Loading

Categoria: Religiões

27 de Janeiro, 2008 ricardo s carvalho

a oeste algo de novo

«[…] Os casamentos civis já ultrapassaram os religiosos em várias regiões portuguesas. E não foi só no litoral, tradicionalmente menos conservador. […] Em Bragança, por exemplo, dos 216 casamentos celebrados em 2006, 119 foram pelo civil contra 97 religiosos. Como seria de esperar, as regiões onde os casamentos católicos mais perderam terreno foram a Grande Lisboa, o Alentejo e o Algarve. No primeiro caso, o INE registou 4953 casamentos civis, contra 3413 religiosos, com estes a perderem expressão em praticamente todos os concelhos. Descendo para a península de Setúbal, a desproporção aumenta: 2227 casamentos civis, contra 1176 religiosos. O mesmo se passa no Alentejo e no Algarve. Aqui há o dobro de casamentos civis.

Apesar de ainda não se reflectir nos totais nacionais (47.857 casamentos, dos quais 24.950 católicos e 22.895 civis), o abandono da cerimónia religiosa “vai rapidamente alargar-se a todas as regiões do país”, segundo Anália Torres, investigadora do ISCTE e autora do livro Casamentos em Portugal. A socióloga nota que a preferência pelos casamentos civis é uma tendência há muito instalada na Europa. “Em Portugal, e nos países mais a sul, é que está a ter uma manifestação mais tardia”, contextualiza. De resto, a diminuição dos casamentos religiosos enquadra-se num quadro geral de perda de terreno da religião católica em Portugal. […]»

(Público.pt --- 26.01.2008)

(também no Esquerda Republicana)

26 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Paulo Teixeira Pinto, Opus Dei e Causa Monárquica

Paulo Teixeira Pinto, atormentado com o peso de dez milhões de euros de indemnização pela saída do BCP e com a vergonha de, aos 47 anos, ficar obrigado a receber até ao fim da vida 500 mil euros anuais, enquanto o Banco a que presidia ficou sob investigação policial, vai dirigir a Causa Real.

As dores do cilício com que se mortifica e os actos pios com que pretende contornar as dificuldades bíblicas de «um rico entrar no reino do Céu», não o impedem de presidir à Causa Monárquica, uma instituição que em tempos era simpática por contrariar as leis da física – a única causa que não produzia efeitos.

O pio presidente, além das missas que vai dinamizar pela família de Bragança, que bem precisa, para sufragar as almas de quem tanto pecou e tão mal fez ao País, vai iniciar as funções de presidente da Causa Real… encontrando-se com o presidente da Assembleia da República, para lhe entregar uma petição com quatro mil assinaturas (certamente em número superior ao dos monárquicos) para que o centenário do regicídio seja declarado luto nacional.

O país já esqueceu que, na sequência da tentativa revolucionária de 28-01-1908, o rei D. Carlos assinou em 31-01-1908, em Vila Viçosa, o decreto que legitimava a ditadura de João Franco, o encerramento dos jornais, o fecho do Parlamento, permitindo o desterro para Timor de grande parte da oposição republicana e até monárquica, mas a História é impiedosa a recordar o que deu origem ao regicídio e não esquece que os vilipendiados Manuel Buíça e Alfredo Costa foram os mártires que deram a vida para vingar a afronta desse decreto, por mais que se lastime – e eu lastimo – a morte do rei e a do príncipe herdeiro.

A haver um dia de luto nacional era na véspera, pela suspensão das liberdades e pela afronta criminosa do degredo a que foram condenados os adversários políticos.

Mas a liberdade é um mero detalhe para o Opus Dei, uma instituição que apoiou a mais cruel ditadura do século passado na península Ibérica, a de Francisco Franco, e muitas outras na América do Sul, enquanto o mentor, monsenhor Escrivá, fazia uma carreira de tanta santidade que lhe bastou morrer para ser elevado aos altares. 

25 de Janeiro, 2008 Hacked By ./Localc0de-07

A missa é imparável!

Uma sotaina católica continuou a rezar a missa na igreja Madonna Bianca, em Trento, na Itália, depois de perceber que um dos fiéis tinha morrido durante a cerimónia. Em declarações ao Daily Telegraph, o padre Mario Peron defendeu que: “O que é que eu poderia ter feito? A Missa Sagrada tem que ser celebrada, não podemos abrir excepção para um indivíduo.”.

Terra Notícias: Padre recusa-se a parar a missa após morte de fiel

25 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Itália – Tão perto do Vaticano…

Ao anunciar o voto favorável em Romano Prodi, Nuccio Cusumano, foi brindado por um colega da mesma formação política com cuspidelas e epítetos de «vendido, cornudo, pedaço de merda» e a expulsão sumária. O pequeno partido UDEUR dispunha de três senadores, suficientes para ditarem o destino do Governo Prodi.
Depois de ler o «Times» talvez se compreendam melhor as cuspidelas e os insultos de que foi vítima o senador Cusumano. Segundo o jornal conservador inglês, o Governo italiano pode ter caído sob a influência do Vaticano.
O “Times” escreve que o Vaticano, desagradado com a posição demasiado liberal de Prodi nas questões dos direitos dos homossexuais e na questão do aborto, poderia ter convencido o ex-ministro da Justiça, Clemente Mastella, a retirar o apoio do seu pequeno partido “União dos Democratas pela Europa” à coligação de centro-esquerda, da qual resultou a queda do Governo italiano, colocado em minoria.
Anteriormente, já a imprensa italiana referia que o Vaticano tentava intervir na política.
O Governo de Prodi tinha aprovado em Fevereiro do ano passado um projecto de lei que legalizava as uniões civis dos homossexuais.
Nota: Agradeço ao nosso leitor kavkaz a chamada de atenção para o artigo do jornal inglês.

