Bem, está visto! Aqui neste blog temos a vida facilitada: é que, como alguns dos nossos leitores já devem saber, a Igreja da Cientologia reforçou a sua base de operações no nosso país e inaugurou a sua nova pista de aterragem para Xenu, o guerreiro galáctico que dominava a Via Láctea há 75 milhões de anos.
Devo confessar que, na minha opinião de ateu, de entre todas as religi(invenç)ões actualmente existentes, a dos cordeirinhos de Hubbard é a que tem mais “panache“. Os métodos de reza e introspecção de índole pseudo-científica, as estórias de ficção do Império Helatrobus no espaço sideral há biliões de anos, as centenas de livros publicados – e não apenas UM -, tudo isso me faz respeitar a Cientologia. Alto! Não interpretem já as minhas palavras no sentido que não quero! Que raio! O meu respeito é tão somente pela incrível imaginação dos seus ensinamentos, pela forma como manipularam o discurso científico, por serem realmente contemporâneos na abordagem aos cérebros alucinados do Mundo e, claro está, pela gestão da fortuna absolutamente colossal que conseguiram amealhar em apenas 55 anos de História.
Eu percebi a jogada do Hubbard, ele não foi parvo nenhum, mas para inventar era mesmo um choné dos antigos. De facto, pelos anos 50, numa época pós-guerra em que a Ciência respondia a grandes questões em ritmo orgásmico e construía gadgets que levariam ao iPhone 3G de 2008, ele tentou criar uma religião dos novos tempos, procurando aquele grupo, que ficava cada vez maior, de sempiternos “indecisos”, como os políticos gostam de lhes chamar. Era algo novo, acompanhava o zeitgeist, não foi difícil: organizado um bom esquema de extorsão, reunindo um monte de gajos com muita massa, umas orgias “místicas” com drogas daquelas boas à mistura e um ambiente Beverly Hills a condizer, a coisa compôs-se em pouco tempo e o vírus espalhou-se lesto por muitos bípedes mamíferos, um pouco por todo o mundo. Não é à toa que é também conhecida por muitos como uma “religião de bilionários”, pois os seus elementos de alta patente são cuidadosamente escolhidos por métodos de selecção que têm pouco a ver com fé e mais a ver com a posse de um “American Express Gold Unlimited” e de uns Óscares ou Emmy’s por cima da lareira.
Ah! E nem vou aqui falar do caso que se arrasta na Alemanha, aquele país desenvolvido que está rodeado pela União Europeia, e do processo que moveu para ver se dava para acabar de vez com a Igreja da Cientologia no seu território. Isso é para outro post.
Com este reforço da base em Portugal (ainda nos faltava mais esta!), estou até a pensar especializar-me na luta anti-cientologia, mas disseram-me que esses maganos são mais perigosos do que a Opus Dei versão Dan Brown e que tenho de tomar cuidado. Há quem fale que eles enviam, por via telepática, monstros ciclopes verdes e cheios de gosma em naves high-tech-punk-trash para nos atormentar os sonos! Bem, para mim que sou novo, sempre são pesadelos com muito mais piada do que se me aparecesse pela frente um gajo severamente mutilado por pregos numa cruz de madeira…
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Os suspeitos do costume já reivindicaram a carnificina. As vítimas aproximam-se da centena e o número de reféns é indeterminado.
A crença no Paraíso é mais nefasta do que a superstição do Inferno. Os alienados de deus matam porque sim e morrem porque querem o Paraíso. A demência mística é o detonador do ódio e da violência.
Por todo o mundo jorra o sangue de inocentes, vítimas da fé assassina dos carrascos. Os empresários da fé dizem em público que são desvios, mas rejubilam em privado. A catequização com que as religiões ensinam os seus crentes a abominar o deus dos outros está na base dos crimes de inspiração religiosa que põem em risco a civilização e o progresso.
O Corão é um livro que a razão e um módico equilíbrio mental repudiam, mas é o ganha-pão dos pregadores que fanatizam, embrutecem e atemorizam os crentes, nas mesquitas, com homilias xenófobas, racistas e misóginas.
A laicidade já conseguiu moderar os ímpetos prosélitos judaicos e cristãos mas ainda não chegou aos antros do fascismo islâmico onde os crentes se ajoelham e rezam contra alguém.
