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Categoria: Religiões

10 de Julho, 2008 Mariana de Oliveira

Dois mil receberam Aga Khan à sua chegada a Lisboa

Mais de duas mil pessoas receberam hoje o príncipe Aga Khan, líder institucional e espiritual dos muçulmanos ismailis, à sua chegada ao aeroporto de Figo Maduro, Lisboa, para uma visita a Portugal a convite do Governo.

A visita do Aga Khan a Portugal, que decorre até à próxima segunda-feira, enquadra-se numa série de visitas a diversas partes do mundo para assinalar o ano do seu Jubileu de Ouro – o 50º aniversário desde que se tornou no Imam (líder espiritual) dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis, uma comunidade de 15 milhões de muçulmanos, oito mil dos quais a residir em Portugal.

O líder espiritual, que para os seus seguidores é um descendente directo do Profeta Maomé através do seu primo e genro Ali, o primeiro Imam, e da sua mulher Fátima, a filha do Profeta, foi recebido com honras militares, pelo ministro da Justiça, Alberto Costa, pelo porta-voz do PS, Vitalino Canas, e por vários responsáveis daquela comunidade religiosa em Portugal.

Não houve quaisquer declarações à comunicação social presente no local.

O 9º Imam hereditário dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis será recebido hoje à tarde pelo Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, que oferecerá um almoço em sua honra no Palácio de Belém, Lisboa.

O Aga Khan manterá igualmente encontros com o primeiro-ministro, José Sócrates, o presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, bem como com o ministro da Justiça, Alberto Costa.

Para hoje à tarde está também agendada uma reunião com o Alto-comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações e antigo presidente da República, Jorge Sampaio.

As celebrações do dia em que o príncipe acedeu ao trono há 50 anos (11 de Julho de 1957) estão a ser preparadas com a ajuda de mais de 700 voluntários, sendo esperados mais de 15 mil ismaelitas quer do território português quer de outros países.

Fonte: Sol, 10 de Julho de 2008.

10 de Julho, 2008 Mariana de Oliveira

Cavaco recebe Aga Khan

O Presidente da República, Cavaco Silva, recebeu hoje em audiência, no Palácio de Belém, o príncipe Karim Aga Khan, líder institucional e espiritual dos muçulmanos ismailitas, no âmbito da sua visita a Portugal.

O Chefe do Estado português ofereceu após uma audiência um almoço em honra do príncipe Aga Khan.

A visita do Aga Khan, que decorre até à próxima segunda-feira, a convite do governo português, enquadra-se numa série de deslocações efectuadas a diversas partes do mundo para assinalar o ano do seu jubileu de ouro – o 50º aniversário desde que se tornou no Imam, líder espiritual, dos muçulmanos Shia Imami Ismaili, uma comunidade etnicamente diversificada que reside em cerca de 25 países.

Durante a sua estada em Portugal, o Aga Khan manterá encontros com o Presidente da Assembleia da República, Jaime Gama, com o primeiro-ministro, José Sócrates, e com os ministros dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, e da Justiça, Alberto Costa.

O Aga Khan estará presente num evento congregacional com os membros da comunidade Ismaili e deverá reunir-se com o Alto-Comissário das Nações Unidas para a Aliança das Civilizações, Jorge Sampaio.

O Aga Khan é o 49º Imam hereditário dos Muçulmanos Shia Imami Ismailis e dirige uma comunidade de 15 milhões de muçulmanos, oito mil dos quais a residir em Portugal.

Para os seus seguidores, Karim Aga Khan, que acedeu ao trono do Imamat Ismaili a 11 de Julho de 1957, é um descendente directo do Profeta Maomé através do seu primo e genro Ali, o primeiro Imam, e da sua mulher Fátima, a filha do Profeta.

Nos últimos 50 anos, o Aga Khan tem liderado o crescimento de uma das maiores redes privadas mundiais de ajuda ao desenvolvimento. A rede Aga Khan para o desenvolvimento (AKDN) dedica-se a um vasto número de actividades nas áreas da educação, saúde e desenvolvimento rural, cultural e económico.

