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Categoria: Religiões

28 de Julho, 2016 Carlos Esperança

É preciso evitar a xenofobia

Pensar que os muçulmanos são irrecuperáveis é ignorar o percurso dos católicos desde as Cruzadas, a Evangelização e a Inquisição até hoje.

O que mais desejam os terroristas é a repressão indiscriminada contra os muçulmanos para os mobilizar para a ‘guerra contra os infiéis’.

Não podemos fazer-lhes a vontade.

27 de Julho, 2016 Carlos Esperança

A frase

Terrorismo islâmico – A luz ao fundo do túnel

«Cabe-nos, muçulmanos, cumprir as nossas responsabilidades. É necessário fazermos a limpeza porque o que se passa faz-se em nome do islão e dos muçulmanos.»

(Kamel Kabten, reitor da mesquita de Paris, ontem)

26 de Julho, 2016 Carlos Esperança

O terrorismo, o medo e as liberdades

É impossível viver em permanente sobressalto, fugir dos espaços públicos e condicionar a autonomia, numa espiral de medo, que deixa vazias as cidades e restringe a liberdade.

A monótona, e cada vez menos espaçada repetição de atos terroristas, provoca o pânico coletivo e amolece a exigência de respeito pelos direitos individuais.

Progressivamente vamos pactuando com a vigilância generalizada no que devia ser a reserva de intimidade, a troco de precária segurança. O ambiente propício à xenofobia e ao racismo está criado, e a democracia não resiste a estados de sítio ou de exceção, que se tornam regra, nem à vigilância musculada de toda uma sociedade.

Sendo notória a origem do terrorismo urge responsabilizar as comunidades onde nasce e obrigá-las a aceitar os costumes e a cultura que as acolhe.

Não podemos ceder a iniciativa à extrema-direita, religiosa ou laica, e à demagogia do populismo. As democracias têm legitimidade para exercer particular vigilância sobre as comunidades de risco e responsabilizá-las pelas suas cumplicidades. É preciso impedir o perigo de quem é fanatizado desde a infância e constrangido nos guetos que habita.

O nacionalismo e a religião não podem justificar os crimes e atenuar as penas. Tal como sucedeu com o álcool e outras drogas, devem deixar de ser atenuantes e passarem a ser motivo de agravamento das penas, por incitamento à violência e aos crimes sectários.

Não gosto de ver degolar padres católicos, a dizer missa, e abomino os repetidos ataques a quem ouve música, passeia ou vai para o trabalho, na demente espiral de violência por um Deus tão estúpido como os seus crentes.

 

islamismo

25 de Julho, 2016 Carlos Esperança

Triste glória do fascismo islâmico

«Estado Islâmico reivindica atentado que feriu 15 pessoas na Alemanha

As autoridades recolheram provas no albergue onde vivia o refugiado | EPA/DANIEL KARMANN

Ataque foi perpetrado por um refugiado sírio, que se fez explodir. Homem gravara no telemóvel um vídeo a jurar lealdade ao ISIS.»

22 de Julho, 2016 Carlos Esperança

A Turquia e o califa Erdogan

Erdogan já provou que a democracia era, para ele, um mero caminho para conquistar o poder. O fascismo islâmico irrompeu na máxima apoteose após o golpe de Estado cuja preparação, desencadeamento e contenção acompanhou, através da rede islâmica que organizou.

Perante o aplauso dos adeptos e o terror coletivo dos adversários e simples apoiantes da democracia, exerce o poder discricionário. Humilha o poder judicial, reprime os curdos, demite professores, fecha jornais, prende jornalistas, persegue juízes e desmantela todos os poderes que lhe podem cercear a ambição.

Da União Europeia chegam tímidos apelos para respeitar o Estado de Direito, como se fosse sua intenção mantê-lo quando a Nato e as UE o apresentavam como muçulmano moderado. Erdogan é um produto do atual momento histórico que o Islão atravessa, na sequência do fracasso da civilização árabe e do ressentimento por invasões ‘cristãs’, em busca do domínio do petróleo.

Os métodos do Estado Islâmico são a prática interna do ditador que sonha agora com o califado, e não hesita em desafiar os aliados. Ele nunca esteve na Europa das liberdades, esteve sempre com um olho em Meca e outro nas suas ambições.

A Europa tem mais um trágico problema à sua porta.

21 de Julho, 2016 Carlos Esperança

O Vaticano e o proselitismo

Tal como o Islão, neste momento histórico apenas sem violência, a ICAR procura dominar o ensino, a saúde e a assistência.

Quando acusa de irreligiosidade a Europa, apenas pretende submetê-la ao catolicismo. Quando afirma que Deus está a ser excluído, quer que seja a Igreja a determinar os conteúdos educativos.

A guerra dos colégios católicos já chegou ao Vaticano.

É preciso travar a avidez eclesiástica.

19 de Julho, 2016 Carlos Esperança

O cardeal, a missa e o fiel defunto Francisco F.

Na última segunda-feira, dia 18 de julho do ano da graça de 2016, o cardeal Cañizares, que ainda não digeriu o regresso a Espanha, depois de ter sido Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, em Roma, celebrou missa por alma de Francisco Franco, anunciado como Francisco F..

A missa é celebrada mensalmente, no dia 20, a rogo de um devoto, para evocar a morte do ditador, ocorrida em 20 de novembro de 1975. Esta, além de se destinar à expiação dos pecados do maior genocida espanhol de todos os tempos, assinalou o aniversário da sublevação militar de 1936 que deu início, há 80 anos, à Guerra Civil espanhola.

