Loading

Categoria: Religiões

23 de Janeiro, 2018 Carlos Esperança

Um texto escrito quando JP2 ainda não fazia milagres

Lágrimas de crocodilo

O enviado de João Paulo II a Auschwitz, Cardeal Jean-Marie Lustiger, lembrou as posições do Papa contra o anti-semitismo, de forma especial «por parte dos cristãos» – diz a Agência Ecclesia.

Vamos desmascarar o tartufo enquanto o islão afirma o seu ódio sem preconceitos.

O sionismo agressivo e expansionista, a funcionar como demência simétrica do fascismo islâmico, não pode servir de alibi ao silêncio que muitos gostariam de fazer sobre o holocausto e ao branqueamento dos crimes a que o antissemitismo conduziu.

Recordar os reis católicos de Espanha e a crueldade cristã com que perseguiram, espoliaram e queimaram judeus, é apenas referir o zelo apostólico e a selvajaria da fé.

O islamismo é um plágio grotesco do cristianismo a que falta a influência da cultura helénica e do direito romano. À medida que os mercenários de Alá se dão conta do crepúsculo da sua civilização falhada, acirram os crentes e atiram-nos para o martírio a troco de umas orgias no paraíso onde se alimentam com rios de mel para satisfazerem as fantasias sexuais com setenta virgens que lhes reservam os mullahs. Só as mulheres devem continuar a conformar-se com a burka, a submissão e o opróbrio.

A cegueira religiosa, alimentada pelos parasitas de Deus, conduz os crentes (cristãos, muçulmanos e judeus) a confiar nos livros sagrados, como se estes fossem certidões notariais, reclamando territórios que a vontade divina lhes legou sem admitirem, ao menos, após séculos, o direito por usucapião. Deus é um pretexto para crimes que o poder, a ambição e a inveja reclamam.

JP2 vem agora condenar o antissemitismo e arvorar-se em campeão da tolerância. É o descaramento de quem beatificou Pio IX que chamava «cães» aos judeus e protagonizou um dos mais ignóbeis catos de antissemitismo. Pio IX foi cúmplice no rapto de um menino judeu de seis anos, Edgardo Mortara, sob o pretexto de ter sido batizado ‘in extremis’ por uma criada, após o nascimento. Foram impotentes os pais para recuperar o filho raptado pela polícia papal e de nada valeu a indignação mundial. Encarcerado num mosteiro terá acabado por ser ordenado padre.

S. João Crisóstomo considerava bordéis as sinagogas e o imperador Constantino odioso o povo judeu.

O zelo dos cruzados na sua exterminação, nas deslocações à Terra Santa, ficou como marco indelével da crueldade racista e religiosa.

Não foram os nazis os primeiros a instituírem o gueto e a obrigarem os judeus ao uso de um distintivo amarelo. Coube ao Papa Paulo IV, no séc. XVI, essa infâmia.

A oração pelos «pérfidos judeus», que fazia parte da liturgia da Sexta-feira Santa do Missal Romano, manteve-se depois do holocausto. Foi João XXIII que acabou com essa devota manifestação de ódio.

Quem protegeu proeminentes nazis procurados por crimes contra a humanidade e lhes facilitou refúgio nas ditaduras sul-americanas de forte influência católica?

Deixemos, por hoje, o papa de Hitler. Pio XII merece centenas de artigos.

18 de Janeiro, 2018 Carlos Esperança

Quando a ICAR nega o antissemitismo

 

Peço desculpa aos leitores pelo lapso de um quadro
completamente alheio ao título e ao D1A, agora
substituído pelo correto (16H00).

 

17 de Janeiro, 2018 Carlos Esperança

A fé e a liberdade

Herdeiro do Renascimento e do Humanismo, o Iluminismo fez do século XVIII o «século das luzes».

Foi o confronto dialético entre a cultura greco-romana, que os sábios do Renascimento retomaram, e a escolástica medieval, que o clero romano se esforçou por preservar, que fez germinar o Iluminismo.

O ceticismo de Hume, filósofo e historiador escocês, arrasou os dogmas religiosos e abriu as portas da modernidade.