Em 2005, o governo português e a rede Aga Khan assinaram um protocolo de cooperação e no mesmo ano a rede assinou um Acordo de Parceria com o Patriarcado de Lisboa para o desenvolvimento comunitário urbano destinado ao combate à pobreza e exclusão social.

A Fundação Aga Khan é uma das instituições que integram a rede e para comemorar o jubileu de ouro está em marcha um projecto de criação de uma escola de excelência para crianças e jovens que revelem capacidades elevadas mas que têm dificuldades financeiras.

O projecto, segundo o representante em Portugal da rede Aga Khan para o Desenvolvimento, Nazim Ahmad, ainda está a ser negociado, sabendo-se apenas que será instalado na zona da Grande Lisboa e que funcionará em regime de internato para receber alunos de todo o país.

Fonte: Sol, 10 de Julho de 2008.

10 de Julho, 2008 Ricardo Alves

Podeis vestir-vos de padre e dizer missa: não é crime

«O Tribunal de Santa Cruz adiou ontem o julgamento do padre Martins Júnior, ex-deputado do PS no Parlamento da Madeira, acusado pelo Ministério Público da prática, de forma continuada, do crime de “abuso de designação, sinal ou uniforme”. Ou seja, por exercer o culto religioso numa altura em que estava suspenso.
A primeira audiência foi suspensa após a defesa ter requerido a nulidade deste processo comum, invocando que a acusação se fundamentara em norma da Concordata entre a Santa Sé e a República Portuguesa já retirada na revisão de 2004.
O revogado artigo XV diz que “o uso do hábito eclesiástico ou religioso por parte de seculares ou de pessoas eclesiásticas ou religiosas a quem tenha sido interdito por medida das competentes autoridades eclesiásticas, oficialmente comunicada às autoridades do Estado, é punido com as mesmas penas que o uso abusivo de uniforme próprio de um emprego público”.
Perante denúncias públicas do PSD e o poder regional defender que o referido padre continuava a exercer actos de culto na Ribeira Seca apesar de, em 1977, ter sido suspenso pelo antigo bispo Francisco Santana, o procurador da República na Madeira deduziu a acusação em 2001. No entanto, o MP só agora requereu julgamento, após Martins Júnior, eleito deputado regional pela UDP e depois pelo PS, ter perdido a imunidade ao deixar o Parlamento madeirense em 2007. » (Público, 10/7/2008)

10 de Julho, 2008 Mariana de Oliveira

As «Provas» de António Ferreira Gomes

Uma série de textos, muitos deles inéditos, do antigo bispo do Porto D. António Ferreira Gomes vão ser apresentados publicamente quinta-feira compilados num novo livro, para recordar os 50 anos da polémica que manteve com Salazar.

O livro «Provas. A outra face da situação e dos factos do caso do Bispo do Porto» é apresentado pelo bispo D. Carlos Azevedo quinta-feira na Associação Católica do Porto e reúne aquilo que é a defesa do prelado na polémica que manteve com o Estado Novo e que o obrigou a exilar-se durante dez anos.

A polémica nasceu com uma carta de Julho de 1958 em que D. António Ferreira Gomes criticava o corporativismo, o regime de partido único e a miséria do país.

Este volume de documentos foi reunido entre 1952 e 1982 para publicação futura pelo próprio prelado que «pôs em causa as bases do regime do Estado Novo», explica na introdução do livro o bispo D. Carlos Azevedo.

«Ao atribuir o título de Provas a este conjunto de documentos, o bispo [D. António Ferreira Gomes] oferecia a relação entre o que narrava nas Cartas ao Papa sobre o seu caso e os factos referidos nas fontes», salienta D. Carlos Azevedo no mesmo texto.

