a solução de problemas nacionais».

É sempre através das redes de assistência social [lares, hospitais, escolas, creches] que as Igrejas se infiltram para controlar o quotidiano dos cidadãos. A tragédia dos países islâmicos, onde a religião tem hoje a mesma influência que a ICAR tinha na Europa na Idade Média, devia fazer refletir os crentes e os não crentes. E, com total impunidade, afirmou ainda: «Como católico considero um privilégio ocupar a pasta dos Negócios Estrangeiros no momento desta importante negociação».

O país livrou-se do ministro e não se livrou da Concordata. A experiência de 1940 devia ter-nos vacinado contra a reincidência. A própria ICAR, que sofreu o ónus de se tornar refém da ditadura fascista, associada à repressão de meio século, devia evitar a tentação dos privilégios, embora quem tenha privilégios os julgue ‘direitos’.

Esta Concordata foi negociada à sorrelfa e não foi fácil aceder-lhe, mesmo alguns dias depois de assinada. Urge discutir o texto que, depois de ratificado, se tornou direito interno português, diretamente aplicável.

A religião não se impõe por tratados. A propagação da fé não se confia aos Estados. O mundo islâmico é o mais trágico exemplo. A Concordata, não pode ser um tratado de Tordesilhas que submeta à órbita do Vaticano um país a que a Cúria trace o meridiano. A subserviência à tiara não augurou nada de bom para o futuro que se queria plural e a revisão ficou à mercê do promíscuo contubérnio entre ministros de Deus e de Durão Barroso. O resultado está aí.

Não consta que a ICAR tenha sentido qualquer limitação ao exercício do múnus nestes anos de democracia. Que pretendia mais, ou o que pretendeu proibir?

A Concordata fere princípios de universalidade e igualdade de direitos e de obrigações, que a lei geral estabelece e acautela; opõe-se à lei geral na medida em que a ICAR exige tratamento especial naquilo que lhe diz respeito; e enuncia deveres religiosos como se o princípio da separação não impusesse ao Estado total alheamento em relação a esses ‘deveres’.

Por ser bizarro, cita-se o n.º 2 do Art.º 15: «A Santa Sé, reafirmando a doutrina da Igreja Católica sobre a indissolubilidade do vinculo matrimonial, recorda aos cônjuges que contraírem o matrimónio canónico o grave dever que lhes incumbe de se não valerem da faculdade civil de requerer o divórcio».

Imagine-se que, por reciprocidade, havia um n.º 3 com esta redação: «A República Portuguesa, reafirmando a doutrina do Estado sobre o casamento civil, recorda aos cônjuges que contraírem o matrimónio civil o grave dever que lhes incumbe de se não valerem da faculdade canónica de requerer o matrimónio religioso».

Enfim, a Concordata fere a laicidade do Estado e não era, nem é, precisa.

Talvez só o facto de ser assinada apenas por Durão Barroso e o cardeal Angelo Sodano nos tenha poupado à primeira frase da de 1940: «Em nome da Santíssima Trindade».

MNE Martins da Cruz

6 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O crime do desmembramento da Jugoslávia

O país europeu onde nasceu o jihadismo moderno

‘Batalhão mujahideen’ que lutou na guerra da Bósnia nos anos 1990 treinou futuros membros da Al-Qaeda e pode estar relacionado a combatentes bósnios no EI.
Mark Urban Editor de assuntos diplomáticos e de defesa do programa Newsnight, da BBC
Combatentes islâmicos da Bósnia-Herzegovina (Foto: BBC)Combatentes da Bósnia-Herzegovina (Foto: BBC)

Nos anos 90, aconteceu, na região central da Bósnia-Herzegovina, algo que pode ajudar a explicar por que este país tem, agora, mais homens lutando na Síria e no Iraque (mais de 300), proporcionalmente a sua população, do que a maior parte dos países europeus – um conflito armado envolvendo a ex-Jugoslávia (hoje, Sérvia) e a Croácia, que durou de 1992 a 1995.

3 de Julho, 2015 Carlos Esperança

O Estado Islâmico e a civilização

O Estado Islâmico (EI) começou a inovar a interpretação do Corão, o manual terrorista que absorveu o pior que o Antigo Testamento legou aos monoteísmos. A decapitação já usada contra hereges estrangeiras, foi aplicada pela primeira vez contra mulheres sírias acusadas, tal como os maridos, de feitiçaria.

O EI lançou ataques simultâneos contra vários localidades sírias e conquistou à milícia curda uma área importante da cidade de Tel Abyad na fronteira turca e não parará aí. O terror é a vitamina do êxito, capaz de unir o Islão no ódio contra a civilização, na orgia de sangue que usa armas sofisticadas e tecnologia de ponta.

É o grito de raiva da civilização árabe falhada, capaz de unir turcos, caucasianos, persas e árabes na sujeição a Maomé, beduíno boçal e amoral, a quem o arcanjo Gabriel ditou a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores – o Corão –, no trajeto de Medina a Meca.

A decadência árabe criou o EI nos escombros do Iraque, arrasado pela demência de um cruzado evangélico que teve na subserviência dos cruzados romanos que explicitavam a sua fé, Blair, Aznar e Barroso, os cúmplices na mentira e no crime, ao arrepio da ONU.

No dia 29 de junho, data do primeiro aniversário da criação do Califado, esperava-se já a comemoração festiva que a demência pia impõe – atos de terrorismo que deixam Alá a babar-se de gozo e Maomé a percorrer a geografia de todas as virgens que há de ter ao seu dispor, no Paraíso.