Malditas crenças cuja irracionalidade semeiam o pavor e a tragédia. É preciso parar os deuses de hoje antes que os mitos sacrifiquem a humanidade. Como nos tempos antigos, os rituais do sacrifício humano continuam a fazer-se nos altares para que os deuses se apazigúem. Todos os deuses juntos não valem uma só vida humana.
MUMBAI. Mais um nome a fixar, mais um crime a julgar.
A certeza absoluta não está ao nosso alcance porque estamos sempre sujeitos a errar. Mas vale a pena tentar chegar lá perto fundamentando as nossas crenças de forma a escolher as que merecem mais confiança. A ciência é o método mais sistemático e fiável que encontrámos para o fazer.
Mas à religião isto não satisfaz. Primeiro, porque exige uma atenção constante ao erro e que tudo seja posto em causa, testado e rejeitado quando falha os testes. Depois porque recomenda que a confiança numa crença seja proporcional às evidências que a fundamentam. E, pior de tudo, não garante certezas. É a dúvida que nos conduz ao que merece ser acreditado, mas pela dúvida ninguém pode afirmar saber que Deus é três pessoas numa só substância e que uma é Pai, outra Filho e outra Espirito Santo, o que quer que isso seja, pois não há nada de concreto que fundamente esta hipótese. Para este tipo de coisas as religiões precisam da fé.
A fé, defendem os religiosos, justifica aquilo que não se pode justificar de outra forma. Que uma hóstia se transubstancia. Que um livro foi inspirado por um deus. Que só os homens podem ser sacerdotes. Crenças para as quais não só falta evidências como nem sequer se percebe que tipo de evidência as poderia justificar. E cada fé leva a uma certeza diferente. Os que são pela Bíblia dizem ter tanta certeza como os que torcem pelo Corão. Milhares de milhões de pessoas julgam ter a certeza que só o seu deus existe e que os dos outros são treta. Com tanta certeza entendem-se menos que quem tem dúvidas.
Há crentes que dizem não ter certezas. Dizem ter dúvidas como os outros e apoiar os seus dogmas na razão. Não pode ser verdade. A dúvida e a razão não permitem confiar em crenças sem evidências. Ninguém que se sirva da dúvida e da razão poderá crer que Jesus é Deus, que Maomé falava com Deus ou que Siddhartha se transformou em Deus. Essas hipóteses exigem evidências muito mais fortes que os meros relatos de quem as julgava ser verdade.
Compreende-se este mistério da fé, o mistério de haver tantas certezas contraditórias sem nada que as suporte, percebendo que a fé não dá certeza. Dá só o gosto. Ajuda a acreditar na certeza do que não se sabe. Disfarça a dúvida e a falta de fundamento das hipóteses que se defende. E serve para qualquer crença. Adoça sem calorias qualquer deus, dogma, livro ou preconceito, por muito amargo que seja.
Só não serve para distinguir o que é verdade.
Em simultâneo no Que Treta!.
Uma condenação, sem precedentes, condena os religiosos que cometeram ou encobriram estes casos
Washington. (EFE).- Um tribunal federal autorizou o estado de Kentucky (EUA) a apresentar acções judiciais contra o Vaticano por negligência em casos de abusos sexuais cometidos por sacerdotes da Igreja Católica dos Estados Unidos, segundo fontes judiciais.
Nota: Bem-vinda a jurisprudência que imputa responsabilidade cível às multinacionais da fé por crimes praticados pelos seus empregados.
Por
Kavkaz
Ratzinger, de alcunha Bento XVI, fez mais um dos seus discursos líricos para encantar e pasmar os crentes.
Desta vez resolveu “explicar” aquilo que os crentes já ouviram muitas vezes. Parecer-lhe-á talvez que os crentes entendam mal o que lêem e ouvem, precisando de explicador. À falta de novidades de “Deus”, ele vai repetindo os temas há muito conhecidos, na tentativa de os crentes os decorarem definitivamente.
O Papa andou à volta do tema imaginário do “Reino de Deus”. É sabido que “Deus” não escolheu a República para si. Preferiu a “Monarquia” onde pode mandar sem um prazo limitado e a belo prazer. Há ainda alguns países do mundo que têm monarcas inspirados em “Deus” e reinam da mesma forma, à sua vontade. Portugal correu com eles em 1910.
