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Categoria: Religiões

30 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Opus Dei – Inferno para o Céu

Véronique Duborgel relata sem sofismas a sua vivência infernal durante os 13 anos em que esteve ligada activamente à instituição católica.

Grande parte das actividades da Opus Dei, a começar pelo apostolado, é levada a cabo pelos membros supranumerários. Isso consome muito tempo, em detrimento da família. Mas a Opus Dei responde a esta objecção com o argumento da sua escala de valores: 1. Deus; 2. Família; 3. Trabalho; 4. Vida social. Analisemo-la. Deus está primeiro. “Servir primeiro a Deus”.

28 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Milagre que eu conheci

Não cometo a ofensa de pensar que os leitores do Diário Ateísta acreditem em milagres nem a injúria de acusar de semelhante ingenuidade o Papa e os bispos.

Sabe-se que a criação de beatos e santos é um negócio idêntico ao dos aviários e que os milagres estão para a indústria da santidade como as rações para a criação de frangos. É por isso que estão encomendados milagres para João Paulo II, o papa de que há fortes suspeitas de ter acreditado em deus, e para a Lúcia e outros bem-aventurados destinados a tornarem-se patronos de outras tantas caixas de esmolas.

O que aborrece, neste negócio, é o embrutecimento a que condena as pessoas simples, o cinismo com que as quer fazer passar por tolas, o impudor com que a ICAR tenta impor paradigmas medievais e sobrepor a irracionalidade da fé à virtude da razão.

A beatificação dos pastorinhos de Fátima – Francisco e Jacinta – criaram mais dúvidas aos crentes e ridicularizaram mais a sua Igreja do que os escândalos sexuais que minam os estabelecimentos de ensino que lhe estão confiados.

A cura da D. Emília dos Santos que, de vez em quando, ficava paralítica e cujo processo clínico parece ter desaparecido do serviço de psiquiatria dos Hospitais da Universidade de Coimbra, é um embuste tão primário que até os padres envergonha.

A D. Emília de Jesus tinha no Hospital de Leiria, no serviço de Medicina, uma mesinha de cabeceira cheia de santinhos e vasta quinquilharia religiosa que impressionavam o director. Quando, uma vez mais, voltou a andar e foi preciso rubricar um milagre, para a beatificação dos pastorinhos, logo foi confirmada a intercessão conjunta no prodígio.

O Vaticano apressou-se a dizer que o milagre foi certificado por três médicos diferentes, embora espante a convicção de que foram os pastorinhos os autores do milagre obrado. E a D. Emília, que morreu curada, nunca andou bem das pernas e da cabeça.

Aqui ficam os nomes dos médicos, diferentes, que confirmara o milagre: Felizardo Prezado dos Santos, director do serviço de Medicina, no hospital de Leiria, Maria Fernanda Brum, médica do mesmo serviço e esposa do primeiro e uma psiquiatra que, por insondável coincidência, é filha de ambos. Última indiscrição: todos os três médicos diferentes eram servitas em Fátima.

Diz a ICAR que os ateus ridicularizam os milagres. Não se vê que é ela que escarnece a inteligência e envergonha os crentes com os seus reiterados embustes?

25 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Fé, moral e terrorismo

A igreja católica, perante a perplexidade dos crentes, encontra-se sob o escrutínio severo da comunicação social, dos pais e da maioria dos cidadãos. A moralidade que apregoa dissolve-se nos escândalos que a corroem.

O documento secreto de João XXIII, enviado aos bispos, ameaçando excomungar todos os que denunciassem os crimes sexuais cometidos pelo clero, incluindo as vítimas, veio lançar sobre o único papa que mereceu a afeição dos não crentes uma mancha indelével.
A tentação de encobrir os prevaricadores e o péssimo hábito de os transferir de paróquia veio avolumar o opróbrio que recai sobre o Vaticano, um Estado com muitas sotainas e pouca transparência.

Não interessa que o papa se pronuncie ou não sobre o recente e chocante escândalo na Irlanda. As hormonas e a liberdade devoram o último estado totalitário europeu.
João Paulo II teve de aceitar a resignação do amigo, cardeal de Viena, Hans Herman Groer, referido como seu eventual sucessor, um poço de virtudes conservadoras a cuja fulgurante carreira eclesiástica as tentações pedófilas puseram termo. Dos EUA à pia Irlanda, da Espanha à Austrália, as dúvida sobre a virtude dos padres vão aumentando a descrença no seu deus.