Nos textos reunidos pode apreciar-se a «oscilação entre razões de ordem política e explicações eclesiásticas para justificar o afastamento, remoção ou regresso do bispo do Porto» num «jogo entre agitação política e divisão religiosa», segundo D. Carlos Azevedo.

No livro, estão reunidos conferências, textos, reflexões pessoais do prelado, decisões eclesiásticas, decretos e cartas enviadas a outras entidades num total de mais de uma centena de documentos.

D. Carlos Azevedo, que é também presidente da Fundação SPES (fundada em testamento por D. António Ferreira Gomes), explicou que esta é uma ocasião propícia para «discutir o caso do bispo do Porto» e do seu exílio por dez anos por ter criticado o regime.

Os textos foram coligidos pelo próprio bispo até à década de 80 mas, na ocasião, foi decidido não publicar a obra, recorda D. Carlos Azevedo, que foi seminarista e é um admirador do prelado.

Agora, há já «um tempo suficiente para um juízo sereno de um caso que suscitou tanta polémica», afirmou o prelado, considerando que o futuro do bispo do Porto ensina às novas gerações que a intervenção pública por causas e valores é essencial.

«Não intervir é pecado» e «não arriscar uma solução é ser conivente com o estado da nação» pelo que é necessário «provocar profeticamente» os poderes instituídos, considerou o prelado.

Os textos foram todos colocados numa pasta e incluem introduções e anotações pessoais do próprio bispo, entre as quais cartas enviadas ao Papa ou mesmo documentos em que «ele faz uma interpretação do seu próprio caso».

No livro, está assim a «base documental para o que ele defende nas cartas enviadas ao Papa», explicou D. Carlos Azevedo, que guarda «memórias muito profundas» da figura do seu mentor.

«Foi o meu mestre do meu tempo de seminário e quem depois me nomeou director espiritual» daquela instituição, exemplificou o bispo.

Fonte: Sol, 09 de Julho de 2008.

10 de Julho, 2008 Carlos Esperança

Irão – A fé à beira da loucura nuclear

Bastavam ao mundo a loucura prosélita dos beatos e a incontinência verbal de alguns líderes para o planeta se tornar um lugar de horror. O preço do petróleo e a míngua de alimentos contribuem para adensar as nuvens que ameaçam a sobrevivência colectiva.

É neste estado de pessimismo e desânimo que o Irão lançou com êxito, a partir de local ignorado do deserto, nove mísseis com um raio de acção de 2.000 km, capaz de atingir numerosas cidades da região, nomeadamente Tel Aviv.

Sabe-se como são piedosos os guardas revolucionários de Teerão e como tem sido loquaz o presidente Ahmadinejad a reiterar o desejo obsessivo de erradicar do mapa o Estado de Israel. Já não é a questão palestina, em que os árabes têm razão, que está em causa, é o destino colectivo da humanidade e a paz internacional que estão ameaçadas pela hecatombe nuclear.

Com a Europa bloqueada pelo Não irlandês e pelas suas próprias divergências internas, com o pior presidente dos EUA das últimas décadas em fim de mandato, com o pavor das economias com a alta dos combustíveis, com a Rússia a responder ás provocações da NATO, o Irão encontrou o momento ideal para a demonstração de força.

Hoje, pela vez primeira, o Irão pôs-me do lado de Israel e do seu direito de se defender. Nos períodos de crise, por maiores que sejam as contradições que nos dilaceram, não podemos hesitar na trincheira que escolhemos. ISRAEL tem o direito à sua existência. Sem «MAS».

Carlos Esperança

9 de Julho, 2008 Mariana de Oliveira

Julgamento de sacerdote adiado

O julgamento do padre José Martins Júnior acusado de exercer indevidamente as funções sacerdotais por estar suspenso «a divinis» foi hoje adiado mas o juiz do Tribunal de Santa Cruz admitiu que o mesmo poderá não realizar-se.

Em causa está um artigo datado de 1940 mas que a revisão da Concordata entre o Governo da República e o Vaticano celebrada em 2004 suprimiu, deixando de ter efeitos jurídicos.

