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Categoria: Religiões

31 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Quando a religião transforma o Estado num campo de concentração

No jornal alemão Süddeutsche Zeitung saiu esta semana uma entrevista com uma refugiada iraquiana da minoria yazidi que acaba de publicar um livro sobre o período em que esteve nas mãos dos terroristas do Estado Islâmico (EI ou Isis).

A jovem, que se apresenta com o pseudónimo Shirin porque teme pela vida da mãe e das irmãs, que continuam em poder dos islamistas, foi raptada em agosto de 2014, aos 17 anos, e transformada em escrava sexual. Ela foi vendida, sucessivamente, a nove integrantes do grupo, que fizeram dela sua “esposa” — um eufemismo para um cotidiano de estupros, espancamentos e humilhações constantes.

29 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Na Indonésia o Islão é moderado…

… que seria se o não fosse!

Indonésia translada à força 1.500 membros de uma seita

AFP /Agence France-Presse

As autoridades indonésias transladaram à força 1.500 membros de uma seita para sua “própria segurança”, anunciou nesta quarta-feira um porta-voz do governo.

Na semana passada, o povoado de Kalimantan, na ilha de Bornéu, onde vivem 500 famílias da seita Light of Nusantara ou Gafatar, foi atacado por uma multidão e as autoridades decidiram retirar as 1.500 pessoas do lugar.

Elas foram levadas para refúgios temporários e depois para Java, a principal ilha da Indonésia, onde estão passando por “sessões de reabilitação sobre o Islã e devores civis”, segundo o governo.

A Indonésia, o maior país muçulmano do mundo, é considerado tolerante, mas nos últimos anos registrou vários ataques contra grupos religiosos minoritários.

A Human Rights Watch (HRW) denunciou que outro grupo minoritário pode ser expulso de seu território a menos que se converta ao Islã majoritário.

O Conselho Indonésio dos Ulemás (MUI) vai examinar se a Gafatar pratica um islamismo herege, um delito castigado com até cinco anos de prisão.

22 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Demência clerical islâmica

MUÇULMANO DIZ QUE ATAQUES SEXUAIS EM COLÔNIA FORAM OCASIONADOS PELAS VÍTIMAS

O religioso argumentou que as vítimas foram as culpadas porque estavam “seminuas” e usando perfume.Protesto em Colônia.

Sami Abu-Yusuf, clérigo da mesquita salafista (pertencente ao movimento ultraconservador fundamentalista do islamismo sunita), localizada em Colônia, na Alemanha, alegou que os crimes, violência e abusos sexuais cometidos por grupos e gangues de imigrantes contra mais de 500 mulheres na véspera de Ano Novo foram ocasionados pelas próprias vítimas. Segundo Yusuf, as vítimas foram as culpadas porque estavam usando perfume, e estavam “seminuas”. Isso teria, segundo ele, “acrescentado combustível ao fogo”. O clérigo alegou ainda que, por causa da situação, “não seria de se surpreender que os homens quisessem atacá-las”. As declarações foram feitas em uma entrevista, concedida ao canal russo REN TV, e têm motivado uma forte reação da opinião pública.

20 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

O fanatismo, a demência e a automutilação

Menino amputa própria mão para se ‘desculpar’ por insulto a Maomé e vira ‘herói’ no Paquistão
Image caption Em entrevista à repórter da BBC Iram Abbasi, garoto que amputou sua própria mão não se diz arrependido

Um adolescente amputou por iniciativa própria uma de suas mãos após ter sido acusado publicamente de blasfêmia no Paquistão.

O incidente aconteceu quando Qaiser (nome fictício), um jovem de 15 anos, entendeu errado uma pergunta durante uma celebração a Maomé realizada em uma mesquita na Província de Punjab, no leste do país.

20 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Diverge do Novo Testamento

Vaticano: Francisco condena antissemitismo e violência em nome da religião

Terceiro Papa a visitar na Sinagoga de Roma disse que judeus e cristãos são «irmãos»

Roma, 17 jan 2016 (Ecclesia) – O Papa visitou hoje a Sinagoga maior de Roma, repetindo um gesto cumprido por João Paulo II e Bento XVI, onde condenou todas as formas de antissemitismo e afirmou que judeus e cristãos são “irmãos”.

