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Categoria: Religiões

6 de Setembro, 2015 Carlos Esperança

Aparições

Por

Leopoldo

Como se sabe, Maria aparece de vez em quando e sempre empoleirada numa árvore, num montão de pedras, no cimo de qualquer coisa. Ou seja, a Senhora deve ter complexos por ser pouco alta.

Depois sempre pede coisas: Ou um templo para ela, ou que lhe rezem o terço, ou que a adorem por outras vias.
“Eu sou a sempre virgem, mãe do Deus vivo”.
Acredito mais depressa que Ela tenha aparecido do que nas bacoradas que dizem que Ela disse!!!
1 de Setembro, 2015 Carlos Esperança

Origens de mitos religiosos

Por

Paulo Franco

Há muito tempo que a civilização moderna repudia o acto do canibalismo.
Então onde foi buscar o cristianismo a ideia repugnante de, num ritual simbólico, comer a carne e beber o sangue de Jesus Cristo?

Qual a génese deste ritual? Qual a diferença entre este ritual e a prática de certas tribos primitivas que comiam o cérebro e o coração dos seus adversários mortos na guerra convencidos que assim absorviam o espírito, a coragem e a vitalidade que lhes admiravam?

Se existe algo em comum entre as religiões, as já extintas e as ainda existentes, é uma aparente compulsão irresistível para a prática de rituais de sacrifícios. Urge perguntar: O que terá acontecido para as religiões terem desenvolvido esta ideia tão excêntrica?

Será que os sacrifícios foram de facto exigências de um Deus de mente perturbada? Ou será que estes rituais foram herdados de povos ancestrais com crenças pagãs?
A resposta a esta última pergunta não é difícil de adivinhar.

As histórias bíblicas do Antigo Testamento têm indubitavelmente imensas parecenças com as lendas antigas das religiões pagãs muito anteriores ao cristianismo. É afirmado pelos historiadores bíblicos que os autores originais dos primeiros escritos que posteriormente foram escolhidos (e portanto canonizados) para serem parte integrante do Antigo Testamento, explanaram, integraram e/ou plagiaram nesses textos muitas das crenças e tradições pagãs que reinavam no imaginário colectivo nos séculos que precederam o aparecimento do Cristianismo.

Analisemos a seguinte hipótese: Durante dezenas de milhares de anos, os hominídeos tiveram de lidar com uma existência difícil: mortalidade infantil muito elevada; esperança média de vida a rondar os 25 anos; mais tribalismo sangrento na luta por
território e por fémeas; ansiedade e frustração face a um mundo de acontecimentos que não compreendiam e que os oprimia. A morte e o sofrimento era uma dura realidade enfrentada diariamente pelos primeiros Homens. Com o advento do pensamento religioso, desenvolveu-se a ideia de entidades sobrenaturais que estariam por detrás de todos os acontecimentos. Com o passar dos séculos, os primeiros resquícios de religião evoluíram para uma consciencialização colectiva de que a morte e o sofrimento ocorriam devido à vontade dos Deuses. Se o sofrimento e a morte era vontade dos Deuses, porque não oferecer a morte aos Deuses?
Poderia tal oferta favorecer os humanos e apaziguar a fúria divina?
Enevoada pelo pensamento supersticioso, a imaginação humana respondeu que sim. E assim nasceu um tipo de comportamento humano tão bizarro como cruel que fez (e ainda faz) correr rios de sangue animal e humano.

Nada disto é possível provar, claro está. São meras conjecturas especulativas impossíveis de comprovar pelos critérios científicos. Mas nada nos diz tanto sobre a nossa antiquíssima ancestralidade como a religião e nenhuma outra particularidade da cultura actual nos faz mergulhar tão fundo na nossa história como a sua origem.

A ideia de que um sacrifício humano ou animal pode agradar a uma entidade divina (ideia muito presente em muitas religiões, particularmente no cristianismo) pode bem ter ocorrido de forma idêntica à hipótese aqui analisada.

O Animismo (visão do mundo em que as entidades não-humanas têm uma essência espiritual), ao contrário do que alguns antropólogos afirmam, desenvolveu-se ainda num período muito anterior ao Neolítico em tribos pré-religiosas.
Desde caçadores primitivos acreditarem que a ingestão da carne implicava a absorção do espírito e da vitalidade do animal, até à concepção de textos gravados na pedra ou em papiro onde deuses exigem serem ofertados com sacrifícios de animais, certamente passaram vários milénios, mas a correlação entre ambos os conceitos parece-me evidente.

Madre Teresa de Calcutá afirmou que “o sofrimento dos pobres é agradável ao Senhor”. Esta (horrível) crença religiosa, transversal a toda a Cristandade, a par dos hábitos de autoflagelação, dos percursos feitos de joelhos à volta do santuário de Fátima ou de Lurdes, e todas as outras práticas ligadas ao castigo corporal, está, a meu ver, ligado ao longínquo pensamento primitivo de que era necessário apaziguar a fúria dos Deuses ofertando-lhes morte e sangue em abundância.

31 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

O medo é a origem da fé

Mustafa e Shena (e Christopher Hitchens)

1. A primeira vez que ouvi falar de Mustafa fiquei logo a saber que era ateu. Um xiita ateu de Bagdad, escreveu-me o nosso amigo em comum. “Xiita ateu” parece uma contradição mas é uma boa síntese. Num Iraque em que xiitas e sunitas vivem uma guerra latente, xiita é o contexto de onde Mustafá vem e ateu o que ele escolheu ser. À semelhança de qualquer ateu baptizado em criança que pode dizer, se lhe perguntarem a religião, ter sido criado como católico.

Diário de uns Ateus – Clique no título para ler o artigo do Público.

