Loading

Categoria: Religiões

29 de Junho, 2010 João Vasco Gama

Pequenos episódios das guerras religiosas

Desta feita, em Jacarta:

«O grupo que consiste em nove membros representando diferentes organizações islâmicas na cidade, formou-se no Domingo, o último dia do congresso Islâmico Bekasi na mesquita Al Azhar, convocado para dar resposta ao, assim chamado, “problema da cristianização“.

Entre as recomendações deste congresso está a formação de grupos militantes islâmicos, laskar, no seio de cada mesquita, e o esboço de políticas baseadas na Charia pela administração Bekasi.

Todos os muçulmanos deveriam unir-se e manter-se em guarda, pois… os cristãos estão a preparar alguma“, disse ao Jakarta Globe Mur hali Barda, cabeça da ala Bekasi da linha-dura da Frente de Defesa Islâmica (FPI).

Aparentemente, querem testas a nossa paciência. Planeamos convidá-los para um diálogo para determinar aquilo que realmente querem. Se as conversações falharem, isso pode significar guerra”, avisou.»

Uma entre muitas ilustrações do difícil convívio entre crenças baseadas não naquilo que é partilhável – as observações da realidade – mas sim naquilo que é divisivo, os dogmas e as superstições dos antepessados.

26 de Junho, 2010 Carlos Esperança

São Guinefort – cão, santo e mártir

São Guinefort era um santo muito incomum, e a sua história é verídica. Na verdade, ele era um Greyhound que viveu na França no século 13. Para o povo, ele era amado e venerado.

Para a Igreja, que de início não percebeu  que São Guinefort era um cão, ele foi um constrangimento. Apesar dos melhores esforços da igreja para acabar com todas as referências a este cão amado, São Guinefort permaneceu popular por 700 anos, até a década de 1940. O dia de São Guinefort é 22 de Agosto e, embora seja considerado o protector das crianças, podemos pedir sua protecção para nossos queridos galgos e outros animais.

25 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Conselho da Europa critica proibição total do véu islâmico

ESTRASBURGO (Reuters) – O Conselho da Europa, um órgão dos direitos humanos, condenou nesta quarta-feira a proibição total dos véus usados por mulheres muçulmanas, como cogitam alguns países europeus, mas também pediu aos seguidores do Islão que rejeitem costumes que negam os direitos femininos.

Comentário: O Islão não aceita a laicidade do Estado nem a igualdade entre os sexos. É, pois, uma religião anti-humana, misógina e tribal. O cristianismo também era mas o seu clero foi reprimido politicamente, o que permitiu as democracias.

23 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Franco entregou seis mil judeus ao regime nazi

Nunca falo da Guerra Civil de Espanha sem me horrorizar da violência que grassou dos dois lados da barricada, da cumplicidade da Igreja católica com os sediciosos e da onda de anticlericalismo que degenerou em barbaridades inimagináveis.

Depois de derrubado o Governo legal, Franco persistiu em assassinar adversários e nem o clero republicano poupou à fúria sanguinária, sem que lhe faltassem bispos, padres e cardeais a anunciarem que o infame era enviado da Providência.

Houve centenas de milhares de vítimas e raras famílias escaparam à orgia de terror que invadiu o país e ao ódio que está longe de ter desaparecido. Para reavivar feridas, muito contribuíram os dois últimos Papas, canonizando em doses industriais as vítimas de um dos lados.

Quando as vítimas do outro lado reclamaram os corpos dos familiares que perderam ou quiseram averiguar quem foram os pais que lhes assinaram antes de os entregarem para adopção a biltres fascistas, logo a perseguição se virou contra o honrado e corajoso juiz Baltasar Garzón, impedindo a justiça possível para as vítimas humilhadas.

Franco pertence à galeria dos mais frios e cruéis assassinos do século passado e a Igreja católica espanhola carrega o horror e a humilhação pela cumplicidade e entusiasmo com que colaborou. Desde os Reis Católicos que a violência não encontrava tão entusiástica cumplicidade clerical na onda de terror que dilacerou um povo.

Este artigo do Diário de Notícias levanta o véu de mais uma atrocidade escondida pela imensa teia fascista que sobreviveu à democracia – a entrega de uma lista de seis mil judeus, à Gestapo, pelo embaixador de Franco.