21 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Humor negro

(sem se rir)

Bento XVI pede respeito pelas opiniões de todos

Lotação esgotada no Vaticano em manifestação de apoio ao Papa

Bento XVI viveu este Domingo um dos maiores banhos de multidão do seu pontificado, com mais de 100 mil pessoas (200 mil segundo o porta-voz do Vaticano) a marcarem presença no Angelus.

19 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

B16 e a Universidade La Sapienza. Texto de um leitor

Se algum dia a Igreja – vamos falar deste torrão pátrio – tivesse tido a humildade ou a ousadia de convidar, p. exº, o escritor Luiz Pacheco, para uma prédica dominical, num dos seus múltiplos templos, então teríamos retirado grandes pedregulhos do muro da intolerância…

Laicidade não significa recusar ouvir quem quer que seja. Significa ouvir todos, sem privilégios (de qualquer natureza). Laicidade é sinónimo de equidade e universalidade.
Bento XVI teria estado na Universidade La Sapienza, porque o reitor resolveu conceder-lhe esse especial privilégio (sem ouvir o corpo docente).
Mas nada de especial habilitava o académico Ratzinger para falar sobre a Ciência, tema escolhido para a abertura do ano escolar nessa Universidade romana.
Pelo contrário, as suas concepções sobre Ciência, à luz dos actuais conhecimentos, são pouco recomendáveis.

A frase invocada pelos académicos, para o declarar “personna non grata”, pode ser inserida em milhares de contextos (como já vi escrito), mas o então cardeal Ratzinger, em 15 de Março de 1990, disse:
“Na altura de Galileu, a Igreja mostrou ser mais fiel à razão que o próprio Galileu. O julgamento contra Galileu foi razoável e justo”.

Ora bolas! Para o Mundo, a prisão e o julgamento de Galileu tornou-se o mais citado e paradigmático exemplo da luta entre “fé e ciência”.

a) e-pá

18 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

Missa zoológica

Fiéis levaram nesta quinta-feira seus animais domésticos à Praça São Pedro para a festa de Santo Antonio Abate, protetor dos animais domésticos. A iniciativa foi organizada pela Associação Italiana de Criadores e cinco mil de seus membros compareceram ao Vaticano com cavalos, galinhas, cabras, coelhos, cachorros e até um avestruz. A festa de Santo Antonio Abate foi celebrada com uma missa na Basílica de São Pedro, realizada pelo cardeal Angelo Comastri, que benzeu os animais após a cerimônia.

Comentário: Os animais não tiveram direito à eucaristia.

17 de Janeiro, 2008 Carlos Esperança

O Papa, este papa…

Regresso à não visita do Papa, deste papa, à Universidade de La Sapienza, em Roma, como aqui foi referido pelo Ricardo Carvalho.

O Papa, este papa, impedido de fazer a conferência para que havia sido convidado pelo reitor de uma das mais prestigiadas Universidades italianas, sentiu a vergonha mas não sentiu na pele o que é a repressão a que a sua Igreja se acostumou.

O Papa, este Papa, que se dá mal com as citações, e dar-se-ia pior se citasse algumas passagens bíblicas, não foi coagido na liberdade de expressão pois tem todos os meios de comunicação a que a corte de súbditos e a sua influência política abrem as portas.

O Papa, este papa, sente-se justamente humilhado por ter sido afastado de um púlpito laico por motivos de higiene e para o fazer perceber, a ele e ao reitor que o convidou, que quem não respeita a liberdade deve ser privado dela nem que seja, como foi o caso, de forma simbólica.

Bento 16 nunca defendeu a liberdade de expressão e a única liberdade a que tem sido fiel é à de poder calar os adversários.

O Papa, este papa, era o prefeito do ex-Santo Ofício, quando o Vaticano, o arcebispo de Cantuária e o rabino supremo de Israel tomaram uma posição favorável ao aiatola que condenou Salmon Rushdie, na sequência da publicação de «Os Versículos Satânicos».

O Papa, este papa, esteve ao lado do odioso carrasco contra a vítima, contra o direito à apostasia, contra a liberdade de expressão, sem se insurgir contra a pena de morte.

O Papa, este papa, foi o ideólogo do seu antecessor JP2, que anatematizou os ateus, combateu o laicismo, silenciou teólogos, beatificou fascistas, actividades que agora prossegue, sem desfalecimento, por conta própria.

Quem pactuou com o seu antecessor na excomunhão do teólogo do Sri Lanka, Tyssa Balasuriya, por ter posto em causa a virgindade de Maria e defendido a ordenação de mulheres; na perseguição ou redução ao silêncio de Bernard Häring, Hans Küng, Leonardo Boff, Alessandro Zanotelli e Jacques Gaillot; na marginalização de Hélder da Câmara e Oscar Romero e no apoio às ditaduras fascistas, não é digno de ser escutado por quem preserva a liberdade.

Eis a mensagem que professores e alunos da Universidade de La Sapienza lhe enviaram.