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Categoria: Religiões

7 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Coisa mortas não ressuscitam

Carta aberta ao Papa para renovar a Igreja

O jesuíta egípcio Henri de Boulad, de rito melquita, de 78 anos de idade, endereçou uma carta aberta ao Papa Bento XVI, que circula na Internet. Confessa que o seu coração sangra ao ver “o abismo em que se está a precipitar a nossa Igreja”.

Manifesta as suas preocupações. Em primeiro lugar, o “constante decréscimo da prática religiosa”. São poucas as pessoas e quase todas da terceira idade que frequentam as igrejas na Europa.

5 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Itália – um país exótico

Luigi Tosti

Luigi Tosti

Roma está, desgraçadamente, perto do Vaticano. Os acordos de Latrão, celebrados com Mussolini ,deram ao Papa dinheiro, poder e influência e a concordata impôs o ensino da religião católica nas escolas do Estado. O papa considerou o ditador fascista Benito Mussolini enviado da Providência, mas as vicissitudes da história ou a falta de jeito do defunto ditador para obrar milagres têm impedido a sua canonização.

Porém, o tratado de Latrão, celebrado entre o enviado da Providência e o seu assumido representante legal, jamais foi revogado. As paredes das escolas e repartições públicas ainda exibem crucifixos sem respeito pela diversidade cultural e liberdade religiosa.

Um juiz – Luigi Tosti (na foto) – recusou-se a fazer julgamentos numa sala que exibia um crucifixo. Em 2003 quis retirar o símbolo católico e foi impedido pelos seus superiores. Como livre-pensador pretendeu que os Cristos dependurados nas cruzes fossem exonerados dos tribunais italianos.

A Asociación Civil 20 de Setiembre – Librepensamiento – Tolerancia – Humanismo
– acaba de informar que o referido juiz italiano Luigi Tosti foi afastado das suas funções. A Europa, cuja liberdade foi conquistada na luta das suas elites contra a toda poderosa Igreja católica, assiste impassível a este atropelo que põe em causa a liberdade religiosa e a laicidade do Estado.

No bairro de 44 hectares, um papa reaccionário baba-se de gozo, em silêncio, numa atitude igual à do fascismo islâmico onde a religião é um dever público e não um direito privado.

A Europa não pode ficar refém do incenso e da água benta.

4 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

REFLEXÕES SOBRE RELIGIÃO

Por

C S F

As religiões baseiam-se num pensamento ilusório que falseia a origem do universo e do próprio homem cuja validade é apenas justificada pela fé.

Combina um máximo de subserviência com um máximo de idealismo do conhecimento que apenas admite o eu como realidade (solipsismo).

Inventa-se ver e não se procura ver.

Perguntas:

Se o criador inventou a realidade naturalmente e sem esforço, por que razão havemos de o louvar servilmente por isso?

O universo e certas paisagens terrenas inóspitas demonstram que o criador foi deliberadamente indiferente e hostil ao homem e a toda a vida!

Se um deus pode curar um cego num milagre, por que razão não optou por erradicar a cegueira?

Que sentido tem o criador, depois de expulsar os demónios, tê-los feito entrar numa vara de porcos? Só porque estes animais serem desprezíveis aos olhos dos homens da época em que foi contada a parábola?

As rezas são contínuas e, muitas vezes realizadas para debelar catástrofes impressionantes, mas nunca se vêm resultados?

A cura das consequências de um pingo de óleo fervente num olho duma cozinheira, em casa de um padre, é suficiente para catapultar um nobre militar medievo a santo centenas de anos depois de ter morrido (Nuno Álvares Pereira)?

Há quem afirme que a religião pode não ser verdadeira, mas que isso não importa porque é eficaz a dar consolo a muitos…

Se a conversão às religiões foi desde sempre efectuada pela força do poder de Estado e dos seus exércitos, agora que temos mais liberdade e as nossas vidas não estão em perigo, por que razões devemos aderir aos rituais?

4 de Fevereiro, 2010 Carlos Esperança

Eficácia duvidosa…

Fiéis rezam pelos doentes

O 18º Dia mundial do doente será assinalado com a celebração da Eucaristia, na Capelinha das Aparições. Em 2010 comemora-se as bodas de prata da Pastoral da Saúde.

28 de Janeiro, 2010 Carlos Esperança

João Paulo II e a autoflagelação

A notícia de que JP2 se autoflagelava não surpreende quem conhece os hábitos do Opus Dei e a concepção do deus cruel do Antigo Testamento que se baba de gozo quando os crentes se mortificam.

Não se conhecem os pecados de JP2, um papa supersticioso que acreditava em deus, e que, certamente, julgava redimi-los com a dor física e actos cruéis sobre si próprio.

O papa polaco escreveu, em 1986, na sua carta anual aos padres.: «O que temos de ver nestas formas de penitência – às quais, infelizmente os nossos tempos não estão habituados – são os motivos: amor a Deus e a conversão dos pecadores».

Que haja um deus que se suborne com o sofrimento para converter aqueles que o Papa considera pecadores, diz bem da impiedosa imaginação dos homens da Idade do Bronze, que criaram o deus abraâmico à sua imagem e semelhança. Que um papa, por mais primário e supersticioso que fosse, acreditasse no método e em tal deus, só revela o primarismo da fé no ambiente rural e crédulo da Polónia da sua infância.

O hábito de dormir nu, no chão, é outro acto de masoquismo de quem pensava que deus existia e o veria na ridícula postura e impudica exibição. E o facto de desfazer a cama para enganar quem tinha a tarefa de a voltar a fazer é de quem não hesita em iludir para agradar ao seu deus.

A deriva retrógrada do Vaticano, em acelerado regresso ao concílio de Trento, vê-se, não só no exemplo pouco recomendável de Karol Wojtyla, mas na divulgação dos actos ridículos no livro da autoria de monsenhor Slawomir Oder intitulado «Porque ele é um santo, o verdadeiro João Paulo II».

Aquele santo, João Paulo II, precisava de companhia que lhe aquecesse os pés, não de um martírio que o conduzisse ao delírio místico de dormir nu, no chão. Necessitou de quem o tivesse levado ao médico para o medicar e evitado que se autoflagelasse.

Enfim, que a demência seja equiparada à santidade, para efeitos de canonização, é um direito de quem tem alvará para fabricar santos, mas não pode esperar de um deus que se regozija com as figuras tristes de quem acredita nele, que convença alguém a levá-lo a sério.

O deus cruel, vingativo, violento e xenófobo do Antigo testamento continua vivo na demência mística de quem julga representá-lo e a ser apontado como exemplo de infinita bondade.