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Categoria: Religiões

26 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

Cristo e Maomé

Naquele tempo o anjo Gabriel era o alcoviteiro de serviço. Foi ele que disse a Maria que estava grávida o que qualquer mulher teria percebido. Foi ele também que, seis séculos depois, se encontrou com Maomé para lhe dizer qual era a sua – dele, Maomé -, missão.

Os anjos viviam muito tempo embora poucos conhecessem notoriedade, levando uma existência discreta e anódina. Gabriel distinguiu-se. Fora criado por judeus, que faziam anjos como o Papa JP2 fazia santos, que acreditavam em milagres com a mesma fé com que alguns padres rurais acreditam na existência de Deus.

Maomé nasceu em Meca durante o ano de 571 e viria a morrer em Medina em 632. O Corão e as agências de turismo fizeram santas as duas cidades e há períodos do ano em que uma chusma de fanáticos aí acorre, apesar dos perigos que os espreitam.

Muito parecidas com as largadas de touros, um espetáculo ainda em uso no concelho do Sabugal e noutras localidades portuguesas, as peregrinações têm perigos idênticos. O apedrejamento ao Diabo, um ódio transmitido de geração em geração, salda-se sempre por várias mortes enquanto o Diabo fica incólume, à espera do próximo apedrejamento.

Maomé teve uma vida pouco recomendável, um casamento com uma menina de seis anos, coisa que a Igreja católica também não via com maus olhos, e um casamento com a rica viúva Cadija cuja fortuna lhe permitiu dedicar-se à guerra, à religião e ao plágio grosseiro do cristianismo e do judaísmo.

Depois aconteceu-lhe o mesmo que a Cristo. Começou a ser adorado, correu o boato de que tinha nascido circuncidado, de que tinha ouvido Deus, de que foi para o Paraíso em corpo e alma, enfim, aquele conjunto de coisas idiotas que se dizem dos profetas.

Hoje já ninguém pergunta se tomavam banho, se sofreram de prisão de ventre ou foram vítimas das salmonelas, se urinavam virados para Meca ou para o Vaticano, que hábitos sexuais ou manifestações de lascívia tinham.

Cristo e Maomé tornaram-se cadáveres adorados e os incréus cadáveres desejados.

24 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

É a vida

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20 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

Francisco Franco – F. 20 de novembro de 1975

Há quarenta anos, convenientemente sacramentado, faleceu o maior genocida ibérico da História. Deixou centenas de milhares de mortos, execuções macabras nas arenas e um país atrasado e violento, em trinta e nove anos de poder discricionário.
Derrubou o governo legal de Espanha e impôs uma ditadura fascista cuja crueldade foi a imagem de marca que a Igreja católica ungiu. Teve cúmplices e amigos, alguns que hoje estão nos altares da Igreja romana, como Santo Escrivà, e uma caterva de torturadores e assassinos ao seu serviço.

Foi o carrasco do povo espanhol, produto da Espanha feudal, beata e analfabeta, de uma sociedade formatada por sectores católicos que aderiram nazismo.

O carrasco católico cuja consciência nunca o atormentou deixou como herança uma monarquia tão ilegítima como a sua torpe ditadura. O criminoso que Hitler ajudou a ganhar a guerra e que massacrou o povo espanhol com o poder destruidor da aviação, é hoje o símbolo sinistro de uma época hedionda, o déspota sem princípios nem piedade, o católico beato e assassino.

 

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20 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

O ambiente concentracionário dos conventos

Não me permito com títulos de caixa alta dos jornais fazer julgamentos que cabem aos tribunais e, mesmo que venha a provar-se a prática de esclavagismo, no ambiente pio de conventos, não generalizarei.

O que sempre me incomodou foi a displicência com que o Estado permite à Igrejas uma impunidade e privilégios que nega a outras organizações. Se um padre e algumas freiras são capazes de exercer sevícias sobre noviças é um crime hediondo mas igual ao que em outros locais e com outras gentes pode ser cometido.

O que não pode deixar de merecer séria reflexão é a sanidade mental de quem se isola da vida e do mundo, os motivos e, sobretudo, a liberdade de opção. Aliás, a liberdade individual é um direito irrenunciável e a clausura, ainda que voluntária, um atentado.