Hoje, com a secularização e a razão a avançarem nos países europeus, assistimos à aflita revolta do clero ansioso pelo retorno à fé e aos valores medievais.

Os milagres da Igreja Católica são a mais demente manifestação de obscurantismo e a mais torpe tentativa de manipulação contra a ciência e o progresso. É o desespero da fé, que definha, contra a secularização que avança. O retorno aos dogmas e a chantagem sobre os Governos democráticos são uma obsessão das Igrejas cristãs que convocam o histerismo dos seus padres e o fanatismo dos crentes contra a modernidade.

Os mitos agradam aos crédulos enquanto a reflexão crítica é apanágio dos herdeiros do «século das luzes» que as religiões, em geral, e o Islão, em particular, se esforçam por apagar.

Os crentes exultam por viver de joelhos, os céticos têm a coragem de se manter de pé.

23 de Dezembro, 2017 Carlos Esperança

Dez razões atribuídas a um grande político inglês

As dez razões pelo qual o Alcorão oprime e insulta as mulheres”

10 – Um marido tem sexo com sua esposa tal como um arado em um campo sujo. O Alcorão, na Sura (Capítulo) 2:223 diz:

“Vossas mulheres são, para vós, campo lavrado. Então, achegai-vos a vosso campo lavrado, como e quando quiserdes…” (trata-se de uma instrução quanto à posição sexual)

9 – Os maridos estão um grau acima de suas esposas. O Alcorão na Sura 2:228 diz:

“as Esposas têm os mesmos direitos que os maridos têm de acordo com os princípios gerais conhecidos. Naturalmente, os homens estão um grau acima delas no seu estatuto”

8 – O homem ganha sempre o dobro da partilha da herança que a mulher tiver direito. O Alcorão na Sura 4:11 diz:

“Ao homem, cota igual à de duas mulheres”

7 – O testemunho de uma mulher vale metade do testemunho de um homem. O Alcorão na Sura 2:282 diz:

“E tomai duas testemunhas, dentre vossos homens. E, se não houver dois homens, então um homens e duas mulheres, dentre quem vós aceitais por testemunhas, pois, se uma delas se descaminha da lembrança de algo, a outra a fará lembrar.”

6 – Uma esposa pode casar-se com seu ex-marido se, e apenas se, ela se casar primeiro com outro homem, ter relações sexuais e, então, o segundo homem se divorciar dela. O Alcorão na Sura 2:230 diz:

“E, se ele se divorcia dela, pela terceira vez, ela lhe não será lícita, novamente, até esposar outro marido. E, se este se divorcia dela, não haverá culpa, sobre ambos, ao retornarem um ao outro”

5 – Escravas são propriedade sexual de seus donos masculinos. O Alcorão na Sura 4:24 diz:

“E vos é proibido desposardes as mulheres casadas, exceto as escravas que possuís”

4 – Um homem pode ser polígamo com até quatro esposas. O Alcorão na Sura 4:3 diz:

“Se temerdes ser injustos no trato com os órfãos, podereis desposar duas, três ou quatro das mulheres que vos aprouver. Mas, se temerdes não poder ser equitativos para com elas, casai, então, com uma só, OU CONFORMAI-VOS COM O QUE TENDES à MÃO” (***-> destaque para esta última frase)

3 – Um polígamo Muçulmano pode livrar-se sem problemas de maior de qualquer das esposas que considerar indesejáveis. O Alcorão diz na Sura 4:129:

“Não podereis, jamais, ser equitativos com as vossas esposas, ainda que nisso vos empenheis. Por essa razão, não declineis demasiadamente uma delas, antes largai-a como se estivesse abandonada; porém, se vos reconciliardes e temerdes, sabei que Deus é Indulgente, Misericordiosíssimo.”

2- Maridos podem bater nas suas esposas. Por incrível que possa parecer, basta que os maridos DESCONFIEM que as suas esposas possam estar desobedientes (independentemente de se conseguir provar se as esposas realmente tenham sido desobedientes. (como se violência doméstica de qualquer forma fosse aceitável). O Alcorão na Sura 4:34 diz:

“àquelas de quem temeis a desobediência, exortai-as, pois, e abandonai-as no leito, e batei-lhes. Mas caso elas vos obedeçam, não busqueis meio de importuná-las. Por certo, Allah é altíssimo e grande.”

