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Categoria: Religiões

26 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Preocupações e rezas de Bento 16

Bento 16 é um homem infeliz, sempre preocupado com os males do mundo e a anunciar rezas pelas desgraças. Se as orações fossem eficazes certamente as poria ao serviço da prevenção em vez de recitar ladainhas sem sentido após as catástrofes.

Não é provável que o Papa Ratzinger, culto e inteligente, acredite na existência de Deus mas não lhe falta a convicção com que o afirma e a diligência que põe na certificação da pantomina dos milagres.

Quem conhece da história o desespero dos operários perante o aparecimento dos teares mecânicos, certamente se dá conta da angústia de quem tem uma grande empresa cujos produtos estão em declínio e que não pode mudar de ramo. Uma grande superfície pode substituir as hortaliças pela fruta, os lacticínios pelo peixe ou a carne pelos detergentes, mas o Vaticano não pode substituir as bênçãos por produtos farmacêuticos ou as bulas por cereais.

O ramo dos milagres, cujos emolumentos rendem grossas maquias ao Vaticano, está em franco descrédito. Desde que o Vaticano fabricou três milagres para santo Escivá e beatificou, por engano, um torturador da guerra civil de Espanha, o milagre de D. Guilhermina de Jesus, obrado por Nuno Álvares Pereira, que lhe curou o olho esquerdo, queimado com óleo de fritar peixe, é dos mais inofensivos e menos contestados.

O Papa, este papa, cuja intolerância é bem conhecida, põe um ar compungido em cada tragédia e ameaça logo com orações, persuadido de que os incréus o levam a sério. Mas onde atinge o grau supremo da hipocrisia é quando adverte para o perigo do retorno de «nacionalismos que tantas consequências trágicas produziram». Os nacionalismos estão quase sempre ligados às religiões e à competição entre elas. O proselitismo da fé é mais letal que as rivalidades tribais e, frequentemente, dão as mãos.

As orações são inúteis mas quando o Papa reza é prudente descobrir contra quem.

25 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

O aborto e a oração

Rezam contra o aborto que ninguém os obriga a praticar!

Uns grupos de católicos reaccionários andam em piquetes de acção (chamam-lhe vigílias) contra o aborto em várias cidades. Mas será que alguém os obriga a praticar o aborto? – Não. Eles pretendem mandar na vida dos outros!

Em Portugal foi aprovado por referendo a autorização para a interrupção voluntária da gravidez até às 10 semanas. O debate permitiu esclarecer as pessoas e a Igreja Católica saiu derrotada na sua ideologia falsa e pretensiosa. Não satisfeitos com a alteração da lei que permitiu a diminuição do aborto clandestino e apoiar as mulheres com condições decentes, vêm os padres, através das suas “ovelhas”, tentar voltar ao passado e deixar as mulheres isoladas e em dificuldades perante situações da vida difíceis. Tentam transmitir uma moral superior de “defesa da vida”, que não se lhes reconhece, através do embuste da utilização de conceitos falsos e mal utilizados.

Se os padres e o Papa, que se recusam cobardemente a ter filhos, pudessem engravidar não fariam estas campanhas contra a interrupção voluntária da gravidez. Em vez de “rezar” para atacar os outros, poderiam trabalhar, por exemplo. A sociedade agradeceria! Perdem tempo a rezar contra o aborto que ninguém os obriga a praticar! Mostram-se ridículos e tentam humilhar as mulheres portuguesas!

a)  kavkaz (leitor habitual do DA) 

23 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Opus Dei – Seita perigosa

Constitucionalista, escritora, bloguista, assessora do ministro Luís Amado, filha do ex-presidente do CDS e ex-ministro de Salazar Adriano Moreira, é defensora ardente do casamento das pessoas do mesmo sexo e uma acérrima crítica do fundamentalismo católico. Retrato de uma ansiosa rebelde. (Ler mais no DN)

22 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

QUANDO A EMENDA É PIOR QUE O SONETO…

Na Nigéria há um muçulmano feliz da vida aos 84 anos. Tem 86 mulheres e 170 filhos. Agora não o deixam bater a proeza católica do prior de Trancoso, no século XV, que teve 299 filhos de 53 mulheres.

A religião muçulmana não respeita os “Direitos Humanos”. A Igualdade entre sexos é violada pelo “Alcorão” ao permitir que um homem possa casar até 4 vezes. Em alguns casos nem perguntam a opinião das esposas para casarem mais uma vez.

Com base no livro retrógrado e impróprio no século XXI, o “Alcorão”, um Tribunal islâmico da Nigéria aplicou a lei da Sharia e obrigou o muçulmano feliz a escolher “somente” 4 das suas 86 mulheres e a divorciar-se das restantes. Se não respeitar a decisão será condenado à morte.

O idoso protesta baseando-se na fé de que a religião muçulmana estará a ser mal interpretada pelo Tribunal. Diz que o Corão não estabelece limites ao número de mulheres que se pode ter e que dependerá apenas das capacidades que um homem tenha para as manter. E ele consegue fazer feliz a todas elas.

Este caso mostra-nos a mentalidade muçulmana. O Tribunal islamita acaba por tentar corrigir a situação de poligamia com a ameaça de morte ao idoso. Infringe o “Direito à vida” dele. É caso para dizer-se que na religião muçulmana “a emenda é pior que o soneto”!

a)  kavkaz (leitor habitual do DA)

22 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – O único Estado do mundo sem maternidade

O Vaticano ordenou que um sacerdote do norte da Argentina, padre Ariel Álvarez Valdés, doutor em teologia bíblica, deixasse de dar aulas universitárias e evitasse publicar artigos por não acreditar na existência de Adão e Eva, informou hoje a imprensa local.

