16 de Setembro, 2008 Carlos Esperança
A religião é inimiga da ciência
Comentário: Não são as religiões que demoram a reconhecer os erros, são os crentes que demoram a desconfiar das religiões.
Comentário: Não são as religiões que demoram a reconhecer os erros, são os crentes que demoram a desconfiar das religiões.
Antes…
…E depois.
(Agradecimentos a atheisme.org e aos anarcas desconhecidos.)
Bento XVI disse este Domingo que a Igreja mantém “com firmeza” o princípio indissolubilidade do casamento e que, embora envolva com o maior afecto as pessoas divorciadas que se voltam a casar, “não pode aceitar” as iniciativas que tendem a abençoar “as uniões ilegítimas”.
Na Europa, a Igreja católica parecia conformada com a civilização e a modernidade. O catecismo terrorista, anterior ao concílio Vaticano II, parecia definitivamente proscrito. Mas ninguém sabe do que o clero é capaz, que demónios pode acordar, que raiva o pode acometer nas guerras santas que anseia ressuscitar.
Nem os telhados de vidro demovem a Igreja das obscenas comparações com o nazismo que o preconceito cristão anti-semita bastante estimulou, nem a crueldade das Cruzadas, da evangelização, da Reforma e do santo Ofício a modera na agressividade demente com que pretende reescrever a História e formatar os adolescentes.
Um manual escolar, escrito por José Ramón Ayllón e Aurelio Fernández, utilizado em colégios católicos privados espanhóis, é um manancial de intolerância, mentira, ódio e reaccionarismo, mais próprio de quem prepara suicidas do que de quem aspira a formar cidadãos.
A homofobia é levada a extremos próprios de quem pretende exorcizar os seus próprios demónios, a IVG é comparada ao Holocausto e o divórcio é apresentado como a primeira causa de morte dos adolescentes, nos EUA.
A reprodução medicamente assistida é para os autores do livro, destinado a jovens com idades de 14 e 15 anos, o que o toucinho é para Maomé.
O preconceito e o reaccionarismo são o caldo de cultura onde a Igreja católica alimenta a fé nos seus colégios espanhóis e envenena a sociedade plural com os seus prosélitos.
A sociedade muda, o mundo transforma-se, mas a Igreja católica tende a perpetuar as crueldades que a consciência das sociedades plurais e democráticas reprovam. As três religiões do livro estão cada vez mais próximas – na intolerância, no proselitismo e no espírito medieval.
Em Lourdes [ Bento 16] rezou pela Igreja, o Mundo e a França, sobretudo pelos que sofrem no corpo e no espírito. Defendeu a vida até ao último instante querido por Deus e deixou, no final, uma preciosa indicação: “Procurem o sorriso de Maria porque ele é o reflexo da ternura de Deus, acessível a todos, doentes e saudáveis”.
Chegou ao fim a visita de quatro dias a França de Bento XVI. O Papa despediu-se, esta segunda-feira de manhã, com uma nova missa ao ar livre em Lourdes. O santuário no Sul de França recebeu cerca de 30 mil pessoas, movidas pela Fé nos poderes curativos de Lourdes.
Fonte: Diário as Beiras, hoje.
Há pessoas sem educação. O Joseph Ratzinger é uma delas. Em vez de criticar a vida privada dos outros, devia pôr os olhos na Bruni e na felicidade do Nicolas, e inspirar-se. Enfim, deixar-se de caturrices. Eu, por exemplo, nunca o criticaria se ele entrasse numa união de facto com o Saraiva Martins.
Há cento e cinquenta anos, a virgem, farta do Filho que passava o dia espetado na cruz e do Pai, que implicava com o Espírito Santo, emigrou do Paraíso, onde fazia as lides domésticas e tinha de limpar os excrementos da pomba, e emigrou para França.
Preferiu ao bulício de Paris uma gruta na montanha para se recompor da depressão e do Paraíso. Foi nessa viagem que travou relações com uma pastora, Bernadette Soubirous, com quem conversou em francês, com sotaque celeste. Ficaram íntimas e, depois desse encontro, voltou mais dezassete vezes, porque era de compreensão lenta a pastora ou de difícil expressão a virgem.
Começou aí uma fábrica de milagres e um pólo turístico que atraiu milhões de pessoas em busca de curas e de água benta. Ultimamente o negócio está em declínio, a vida está difícil para todos, a fé já não é o que era, e os peregrinos vão mais pelo passeio do que pela devoção.
Para relançar o negócio e combater a laicidade francesa, B16 resolveu visitar a sucursal e desdobrar-se em missas e em apelos à vocação eclesiástica. Começou com uma missa campestre em Paris que, como toda a gente sabe, não foi no campo. Teve o dobro da freguesia de Madonna, em Lisboa, mas entre as duas estrelas, esta última é muito mais conceituada e, por isso, os espectáculos são a pagar e o entusiasmo é outro.
B16 foi para Lourdes com mais acompanhantes do que Madonna, mas os espectáculos do velho déspota da prefeitura da Sagrada Congregação da Fé são tão repetitivos que só as televisões é que conseguem que o número de figurantes ainda seja expressivo.
Como é que o Papa, que sabe melhor do que nós que isso das aparições é uma treta, se presta a tão grotesca encenação? O negócio está mau e é preciso fazer alguma coisa para aguentar uma fé cada vez mais em crise, um mercado com muita concorrência e uma clientela cansada de pedir milagres e farta de morrer no caminho.
Uma humorista italiana corre o risco de ser processada por ter mandado o papa Bento 16 “ir para o inferno” durante um discurso em um comício em Roma.
No evento, promovido em protesto contra recentes leis apresentadas pelo primeiro-ministro Silvio Berlusconi, Sabina Guzzanti disse que o papa iria para o inferno, onde seria recebido por “diabos homossexuais”. (BBC – ler mais…)
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