O então artigo 15º da Concordata de 1940 entre a República Portuguesa e o Vaticano determinava que «o uso do hábito eclesiástico ou religioso por parte de seculares ou pessoas eclesiásticas ou religiosas a quem tenha sido interdito por medida das competentes autoridades eclesiásticas, oficialmente comunicada às autoridades do Estado, é punido com as mesmas penas que o uso abusivo de uniforme próprio de um emprego público. É punido nos mesmos termos o exercício abusivo de jurisdição e de funções eclesiásticas».

Um requerimento do advogado de defesa do padre Martins Júnior apresentado em Tribunal chamando a atenção para «esta questão prévia», ou seja, saber se a matéria condenatória continua ou não em vigor, fez o juiz considerar não ser possível «realizar o julgamento no dia de hoje».

«Fica sem efeito ficando uma segunda data a designar», acrescentou. «Há uma questão que vai ser apreciada, se ela proceder não haverá julgamento, se não proceder demandará a realização do julgamento», disse.

O arguido é acusado pelo Ministério Público da prática, de forma continuada, do crime de «abuso de designação, sinal ou uniforme», depois de ter sido suspenso a «divinis» em 27 de Julho de 1977, decisão reconfirmada a 07 de Janeiro de 1985.

José Martins Júnior continua, no entanto, a exercer o sacerdócio desde 15 de Agosto de 1962 na paróquia da Ribeira Seca, no concelho de Machico.

Martins Júnior, na qualidade de independente em listas da UDP-M e do PS-M, foi presidente da Câmara Municipal de Machico entre 1990 e 1998, tendo depois exercido funções de deputado, pelo PS-M, na Assembleia Legislativa da Madeira.

Martins Júnior diz ser vítima de uma «coabitação indigna entre a Igreja da Madeira e o Governo Regional»

«Não é mais do que a reedição da inquisição, o poder religioso e civil acasalado contra aqueles que porventura querem falar a verdade», comentou o sacerdote.

Fonte: Sol, 09 de Julho de 2008.

9 de Julho, 2008 Mariana de Oliveira

Mudança de chefia na Congregação para as Causas dos Santos

O papa aceitou hoje a resignação do cardeal José Saraiva Martins, que atingiu o limite de idade, e nomeou Angelo Amato para lhe suceder na chefia da Congregação para as Causas dos Santos, anunciou o Vaticano.

O cardeal José Saraiva Martins, 76 anos, era prefeito da congregação desde 30 de Maio de 1998 e o único português na Cúria Romana, o governo do Vaticano.

A Congregação para a Causa dos Santos é responsável pelos processos de beatificação e de canonização. O novo prefeito, cardeal Amato, 70 anos, desempenhava até aqui as funções de secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, cargo assistente do prefeito, sendo um dos mais próximos colaboradores do papa nos últimos anos.

Saraiva Martins deixa ao seu sucessor vários processos importantes em curso, como o da beatificação do papa João Paulo II, que morreu a 02 de Abril de 2005, e o de Pio XII, cuja atitude durante a Segunda Guerra Mundial suscita polémica e levou Bento XVI a submeter este caso a uma comissão «ad-hoc».

Para substituir Amato na Congregação para a Doutrina da Fé, o papa nomeou o jesuíta espanhol Luis Francisco Ladaria Ferrer, até agora professor de teologia dogmática na Universidade Pontifical Gregoriana em Roma e secretário-geral da Comissão Teológica Internacional.

Durante estes dez anos, Saraiva Martins, um dos homens de confiança de João Paulo II – o papa que mais fiéis beatificou e canonizou na história da Igreja Católica – esteve à frente dos processos de beatificação dos papas Pio IX e João XXIII, do Padre Pio, de Madre Teresa de Calcutá e dos pastorinhos de Fátima, Francisco e Jacinta.