29 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

Deus chamou-o primeiro

Ex-núncio acusado de pedofilia morreu após ataque cardíaco

Primeiros resultados da autópsia indicam que morreu por evento cardíaco.
Josef Wesolowski seria o 1º processado no Vaticano por abusos sexuais.

Da France Presse

O polonês Jozef Wesolowski, ex-núncio da República Dominicana e que seria julgado nos próximos dias por pedofilia e posse de material pornográfico, morreu por um “evento cardíaco”, segundo os primeiros resultados da autópsia.

Jozef Wesolowski, ex-arcebispo e núncio apostólico. (Foto: Luis Gomez/Reuters)Jozef Wesolowski, ex-arcebispo e núncio apostólico.  (Foto: Luis Gomez/Reuters)

O Vaticano divulgou neste sábado um comunicado no qual explicou que as primeiras conclusões da autópsia, realizada ontem poucas horas depois da morte, tinham confirmado o falecimento “por causas naturais devido a um evento cardíaco”.

A autópsia foi ordenada pelo promotor do Vaticano, Gian Piero Milano, que nomeou uma comissão de três peritos, coordenada por Giovanni Arcudi, professor de Medicina Legal da Universidade de Tor Vergata, em Roma.

Nos próximos dias, acrescenta o comunicado, o promotor receberá novos resultados de laboratório efetuados pela comissão.

Por sua vez, as autoridades do Vaticano destinaram uma capela para realizar na próxima segunda-feira o funeral de Wesolowski, núncio do Vaticano na República Dominicana entre 2008 e 2013. A cerimônia será aberta ao público.

O corpo do ex-núncio, que tinha sido expulso pela Igreja Católica devido às graves acusações, será levado à Polônia na próxima terça-feira, informou o Vaticano.

Ele foi encontrado morto às 5h de ontem, sentado em uma poltrona e com a televisão ligada em sua residência no Vaticano, onde aguardava ser julgado. No breve comunicado que informou a morte, o Vaticano tinha afirmado que “as primeiras verificações indicaram uma morte por causas naturais”.

Wesolowski não se apresentou ao julgamento no Vaticano em 11 de julho e alegou que estava internado em um hospital público de Roma. Seu advogado apresentou um documento que confirmava que tinha sido internado na noite anterior em um hospital romano após ser atendido pelo centro de Urgências do Vaticano, sua hospitalização foi necessária por uma grave queda de pressão.

O ex-núncio era acusado de cinco crimes, entre eles acessar pornografia na internet, posse de material de pedofilia tanto em Roma como durante sua estadia na ilha caribenha, entre 2008 e 2013.

Além disso, de abuso de menores de idade presumível (entre 13 e 16 anos) durante sua estadia na República Dominicana.

O prelado era o primeiro bispo sob detenção no Vaticano, e o primeiro religioso acusado de pedofilia que seria julgado nos tribunais vaticanos.

A primeira audiência durou apenas alguns minutos e foi adiada pela ausência do réu. O tribunal, por decisão papal, era formado por três laicos: o presidente Giuseppe Gadanha Torre e os juízes Antonio Bonnet e Paolo Papanti-Pellettier.

O escândalo explodiu após uma reportagem transmitida em um canal de televisão dominicano que acusava Wesolowski de pagar para ter relações sexuais com menores.

29 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

A aldrabice da fé e a fé de um aldrabão

Um dia andava Deus na sua divina ociosidade e pensou em seu pensamento: «O DduA diz mal de Mim e dos empregados que tenho ao meu serviço no planeta Terra». E o senhor Deus, habituado à ociosidade, com pouca imaginação, pensou, pensou, e nada lhe ocorreu para pôr cobro à liberdade de expressão. Apenas sentiu um desejo de vingança para fazer jus às características com que os homens o criaram.

Entrou então no Céu o papa JP2, curvado das genuflexões, com um odor pestilento a incenso, a rezar continuamente, e o Senhor lhe disse: «acaba lá com essas rezas e deixa-me pensar». E, enquanto o senhor Deus continuava no penoso sacrifício de pensar, lembrou-se JP2, recém falecido, de perguntar o que apoquentava Deus.

Foi então que Deus pensou fazer uma viagem de Vespa (uma moto muito popular nos anos sessenta do século passado) e lhe disse: «Arranja-me uma Vespa». Como o Papa era muito piedoso e julgava que Deus era o criador do Céu e da Terra queria ir buscar-lhe algo mais precioso e pediu a um papa mais antigo que ajudasse a demover o Senhor de um pedido tão modesto e o convencesse a pedir algo de mais valioso.

Quando o senhor viu o Papa recém falecido acompanhado do mais antigo, exclamou: «Como estás senil! Pedi-te uma Vespa e trazes-me uma besta!». Nisto, o senhor Deus lembrou-se de que uma besta era o que lhe convinha. Não podendo mandar à Terra um cadáver com muitos anos, por causa do cheiro e do aspeto, lembrou-se de uma besta muito devota, que vivia em Portugal, e deu-lhe a seguinte inspiração:

«Vai ao Diário de uns Ateus, usurpa uma identidade e o endereço dos colaboradores e confunde os visitantes. Não preciso de dizer o que hás de escrever. És suficientemente néscio para não precisares de mim. Os ateus não se deixam enganar mas os crentes confundem-se e continuam a acreditar que Eu existo». E o estulto foi e fez o que o Senhor lhe disse. E ainda julgou ouvir:

«Em verdade, em verdade te digo: bem-aventurados os pobres de espírito».

27 de Agosto, 2015 Carlos Esperança

Demência Islâmica

Para além do ódio sectário que destila uma fé que se confunde com uma forma estrema de fascismo,

o horror à mudança é o seu paradigma.