O Papa “explicou” que o “Reino de Deus não é deste mundo”. Então para quê tentar o Vaticano impô-lo neste planeta? É despropositado e fora do seu devido lugar! O Papa poderia poupar tempo a impor-nos o “Reino de Deus”, reformar-se ou dedicar-se a outra actividade em vez de se desgastar com o que “não é deste mundo”. Seria bem mais realista e justo.
Ratzinger afirmou também que se deve colocar “em prática o amor ao próximo”. Lá vem o Papa oferecer amor… Neste tema ultrapassa até o D. Juan. Quer amar a todos. E se algum homossexual aceitar? Os que não precisarem dos serviços amorosos do Papa terão de se cuidar. Parece insaciável! É um perigo o homem… E é contra o uso do preservativo. Cuidem-se!
O Papa Bento XVI mostra o seu mau feitio quando ameaça com o “Juízo final” quem não levar a sério aquilo em que ele acredita. Tenta meter medo às pessoas com castigos de “Deus”, pois só dessa forma conseguirá “amar o próximo” e subordiná-lo. Truques da religião!
Bento XVI, depois de assustar os crentes, muda de atitude para terminar o seu discurso em beleza. Garante-nos que haverá um “banquete que Ele (“Deus”) preparou para todos”. Afinal, o Papa afirma saber que “Deus” está ocupado na preparação de um “banquete” e quer festa! Com uma promessa destas os crentes só podem ter adorado o discurso do Papa! Nada melhor do que a promessa do pecado da gula em banquete preparado por “Deus”! À religião também se atrai pelo estômago!
O jornal do Vaticano, L’Osservatore Romano, chamou de “ódio anti-religioso” a decisão da justiça espanhola de mandar retirar os crucifixos de uma escola pública.
Em artigo publicado nesta segunda-feira, o autor, o escritor e jornalista espanhol Juan Manuel de Prada, colaborador regular de L’Osservatore Romano, estimou que “os crucifixos podem ofender apenas os que querem que o Estado se transforme em um novo Deus com um poder absoluto sobre as almas”.
Antonio María Rouco Varela, cardeal de Madrid, presidente da Conferência Episcopal Espanhola, chefe da ala mais reaccionária da Igreja católica e pirómano político que açulou manifestações contra o Governo democrático, apela agora à reconciliação.
De que reconciliação fala o raivoso agitador que desceu à rua a abanar a mitra e brandir o báculo quando a lei consagrou o direito ao casamento de pessoas do mesmo sexo? O que pretende o velho franquista, que nunca teve um gesto de arrependimento perante os assassinatos de Franco, que continua a venerar, e que só por pejo se abstém de propor a elevação aos altares com as centenas de beatos e santos com que quis provocar o confronto entre espanhóis, com a ajuda do Vaticano?
O frio e inflexível cardeal, devoto do Opus Dei, apenas deseja evitar a «recuperação da memória histórica», isto é, a averiguação sobre centenas de mortos que jazem em valas comuns, tombados pela fúria assassina do franquismo com a conivência da ICAR «y de la gracia de Dios».
Quem agora fala de «perdão e amor fraterno» é o bispo medieval com ódio à laicidade e alma de inquisidor. É o lobo, após o banquete, a apelar à reconciliação entre a alcateia e os cordeiros.
Rouco Varela é o exemplo vivo da intolerância, um avatar dos inquisidores que assaram hereges em nome da Contra-Reforma num país onde o espírito aberto da Reforma nunca entrou.
Por
Kavkaz
No Iémen, o país mais pobre do mundo árabe, gastaram-se quase 50 milhões de euros numa nova mesquita. Os clérigos islâmicos esfregam as mãos de contentes com os investimentos na mesquita luxuosa. O negócio religioso poderá prosperar num país onde 46 % da população vive abaixo do limiar da pobreza. A religião ri-se da pobreza da população.
O Diário de uns ateus é o blogue de uma comunidade de ateus e ateias portugueses fundadores da Associação Ateísta Portuguesa. O primeiro domínio foi o ateismo.net, que deu origem ao Diário Ateísta, um dos primeiros blogues portugueses. Hoje, este é um espaço de divulgação de opinião e comentário pessoal daqueles que aqui colaboram. Todos os textos publicados neste espaço são da exclusiva responsabilidade dos autores e não representam necessariamente as posições da Associação Ateísta Portuguesa.