Apesar da renúncia ao cargo de prefeito, Saraiva Martins permanecerá em Roma, onde ainda desempenha cargos na Cúria Romana como membro das Congregações para os Bispos e para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, bem como do Conselho Pontifício para a Pastoral da Saúde, o Conselho Especial para a Europa da Secretaria Geral do Sínodo dos Bispos e a Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano.

Fonte: Sol, 09 de Julho de 2008.

8 de Julho, 2008 Carlos Esperança

Igreja anglicana numa encruzilhada

A vitória dos fiéis progressistas que já haviam consagrado o acesso das mulheres ao sacerdócio, bem como de homossexuais, e, agora, ao episcopado, é o prenúncio de um cisma em que a corrente conservadora se vira para Roma e os progressistas seguem o seu caminho como igreja protestante.

O anglicanismo é uma criação oficial de Henrique VIII, separada de Roma desde 1534, embora o desejo de emancipação já fosse forte e o contributo da Reforma protestante decisivo. Por isso permaneceu sempre uma corrente, influenciada pela Reforma, mais tolerante e progressista que coexistiu com outra mais tradicionalista e nostálgica do Vaticano.

Para esta corrente, que tem menos adeptos e mais praticantes, o acesso das mulheres ao sacerdócio foi sempre uma espinha cravada no coração de quem não perdoa à mulher o pecado original e a considera indigna do exercício do múnus.

A luta constante entre liberais e conservadores, que atingiu o auge com a indicação de uma mulher como Primaz da Igreja Episcopal dos EUA, teve agora um novo braço de ferro que ameaça desintegrar a Igreja que tem na Inglaterra e na monarquia inglesa a sua mais sólida referência.

Após um breve retorno à Igreja católica (1553/58) as vicissitudes do poder ditaram o regresso ao anglicanismo que, desde 1558, passou a ser a religião oficial. Hoje, todos os monarcas têm de jurar manter e proteger a fé e espera-se que casem com um protestante, obrigação mitigada pelo tradicional sentido da tolerância britânica onde são numerosas as religiões e 23% da população é alheia a qualquer fé.

Os homossexuais e as mulheres impedem que, no futuro, todos os anglicanos possam frequentar a mesma missa. O cisma vem aí. Não é a fé que os divide, é a tolerância.

Carlos Esperança

7 de Julho, 2008 Carlos Esperança

Momento zen de segunda

O pio pregador João César das Neves (JCN) não respeita o calendário litúrgico das homilias. Nem o dia. Vocifera à segunda-feira no Diário de Notícias repetindo os temas e os argumentos até à náusea. O aborto é a obsessão e o embrião humano a sua devoção.
A líder do PSD e o chefe da sua Igreja convenceram-no de que não é um desadaptado. A primeira entende que o casamento tem em vista a reprodução, não se percebendo que não haja limite de idade e não se exija atestado de fertilidade. O Papa, apesar da falta de experiência matrimonial, é quem dita a moral familiar. JCN é mero porta-voz e o eco da Igreja católica.
JCN afirma que «O Governo (…) está empenhado em intensa campanha de promoção do aborto». Dito por uma pessoa responsável seria uma calúnia, bolçado por JCN é um acto de fé, que não exige provas.
JCN afirma que ‘negar vida humana ao embrião, é um postulado básico do Governo, semelhante à escravatura’, esquecendo-se da enormidade da comparação, da mentira da intenção que atribui ao Governo e de que a escravatura, embora ignóbil, é defendida na Bíblia.
Diz o devoto que “11 a 12 mil mulheres já praticaram abortos nos termos da lei”, facto que denomina de monumental hecatombe, sem que declare claramente que preferia o aborto clandestino.
Há uma afirmação em que tem razão: «Espantaria, se a manifesta cegueira ideológica não fosse suficiente para ocultar a verdade», mas não se trata de autocrítica.
E termina, em êxtase místico, a misturar a legislação portuguesa sobre a IVG com a conduta das «autoridades soviéticas» num salto cuja relação não se percebe.

Carlos Esperança