Os antecedentes dos conventos da Irlanda que os tribunais encerraram deviam fazer-nos pensar em Portugal, onde a Concordata transformou em protetorado o País, concedendo privilégios intoleráveis e isenções fiscais intoleráveis.

As heranças deixadas a instituições pias jamais são objeto de investigação judicial e não saberemos quando foram transmitidas de livre vontade ou extorquidas.

Não pode haver um Estado dentro de outro.

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19 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

Uma boa razão para um ateu defender a ICAR

Grupo jihadista voltou a ameaçar a Igreja Católica

Na última edição de sua revista digital, a Dabiq , o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), responsável pelos ataques terroristas que mataram pelo menos 129 pessoas na última sexta-feira em Paris, diz que hasteará sua bandeira preta no Vaticano, em mais um claro ataque contra os membros da igreja católica.

18 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

O Islão e a civilização

É fácil islamizar uma civilização, difícil é civilizar o Islão. O mais feroz monoteísmo é a cópia grosseira dos monoteísmos anteriores, servida pela lógica implacável da guerra aos infiéis.

O proselitismo é comum mas a Reforma, o Renascimento, o Iluminismo e a Revolução Francesa foram os passos que permitiram substituir a alegada vontade de Deus pela dos homens e submeter o clero ao poder secular.

O erro maior é o tratamento das religiões de forma diferente do das outras associações, incluindo os partidos políticos. A pregação da violência, os apelos à morte dos infiéis e a fanatização que se permite, em nome do multiculturalismo, nas madraças e mesquitas, é objeto de uma benevolência de que nenhuma outra associação goza.

O Corão é mais perigoso do que o «Mein Kampf», de Hitler, mas o manual terrorista de Maomé goza de complacência com o risco de incentivar ações criminosas e respostas racistas contra os crentes em vez do combate eficaz à crença.

Pode dizer-se – e é verdade –, que o Antigo Testamento, um livro da Idade do Bronze, é o livro terrorista que reflete a sociedade misógina, violenta, tribal, vingativa e patriarcal dessa época e que é comum às três religiões mas é preciso discernir entre quem abdicou de o levar à prática e quem não desiste.

Se a Europa se deixa tolher pelo medo ou se precipita na vingança aos imigrantes abdica da civilização que a engrandece, regressa à barbárie e dá a vitória aos terroristas que a ameaçam. Nem o perdão nem a vingança são compatíveis com o modelo de sociedade que custou milhões de vidas.

É preciso defender os crentes e combater as crenças que ameaçam a paz e a civilização, retirar-lhes os meios de financiamento e erradicar as cumplicidades interesseiras.

14 de Novembro, 2015 Carlos Esperança

Terrorismo islâmico

Quando se lambem as feridas de mais um atentado terrorista que ensanguentou Paris e feriu a civilização, são inoportunas as referências a crimes que a Europa e os EUA têm cometido no Médio Oriente e noutros países do Planeta.

Lembrar a cimeira das Lajes, agora, é um ato masoquista e a forma de desviar atenções da natureza terrorista do Corão, do fascismo islâmico, dos gritos ululantes com que a rua islâmica assinala entusiasticamente o triunfo da fé sobre a razão.

Todos os democratas e humanistas lamentam que não sejam julgados os cruzados que invadiram o Iraque ou alimentam terroristas bons (os seus) contra os maus (os outros). Sabemos que a sinistra monarquia da Arábia Saudita pertencia aos bons e o Iraque aos maus, mas referir agora esses motivos minimiza a crueldade do Islão e apoia a demência da fé que um beduíno amoral espalhou.

Há hoje um combate que chama ateus, agnósticos e, sobretudo, crentes. É um combate na defesa da laicidade, na proteção dos crentes contra as suas crenças, na erradicação do proselitismo que ameaça a paz e a civilização.

Depois de mais um ato de horror que se repete com monótona regularidade é altura de gritarmos a indignação e de combatermos as pulsões racistas e xenófobas, os demónios que também podem nascer nos herdeiros do Iluminismo e da Revolução Francesa.

Ontem o fascismo islâmico e o cristão tiveram um dia de glória. O Estado Islâmico e a Frente Nacional saíram vitoriosos por entre corpos chacinados e o terror instalado.

O medo é o combustível que alimenta a fé e a extrema-direita. Um califa, algures no Médio Oriente, e Marine Le Pen tiveram ontem uma prenda.

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