1 – O CASAMENTO PODE SER TEMPORÁRIO e aos HOMENS ADULTOS É PERMITIDO CASAR COM MENINAS PRÉ-ADOLESCENTES. O Alcorão na Sura 65:1 diz:

“Ó Profeta! Quando vos divorciardes das mulheres, divorciai-vos delas dentro do período de tempo inicialmente acordado para a duração do casamento. E contabilizai bem esses períodos”

O Alcorão na Sura 65:2 diz:

“Todavia, quando tiverem cumprido o seu término prefixado, tomai-as em termos equitativos ou separai-vos delas, em termos equitativos. Em ambos os casos fazei-o ante testemunhas equitativas, dentre vós, e justificai o testemunho ante Deus”

 

O Alcorão na Sura 65:4 diz:

“Quanto àquelas, das vossas mulheres, que tiverem chegado à menopausa, se tiverdes dúvida quanto a isso, o seu período prescrito será de três meses; o mesmo será no que respeita àquelas que ainda não tiverem chegado à condição de menstruar”

11 de Dezembro, 2017 Carlos Esperança

Jerusalém e a Assembleia da República (AR)

A maldição da cidade santa de três monoteísmos, que se digladiam entre si, transforma-a num barril de pólvora pronto a explodir à aproximação de qualquer detonador.

O proselitismo religioso e o expansionismo sionista conjugaram-se para dificultar a paz e a convivência entre Estados. O caminho do Paraíso que aí buscam, através de orações e bombas, os muçulmanos, judeus e cristãos, fazem da cidade um Inferno, e da região o húmus onde germina o ódio e o terrorismo.

Para ampliar a tragédia, quiçá para antecipar o Armagedão, faltava o reconhecimento de Jerusalém como capital de Israel e o anúncio da transferência da embaixada dos EUA de Telavive para Jerusalém, decididos por Trump, contra os avisos de líderes mundiais e as sucessivas decisões da ONU, num intolerável atropelo ao direito internacional.

Jerusalém, cidade do Muro das Lamentações, da Basílica do Santo Sepulcro e do Domo da Rocha, que inclui a Mesquita de Al-Aqsa, foi o local de partida de Cristo e Maomé a caminho do Paraíso de cada um deles, segundo a mitologia das respetivas religiões, e é a cidade onde os judeus ortodoxos cabeceiam o Muro das Lamentações.

Não se sabe se a decisão irracional, de consequências imprevisíveis para a região e para o mundo, teve em vista desviar atenções das investigações por corrupção de Netanyahu e da interferência da Rússia nas eleições que conduziram Trump à presidência e que ora conseguiu, pela primeira vez, unir o mundo. Contra os EUA e Israel.

Portugal “condena o reconhecimento de Jerusalém como capital do Estado de Israel pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump”, com votos favoráveis de todos os partidos, perante um voto apresentado por BE, PS e PAN. Com a enigmática abstenção de João Soares (PS) a várias propostas, houve unanimidade em todos os partidos, PSD, PS, PCP, BE, PEV, PAN, só quebrada no CDS. Vale a pena averiguar os problemas de consciência que dilaceraram o partido mais à direita, onde a líder, prudentemente, votou com outros deputados a condenação dos EUA.

O que terá levado cinco deputados do CDS a absterem-se e Teresa Caeiro e João Rebelo a votarem contra?

5 de Dezembro, 2017 Carlos Esperança

A Universidade de Coimbra e a missa da Imaculada

A Universidade de Coimbra é capaz do melhor e do pior, de gerar cientistas de elevado mérito e beatos capazes de conduzir a caldeirinha, com o hissope, atrás das saias de um capelão. Tem investigadores notáveis e beatos de rara sofreguidão teófaga, deliciando-se com a missa e hóstia diárias, às vezes os mesmos, assunto que devia ser de natureza particular, e seria de intolerância e mau gosto comentar.

