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Categoria: Religiões

7 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Cavaco, o defensor da fé

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Cavaco Silva não gosta de deixar cair os amigos. Ultimamente há quem alvitre que não costuma ser muito feliz nas escolhas.

A reacção de «estupefacção» pela saída de João Lobo Antunes do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida» (CNECV), que acabou o mandato, é uma reprimenda à legítima decisão do Conselho de Ministros de não o reconduzir.

Sabe-se que Cavaco é amigo do peito e da hóstia de João Lobo Antunes, seu mandatário presidencial, como, aliás, o tinha sido de Jorge Sampaio. João Lobo Antunes e Daniel Serrão são considerados os expoentes máximos do conservadorismo católico que há muitos anos confiscou o CNECV. O PR não pode ser um fiel zelador da religião que professa ainda que a salvação da alma o possa apoquentar.

Pode compreender-se a reacção do presidente da comissão de honra para a canonização de Nuno Álvares Pereira, após a brilhante cura do olho esquerdo de D. Guilhermina de Jesus, com óleo de fritar peixe, mas não se aceita que o Presidente da República critique uma legítima decisão do Conselho de Ministros e, muito menos, que à isenção do cargo que exerce sobreponha a beata militância do prosélito.

Cabe ao PR defender a Constituição e não os desejos da Conferência Episcopal.

Pode ampliar a notícia aqui.

6 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Vaticano – 44 hectares de insensibilidade

Na passada segunda-feira fui convidado da SIC – Notícias para comentar os assuntos da imprensa escrita matutina, que me chamassem a atenção, no programa diário das 10H00 às 12H00. Como a minha presença era na qualidade de presidente da Associação Ateísta Portuguesa (AAP) optei naturalmente por temas relativos às religiões.

Uma das notícias seleccionadas foi esta em que se que referia que os descendentes dos sacerdotes poderão receber apelidos dos pais e herdar os bens pessoais. Na inocência da minha descrença houve lugar para me regozijar com a decisão da Igreja católica. Não por ser um acto generoso mas porque é um elementar dever de paternidade transmitir o nome aos descendentes e um direito destes o conhecimento do progenitor.

O mais insensível dos homens há-de sentir vergonha a remeter-se á clandestinidade da paternidade e a ocultar o acto de amor que fez uma criança. Mas o Vaticano não pensa assim. Tem ideias fixas sobre a família mas hesita em reconhecer ao clero a capacidade reprodutora e aos seus descendentes o direito à paternidade.

Bem sabemos que o celibato forçado dos padres tem a ver com o poder do Vaticano e muito pouco com a virtude. A última teocracia europeia não reconhece a Declaração Universal dos Direitos do Homem e os direitos das crianças de nada valem perante a virtude dos seus padres, virtude que permanece desde que se ocultem os «pecados».

Por isso não é de estranhar a impiedosa decisão papal:   O Vaticano desmentiu estar a estudar a atribuição de direitos filhos de padres, conforme noticiara o jornal italiano “La Stampa”.

6 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Malditas religiões

The New York Times

No mundo árabe, trata-se de um desporto incomum [luta livre], mas um técnico aqui de Diwanyia decidiu criar uma equipe de luta livre feminina, em janeiro, a primeira da história do Iraque. As lutadoras adoraram a ideia, e já sonham competir em uma Olimpíada.
(…)
Um morador disse que elas deveriam ser “massacradas”, caso persistam. Um líder religioso xiita afirmou que a equipe deveria ser proibida, porque luta livre pode resultar em promiscuidade e “transgressões” contra o islamismo.

5 de Agosto, 2009 Ricardo Alves

Agência católica ataca ICAR

«Os católicos mudaram várias passagens da Bíblia para adaptá-las às suas próprias ideias, que nenhum estudioso, crente ou não, poderia encontrar nos textos originais. Portanto, são um grupo com expressões e formas religiosas parecidas com as cristãs, mas que tentam fazer-se passar por uma igreja cristã sem sê-lo. Em definitivo, são uma seita, que pretende ter mais e mais adeptos e mais e mais dinheiro deles e, assim, maior influência.»

5 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

A fé e a crise

Quando a ciência avança vacila a fé. A lepra cuja cura era um truque favorito de JC não resistiu às sulfamidas, à higiene e aos antibióticos. As epidemias, que rendiam orações e promessas, foram controladas, não pela graça divina, mas pela descoberta das vacinas.

Mas, à medida que a ciência avança, novos problemas nos desafiam e, nos períodos de crise, as religiões florescem. A doença, a fome e a guerra são os alimentos predilectos da fé. A irracionalidade atinge o auge com o desespero, os deuses ganham clientes e os padres  arrecadam esmolas.

Também os bruxos, quiromantes e outros parasitas da desgraça alheia, vêem aumentar a clientela e os honorários. A ciência é recente e ainda não eliminou medos e superstições geneticamente assimilados ao longo dos séculos.

Não sei o que leva os homens e as mulheres a ajoelharem-se perante outros homens que têm o hábito de se vestirem de mulheres, fazerem sinais cabalísticos e borrifarem os clientes com água normal a que chamam benta.

As angústias da vida  e séculos de sujeição estão na origem  desta perda da razão a favor da fé, da quebra da dignidade por submissão ao medo e da troca da posição vertical por genuflexões e rastejamentos.

Quando as pessoas se curarem dos terrores da fé, poderemos construir uma sociedade de homens e mulheres livres, sociedade eternamente adiada, à espera de que as desgraças deixem de bater à porta dos que sofrem e crêem.