Parece impossível que um especialista em teologia, a única ciência sem método nem objecto, duvidasse da existência de Adão e Eva. Haverá quem duvide que Jeová depois de ter feito o homem a partir do barro, de ter lavados os dentes por causa do mau hálito, de ter soprado e lhe ter dado vida, arrancou uma costela e fez a mulher?

Só os cépticos, agnósticos e ateus podem pensar que deus era suficientemente impuro para começar a procriação pelo método que hoje está em voga. Só os mal-formados se arriscam a imaginar um deus dos bons a assistir a fazer meninos e meninas como quem tira água de um poço com uma bomba. Só os inimigos do Vaticano desejam que o Papa renegue a Bíblia e diga coisas sensatas.

Deus não dorme, pela simples razão de nunca ter existido, mas o Papa vela. Perante a heresia de um padre que nega o primeiro casal humano e as relações incestuosas a que Adão e Eva sofridamente se entregaram para aumentar a prole e, depois deles, os seus filhos, a única decisão santa era calá-lo, um hábito comum aos dignitários de todas as religiões.

Um destes dias o Vaticano vai mostrar ao mundo as folhas de parra de que Adão e Eva se esqueciam com frequência para que o mundo pudesse ter chegado a seis mil milhões de habitantes. A partir desse dia ninguém mais porá em dúvida o método de fabrico do primeiro casal humano. Era um método menos divertido do que o actual mas muito mais imaginativo.

22 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Vaticano – os milagres continuam

As fábricas das multinacionais umas vezes fecham, outras não. A fábrica dos milagres do Vaticano está em plena laboração depois de JP2 ter convertido a velha Prefeitura da Sagrada Congregação para a Causa do Santos numa moderna linha de montagem para criar santos e certificar milagres em série.

Em Portugal, há dias, foi presa uma cigana por tentar extorquir cinco mil euros por um milagre e, nem sequer, almejava a santidade. Não tinha o alvará exclusivo do Vaticano e o método artesanal, em vez de ser apreciado, conduziu-a à enxovia. Bons milagres são aqueles que têm a chancela papal e como artista um cadáver enterrado com a extrema-unção.

Depois da canonização de Santo Escrivá de Balaguer, o pouco recomendável admirador de Franco, fundador e gerente do Opus Dei, já está na forja a beatificação do gerente que o substituiu à frente dessa monumental empresa que gosta mais de dinheiro do que do diabo diz o Opus Dei a respeito das almas.

«O Tribunal da Prelazia do Opus Dei encerrou, no último dia 7 de Agosto, em Roma, a fase introdutória diocesana da Causa de Beatificação de Dom Álvaro del Portillo, sucessor de São Josemaría Escrivá de Balaguer» – anunciou Rádio Vaticano, a voz do pastor alemão B16.

Com tantos santos e milagres não se percebem as desgraças que vão pelo mundo.

21 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Açores – Falta mão de obra especializada

Este ano, pela primeira vez, desde 1966, não foi ordenado nenhum padre.

O bispo de Angra, Sr. António Sousa Braga, está preocupado com o futuro do negócio. Este facto põe em causa a renovação das 172 paróquias das várias ilhas.

20 de Agosto, 2008 Carlos Esperança

Crimes religiosos

A tragédia quotidiana de crimes com motivações religiosas não pára. Há quem, em nome do respeito pelo multiculturalismo e pela fé individual, contemporize com a fanatização de crianças, através da catequese, e de adultos com enraivecidas homilias.

As catequistas da minha infância incutiam nas crianças o ódio aos judeus, comunistas, maçons e ateus, ao mesmo tempo que, com inflamada piedade, dedicavam as orações a um reles ditador que apelidavam de salvador da Pátria e cujas funções atribuíam a um desígnio divino.

A experiência pessoal ensinou-me a estar atento à educação deletéria de todos os beatos, particularmente dos religiosos, e a recusar as escolas do crime, que visam o proselitismo e a perseguição às liberdades individuais.

As religiões são associações de fiéis, idênticas aos partidos políticos e a colectividades, sujeitas ao primado da lei e ao escrutínio dos tribunais. Não se lhes pode permitir que, em nome de Deus, combatam o Estado de direito e defendam o racismo, a xenofobia e a violência. Não se lhes pode tolerar o terrorismo e o desprezo pelos princípios que regem as sociedades civilizadas nem que se tornem organizações totalitárias.

Ontem foi cometido mais um atentado, na Argélia, contra uma escola superior militar. Morreram mais de quarenta pessoas, quase todas civis, vítimas de um suicida islâmico que conduziu um veículo com explosivos que atingiram um autocarro de passageiros e vários automóveis que ali circulavam.

Se um partido político fizesse a apologia terrorista contra os adversários era ilegalizado. Mas a religião gera cumplicidades e medos que lhe permitem aumentar o poder e tornar a sociedade e a civilização reféns de um deus violento, cruel, vingativo e esquizofrénico semelhante aos homens que o criaram em períodos tribais, bárbaros e patriarcais .

É tempo de pôr cobro à demência prosélita dos crentes fanatizados, julgando e punindo os pregadores do ódio.