Sobra aos combatentes do EI tudo o que nos falta, determinação, competência e fé, por mais estulta que seja a última. São especialistas a causar pânico, quer na Tunísia com a matança de turistas, quer nas mesquitas xiitas do Iémen e da Arábia Saudita ou, apenas, com a decapitação de um cidadão em França, em nome do EI. Sobram jovens exaltados, de ambos os sexos, estimulados pela violência e êxito pio, a demandarem o Califado, aliciados em guetos, mesquitas, madraças e no ciberespaço.

Há um ano, o autodenominado Califa anunciou aos sunitas de todo o mundo o EI, como o seu Estado, e pediu que fossem construí-lo ou o apoiassem onde quer que estivessem. Foi o apelo à jihad ‘urbi et orbi’, em árabe. Os regimes despóticos xiitas tremem com a nova ditadura que não descura assistência às populações e é pragmática nas negociações com os chefes tribais. As democracias, apesar do pânico, fazem concessões ao Islão.

Ex-generais de Saddam Hussein treinam e comandam o exército muçulmano mais bem preparado e armado, capaz de aproveitar as tempestades de areia, com drones e satélites cegos, para conquistas furtivas. O exército iraquiano, desmotivado e cobarde, abandona armamento americano sofisticado e fardamentos, perante multidões famintas de um país a que destruíram o Estado e a quem o EI assegura a sobrevivência.

Há uma década que os servidores de uma ditadura laica, desempregados e perseguidos, vêm organizando, com êxito, um exército moderno ao serviço da mais funesta religião, perante o pavor e o desespero de quem vê ameaçada a civilização.

2 de Julho, 2015 Carlos Esperança

Em defesa do ceticismo filosófico

Por

Paulo Franco

No seu documentário sobre religião, “Religulous”, Bill Mayer defende a importância de duvidar, de ser cético. Não será difícil perceber quão genial é esta observação se fizermos um estudo estatístico da quantidade de mortes que acontecem quase todos os dias devido à ação tresloucada de indivíduos cheios de convicções indestrutíveis.

Dificilmente alguém pensaria em decapitar a cabeça a uma pessoa com convicções diferentes das suas se, qual golpe de lucidez, decidisse duvidar da moralidade e veracidade de certos versículos do Alcorão.

Dificilmente alguém pensaria em assassinar uma pessoa numa fogueira, queimando-a viva, se decidisse duvidar da veracidade e moralidade de determinados excertos bíblicos.

Jamais um jovem aceitaria colocar um cinto cheio de bombas à volta da cintura com o intuito de se fazer rebentar juntamente com outras pessoas se, por sorte ou sabedoria, decidisse duvidar da veracidade da vida depois da morte; ou decidisse duvidar da moralidade de poder vir a ter direito a usufruir sexualmente de 72 virgens no paraíso como prémio de assassinar 20 infiéis.

Numa forma de religiosidade mais prosaica e menos radical, também podemos afirmar que jamais alguém prestaria homenagem ou sentiria amor e devoção por uma qualquer entidade divina que fosse declaradamente machista, homofóbico, apoiante fanático da pena de morte ou totalmente intolerante em relação à liberdade de pensar, se porventura optasse por aderir aos melhores valores do humanismo.

Dentro da mesma linha de bem pensar, também jamais alguém ousaria rezar/rogar/implorar a um qualquer Deus, pedindo-Lhe ajuda para ultrapassar uma qualquer dificuldade banal sabendo que esse Deus deveria antes dar prioridade a salvar as mais de 20 000 crianças que morrem todos os dias no mundo.

Mas infelizmente o mundo não é composto apenas por pessoas mentalmente saudáveis.

O mundo está cheio de pessoas que não acreditam no Pai Natal porque acham improvável que alguém possa distribuir milhões de presentes numa só noite mas, incrivelmente, acreditam que existe um Ser que consegue prestar atenção às rezas sussurrantes de biliões de pessoas.

O melhor é duvidar.

O melhor é duvidar de quem afirma que o Amor mais puro vem de um Ser que criou um lugar infernal para castigar quem lhe é desobediente ou, simplesmente, indiferente.

O contrário do ceticismo é o dogmatismo. Seria viável alguém, preocupado em descobrir verdades sobre o mundo, ter uma atitude dogmática?

Todos os cientistas e todos os homens que procuram Grandes Verdades sobre as nossas origens, sobre a verdadeira essência do ser humano e sobre a natureza e modo de funcionar o universo tem, obrigatoriamente, de ser cético. Não há possibilidade de questionamento sem colocar tudo em causa.

” Eu sou um cético profissional. Vivemos num mundo de mentiras sistemáticas”. José Saramago.

“O ceticismo é a essência da inteligência” Vítor Hugo.

1 de Julho, 2015 Carlos Esperança

A fé sai fortalecida

Sanaa, 30 – Um carro-bomba explodiu ontem à noite em Sanaa, a capital do Iêmen, e feriu 38 pessoas, de acordo com autoridades locais e testemunhas. A responsabilidade pelo ataque foi assumida pelo grupo de extremistas Estado Islâmico, em mais uma ofensiva contra os rebeldes xiitas Houthis.

O atentado ocorreu perto de um hospital militar na área de al-Sayyah. Antes do carro explodir, uma mulher não identificada estacionou o veículo em frente à casa de uma família que estava de luto pela morte de seu filho.

A filial do Estado Islâmico no Iémen assumiu a responsabilidade pela explosão em um post no Twitter. O grupo militante sunita descreveu o bombardeio como um ataque contra xiitas “politeístas”.

29 de Junho, 2015 Carlos Esperança

Multiculturalismo, sim, humilhação da mulher, não

 

 

11539700_10203800385643993_6449671235464992965_n

 

Por cada mulher que o deseja há centenas que são obrigadas. Também houve escravos que recusaram  a liberdade que a abolição da escravatura lhes concedeu!