O cardeal Cañizares, arcebispo de Valência, depois de ter sido titular de Toledo, é um nostálgico do franquismo e incapaz de aceitar a democracia. Argumenta que as missas não se podem recusar a ninguém, mas os espanhóis sabem a devoção com que a celebra, com pompa e circunstância.

É delicioso ver que o número de padres que acolita o cardeal Antonio Cañizares é quase o mesmo que o dos crentes que acompanham o piedoso ato. (Ver link de El País).

Quem recorda a História, independentemente da crueldade verificada de ambos os lados da guerra civil, não esquece que o Papa de turno concedeu o carácter de Cruzada à luta das forças fascistas que derrubaram a República, legitimada pelo voto popular.

Um cardeal destes é uma bênção para a memória e a preciosa ajuda para a secularização do país que João Paulo II encheu de santos, remexendo nas cicatrizes que a democracia não conseguiu sarar.

18 de Julho, 2016 Carlos Esperança

O golpe de Estado na Turquia

Não imagino o que pretendiam os militares amotinados, nem faço juízos de valor sobre o golpe de Estado num país cuja democracia serviu a Erdogan para tomar o poder e não mais o largar.

Ele tem o hábito de prender jornalistas e calar os órgãos de comunicação social que lhe fazem oposição. Militares e juízes eram guardiões da laicidade, os primeiros de forma democraticamente inaceitável, mas os segundos legitimados pela separação de poderes e pela Constituição.

Agora passará a ter um exército dócil. O afastamento de 2745 juízes, que dificilmente pode implicar no golpe, revela a determinação de remover todos os obstáculos ao poder absoluto.

O golpe não terá sido inspirado por Erdogan, mas parece. Foi a «dádiva de Deus», que referiu, e dificilmente teria sido organizado sem conhecimento da rede islâmica que o apoia. A cínica frieza com que o aguardou nunca será provada, mas os objetivos dos revoltosos passarão a ser os que ele entender. Os motivos dos amotinados serão os que o sultão quiser. A Turquia estava condenada a um regime autoritário, laico ou confessional.

As liberdades vinham a ser sucessivamente limitadas, com a perseguição de jornalistas e juízes, com a restrição das liberdades individuais e a progressiva reislamização.

A forma rápida e segura como o Sultão chegou ao aeroporto de Istambul revela que os mecanismos do poder estavam controlados.

A UE tem mais um problema. A Turquia é a jangada que se afasta dos valores europeus a caminho das mesquitas, com o poderoso exército da Nato atrás.

Erdogan, permitiu uma rota jihadista de voluntários e armas para a Síria e a organização de células do Estado Islâmico no País. Agora, quando o EI estava a virar-se contra ele, em vez de ser um alvo, pode disputar à Arábia Saudita a sua inspiração e controlo.

O Sultão neo-otomano, liquidado o legado de Atatürk, reforçou condições para reprimir os curdos e os arménios, abolir as liberdades individuais e tentar reinventar o Califado, mas o mais provável é fazer deslizar o País para o caos que devasta o Médio-Oriente.

17 de Julho, 2016 Carlos Esperança

Turquia – a segunda morte de Atatürk?

Por

E-pá

Por natureza cívica (civil) e por formação democrática (representativa) não nutro qualquer tipo de simpatia por golpes militares.
A política – entendida com um civilizado terreno de luta doutrinária com vista ao bem comum – não pode ter as suas reservas morais sediadas em casernas ou paradas. Como não pode ficar contida nas paredes das igrejas ou mesquitas.
Contudo, estas preposições de princípio não podem inibir uma análise dos factos (sem atribuir-lhe um conteúdo meramente justificativo) e uma interpretação de todas as consequências (reais, possíveis e até especulativas).
A tentativa de golpe militar ocorrida ontem na Turquia tem uma elevada capacidade intrínseca para alterar frágeis equilíbrios no Médio-Oriente, já que este país, está colocado no epicentro de numerosos conflitos (guerra civil síria, colapso do Iraque, etc.) e altas tensões políticas (Irão) e sociais (migratórias).
No entanto, as grandes consequências serão internas, isto é, no regime. O 15 de Julho poderá ficar na história do Levante como o fim de uma já manietada democracia turca, onde a liberdade de expressão (fecho de órgãos de comunicação e prisão de jornalistas), a separação de poderes (depurações do edifício judicial), a independência das forças militares (decapitação selectiva das cadeias de comando) e os direitos das minorias (genocídio arménio e repressão sobre curdos) são diariamente constatadas e violadas, com a olímpica complacência do Ocidente.
O golpe fracassado de ontem vai possibilitar o desmantelamento da república turca criada por Atatürk, em 1923, na sequência da derrocada do califado otomano. A Turquia vai encetar, a todo o gás, uma deriva para estabelecer um Estado Islâmico. A laicidade – a separação entre a política e a religião – que foi um apanágio da nova republica turca vai dar lugar à sharia. Os primeiros indícios estão aí link.
Ficam no ar, para a posteridade, várias questões:
– A Turquia vai continuar a ter condições para ser o braço armado da NATO na região?
– A Turquia vai ressuscitar, sob a sombra tutelar de Erdogan, o velho califado e assimilar o Daesh?
– A Turquia e a UE vão continuar as conversações sobre uma eventual adesão ou associação?
Não deverá demorar muito até termos respostas para estas questões.
Entretanto, no rescaldo do golpe, devem celebrar-se as exéquias da República. Tudo indica que Atatürk foi vitimizado com uma segunda morte.
15 de Julho, 2016 Carlos Esperança

Nice – Mais uma tragédia

O islamismo é inimigo da liberdade e da vida.

Para defender os islamitas e os outros há um combate a travar.

A luta contra o islamismo é uma urgência.