“Não a qualquer forma de antissemitismo”, afirmou, recordando o ensinamento consagrado na Igreja Católica pelo Concílio Vaticano II (1962-1965).

A visita começou simbolicamente junto da lápide que evoca a deportação dos judeus de Roma, em 1943, durante a II Guerra Mundial, local em que Francisco quis depor uma coroa de flores.

O Papa repetiria este gesto junto do memorial dedicado a Stefano Gai Taché, criança que foi assassinada num atentado terrorista em 1982.

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18 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Livros sagrados e violência

(Texto do livro de Sam Harris “O Fim da Fé”, enviado por Paulo Franco)

Claro que existem muitas coisas sábias, maravilhosas e reconfortantes nos livros religiosos. Mas as palavras de sabedoria, beleza e consolo abundam igualmente nas páginas de Shakespeare, Virgílio e Homero, e nunca ninguém viu matar milhares de estrangeiros devido à leitura desses textos.

A convicção de que certos livros são escritos por Deus (que, por razões difíceis de compreender, fez de Shakespeare um escritor bastante melhor do que Ele próprio) deixa-nos impotentes para enfrentar a mais poderosa fonte de conflito entre as pessoas, no passado e no presente.

Como é possível não ficarmos boquiabertos perante uma ideia tão absurda?

Seguramente, poucos de nós teriam julgado possível que um tão grande número de pessoas pudesse acreditar em tal coisa, isto se já não acreditassem de facto.

Imagine um mundo em que sucessivas gerações de seres humanos acreditavam que certos filmes eram realizados por Deus, ou que certos tipos de software tinham sido programados por Ele. Imagine um futuro em que milhares dos nossos descendentes se assassinariam mutuamente por causa de interpretações antagónicas da Guerra das Estrelas ou do Windows 98. Haverá coisa mais ridícula do que isto?

E, no entanto, tal não seria mais ridículo do que o mundo em que de facto vivemos.

17 de Janeiro, 2016 Carlos Esperança

Um bispo triglodita_2

Braulio Rodriguez, arcebispo de Toledo, sucessor do ultrarreacionário cardeal Antonio Cañizares, levado para o Vaticano por Bento XVI, não dececionou quem o precedeu na cidade onde, na guerra civil, o padre que acompanhava o general franquista Moscardó, excitado, gritou aos soldados que chacinavam os resistentes republicanos: “matai, matai, irmãos…[e ocorrendo-lhe a condição cristã]…mas, com piedade.

O atual arcebispo de Toledo, Doutor em Teologia Bíblica, com 72 anos de celibato, diz que “as mulheres são assassinadas porque pedem o divórcio” sem pensar “em outro tipo de uniões afetivas, onde quase o único que as une é o físico, o genital e pouco mais.”

O especialista em violência de género num país onde, em 2015, morreram 56 mulheres às mãos dos seus companheiros ou ex-companheiros [em Portugal, 28, neste macabra contabilidade] entende, na sua experiência celibatária, que «elas são mortas porque os maridos “não aceitam as suas imposições” ou porque “pedem a separação”.».

O sermão do arcebispo, durante a missa celebrada dois dias depois do Natal, na Catedral de Toledo, referido em Espanha por El País, em 5 de janeiro, e em Portugal, pela Visão, no dia seguinte, «culpabilizou, em parte, as mulheres pelas agressões e homicídios, justificando as ações dos homens com a falta de submissão delas aos “varões”.

O piedoso prelado “também” está preocupado com esses assassinatos, mas acha que não se devem considerar esses crimes “simplesmente violência de género”.

A semelhança com qualquer mullah islâmico é pura coincidência. É apenas a herança do catolicismo franquista que se mantém viva.

‘A falta de submissão das mulheres aos maridos’ não é apenas pecado, assunto em que o bispo é perito, é deplorável que o crime não seja contemplado no Código Penal!

“Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.” (Mt 5.3.)