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Categoria: Religiões

6 de Março, 2008 Carlos Esperança

Reino Unido

Do nosso leitor Luís Correia recebemos uma excelente notícia:

No Reino Unido a Câmara dos Lordes aprovou a abolição da lei da blasfémia, uma lei anacrónica de sabor medieval.
A sociedade britânica está no bom caminho para se tornar numa sociedade mais laica!

6 de Março, 2008 Carlos Esperança

Espanha – ICAR contra o PSOE

A eleição do ultra-reaccionário cardeal Rouco Varela para presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), com o apoio do seu amigo Ratzinger, o principal talibã da ICAR, é um acto de desespero das sotainas.

O cardeal de Madrid tem poder, dinheiro e bons investimentos em bolsa, no laboratório farmacêutico Pfizer que «para além da Viagra, que todos conhecem como o grande antídoto contra a abstinência sexual, comercializa um anticonceptivo injectável muito vendido no 3º. Mundo e nos EUA – O Depo-Provera, trimestral, usado em 30 milhões de mulheres. Um investimento da ordem dos milhões de euros / anos, que servem para organizar em Madrid – contra Zapatero – marchas de protesto pela família, pela natalidade…».

 Por isso, as eleições em Espanha não são apenas entre a social-democracia do PSOE e o PP, partido conservador, como é desejável e normal na Europa democrática. As eleições do próximo domingo são entre Zapatero e Rouco Varela, entre o laicismo e a ICAR, entre a modernidade e as sotainas. 

Se a ICAR perder nunca mais a Espanha se curvará perante os bispos. Os anelões ficam nos dedos à espera de ósculos que não voltam, as mitras tornam-se obsoletas e os báculos passam a ser vendidos como muletas aos doentes operados ao colo do fémur.

6 de Março, 2008 Carlos Esperança

Gato escaldado de água fria tem medo…

Confissão em crise

O sacramento da confissão continua em forte crise devido à falta de convicção dos fiéis perante os sacerdotes. O alerta é lançado pelo Bispo regente do Tribunal da Penitenciaria Apostólica, D. Gianfranco Girotti, num artigo publicado pelo jornal vaticano “L’Osservatore Romano”.

5 de Março, 2008 Ricardo Alves

«Não queremos o regime islâmico!»

São acontecimentos destes que dão ânimo aos mais pessimistas: no dia 23 de Fevereiro, em Teerão, uma multidão revoltou-se contra a polícia de costumes do regime, que queria prender uma mulher cujo traje não era «islamicamente correcto» (ou seja, talvez mostrasse o cabelo, ou o pescoço, ou qualquer coisa ainda melhor). A multidão, cerca de 300 pessoas, sobretudo jovens, gritou «não queremos o regime islâmico» e «desde 1979 que nos chateiam».

Podem ler mais aqui (incluindo um vídeo) e aqui.

Como é evidente, a minha solidariedade com a juventude iraniana anticlerical é total.

5 de Março, 2008 Carlos Esperança

Espanha – Os bispos afrontam Zapatero

A inteligência e moderação do Cardeal Vicente Enrique Tarancón, arcebispo de Madrid, foram preciosas na ajuda à transição pacífica para a democracia.

Hoje, com a democracia consolidada e o país em acelerado processo de secularização, o episcopado prefere o confronto, reelegendo o ultra-reaccionário Rouco Varela para presidente da Conferência Episcopal Espanhola (CEE), o cardeal que desceu à rua para contestar a política do Governo – uma exótica posição sem precedentes na Europa – e que mandou votar PP.

Os bispos espanhóis, que se aproximam da centena, estão cada vez mais unidos no ódio à democracia e nas saudades do franquismo, quando o ensino da religião católica era obrigatório nas escolas públicas, o divórcio praticamente proibido e o catolicismo era a religião do Estado.

O braço de ferro entre os bispos liderados por Rouco Varela, um cardeal ligado ao Opus Dei, e o Governo legal, enfrenta uma sociedade em rápida mudança, cada vez mais laica e farta de missas. O desespero pôs as mitras em polvorosa e agitou os báculos e anelões.

A reeleição do cardeal de Madrid para a presidência da CEE é sinal de que a hierarquia religiosa, após o último debate Zapatero/Rajoy, já interiorizou a derrota eleitoral onde, numa atitude sem precedentes, se envolveu. Em aflição, tentou a fuga em frente.

4 de Março, 2008 Ricardo Alves

Polícia resolve, orações não

  • «O cardeal Cláudio Hummes propõe uma oração mundial pelas vítimas dos sacerdotes pedófilos» (BBC)

«Deus» não existe e as orações não servem para nada, mas há muitos tribunais que ganhariam em ouvir os depoimentos dos sacerdotes católicos que, da Madeira a Nova Iorque, souberam de casos de abuso sexual e nada disseram por «espírito corporativo», «dever de consciência», ou lá como lhe chamam. Sugiro também que se revoguem os regulamentos internos que impedem os sacerdotes da ICAR de denunciar os casos de abuso sexual de que têm conhecimento. Chamem-me materialista, mas a polícia parece-me mais eficaz do que a oração.

4 de Março, 2008 Carlos Esperança

A exumação do padre Pio

A mórbida atracção por cadáveres é uma pia inclinação que em Itália ocupa espapaço em numerosas igrejas e respectivas criptas. Já o Santo Ofício fazia exumações para queimar os restos de defuntos, desolado por não os ter podido queimar em vida.

Agora é para glorificar um santo que João XXIII considerava embusteiro mas que João Paulo II, especialista em santidade, não deixou escapar à canonização e que Bento XVI, contrariando o desejo da família, não prescinde de exibir em público.

Das diversas vezes que viajei por Itália, apesar de conhecer o mau gosto e a doentia obsessão que criou a «capela dos ossos» em Évora, dei-me conta de que nenhum outro Pais exibe um tão rico património de despojos humanos como tesouros das suas igrejas magníficas e deslumbrante catedrais.

Recordo sempre a guia turística que, depois de enaltecer longamente as virtudes de um santo cujo esqueleto era testemunho da sua existência pia, interrogada sobre a origem de um esqueleto mais pequeno que lhe fazia companhia, o atribuiu ao mesmo santo… quando era mais novo.

Não sei de onde vem a devoção macabra, a necrofilia eclesiástica que conduz à tétrica exibição de um cadáver com quarenta anos de defunção. Esta lúgubre exposição é uma profanação de cadáver em qualquer país civilizado mas, com autorização do Vaticano e a aspersão de água benta, é um acto pio que rende indulgências aos visitantes por entre fumos de incenso para camuflar o odor.