Acontece, porém, que o Magnífico Reitor entende que na Universidade, onde a tradição e os dinheiros públicos mantêm um capelão, deve ser ele e o capelão a convidarem os professores, alunos e funcionários, para a missa de homenagem à padroeira da Universidade – a Imaculada Conceição –, que terá lugar a 8 de dezembro, pelas 12H00, na capela de S. Miguel.

Que o capelão, no exercício das funções, convide os créus a assistir a uma cerimónia da sua religião, compreende-se. Permite, aliás, ver a magnífica capela, uma relíquia da arte sacra, e, no caso dos devotos, venerarem um dos numerosos avatares da mãe de Jesus que o Papa Pio IX, em 8 de dezembro de 1854, tornou obrigatoriamente virgem, como é hábito milenar para as mães de diversos deuses.

O que não é aceitável é que a mais alta entidade académica, de uma Universidade laica, se comporte como o diretor de uma escola confessional ou o mullah de uma madrassa. Quem preside ao areópago da Ciência e das Humanidades não pode dedicar-se às coisas pias, sobretudo num país laico onde a separação das Igrejas e do Estado é obrigatória.

São exemplos destes que levaram uma ilustre e beata professora, quando vice-reitora, a propor a recriação da Faculdade de Teologia, o que não conseguiu porque o bom senso e a formação cívica do corpo docente a inviabilizaram.

Uma faculdade de teologia teria certamente licenciaturas em islamismo, cristianismo e judaísmo, bacharelatos em hinduísmo, xintoísmo e budismo, graduações em lançamento de búzios, mestrados em tarô e bruxaria, e doutoramentos em exoterismo.

Não falei dos méritos – são muitos –, que exornam a Universidade de Coimbra, lamento as atitudes que a desprestigiam. A Universidade devia ser o último reduto na defesa da laicidade e não a vanguarda do convite à genuflexão pia, à prática litúrgica e à devoção.

23 de Novembro, 2017 Carlos Esperança

Darwin e a Evolução das Espécies

Porque contraria a doutrina sobre a criação do mundo, compreende-se a dificuldade das religiões em aceitarem a teoria da evolução das espécies, mas as evidências acabaram por convencer os mais empedernidos teólogos, apesar de delirantes explicações achadas.

No entanto, há clérigos tão refratários à ciência que, quando ouvem falar dela, lembram o general fascista Millán-Astray, a puxar da pistola ao ouvir falar de inteligência. Tais clérigos são um bom indício para perpetuar dúvidas sobre a evolução.

O padre António, da Ruvina, pároco da Miuzela do Coa, em meados do século passado, advertia as mulheres para não se sentarem nos burros como os homens. A misoginia era atributo pio, mas a posição de cavalgar os asnos era delírio eclesiástico. A mulher, nem a andar de burro podia abrir as pernas. Soube, depois, que outros clérigos, com idêntica mentalidade, se opunham à equitação feminina.

Na Arábia Saudita, onde as mulheres, após a última Guerra do Golfo, ousaram conduzir automóveis, foram vergastadas em público, para satisfação do misericordioso Profeta e salvaguarda da tradição do tempo em que o camelo era o último modelo de veículo.

Quando se pensava que a imaginação do clero, na demente misoginia e horror ao prazer, não podia criar novos interditos, aparece um pastor da Igreja evangélica de um país letino-americano a avisar as devotas contra o uso da bicicleta, por ameaça à virgindade.

Não é a demência de um pastor que inquieta, é a capacidade de persuasão do fanatismo e a facilidade de difundir preconceitos e interditos contra as mulheres.

O protestantismo evangélico está politicamente organizado, e dispõe de uma bancada de 126 deputados no Parlamento brasileiro. É uma preocupação mais, para a democracia.

Quanto mais imbecil e cruel for uma crença, mais sedutora se torna e mais crentes atrai. O pastor não é um idiota isolado, é uma metáfora da estupidez pia. Se mandar rezar para que chova ou faça sol, não lhe faltarão devotos a cair de joelhos e a orar.