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Categoria: Religiões

5 de Setembro, 2009 Carlos Esperança

Vaticano – Finalmente algo moderno

Está confirmado: Bento XVI vai encontrar-se, no próximo dia 21 de Novembro, com um grupo de artistas modernos: arquitetos, músicos, pintores, escultores, escritores e cineastas. O evento será apresentado na Sala de Imprensa, no próximo dia 10.

4 de Setembro, 2009 Carlos Esperança

O Papa, o PR e o «testamento vital»

Que o Papa Bento XVI tenha reagido mal a uma carta subscrita por 41 párocos italianos, a apoiar o direito dos doentes terminais a recusarem o tratamento, é a prepotência que se compreende no líder vitalício e autoritário de uma teocracia. Não lhe falta a experiência iniciada nas juventudes nazis e consolidada à frente da Congregação para a Doutrina da Fé (ex-Santo Ofício), nem a firmeza, para impor a verdade única e o castigo adequado à heterodoxia dos referidos sacerdotes.

Já se compreende mal que o Presidente da República de Portugal, que nunca pertenceu à Legião Portuguesa, à PIDE ou à União Nacional, advirta o poder legislativo contra uma lei que peca por tardia e a que sobra humanidade.

O direito de decisão dos doentes não é um favor do Estado nem uma decisão que o PR ou o Papa devam impedir, é um sinal de respeito pelos cidadãos que cabe ao Parlamento expressar pela via legislativa.

Há na cultura judaico-cristã uma tradição que obriga ao sofrimento com base na alegada vontade divina, interpretada por gerações de clérigos e assimilada por beatos capazes de negar o direito à autodeterminação individual, mas os avanços da medicina possibilitam hoje evitar o tormento e desespero dos últimos momentos de vida.

O testamento vital não é uma obrigação mas, tão somente, uma decisão do foro íntimo que cabe ao Estado respeitar. É tão anacrónico impedir o exercício deste direito como seria intolerável impô-lo.

Os cidadãos não podem estar sujeitos às idiossincrasias de líderes que prezam mais as indicações do chefe da sua religião do que a vontade individual dos seus compatriotas. Ninguém tem o direito de se servir do aparelho de Estado para exercer o proselitismo a que se julga obrigado. Os titulares dos órgãos da soberania não têm de ser ateus, crentes ou agnósticos, devem ser neutros, em matéria religiosa, no exercício das suas funções.

O lei do testamento vital que o PS adiou para a próxima legislatura depois da manifesta ameaça do PR é uma exigência ética que não pode estar dependente das concepções beatas de um PR mais interessado na remissão dos pecados e na salvação da alma do que na defesa dos direitos individuais dos portugueses.

É urgente que a próxima Assembleia da República legisle sobre este assunto ainda que os bispos se enraiveçam e o Prof. Cavaco termine o mandato a rezar ave-marias.

30 de Agosto, 2009 Carlos Esperança

Crenças e crentes

Discordo da doutrina que atribui aos cidadãos a «culpa da não formação conveniente da personalidade». Com todo o horror que foi o nazismo, não consigo ver nos alemães os algozes da humanidade. Hoje, são dos mais coerentes anti-nazis e convictos europeístas.

Também os polacos, croatas, austríacos, e muitos outros, se deixaram entusiasmar por essa orgia de sangue e ódio de que só as doutrinas totalitárias são capazes. Quem deu a Hitler os atestados de baptismo que facilitaram a triagem dos judeus foram os clérigos cristãos. O nazismo e o fascismo foram de natureza secular mas sem os preconceitos anti-semitas dos cristãos a loucura nunca teria atingido tais dimensões e sido tão cruel.

O mais hediondo que precedeu a guerra de 39/45 aconteceu em Espanha, sob a égide de Franco, com a participação da Igreja católica, incluindo a figura sinistra de Escrivá, nazi, franquista e futuro santo.

O Opus Dei nasceu à sombra do franquismo, cresceu com o assassínio dos republicanos e santificou-se graças ao dinheiro com que salvou da bancarrota o Vaticano, após os desfalques do arcebispo Marcinkus no banco Ambrosiano para subsidiar o sindicato Solidariedade na Polónia.

O Opus Dei é a Al-Qaeda do catolicismo com outra forma de actuar. Não condenemos os cristãos pelos crimes que cometeram ou pelos do Papa. Os crentes apenas são vítimas da intoxicação da catequese.

É o que sucede com os judeus ortodoxos, convictos de que são o povo eleito, sionistas, tão intolerantes como os mullás ou o papa católico.
O Islão entrou em roda livre numa demência fascista que põe em risco a civilização e a paz. Não podemos incriminar os muçulmanos pela fanatização a que os sujeitam nas madraças e mesquitas mas devemos vigiar os pregadores do ódio e desmascarar o livro sinistro que os intoxica – o Corão.

As religiões, tal como outras associações, não podem andar à solta, a espalhar o ódio, a xenofobia, o racismo e a violência. Os livros ditos sagrados devem passar pelo crivo da civilização e ser desmascarados. É neles que reside a maldade e a violência de que dão testemunho as vítimas intoxicadas pelos parasitas de deus.