O carácter nazi do franquismo não é surpresa mas surpreende o facto de não ter havido um único campo onde a crueldade do regime não tenha chegado. Por isso os guardiões do nazismo espanhol estão tão preocupados com os esqueletos que esconderam.

21 de Junho, 2010 Carlos Esperança

A baixeza moral e cultural de um católico anónimo

Por

hh – visitante do Diário Ateísta

O Vital (de quem sou amigo) está completamente enganado.
Saramago era um débil e medíocre escritor. Os prémios atribuídos são mais menções politicas do que por mérito.
A cereja em cima do bolo foi o Nobel. Este prémio está demasiado politizado e chega até a ser obsceno. O exemplo de Obama para a Paz é um exemplo de cabo de esquadra. Saramago foi outro exemplo. Temos na CPLP gente com muito mais mérito e com muito mais valor.A politização destes prémios é absurda e acaba por confundir ruído com harmonia.

A morte de Saramago é o fim do veneno e o principio do fim da sua produção. Se não fosse a forma estúpida como lançou as suas imbecilidades para manter a polémica que lhe servia de publicidade aos livros, ele nunca passaria de um escritor completamente esquecido.

Mas, ele sabia há duas formas de se dar mas vistas. Uma, a dos bons, dos melhores. A dos grandes Homens que se fazem notar pelas suas capacidades excepcionais, e que, pela genialidade todos conhecem sem ter que se esforçar. Outra, a dos maus, dos piores, dos mais imbecis. Esses ganham o estrelato pelas piores razões, mas são igualmente conhecidos. Apesar dos piores motivos e dos piores exemplos, encontram seguidores em todos os tempos. è o caso de Hitler, de Stalin e de outros imbecis.

O Vaticano, até hoje, foi demasiado educado com Saramago. No dia do seu deveria ter despejado sobre ele e a sua família os mesmos mimos que em vida esse crápula despejou sobre o Vaticano e toda a a família católica. Aliás, o Vaticano procedeu muito mal por não ter reproduzido as afirmações desse crápula havia feito no dia da morte de João Paulo II.

A meu ver o Vaticano foi demasiado educado. Mas, por outro lado, percebo que dar algum crédito a uma crápula sem grande aceitação (nem sequer no seu país, como se viu no dia em que o assaram), seria dar importância a quem a não tem.

21 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Nápoles é notícia…

Arcebispo de Nápoles envolvido em teia corrupta

O cardeal Crescenzio Sepe, de 66 anos, arcebispo de Nápoles, em Itália, viu-se envolvido numa enorme teia de corrupção que está a ser investigada. A polícia suspeita de uma rede criminosa envolvida na preparação de grandes eventos, como a conferência do G8, em L’Áquila.

20 de Junho, 2010 Carlos Esperança

Até amanhã, se eu quiser

Habituei-me há muito a diversificar a forma como saúdo ou me despeço das pessoas com quem convivo. É tão frequente usar um simples aperto de mão, um caloroso abraço ou um pudico beijo, em silêncio, como dizer de forma exuberante: até ao dia tal, se eu puder, se eu quiser ou se nós pudermos.

A  beata missionação que corrói a vontade e mina o sentido crítico reduz a língua que falamos à vacuidade litúrgica das frases feitas.

O cumprimento entre pessoas deixou de ser a expressão de um sentimento para se tornar na declamação ritualista que exonera a consciência e exclui os afectos. Não se exprime o pensamento, recorre-se ao bordão que evita ao cérebro o uso de neurónios e à pessoa o incómodo de revelar a sua natureza.

Até os locutores das televisões, incapazes de adicionar ao texto do noticiário que lêem o cumprimento que devem aos ouvintes, se refugiam no «até amanhã, se deus quiser».

As frases inúteis não chegam a ser partículas de realce, são remendos de um pano de pior qualidade no tecido da prosa que debitam.

Quando os vejo com aquele ar ausente, a recitar o «até …, se deus quiser», lembro-me dos relógios parados, com a corda quebrada,  que todos os dias estão certos duas vezes. Deus só acerta uma vez na vida.