Pode, pois, o velho inquisidor Ratzinger vociferar contra o preservativo e exasperar-se  contra o planeamento familiar que os católicos não o escutam. O declínio da fé é uma evidência nas sociedades democráticas.

Urge controlar o terrorismo islâmico onde a hierarquia religiosa ocupa uma pirâmide irregular e sem vértice que dá origem a núcleos de devotos que aceitam tão cegamente o Corão como alguns cristãos o Antigo Testamento.

A recente tentativa de um acto terrorista de dimensões colossais foi sabotada nos EUA por infiltração no grupo assassino e venda de mísseis desactivados. Assusta saber que aqueles selvagens cruéis actuavam isolados, sem ligação a qualquer rede internacional.

Eram exclusivamente movidos pela fé, esse sinónimo do ódio xenófobo, essa demência sublimada na leitura do Corão, essa convicção de que o Paraíso abarrota de virgens e de mel para facínoras que julgam que deus é grande e que Maomé é um profeta respeitável.

22 de Maio, 2009 Carlos Esperança

Irlanda – Protectorado do Vaticano

A Irlanda tem-se caracterizado pela influência eclesiástica a todos os níveis do poder. O reaccionarismo católico só encontra paralelo na dimensão dos escândalos do seu clero. Não há lei modernizadora que não depare com a intolerância da Igreja.

Ainda está na lembrança de todos a ordem do tribunal para reter uma adolescente cujos pais a queriam levar a Londres para abortar, na sequência de uma violação. O tribunal negava-lhe o direito de sair do país perante uma campanha de apoio orquestrada pelos padres. Depois explodiu com estrondo a denúncia do bispo que ocultava a paternidade mas transferia fundos da diocese para criar o filho.

Nos conventos, até 1960, enclausuravam-se as mães solteiras que “envergonharam a família”, a quem roubavam os filhos, e outras que convinha encarcerar para manter indivisa a herança. Eram ultrajadas e maltratadas. Foi a crueldade no máximo esplendor, com o conluio das famílias e do clero católico, durante longas décadas, até à decisão dos tribunais, que levou ao encerramento dos conventos/prisões e à libertação das detidas.

Agora surgem acusações de violências e abusos comprovados num relatório impecável: privação de alimentos, violências sexuais e agressões físicas a crianças. Um oceano de horrores em charcos de água benta.

Revela-se a perversão, o drama de milhares de crianças a quem roubaram a felicidade e os crimes do clero (padres e freiras) contra vítimas que deviam cuidar. O que revolta é a inépcia do Estado para controlar instituições religiosas porque, em vez da autonomia, há a conivência que impede a defesa da dignidade humana e a investigação dos crimes.

Durante seis décadas foram vítimas de abusos sexuais, violências físicas e humilhações, milhares de crianças, com o conhecimento das autoridades políticas e religiosas, com a cultura do silêncio a vigorar enquanto a vida de crianças era dramaticamente destruída.

Já, várias vezes, o Diário Ateísta levantou o problema da defesa dos direitos das freiras e dos monges enclausurados, a necessidade de psicólogos, assistentes sociais e médicos verificarem se a clausura é uma decisão livre ou a reclusão pia coberta pelo manto da fé e do poder discricionário do clero. A violência não é só contra crianças.

Só tivemos insultos. Defender a liberdade, contra os preconceitos da fé, é um dever que pode custar caro e demora. Como se vê na devota Irlanda.

Nota: Não podemos esquecer as crianças vítimas das madraças islâmicas.

18 de Maio, 2009 Ricardo Alves

Pior, é sempre possível

A comunidade muçulmana não quer que se distribuam preservativos nas escolas. Segundo David Munir, não deve sequer haver «contacto físico» entre rapazes e raparigas antes do casamento.

Fantástico. É sempre possível pior. Se a ICAR nos quer manter no século 19, o Islão quer levar-nos para a Idade Média. Se a ICAR aceita o contacto físico antes do casamento mas não o sexo, o Islão não aceita nem um nem outro. Felizmente que são ultra-minoritários na ocidental República lusitana.