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Categoria: Religiões

27 de Abril, 2009 Carlos Esperança

Fascismo islâmico

Contou-me uma amiga querida – a pintora Sofía Gandarias – que, há alguns anos, estando de visita de trabalho no Sri Lanka, antigo Ceilão, se surpreendeu ao encontrar nas ruas grupos de rapazes vestidos com túnicas pretas. (José Saramago)

Saiba  porquê.

27 de Abril, 2009 Carlos Esperança

Havia dúvidas?

O cardeal Saraiva Martins defendeu ontem (26 de Abril) a veracidade do milagre que sustenta o processo de canonização de S. Nuno Álvares Pereira. “É possível provar o milagre e foi provado”, disse à Agência Lusa o cardeal, que já presidiu à Congregação da Causa dos Santos, organismo do Vaticano que avalia este tipo de processos, nos quais é obrigatório um milagre que comprove, para a Igreja, a intercessão divina dessa figura numa cura.

Comentário: O Diário Ateísta regozija-se com o facto de o Centro de Saúde  de Ourém e o Hospital de Leiria terem sido considerados idóneos para a confirmação de milagres pelo cardeal Saraiva Martins. Aliás, o Hospital de Leiria já tem tradições no ramo. Foram médicos do mesmo hospital que confirmaram o milagre da D. Emília uma joint venture de dois pastorinhos, Francisco e Jacinta, no ramo da ortopedia, intercessão que lhes valeu a promoção a beatos.

27 de Abril, 2009 Carlos Esperança

D. Nuno e D. Guilhermina

Ontem D. Nuno foi posto a render ao serviço do obscurantismo e da superstição. Não se referiram as leis da época, as lealdades a que os cavaleiros medievais se obrigavam, as circunstâncias políticas das batalhas nem, por lapso, foi referido que do lado de Castela também se ajoelhavam os cavaleiros, como era hábito.

Se houvesse exigência de rigor em alguma afirmação, alguém devia ter explicado como se tornou D. Nuno o homem mais rico do reino e como exigiu a fortuna. Mas isso são coisas alheias à santidade e à cura do olho da D. Guilhermina.

Só do lado de D.Nuno se genuflectiram os cavalos, é certo, a fazer fé num opúsculo do Sr. Duarte Pio, especialista em cavalos devotos e tolices avulsas, não se percebendo o esquecimento dos cavalos com o precedente de S. Guinefort, o cão injustamente morto pelo dono e feito santo. Os historiadores ignoraram o espectáculo e deixaram ajoelhar consolados os escuteiros, bispos e beatos que foram agradecer a cura do olho esquerdo de D. Guilhermina, órgão que devia ser protegido com grades, não vá um especulador de relíquias arrancar-lho em vida.

O Patriarca Policarpo acusou o Estado de conviver mal com a Igreja, sem compreender a separação e a laicidade a que o estado é obrigado. O Sr. Duarte Pio, com vocação para a asneira, considerou que a canonização «tem mais importância para Portugal do que os «prémios Nobel».

Cavaco Silva, presidente dos portugueses católicos, mais ilustrado em santidade do que em letras, apesar de catedrático em literatura pela Universidade de Goa, afirmou que “será motivo de orgulho e de alegria para todos os que amam o nosso país e a sua história”, certificando de uma só vez o milagre de D. Nuno no olho da D. Guilhermina e os patriotas.

Eu, que me envergonho de muitos factos da nossa história, sobretudo das perseguições aos judeus, torturas da inquisição, esclavagismo, evangelizações, guerra colonial e ditaduras, amo a pátria sem precisar do certificado deste presidente que confunde a sua fé pessoal na cura do olho esquerdo de D. Guilhermina, queimado com salpicos de óleo fervente de fritar peixe, por intercessão de D. Nuno, com as funções que desempenha, que o impedem de certificar milagres e de abdicar da ética republicana a que as funções o obrigam.

26 de Abril, 2009 Carlos Esperança

Nuno Álvares condenado à santidade

Portugal, tão esquecido pelo Vaticano no negócio dos santos, vê Nuno Álvares Pereira perder o prestígio de que gozava e, por causa da santidade, passa a ser gozado. Foi um herói que resistiu à apropriação de Sidónio e de Salazar mas, com quinhentos anos de cadáver, não resistiu aos interesses da Igreja e à satisfação dos beatos.

Valeu a vergonha para que o Presidente da República e o presidente da Assembleia da República não fossem mostrados de joelhos em Roma. Para enxovalho já bastou terem dado o nome para a comissão de honra da canonização de Nuno Álvares a cujo espectro se atribui a cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, queimado com salpicos ferventes de óleo de fritar peixe.

É grave que o Estado tenha sido enredada na cura miraculosa do olho esquerdo de uma devota; é ridículo que os seus mais altos representantes confundam as legítimas crenças individuais com os factos; arruína a reputação de Portugal que, em nome do Estado,  se rubrique como verdade um grosseiro embuste de sabor medieval. É abusivo peregrinar, a expensas do tesouro público, para rezar ave-marias durante a canonização e trazer, depois, santinhos para os amigos.

Se D. Guilhermina tivesse rezado quatro novenas, em vez de duas, e passado a noite aos ósculos na imagem do Condestável, teria curado o olho esquerdo e feito a profilaxia das cataratas. O País não carece de médicos, basta que, na altura certa, reze a um beato que esteja em lista de espera para ser canonizado. Portugal, para sair da crise, só precisa de fé, de rezar o terço e da protecção divina.

Respeito os crentes que, à sua custa, foram a Roma esfolar os joelhos e agradecer a deus a cura do olho esquerdo da D. Guilhermina, mas condeno o ministro, deputados e outros
dignitários que reclamam a representação do Estado em cerimónias que comprometem a a laicidade. Portugal ainda não se emancipou da cumplicidade que, durante a ditadura, a Igreja e o Estado estabeleceram entre si. Os altos representantes deviam usar um cordão sanitário que os abrigasse da vergonha e da falta de ética.

Nuno Álvares foi o herói que a Igreja transformou em colírio rasca para a cura de um olho esquerdo, queimado com óleo de fritar peixe. Com a espada nas mãos não se teria deixado capturar mas, assim, desfeito em cinzas, sucumbiu com duas novenas e deixou-se atravessar por um ósculo de uma beata numa imagem sua.

23 de Abril, 2009 Carlos Esperança

Tentativa de reabilitar um cúmplice de Hitler

Planos da Santa Sé à data da 2ª Guerra Mundial, caso Hitler cumprisse a ameaça de raptar Pio XI.

A notícia foi avançada pelo jornal britânico Daily Telegraph, que cita documentos dos Arquivos Secretos do Vaticano. Com base num serviço do correspondente em Roma, refere que Pio XII disse à Cúria que a sua captura pelos nazis implicaria a sua resignação imediata, abrindo caminho à eleição de um sucessor.

22 de Abril, 2009 Carlos Esperança

Uma chuva de milagres

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Comentário: Com tantos milagres escolheram o pior. O erro de ortografia era escusado.